segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mais de 130 mil vagas em concursos públicos neste ano

Levantamento aponta ocupações para todas as qualificações e regiões nas esferas federal, estadual e municipal




Danilo Fariello, iG Brasília 10/01/2011 06:00



Os trabalhadores brasileiros poderão disputar mais de 130 mil vagas em concursos públicos neste ano. Há uma lista imensa de ocupações a serem preenchidas nas esferas federal, estadual e municipal, disponíveis a pessoas com os mais variados níveis de formação.



Segundo a Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), estão previstos ou já com edital publicado concursos para atrair 72 mil profissionais para empregos federais, 36,2 mil para o nível estadual e outros mais de 24 mil em esfera municipal. Veja aqui a lista dessas vagas abertas ou previstas para o ano.



A diretora-executiva da Anpac, Maria Thereza Sombra, destaca que, nos concursos, não há qualquer discriminação por sexo, gênero ou raça dos candidatos e que, respeitando-se a exigência mínima de formação, qualquer pessoa está apta a concorrer.



Além do benefício da estabilidade – os funcionários públicos só podem ser demitidos por justa causa – o salário dos empregos no governo teve avanço significativo no governo Lula, ganhando uma nova vantagem em relação à carreira privada.



Até 200 candidatos por vaga

Maria Thereza destaca, porém, que as oportunidades são bastante concorridas. Ela lembra que, recentemente, um concurso do BNDES teve mais de cem candidatos por vaga e outro da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) teve 200 candidatos por vaga. “Hoje entram apenas os mais capazes.”



Ela lembra, ainda, que pode ser difícil para os concorrentes tentarem todos os cursos que poderiam concorrer por conta da taxa de inscrição, que pode variar bastante. Para Douglas Renato Pinheiro, coordenador do custo de administração das Faculdades Rio Branco, é preciso escolher a área em que se quer atuar, para não perder tempo com concursos que não vão agradar o profissional.




De escriturário a presidente

Segundo Douglas, hoje o setor público também apresenta desafios e dinâmica que antes eram percebidos apenas no setor privado. “As instituições públicas estão fazendo muitos concursos internos, para que o profissional possa ter promoções.” Hoje vemos, por exemplo, os presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal são funcionários de carreira. “Aldemir Bendine, do BB, começou como escriturário”, lembra Douglas.



Nos últimos oito anos de governo Lula, o emprego público passou por uma tremenda valorização, com aumento de salários acima da inflação, criação de 213 mil vagas, de novas carreiras e até com a perspectiva de pagamento de gratificações de desempenho, algo impensável há alguns anos.




Salários triplicaram

Segundo apontamento do Ministério do Planejamento, algumas carreiras de nível intermediário tiveram evolução líquida de mais de 350% no salário inicial entre 2002 e 2010. Exemplos são a vaga de assistente de chancelaria do Itamaraty (372%, para R$ 3.513,46) e assistente em Ciência e Tecnologia com certificado (374%, para R$ 4.473,28).



A Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou, em entrevista coletiva, porém, que neste primeiro ano da presidenta Dilma Rousseff não haverá grandes reajustes para o funcionalismo. Ela considera que a grande defasagem entre os salários públicos e privados já foi resolvida no governo Lula. “Agora, a gente entrou em outro patamar de negociações com os servidores. Vamos continuar valorizando, mas dentro dos nossos limites fiscais.”



O controle fiscal que o governo federal planeja para divulgar nos próximos dias pode fazer com que o ritmo de convocações dos vencedores dos concursos seja um pouco mais elástico do que o de costume, mas as vagas previstas não devem ser canceladas.




Fim dos terceirizados

A diretora da Anpac lembra que a frequência dos concursos aumentou por conta de uma conjunção de fatores. Um deles é o maior aparelhamento da máquina pública, pela criação de vagas. Outro é o prazo determinado pela Controladoria Geral da União, de que até 2013 as instituições públicas federais substituam os funcionários terceirizados por aqueles concursados.



Outro fator a estimular a abertura de vagas é o avanço da idade média dos funcionários públicos. No Banco Central, o novo presidente, Alexandre Tombini, destaca que essa é uma realidade que a instituição terá de enfrentar daqui para frente, mas que essa também é uma oportunidade de renovação para o BC. O Banco Central tem, em 2011, edital para 750 vagas de técnico e analista.



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FONTE: IG ECONOMIA

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