quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cuidado com os sete pecados financeiros das férias

Festas, bebidas, viagens e presentes. Finalmente o fim do ano chegou, repleto de tentações. Mas antes de se entregar, veja dicas para começar 2012 sem ressacas

Olívia Alonso, iG São Paulo | 15/12/2011 19:23
O fim do ano finalmente chegou! É hora de comemorar os feitos dos últimos 12 meses - ou afogar as mágoas, se for o caso. Reunir amigos, primos e tios e falar besteiras, noite adentro, sem censuras. Agradar bastante quem te aguentou durante todo o ano e distribuir muitos presentes para todos. E, claro, comprar tudo aquilo que você trabalhou tanto para merecer, sem limites. Enfim, chegou a hora de se esbaldar, até que as férias terminem. Certo?
 
Nem tanto. É preciso cuidado, e muito, com os sete pecados financeiros escondidos nas férias de verão. Antes de adotar filosofia do "eu mereço" e se entregar às tentações, veja abaixo as dicas dos consultores Humberto Veiga e Mauro Calil para começar 2012 sem uma baita ressaca financeira.

Foto: Getty Images Ampliar
Participar de todas as festas pode ser nocivo ao bolso

1) Comemore com moderação

Empresa, clube, academia, antigos amigos. Não faltam convites de turmas diversas para as confraternizações de fim de ano em bares ou restaurantes. Mas esticar demais sua presença e/ou participar de todas elas pode ser muito nocivo ao bolso. Seja seletivo, participe dos encontros que são realmente necessários, que podem apresentar uma oportunidade profissional, ou com amigos muito próximos, e sem exagerar nos petiscos.
O mesmo vale para as festas caseiras e viagens. Na filosofia do "eu mereço", às vezes acabamos comprando vinhos e champagnes mais caros, refinamos a ceia e escolhemos os melhores destinos para o reveillon. O resultado da gastança pode anular os efeitos do bom ano que passou. Comemore, mas com moderação. Leia também: Feliz Natal e Ano Novo sem dívidas


2) Seja firme com as “caixinhas”

“Minha sugestão seria você desaparecer nesta época e só retornar após o Natal,” brinca o consultor Humberto Veiga. Como nem sempre isso é possível, ele sugere que a caixinha seja dada apenas a algum funcionário específico com o qual você se identifique.
É importante ter em mente que a caixinha não é obrigatória. As pessoas confundem a obrigação de prestar algum serviço com a necessidade de gratificação adicional além do salário que o funcionário já recebe para isso. O décimo terceiro salário é uma forma de remuneração “diferida”, isto é, deixada para depois, justamente para “salvar” a pessoa no momento de êxtase coletivo.
A sugestão do consultor Mauro Calil é dar presentes, como panetones, para aqueles que você realmente queira agradar. “Não dê caixinhas ou gorjetas. Há um constrangimento enraizado em nossa cultura sobre o assunto e muitos se aproveitam deste fato,” diz.


3) Não compre presentes na véspera do Natal

A melhor época para comprar presentes é depois do ano novo. O problema é que você está às portas do Natal. Então tente “negociar” com o futuro ganhador do presente uma entrega futura. Dê alguma forma de “vale-presente”. Outra maneira “econômica” de lidar com o tema é procurar um presente que não seja material, do tipo: massagem, aula de alguma coisa diferente (dança, teatro), ingresso para um evento. Este tipo de presente não está sujeito à sazonalidade do fim do ano e pode sair bem mais barato e ser mais criativo.
Humberto Veiga lembra que, na verdade, o Natal é uma festa religiosa cristã e está associada ao nascimento de Jesus: “Nada há que associe o nascimento de Cristo à ‘obrigação’ de dar presentes. Acontece que virou costume. Os empresários e bancos adoram este costume. A mensagem subliminar é para comprar, enquanto a visível é de ‘fraternidade e amor’”.


4) Agende os pagamentos a vencer

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Peça para que seus dependentes enviem antecipadamente as faturas que vão vencer durante sua viagem

Para viajar sem se preocupar com contas a vencer, ou sem precisar pagar altos juros depois, os consultores sugerem algumas medidas bastante práticas. A primeira delas é pedir que seus credores e dependentes do seu rico dinheirinho enviem antecipadamente as faturas que vão vencer durante o seu período de viagem. Em seguida, faça uma lista das despesas que não têm como ser mandadas antecipadamente e uma lista de sites para obter os boletos para pagamento.
Deixe os pagamentos agendados para as contas a vencer. É possível fazer isso pela internet e em caixas eletrônicos. O pagamento adiantado das pequenas faturas pode ser uma solução desde que haja recursos disponíveis. E o cadastro de contas no débito automático pode evitar esquecimentos corriqueiros.



5) Proteja o seu patrimônio

Avalie o quão seguro está o seu patrimônio. Se morar em casa, tenha procedimentos de segurança e combine com os vizinhos alguma forma de supervisão. As polícias de sua cidade têm dicas valiosas sobre como diminuir a probabilidade de ter sua casa furtada.
Tome conta também dos seus aparelhos eletrônicos. Se você os mantiver desligados da tomada, além de uma economia adicional na conta de luz, pode evitar transtornos decorrentes da época das chuvas (e dos raios) comuns no verão, que podem danificar os eletrodomésticos.



6) Fuja da inflação das férias

O período de férias se caracteriza por uma questão econômica: oferta restrita. Não há vagas em aviões, hotéis, restaurantes, bares em número suficiente para a demanda naquele momento. Por conta da forte procura, os preços ficam mais altos. Se você vai viajar, dificilmente encontrará promoções. E as barganhas podem ser propagandas enganosas. Por isso, a sugestão dos especialistas é de tentar não fazer compras nesta época do ano, principalmente de produtos relacionados com a temperatura alta do verão, como ventiladores, aparelhos de ar condicionado e protetores solares.
O ideal é manejar o consumo para um período anterior ou posterior e tentar adaptar as férias para períodos de menor demanda. Se não for possível, por conta de condições familiares, por exemplo, é preciso evitar os gastos ao máximo, ou pesquisar bastante e procurar produtos de marcas mais baratas, ainda que de qualidade.




7) Cuidado com o cartão de crédito no exterior

Para driblar o imposto de 6,38% sobre o valor das compras feitas no cartão de crédito no exterior, a sugestão é levar dinheiro em espécie ou fazer cartões de débito pré-pagos. Como as taxas variam muito de uma casa de câmbio para outra, é preciso pesquisar antes de fechar o negócio. Há empresas que negociam por telefone e entregam o dinheiro em casa, enquanto outras oferecem desconto na taxa de câmbio para quem opta pelo cartão pré-pago.


Humberto Veiga é consultor financeiro e autor do livro “Tranquilidade financeira – saiba como investir no seu futuro".


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FONTE: IG ECONOMIA
Mauro Calil é consultor financeiro e professor do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil.

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