quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

45 ANOS: No auge da carreira, esforço redobrado para poupar

Tesouro e produtos garantidos são opções para quem ronda os 45 anos, não tem tempo para planejar, mas tem pressa para acumular



Olívia Alonso, iG São Paulo


Enfim, o auge da carreira. Muitos profissionais atingem a melhor posição no trabalho por volta dos 45 anos. Já não faltam muitos anos para a aposentadoria, o que é um alívio. Mas para quem ainda não começou a planejar a aposentadoria, será uma corrida contra o tempo. A sugestão de consultores financeiros para que a velhice seja tranquila é muito esforço para poupar mais. “Em 20 anos, ainda é possível ficar milionário”, consola Mauro Calil, consultor financeiro do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil. Mas será preciso economizar um volume significativo, pois o tempo é mais reduzido, afirma Andre Saito, da FIA.


Corrida contra o tempo para quem ainda não começou a planejar a aposentadoria

A regra para quem está na faixa dos 35 anos – de dividir o dinheiro poupado entre renda fixa e variável - continua valendo e é uma das sugestões de Calil. Uma exposição maior a ações pode ser perigosa, por exemplo, em casos de crises financeiras. “Várias pessoas tiveram que adiar a aposentadoria em função da crise. Houve uma queda muito forte da bolsa, e elas tinham um percentual muito grande investido em ações”, conta Humberto Veiga, consultor financeiro e legislativo da Câmara dos Deputados e autor do livro “Tranquilidade financeira – saiba como investir no seu futuro”.



Os produtos de investimento “garantidos” são outra opção, mais adequada para aqueles que não têm tempo para pesquisar sobre as modalidades de aplicações, suas taxas e rendimentos. Caracterizado pela vantagem de “nunca perder”, esse tipo de produto é oferecido por instituições que fazem a gestão do capital mesclando as aplicações em renda variável e fixa. Para esse modelo, é preciso já ter um dinheiro reservado, já que exige um investimento mínimo. Um fundo de investimento garantido que recebe um aporte de R$ 100 mil, após um ano terá retorno maior ou igual ao valor inicial, dependendo das oscilações do mercado. Se a bolsa subir 30%, por exemplo, o cliente receberá apenas uma parte desta valorização, e o restante ficará para a administradora dos recursos.



Já o investidor que não se incomoda em garimpar informações deve dar preferência a outras modalidades, como títulos prefixados do Tesouro Nacional, segundo Veiga. As chamadas letras financeiras do Tesouro são uma opção com boa rentabilidade e taxas baixas – um taxa de administração justa é de 0,5%, na opinião dos consultores. As aplicações mínimas em Tesouro Direto são de R$ 150.



Depois dos 50 anos, já falta menos tempo para a aposentadoria, e começar um planejamento é muito mais sacrificante. “Por um lado, os filhos não estão mais em casa, por outro, os gastos com saúde e remédios começam a ser maiores”, comenta Mauro Calil.


Depois dos 50 anos, é preciso uma dose maior de conservadorismo

As opções de investimento são as mesmas, porém é preciso uma dose maior de conservadorismo.



A renda variável muitas vezes seduz os investidores dessa faixa etária, dada a facilidade de operar por meio de home broker (o cliente opera no mercado de ações eletronicamente, via internet, pelos sites das corretoras de valores e bancos). Muitas vezes eles estão em busca de uma ocupação, mas precisam de cuidado”, afirma Calil.



Mesmo que pareça tarde para planejar, o mais apropriado continua sendo colocar os gastos e despesas na ponta do lápis e então descobrir quanto é possível poupar e quanto será necessário. “O esforço vai ser maior e é preciso ser realista” alerta o consultor Humberto Veiga. Segundo ele, o ideal é buscar informações. Caso busque instituições de gestão de recursos, a sugestão dos consultores é não acreditar em milagres. “É bom desconfiar de quem simular uma taxa de rentabilidade muito alta, acima de 12%, por exemplo”, afirma Humberto. Segundo ele, o mais sensato sempre é considerar uma taxa de retorno de 4% ao ano.



Tomando como exemplo uma pessoa de 50 anos, que queria fazer um planejamento para aposentar em dez anos, com um complemento mensal de R$ 2 mil, será preciso acumular em torno de R$ 432 mil para viver até os 90 anos, nos calculos de Veiga. Considerando que ela tenha um patrimônio inicial de R$ 40 mil, ela terá que fazer aplicações mensais de R$ 2.011,00 para que chegue ao objetivo, de acordo com economistas consultados pelo iG, que consideraram uma rentabilidade mensal de 0,6% - o que pode ser possível com renda fixa.



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FONTE: IG ECONOMIA

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