terça-feira, 6 de setembro de 2011

SALÁRIO X DESAFIO NA CARREIRA: O QUE MOTIVA A MUDANÇA DE EMPREGO?

Segundo consultora, decisão depende do momento de cada profissional


Maria Carolina Nomura, iG São Paulo 06/09/2011 05:58


“Saio em busca de novos desafios.” Geralmente, a frase está nos e-mails e comunicados de despedida dos profissionais que mudam de empresa. Mas a ida para outra companhia não significa, necessariamente, apenas um novo desafio. Na maioria das vezes, é traduzida também por um salário melhor.

É o que aponta uma pesquisa feita pela Asap, consultoria de recrutamento e seleção de executivos de média gerência. Nela, 82,6% dos mais de 1.000 executivos entrevistados receberam uma proposta para mudar de emprego, só que mais de 50% deles recusaram a oferta por considerarem o salário abaixo das expectativas ou porque o cargo oferecido não estava de acordo com seus objetivos profissionais.

Para Carina Budin, sócia-gerente da filial de Campinas da Asap, além do salário, os executivos pesam também o seu momento profissional antes de mudar de emprego. “A remuneração ainda é decisiva no momento da mudança de emprego, mas não é a única coisa que motiva as pessoas. Não podemos excluir a importância de outros fatores como: possibilidade de ascensão na carreira e o desafio profissional.”



CADA MOMENTO UMA SENTENÇA

O coach executivo e fotógrafo Antonio Barros Júnior, por exemplo, diz que já foram muitos os motivos que o fizeram sair de um trabalho. “Já mudei de emprego para ganhar mais; porque a nova atividade me parecia mais interessante; porque tinha mais a ver com o meu momento de vida; e também porque fui demitido”, conta.

Já a publicitária Larissa Andrade, de 30 anos, é categórica em dizer que desafio sem salário condizente é exploração. “Não dá para vir com essa história de ter muito mais responsabilidade, se o salário não for compatível com a função. Acho que o que motiva a mudança de emprego é uma mistura de ambos”, diz ela, que no ano passado mudou de emprego para ganhar 30% a mais e ter mais atribuições.

Outra pesquisa, da DBM no Brasil, com 770 executivos, aponta que metade deles não pretende continuar na organização nos próximos três anos. A principal razão para 73% deles é a falta de desafios qualitativos e de perspectivas de crescimento.

Segundo a DBM, a velocidade de inovação das empresas vai acirrar a competitividade entre os profissionais e esse fenômeno pode causar nos executivos não só uma ansiedade na busca por novos desafios como também uma tensão passiva em esperar as iniciativas da organização.


ANTES DE MUDAR

Carina aconselha o profissional que pretende aceitar uma nova proposta de trabalho a analisar outros fatores, além do salário e do plano de carreira. “É necessário fazer uma análise do perfil da cultura da empresa, além do setor de atuação, para que a pessoa tenha uma perspectiva de como será sua vida profissional em determinado cargo. O alinhamento de valores entre a empresa e o profissional é essencial para a ascensão na carreira”, diz.

Aliado a isso, a consultora afirma que é preciso questionar-se também sobre o modelo de gestão da nova companhia. “Haverá autonomia nos processos? Há bonificação? São questões importantes para que a pessoa tenha clareza diante da mudança que pretende fazer”, exemplifica.

Para Júnior, seu objetivo agora é buscar um sentido para a vida e poder, um dia, olhar para trás e perceber que tudo valeu a pena. “Quero ver que deixei uma marca boa no mundo - seja a emoção que despertei com minhas fotos, seja o bem-estar mental que ajudei as pessoas a conseguir.”



FONTE: IG ECONOMIA – CARREIRAS

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