quarta-feira, 18 de maio de 2011

QUER AUMENTAR SUA RENDA?

Veja dicas de profissionais que conseguem até dobrar seus rendimentos graças a atividades realizadas fora do horário de trabalho




Carla Falcão, iG São Paulo | 12/05/2011 05:08




Graças à sua atuação como fotógrafo de eventos, Luis Bernasconi comprou carro, moto, viajou ao exterior e montou sua casa quando casou. Os bons resultados obtidos por ele no trabalho chamam ainda mais atenção diante do fato de que fotografar é apenas uma atividade paralela à sua vida profissional. Engenheiro de telecomunicações contratado por uma empresa de telefonia móvel, ele aproveita as horas livres para garantir uma renda extra registrando imagens de casamentos, festas de quinze anos e batizados, entre outros eventos.






Com a renda gerada por seu trabalho extra como fotógrafo, o engenheiro Luis Bernasconi já fez várias viagens


Bernasconi conta que começou a atuar como fotógrafo por acaso. “Sempre fui apaixonado por fotografia. Um dia, vendo minhas fotos, o pai da minha então namorada e hoje esposa, que é fotógrafo profissional, me perguntou se eu não tinha interesse em trabalhar na área. A partir daí, comecei a acompanhá-lo em eventos nos meus horários livres. Depois de algum tempo, conquistei minha própria clientela e segui me profissionalizando”, diz.


Embora a renda como fotógrafo não seja fixa, uma vez que depende do número de eventos realizados, Bernasconi revela que a fotografia já chegou a representar até 90% de seus rendimentos em determinados meses. “Considerando férias, 13º salário e bônus, meu emprego como engenheiro consegue empatar com minha atividade de fotógrafo, mas não é raro que a fotografia represente a maior parte da minha renda”, diz.


Conquistar uma fonte de renda extra é uma das principais alternativas sugeridas por consultores em finanças pessoais para quem deseja fazer uma reserva de capital ou quitar dívidas. “Encontrar uma forma de gerar renda com atividades paralelas à vida profissional é uma ótima maneira de viabilizar planos de médio e longo prazo, como comprar veículos, imóveis ou investir em educação”, afirma Fabrício Ferreira, coordenador dos cursos de Gestão Financeira e Ciências Contábeis da Veris Faculdade.




Nesses casos, entretanto, é preciso tomar cuidado para não comprometer recursos que não existem em dívidas de longo prazo. Ferreira aconselha que antes de assumir um financiamento, a pessoa poupe pelo menos 60% do valor a ser financiado. O conselho vale, sobretudo, para quem ainda não tem um histórico razoável dos ganhos com a segunda atividade. “Se a segunda atividade não der certo, corre-se o risco de comprometer a renda principal”.


Entre as principais atividades extras, destacam-se as vendas porta-a-porta, a confecção de bijuterias e acessórios como bolsas, a venda de doces, bolos e outros itens para festas e a prestação de serviços ligados à tecnologia da informação. Mas, há ainda os casos de profissionais que faturam com atividades bem pouco comuns para a maioria das pessoas.


Educador em uma ONG que atende crianças carentes em Brasília, Mizael dos Santos trabalha como árbitro em jogos de futebol aos finais de semana. Com os rendimentos adicionais que a atividade proporciona, ele já comprou um carro e agora guarda dinheiro para casar e comprar um apartamento. “Com meu trabalho de juiz nos jogos dos campeonatos brasiliense e goiano consigo dobrar minha renda”, diz.








Equilíbrio entre vida pessoal e profissional


O aumento dos rendimentos, no entanto, exige dedicação, tempo e disposição. De acordo com Santos, ele muitas vezes abre mão do lazer nos finais de semana para apitar jogos e também a fim de se preparar para os testes de admissão no quadro de árbitros da CBF. Mais do que o dinheiro, diz, o que o motiva a continuar é a amor pelo futebol. “Quem aposta em um trabalho extra só por razões financeiras dificilmente consegue suportar a pressão de trabalhar nos horários que deveriam ser de descanso. Tenho amigos que começaram comigo e já desistiram, porque não gostavam de futebol como eu”, afirma.


Trabalhar naquilo que se gosta não é um pré-requisito apenas para o trabalho “oficial”, mas também para manter uma fonte da renda adicional. Bernasconi, que já perdeu casamentos e festas de seus melhores amigos para fotografar outros eventos, admite que não agüentaria sua rotina se não fosse a paixão pela fotografia e o apoio da esposa, que o ajuda com todo o trabalho interno, como montar álbuns e fazer o backup das fotos que ele tira. “É preciso ter disciplina para abrir mão do descanso e do lazer com amigos e familiares”.


A disciplina também é necessária quando se trata de não utilizar o tempo e os recursos do emprego principal na realização de outras tarefas. Na opinião de Ferreira, o bom senso deve prevalecer sempre. Usar o-mail profissional e o telefone da empresa para resolver assuntos particulares e dispor do expediente para realizar outras tarefas é um erro comum entre as pessoas que têm mais de uma atividade profissional, afirma.










Vejas as dicas para conseguir (e manter) uma boa fonte de renda extra




- Busque uma atividade com a qual você realmente se identifique. Muito provavelmente, será preciso trabalhar em finais de semana ou à noite. Se o trabalho for meramente uma fonte de renda adicional, as chances de você se cansar logo são imensas




- Não use seu horário de trabalho para cuidar de nada que esteja relacionado à sua segunda atividade. Isso irá atrapalhar seu desempenho e você corre o risco de perder seu emprego e principal fonte de renda




- Procure preservar sua vida social. Se você nunca tem tempo para a família ou os amigos, talvez seja preciso reduzir o ritmo de trabalho ligado à fonte de renda extra




- Não faça grandes investimentos no início de sua nova atividade. Avalie primeiro se o retorno compensa e se você tem tempo e disposição para manter uma atividade em paralelo à sua vida profissional




- Não comprometa sua renda extra em longos financiamentos para comprar imóveis e veículos a menos que você tenha pelo menos 60% do valor em poupança ou esteja seguro de que a atividade extra será suficiente para cobrir todas as despesas






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