sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

GUIA: QUAIS ELETRÔNICOS VALEM A PENA TRAZER DO EXTERIOR

Em alguns casos, diferenças de sistemas entre países podem prejudicar funcionamento dos equipamentos

André Cardozo, iG São Paulo | 09/12/2011 05:27

Muitos brasileiros aproveitam o fim de ano para passar alguns dias no exterior e fazer compras. O gasto dos brasileiros em países estrangeiros vem aumentando e equipamentos eletrônicos costumam estar entre os itens mais populares nas malas dos turistas. Entrentanto, algumas diferenças técnicas entre países podem fazer com que a compra se torne um mau negócio. Para evitar problemas ao trazer eletrônicos para o Brasil, consulte a seguir o guia elaborado pelo iG.


Impostos

Qualquer aparelho eletrônico é mais barato nos Estados Unidos do que no Brasil. Entretanto, a compra pode naõ compensar devido aos impostos a serem pagos na chegada em território brasileiro. Por isso, antes de planejar qualquer compra, é necessário observar as leis de importação no Brasil.

Atualmente é permitido trazer até US$ 500 em compras do exterior. Acima disso, há um imposto de 50% sobre a diferença. Por exemplo, se um viajante traz um total de US$ 2.000 em compras, deve pagar 50% sobre US$ 1.500 (total das compras menos US$ 500 da cota livre de impostos), ou seja, US$ 750.

Devido a uma mudança nas regras de importação realizada em 2010, alguns eletrônicos, como câmeras digitais, não entram na cota de produtos importados quando comprados para uso pessoal (limite de um produto por pessoa). Informações detalhadas sobre quais produtos podem ser trazidos e cotas de imposto podem ser obtidas no site da Receita Federal.


Notebooks

Notebooks comprados no exterior funcionam normalmente no Brasil. Há apenas dois detalhes a serem observados.

Notebooks: item muito popular na lista de compras de quem vai ao exterior
O primeiro é que será necessário comprar um adaptador para tomadas brasileiras. O padrão americano de tomadas (dois pinos chatos) até é compatível com algumas tomadas brasileiras, mas não todas. Já quem comprar um notebook na Europa terá obrigatoriamente que comprar um adaptador.

LEIA TAMBÉM:
- Guia: Como escolher um notebook

O segundo detalhe é que o teclado dos notebooks importados pode não ter teclas como cedilha e til. Mas é possível configurar o sistema operacional para obter esses caracteres usando outras teclas.

iPhone e outros smartphones

Smartphones desbloqueados comprados na Europa e nos Estados Unidos funcionam sem problemas no Brasil. Nos Estados Unidos, entretanto, o comprador deve sempre verificar se o modelo funciona com a tecnologia GSM, usada por aqui. Naquele país muitos aparelhos são vendidos com a tecnologia CDMA, incompatível com as operadoras brasileiras. Esse risco não existe na Europa, que usa apenas a tecnologia GSM, como o Brasil.


Videogames

Videogames comprados nos Estados Unidos funcionam sem problemas no Brasil. Mas quem pretende trazer um videogame da Europa deve prestar atenção a uma série de detalhes.

Para começar, os consoles Wii e Xbox 360 têm proteção por região. No caso do Wii, esse bloqueio vale para todos os jogos. Ou seja, games comprados no Brasil não rodam em videogames Wii comprados na Europa. Esse problema não afeta videogames comprados nos Estados Unidos, pois a região é a mesma do Brasil.

Xbox 360: bloqueio por região depende dos fabricantes dos jogos

No caso do Xbox 360, o bloqueio por região depende do fabricante de cada jogo. Alguns sites testam jogos europeus para ver sua compatibilidade com o padrão americano (usado no Brasil). Um deles é o Wikia Gaming. Quem tem um Xbox 360 europeu deve consultar um desses sites antes de comprar um jogo no Brasil.

LEIA TAMBÉM:
- Guia de videogames detalha todos os consoles


Quem optar pelo Playstation 3 pode ficar tranqüilo neste aspecto. Esse videogame não tem bloqueio por região. Qualquer jogo, comprado em qualquer país, roda igualmente em todos os consoles PS3.

