quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Conheça as principais diferenças e riscos das gestoras de Previdência Privada

Perfil de aplicações, taxas, serviços e idoneidade das empresas devem ser checados, antes de se entrar num relacionamento que pode durar décadas



Soraia Duarte, especial para o iG | 17/11/2011 05:47
Você já leu no iG que fazer o plano certo de Previdência Privada pode significar pagar menos imposto no ano que vem. Também já publicamos qual o melhor momento para aderir ao sistema. Além disso, no entanto, há diferenças também ligadas à forma de gestão dos recursos - ligadas sobretudo ao perfil de risco dos planos -, que devem ser consideradas na hora da escolha.




Os recursos aportados no fundo são investidos em ativos de renda fixa ou variável. “Os produtos também podem ser diferentes com relação a segmentação, diversificação, taxas cobradas e serviços oferecidos, que envolvem acesso à informação, agilidade e consultoria”, diz Renato Russo, vice-presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

Nesse sentido, muitas gestoras oferecem composições diferenciadas de portfólios, buscando conciliar a exposição a ativos de risco com o ciclo de vida dos contribuintes. “A proporção de renda variável, no investimento, vai caindo à medida que se aproxima a aposentadoria”, explica Sandro Bonfim, gerente de inteligência de mercado da Brasilprev.


Assim, pode-se encontrar no mercado desde fundos que aplicam 100% dos recursos em ativos de renda fixa - como títulos públicos e dívidas emitidas por companhias -, até fundos multimercados, que alocam 49% do patrimônio em renda variável, como as ações de companhias abertas. A lógica dessa diversificação se baseia no prazo do investimento. Quanto mais longo o período do plano, maior é a possibilidade de colocar os recursos em ativos de maior risco, que podem oferecer maior probabilidade de ganhos.

Mas à medida em que o período de resgate se aproxima, o fundo vai se tornando conservador em seus investimentos, afastando-se aos poucos de investimentos com mais riscos embutidos. “Quanto mais arrojado é o investidor, melhor é a chance de obter um retorno maior no futuro”, afirma Osvaldo Nascimento, diretor-executivo de produtos de investimento e previdência do Itaú Unibanco.

Por isso, antes de escolher um fundo, conheça a política de investimento que é adotada. Peça informações e esclareça suas dúvidas com o gestor. Os especialistas recomendam que essa escolha deve respeitar o apetite do investidor em correr riscos.



Informe-se sobre a seguradora

Escolha com cuidado a instituição que oferece o plano de previdência porque esse relacionamento pode durar muitas décadas, já que compreende o período de contribuição e o de recebimento. Informe-se sobre a idoneidade do administrador. Contrate planos de instituições que são autorizadas a atuar no Brasil. A informação está disponível no site da Superintendência de Seguros Privados (Susep), responsável pela fiscalização dessas instituições.

Também dedique tempo para fazer algumas contas, antes de assinar um contrato. Verifique se há uma relação coerente entre o volume dos recursos que serão depositados e os pagamentos futuros. Depois, fique atento aos cálculos de mortalidade que a instituição utilizar para definir os valores.

A Tábua de Mortalidade (ou Atuarial, no jargão do setor) é utilizada para estimar o tempo de vida do contribuinte e o tempo em que a seguradora terá de garantir renda ao segurado. Segundo o IBGE, a expectativa de vida no país aumentou cerca de três anos entre 1999 e 2009. Assim, espera-se que o brasileiro viva, em média, 73,1 anos.

Podem surgir casos de seguradoras que usam tábuas muito antigas, com expectativas de vida menor, o que se reflete em mensalidades menores. No entanto, isso pode comprometer a saúde financeira das próprias instituições ao longo dos anos.



Custos

Foto: Getty
O relacionamento com o plano de previdência, feito para complementar a aposentadoria, pode durar décadas. Empresa e cláusulas devem ser verificados detalhadamente


Informe-se sobre a taxa de administração e a de carregamento. A primeira incide sobre o saldo do plano, e é cobrada pelo administrador, anualmente, como remuneração pelos serviços prestados. A de carregamento, por sua vez, incide sobre os aportes e visa cobrir as despesas administrativas. Nesse caso, se a taxa cobrada é de 5%, significa que, para cada R$ 1,00 investido, R$ 0,95 é efetivamente aplicado. “Os produtos viraram commodity”, afirma Américo Gomes, diretor-executivo da Bradesco Vida e Previdência. “O diferencial (entre as seguradoras) são as taxas de gestão, a taxa de carregamento e o atendimento”.

Os especialistas recomendam atentar para resgates no curto prazo. Os rendimentos do plano, em períodos curtos, podem ser insuficientes para cobrir essas despesas. “O peso das taxas corrói a capacidade de acúmulo de dinheiro”, diz Mizael Vaz, superintendente comercial da Icatu Seguros. “Juntar o dinheiro fica mais difícil porque, ao longo dos anos, o investidor foi pagando taxas”.




As taxas variam de seguradora para seguradora. Por isso, vale a pena comparar os valores praticados. Utilize os simuladores, disponibilizados nos websites de cada uma delas. Muitas diminuem o valor dessas taxas com o passar do tempo, de forma a premiar os investidores que mantêm seus recursos aplicados por prazos mais longos.

Dessa forma, uma taxa de carregamento que inicialmente era de 5%, pode cair para 3% após dois anos de aplicação ou à medida que o volume de recursos aplicados atinge determinado nível, por exemplo. “Como prática de mercado, a cada patamar de reserva ou quanto maior a contribuição, há diminuição das taxas”, afirma Gomes.



Tributação

No momento de adquirir o plano, o contribuinte precisa decidir como pretende pagar os impostos no momento de sacar os recursos. Há duas maneiras de cobrança: a progressiva e a regressiva. A primeira é a que sempre existiu. Segue as mesmas alíquotas que se aplicam aos salários, variando de zero (isento) a 27,5%, dependendo do valor resgatado.

Já a regressiva passou a valer em 2005, com o intuito de estimular aplicações de longo prazo. A alíquota do imposto começa com 35%, sendo aplicada a investimentos mantidos por menos de dois anos. Mas à medida que o dinheiro permanece investido, esse percentual diminui. A alíquota chega a 10% quando os recursos são mantidos por dez anos ou mais.


 
FONTE: IG ECONOMIA

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