sábado, 26 de março de 2011

No Brasil, aviação executiva não concorre com primeira classe

Diferente de outros países, companhias aéreas cortam mimos e optam por reduzir custos para conquistar mais passageiros da classe C



Marina Gazzoni e Klinger Portella, iG São Paulo 25/03/2011 05:37



TAM oferece mais conforto aos passageiros de voos internacionais da primeira classe

Acesso à sala exclusiva por meio de leitura das impressões digitais. Atendimento qualificado, internet gratuita, seleção de revistas e jornais, TV de LCD e uma minibiblioteca à disposição. À noite, o som do piano preenche o ambiente e, caso queira um banho, roupão, toalhas aquecidas e nécessaire especial são disponibilizados. Para comer, há bufê de snaks, frutas e frios, além de refeições completas regadas a champanhes, vinhos, destilados, drinks, licores e conhaques.



Tanto conforto não faz parte da lista de atrativos de um hotel cinco estrelas ou de algum restaurante de primeira linha. Trata-se da sala VIP preparada para os clientes da TAM no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Também há serviços especiais nos aeroportos Tom Jobim (Galeão) e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e nas cidades de Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e Recife. O tratamento VIP tem seu preço. Um voo entre São Paulo e Buenos Aires, por exemplo, que custaria a partir de US$ 370 (ida e volta) na classe econômica, não sai por menos de US$ 1.298 na primeira classe.





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A companhia diz que a demanda pelo atendimento VIP é restrita e os serviços são oferecidos apenas em voos internacionais. Em tempos de perseguição a custos mais baixos, os “mimos” aos passageiros custam caro. Se estendidos a mais voos, poderiam ampliar “consideravelmente” os preços das passagens, segundo a TAM.



A TAM nasceu em 1961 como uma companhia de aviação executiva, a Taxi Aéreo Marília. Só em 1976 implementou o serviço de linhas aéreas, hoje a principal fonte de receita do grupo. A holding ainda mantém a venda e fretamento de aeronaves, mas não vê concorrência entre os serviços das unidades de aviação executiva e de transporte regular. “Acreditamos que não são segmentos concorrentes, mas complementares”, afirma a empresa, em comunicado.



O discurso é corroborado pelos representantes do setor de aviação executiva. “Ainda não há preocupação das grandes companhias, porque as pessoas que usam a aviação executiva viajam para destinos que não são servidos por rotas comerciais”, diz Francisco Lyra, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).



A Gol, principal concorrente da TAM, já começou a voar como uma empresa de transporte aéreo regular com uma proposta de baixo custo e baixa tarifa. O grande foco da companhia é atingir a classe C, segmento que concentrará dois terços dos mais de 10 milhões de passageiros que viajarão de avião pela primeira vez neste ano, de acordo com estimativas do Instituto Data Popular.



"Mimos" para os passageiros da Gol: equipamentos de vídeo e bônus no programa de milhas

Passageiro de negócios ainda é maioria



Se a classe C é o segmento que puxará a expansão das companhias aéreas nesta década, os passageiros que viajam a trabalho ainda respondem pela maioria das vendas de passagens. Na Gol, por exemplo, 65% dos passageiros viajam a negócios. Para atender esse público, a empresa aposta no custo-benefício entre preço de passagens e disponibilidade de voos em horários e aeroportos concorridos, afirma a Claudia Pagnano, vice-presidente de mercado da companhia.



A Gol não tem primeira classe, mas oferece uma classe “confort” em alguns voos internacionais, operados pela bandeira Varig. Neste ambiente, os passageiros dispõem de espaços maiores entre as poltronas, opções de refeições quentes completas, equipamentos de vídeo ou áudio e um bônus de 150% no acúmulo de milhas.



Eles também recebem tratamento especial nos aeroportos de Guarulhos (São Paulo) e Galeão (Rio de Janeiro), além de salas de empresas parceiras no exterior, em cidades como Bogotá (Colômbia), Bridgetown (Barbados), Caracas (Venezuela), Oranjestad (Aruba) e Punta Cana (República Dominicana).



FONTE: IG - COMÉRCIO E SERVIÇOS

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