quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Contratação de temporários entra na reta final

Sudeste responde por 51% das vagas, seguido pelo Nordeste que vai gerar 19,5% das oportunidades



Roberta Gonçalves, iG São Paulo 10/11/2010 05:51


Compartilhar: Há pouco mais de um mês do Natal o mercado entra na etapa final do período de contratação de temporários. Muitas seleções já começaram e algumas devem se estender ao longo do mês, especialmente no comércio. Tudo isso para que as empresas estejam preparadas para a demanda, que promete ser ainda mais alta este ano. "Enquanto a indústria inicia o ciclo de contratação em agosto, o comércio começa entre setembro e outubro e o setor de lazer em novembro", afirma Jismália de Oliveira Alves, diretora de Comunicação da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e Trabalho Temporário (Asserttem).

Segundo Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo, apesar de as grandes empresas finalizarem as contratações em novembro, para que possam dedicar mais tempo a treinamentos, nos comércios menores a contratação acontece em dezembro.

Maioria das vagas é para atuação no comércio e demanda Ensino Médio



Perspectivas

De acordo com a Asserttem, cerca de 139 mil profisssionais devem ser contratados para trabalho temporário este final de ano, crescimento de 11% em relação ao ano passado. Grande parte das vagas, cerca de 70%, são para atuar no comércio, mas outras áreas, como turismo, buscam profissionais para o período. "Apesar de haver forte demanda por vendedores, outras funções de retaguarda também impulsionam a contratação", afirma Solimeo.

O economista afirma que só no Estado de São Paulo devem ser geradas entre 50 mil e 60 mil vagas nos setores de comércio e serviços. Além disso, a perspectiva é que a cidade de São Paulo responda por 10% do total de volume de vendas do país. "O trabalho temporário gera rendas para muitos trabalhadores, o que acaba resultando no aumento do consumo e tem impacto positivo para toda economia", diz.



Onde estão as oportunidades

Sudeste – pouco mais de 51% das vagas temporárias neste final de ano. O Estado de São Paulo responderá por 59% das oportunidades na região, Minas Gerais (22%), Rio de Janeiro (15%) e Espírito Santo (4%)

Nordeste – concentra 19,5% das oportunidades, com a Bahia sendo o maior gerador de postos temporários da região (31,9%). Ceará aparece em segundo (26%), Pernambuco (19,7%), Paraíba (6,3%), Piauí (5,4%), Sergipe (4,7%), Rio Grande do Norte (4,3%) Maranhão 1% e Alagoas (0,7%)

Sul – vai responder por 18% dos postos temporários gerados no país. Na região o destaque fica por conta do Rio Grande do Sul, que deve oferecer 37,3% das vagas, seguido por Paraná, com 34,8% e Santa Catarina, 27,9%

Centro-oeste – representa 6,4% do total de oportunidades. Goiás encabeça o ranking de maior empregador da região com 48,1% das oportunidades, o Distrito Federal fica com 23,4%. Mato Grosso do Sul, 15% e Mato Grosso, 13,5%.

Norte – deve oferecer 4,8% do total de vagas. Na região, Rondônia é o Estado que terá mais postos (38,1%), depois aparece Pará (27,1%), Amazonas (21%), Tocantins (5,6%), Acre (3,1%), Roraima (2,6%) e Amapá (2,5%).



Perfil do profissional

O perfil do profissional que vai atuar como temporário varia de acordo com o segmento da economia. Jismália explica que na indústria 70% dos contratados são homens, para atuar como auxiliar administrativo, auxiliar do departamento financeiro, operador de máquina, serviços gerais, motorista e nutricionistas. Normalmente, as empresas demandam Ensino Médio completo e os que possuem cursos técnicos tendem a ocupar funções mais específicas. Os salários na indústria variam de R$ 800 a R$ 1100.

Já no comércio há vagas para Ensino Fundamental e Médio para os cargos de fiscal de caixa, repositor, analista de crédito, embalador, estoquista, etiquetador, fiscal de loja, operador de telemarketing, papai noel, promotor de vendas e vendedor. Os salários variam de R$ 680 a R$ 890 e os homens representam 55% dos contratados.

Além de atrair jovens em situação de primeiro emprego, a ocupação temporária também é um caminho para trabalhadores com dificuldades de se recolocar. "Geralmente são profissionais não muito qualificados e como currículo menos atraente. Mas ao iniiciar o trabalho eles podem se destacar e passar a ocupar uma posição efetiva", afirma Ricardo Humberto Rocha, professor do laboratório de finanças da FIA.



Setores mais aquecidos

A pesquisa de presentes realizada pela Fecomércio dá algumas dicas dos setores que concentram as oportunidades. De acordo com Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomércio, o segmento de vestuário, tecidos e calçados representa é o mais procurado, representado 62% da preferência do consumidor. Os brinquedos respondem por 43%, cosméticos e perfumes, 20% e eletrodomésticos e eletrônicos, cerca de 10%.



FONTE: IG ECONOMIA - CARREIRAS

Nenhum comentário: