terça-feira, 5 de julho de 2011

MANUAL DE INTERROGATÓRIO – AULA 16

PSICODINÂMICA DO INTERROGATÓRIO


Generalidades


1) O interrogado é um indivíduo, pode ser homem ou mulher, de qualquer raça, cor ou credo.


2) O objetivo do interrogador é obter informações oportunas e dignas de confiança deste indivíduo e, para isso, deve primeiro quebrar-lhe a vontade de resistir.


3) O interrogatório não é um ato de espancamento ou de mentira. O interrogador deve planejar seu interrogatório com cuidado, de acordo com o caráter e a personalidade de seu oponente e, em conseqüência, os métodos e técnicas de interrogatório devem ser utilizados corretamente.






Tipos de caráter

De acordo com a teoria de PAVLOV, há quatro tipos principais de caráter; eles podem, normalmente, sobrepor-se em graus variáveis.


São eles:


- Sangüíneos – normalmente extrovertido;


- Calmo e imperturbável – normalmente introvertido;


- Forte e excitável – neurótico extrovertido; e


- Fraco e inibido – neurótico introvertido

(Obs.: para maiores detalhes, ver item “5. f.”)






d. Pressões sobre um indivíduo

1) Quando um indivíduo está sendo submetido a interrogatório, alternadamente com confinamento e isolamento, ou outra forma, experimenta várias pressões mentais e físicas. O interrogador deve observar, constantemente, e explorar estas pressões, assim como as reações do indivíduo.

2) Exemplos destas pressões são os seguintes:


- necessidade de mantê-lo alerta;


- inatividade forçada;


- privação sexual;


- desejo de piedade;


- falta de orientação;


- evidências documentais;


- personalidade do interrogador;


- medo do desconhecido;


- mudança de expectativas;


- confinamento;


- alimentação na prisão;


- falta de sono e sonho;


- isolamento social;


- desconfiança de companheiros;


- falta de notícias;


- alívio através da cooperação;


- sentimento de fracasso;


- medo de punição;


- disciplina inesperada;


- falta de conforto; etc.




e. Resultados das pressões sobre um indivíduo

1) Como um resultado das pressões acima citadas, o indivíduo pode experimentar alguns, ou todos, dos seguintes sintomas:

- fadiga mental e física;


- desejo de simpatia;


- ânsia por alívio;


- aumento da consciência culpada;


- identificação;


- transferência; etc.

2) Neste estágio o indivíduo, por necessidade de conforto físico e mental, tornar-se-á cada vez mais dependente do interrogador. Uma eventual afinidade (ou intimidade) poderá ser estabelecida, e a vontade de resistir do indivíduo será anulada. Ele deverá, então, ser interrogado minuciosa e intensivamente.


f. Em seguida a este interrogatório completo o indivíduo poderá ser:


liberado, preso, ou recrutado para o serviço, como um agente, uma fonte de informes ou um auxiliar de interrogatório (informante introduzido na cela de um prisioneiro remitente), etc.

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