quarta-feira, 2 de março de 2011

Dólar cai à mínima em dois meses à espera da decisão do Copom

Moeda norte-americana fechou em baixa de 0,24% cotada a R$1,660


Reuters
02/03/2011 17:09

A+ A- Compartilhar: O dólar caiu à mínima em dois meses ante o real nesta quarta-feira, a poucas horas do anúncio do esperado aumento na taxa básica de juros, com o mercado monitorando ainda a fraqueza da moeda no exterior.



A divisa norte-americana fechou em baixa de 0,24%, a R$1,660 na venda, na mínima desde 3 de janeiro, quando encerrou a R$1,651.



"Hoje o principal fator que influenciou o mercado de câmbio foi a expectativa pela decisão sobre a Selic à noite", comentou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora. "Se o juro realmente for elevado como espera o mercado, isso fatalmente vai tornar as aplicações aqui mais rentáveis, estimulando ainda mais a arbitragem", acrescentou.



Segundo pesquisa Reuters, a expectativa majoritária dos analistas consultados indica que a Selic será elevada em 0,5 ponto percentual, a 11,75%. Mas há apostas num acréscimo maior, de 0,75 ponto, após um período de piora nas estimativas inflacionárias trazidas pelo relatório Focus.



O Comitê de Política Monetária (Copom) deverá divulgar a nova Selic após o fechamento dos mercados.



Para Guilherme Monaco, operador de câmbio da Hencorp Commcor Corretora, a queda do dólar seguiu limitada pelas compras diárias de moeda estrangeira pelo Banco Central.



"O pessoal fica com receio de derrubar ainda mais (o dólar) porque teme que o governo possa anunciar alguma medida, alguma taxação", disse.



Nesta sessão, a autoridade monetária realizou dois leilões de aquisição de dólares no mercado a termo --definindo como corte as taxas de R$1,6720 e R$1,6670, respectivamente. O BC também comprou dólares via segmento à vista, com taxa de corte de R$1,6603.



"Temos que lembrar que os bancos estão bastante vendidos em dólar (no mercado à vista) e é interessante para eles que o dólar caia", afirmou Monaco.



De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central, as instituições bancárias sustentavam US$13,29 bilhões em exposição vendida em dólar no dia 21 de fevereiro --ou seja, apostando na queda da moeda.



No segmento futuro, as posições vendidas são detidas pelos investidores estrangeiros. Segundo os últimos números da BM&FBovespa, os não-residentes mantinham na véspera US$13,268 bilhões nessa exposição.



A fraqueza do dólar ante o real refletiu também a performance da moeda no exterior. Contra uma cesta de divisas, o dólar recuava 0,4% no fim da tarde, atingindo o menor nível desde o início de novembro. Parte desse movimento refletia a alta do euro e do franco suíço.



A moeda única europeia se aproximava da máxima em quatro meses ante o dólar, beneficiada por perspectivas de aumento de juro na Europa antes que nos Estados Unidos. Já o franco suíço subia a um nível recorde ante a divisa norte-americana, em meio à busca por segurança diante da turbulência política no mundo árabe.



fonte: IG ECONOMIA

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