terça-feira, 6 de setembro de 2011

Inadimplência cresce e atinge 4% dos financiamentos de automóveis

Aumento do número de pagamentos em atraso surpreende financeiras, que reduziram prazo máximo de 72 para 60 meses neste ano

Claudia Facchini, iG São Paulo | 05/09/2011 17:03
 
Foto: AE Ampliar
Inadimplência nos financiamentos de veículos aumenta 2 pontos percentuais

A inadimplência nos financiamentos de automóveis apresentou um aumento inesperado e atingiu a marca de 4% em julho.

Segundo balanço divulgado há pouco pela Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), o saldo de inadimplentes no CDC (Crédito Direto ao Consumidor) de veículos para pessoa física cresceu 2 pontos percentuais em julho.

Embora maior que a esperada, a taxa pagamentos em atraso no setor de automóveis ainda continua inferior ao índice de atraso nos créditos oferecido às pessoas físicas, que situou-se em 6,6%. As financeiras consideram inadimplentes os pagamentos com atrasos de mais de 90 dias.

Com a elevação do risco, as financeiras reduziram os prazos de pagamento. Em julho, o prazo médio concedido nos financiamentos de automóveis foi de 43 meses, sendo que o prazo máximo oferecido permaneceu em 60 meses. No mesmo período do ano passado, o setor oferecia prazos de até 72 meses.



Volume de empréstimos cresce 18,1%

Entre janeiro a julho deste ano, o total de empréstimos concedidos para compra de automóveis atingiu a marca de R$ 196,2 bilhões. O valor foi 14,6% maior que o volume concedido em igual período de 2010. "Vale ressaltar, entretanto, que no ano de 2010 ante 2009, o aumento foi de 18,1%. Ou seja, o crescimento segue ocorrendo, porém a taxas decrescentes", informa a Anef.

Devido ao impacto das medidas macroprudenciais do Banco Central, a Anef projeta a manutenção dessa tendência até o fim do ano. A estimativa é de que a carteira de financiamento alcance um aumento de 10% em 2011 contra o resultado de 2010.

O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) segue na preferência do consumidor para o financiamento de veículos e registrou aumento de 36,8% ante o mês de julho de 2010. Por outro o lado, o leasing continua em queda ininterrupta e mostra um descenso de 34,1% realizando a mesma comparação feita no CDC.
No mês de julho, o saldo de crédito para aquisição de veículos continua correspondendo a 5% do PIB, representando 10,6% do total do crédito do Sistema Financeiro Nacional e 32,4% do total do crédito destinado a pessoas físicas.

O saldo do crédito bancário brasileiro alcançou em julho de 2011 o valor de R$ 1,854 trilhão, passando a representar 47,3% do PIB (estimado em R$ 3,923 trilhões), um crescimento de 2,7 pontos percentuais frente a julho de 2011.

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