quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Veja as ações mais recomendadas para novembro

Algumas corretoras começam a montar carteiras mais agressivas; Eztec, Vale e Banco do Brasil estão entre as mais sugeridas

Olívia Alonso, iG São Paulo | 03/11/2011 05:40

As preocupações relacionadas com as economias europeias seguem em novembro, mas analistas acreditam que o mercado de ações brasileiro deve continuar a se recuperar, mantendo o viés positivo de outubro. Algumas corretoras já começam a apostar em ações ligadas às commodities, que normalmente sao impactadas em momentos de crise, e menos defensivas. Entre as sete corretoras de valores consultadas pelo iG, as ações mais sugeridas para o mês foram de Eztec, Banco do Brasil, Petrobras e Vale.


Ainda que algumas corretoras continuem apostando em papéis menos sensíveis ao mercado externo, prevendo a continuidade das incertezas no cenário internacional, é possível identificar um maior otimismo em outras casas. Por acreditarem que a situação europeia esteja mais encaminhada, apostam em um mercado mais tranquilo em novembro e começam a mudar um pouco a características de suas carteiras, tornando-as um pouco mais agressivas.


Foto: Getty Images
Corretora espera mercado menos pressionado pelas questões externas em novembro


A Planner foi uma das corretoras que optaram por uma carteira mais agressiva em novembro. Os analistas substituíram seis papéis que apareciam no portfólio anterior, acreditando que os investidores estarão mais “aliviados” durante este mês, ainda que considerem que existe um “longo caminho entre a aprovação do acordo financeiro para os países europeus e a comprovação de sua eficiência”.
“A nossa expectativa para o mês de novembro é de um mercado menos pressionado pelas questões externas e mantendo o viés de alta observado em outubro,” afirmam em relatório.




Com opinião parecida, os analistas da Um Investimentos acreditam que apesar do “cenário de turbulência e incertezas nos mercados mundiais”, o mercado de ações brasileiro deve mostrar uma maior recuperação neste fim de ano. A equipe da Um investimentos aumentou sua exposição às commodities, retirando os papéis da Dasa do portfólio para incluir as ações da Suzano.

A Socopa, por sua vez, diz que o otimismo das medidas adotadas na Europa na última semana “não prevaleceu” neste início de mês, após George Papandreou, o primeiro-ministro grego, ter convocado um referendo sobre o acordo de ajuda à Grécia. No primeiro dia de novembro, o Ibovespa recuou 1,74%, enquanto alguns índices europeus caíram 5% e os norte-americanos perderam 3%.
Diante das incertezas na região, dizem os analistas da corretora, a carteira defensiva montada para o mês anterior foi inalterada. “A repercussão foi amplamente negativa no mercado e até dentro do seu próprio partido, que ameaça forçar sua renúncia,” afirmam.

A Rico, home broker da Octo Investimentos, também preferiu apostar em uma carteira mais defensiva, mas com um leve aumento do risco. “Apesar de acreditarmos que as medidas tomadas pelas autoridades europeias não resolveram completamente a crise de crédito na zona do euro e que devemos ter um cenário ainda pouco claro para os mercados, estamos adicionando um pouco mais de risco na carteira de novembro. No entanto, procuramos adicionar empresas que têm mostrado consistência na entrega de resultados e que preservam nosso racional de estarem bem posicionadas no mercado interno,” afirmam.
Em novembro, aparecem 35 papéis diferentes nas sete carteiras recomendadas consultadas pelo iG, sendo que 23 deles são citados apenas por uma das casas. Veja abaixo as ações que foram sugeridas por pelo menos duas corretoras.

 
As mais recomendadas

Eztec

As Eztec tem suas ações (EZTC3) sugeridas por quatro corretoras, que acreditam que a empresa vem mostrando solidez em suas margens e rentabilidade em suas operações. “Além disso, conta com um colchão de liquidez, algo raro entre as empresas do setor,” dizem os analistas da Rico.
A Planner corretora acrescenta que a expectativa da confirmação de mais um grande lançamento corporativo para a virada do ano “deverá dar novo estímulo aos negócios da companhia, com reflexo nos seus papéis.”
Além disso, os analistas da Planner dizem que os múltiplos da Eztec “permanecem os mais atrativos dentro do setor imobiliário”. A corretora aposta que as ações cheguem a R$ 20 em 12 meses, o que significa um potencial de valorização de 30,72% em relação aos atuais R$ 15,30.


Banco do Brasil

Com três recomendações, o Banco do Brasil (BB) apresenta melhoras marginais no mix da carteira e aumentando a participação em créditos de menores riscos, diz a Rico em relatório.
Os analistas destacam ainda que a operação de seguros deve aumentar sua participação mos resultados do banco. “Entre os bancos grandes listados é o que apresenta múltiplos mais baixos."
A Planner disse ter incluído a ação do BB na sua carteira de novembro diante da expectativa positiva para os resultados do terceiro trimestre. “A ação BBAS3 ficou atrasada em relação a seus pares, em parte pela condição de ser banco do governo. Contudo acreditamos que os números do banco continuarão consistentes e até o final do ano,” acrescenta a corretora.



Vale e Petrobras

As ações da Vale e da Petrobras também estão entre as mais sugeridas. A mineradora aparece entre as recomendações por mostrar fundamentos consistentes para médio e longo prazos.
A Planner espera que 2012 seja um ano melhor para o minério de ferro, tanto em demanda como em preço, o que favorece a empresa.
A Socopa acrescenta que o cenário para o setor de mineração é positivo para os próximos anos dadas as expectativas de recuperação gradativa das economias desenvolvidas e as elevadas taxas de crescimento esperadas para os países em desenvolvimento.
“As ações da empresa negociam hoje a múltiplos extremamente descontados, abaixo da média dos papéis que compõem o Ibovespa, acrescenta a Rico.
Já os papéis da Petrobras podem ser favorecidos pelo reajuste de 10% e 2% nos preços da gasolina e do diesel, que passarão a vigorar no início de novembro, diz a Um Investimento.
Além disso, a corretora diz que a empresa está descontada frente aos pares internacionais e que perspectivas são positivas quanto à aprovação do pacote europeu nas cotações das commoditties internacionais, o que tende a beneficiar em parte o faturamento da companhia.
Os analistas acrescentam que os impactos negativos da forte valorização do dólar em setembro e da importação de gasolina no trimestre passado já foram “em grande parte incorporados” aos preços das ações no mercado.


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