Outra informação útil para quem quer comprar um videogame na Europa é que o aparelho deve ser conectado à TV brasileira por meio da conexão de vídeo componente, e não da conexão HDMI, a mais usada para conectar equipamentos em alta definição.

O problema ocorre porque poucas TVs brasileiras são compatíveis com as versões do padrão de imagens PAL, usado na Europa (o Brasil usa uma versão própria do PAL, o PAL-M). Essa incompatibilidade impede que a porta HDMI seja usada para conectar aparelhos europeus a TVs brasileiras (e vice-versa). A solução mais simples é usar a conexão de vídeo componente, que não é afetada por essa incompatibilidade e também fornece imagens com qualidade Full HD.

Outro problema para quem compra um videogame na Europa é a tensão elétrica. Diferentemente de notebooks e outros equipamentos eletrônicos com fontes universais, os videogames vêm com fontes preparadas apenas para uma tensão (220v ou 110v). Como muitos países na Europa usam 220v, quem mora em cidades brasileiras que usam 110v terá que comprar uma nova fonte ou um transformador para usar seu videogame.


Aparelhos Blu-ray

Aparelhos Blu-ray vendidos nos Estados Unidos usam a região 1, mesma usada no Brasil. Por isso, podem reproduzir sem problemas discos Blu-ray comprados aqui. Mas isso não ocorre com DVDs comuns, já que Brasil e Estados Unidos estão em regiões diferentes nessa tecnologia (4 e 1, respectivamente).

Alguns aparelhos podem ser desbloqueados usando códigos obtidos na internet para rodarem DVDs de todas as regiões. Mas, se esse não for o caso do seu modelo, é melhor guardar o antigo DVD.

De modo geral, comprar um aparelho Blu-ray na Europa é uma má ideia. Os aparelhos vendidos lá têm região Blu-ray diferente e sofrem da mesma incompatibilidade de padrões PAL mencionada no item relativo a videogames. Por isso, é melhor adquirir players Blu-ray aqui mesmo no Brasil. Esses aparelhos podem ser encontrados no País por cerca de R$ 300.


iPad, Kindle Fire e outros tablets

iPads comprados nos Estados Unidos e na Europa funcionam normalmente no Brasil. Como ocorre com smartphones, quem comprar a versão 3G do iPad nos Estados Unidos deve optar pelo modelo com tecnologia GSM (rede da operadora AT&T), e não pelo modelo com CDMA (operadora Verizon), já que no Brasil todas as operadoras usam a tecnologia GSM. Isso vale não só para o iPad, mas para qualquer tablet com conexão 3G.

Vale lembrar ainda que o iPad 3G, assim como o iPhone 4 e outros smartphones mais recentes, usa um chip do padrão microSIM, menor do que o chip SIM usado na maioria dos celulares. Por isso, quem comprar um desses deve solicitar um chip microSIM à sua operadora.


Kindle Fire: alguns serviços funcionam apenas nos Estados Unidos
Disponível apenas nos Estados Unidos, o Kindle Fire funciona de forma capenga fora daquele país. Fora dos Estados Unidos é possível usar o tablet para navegar na web e comprar e ler livros pelo aplicativo do Kindle. Mas outros serviços, como as lojas de músicas, vídeos e aplicativos da Amazon, não funcionam.

De modo geral, outros tablets com sistema Android funcionam sem problemas no Brasil. Entre os modelos mais populares nos Estados Unidos, apenas o Nook Color não é uma boa opção. Seu grande atrativo, a integração com a loja de livros Barnes & Noble, funciona apenas naquele país.


Apple TV e outras centrais de mídia

A Apple TV funciona apenas parcialmente no Brasil. Quem tem uma conta na iTunes dos Estados Unidos pode alugar vídeos com cartões pré-pagos ou usando um cartão de crédito (desde que tenha endereço de cobrança nos Estados Unidos). Mas alguns recursos, como transmissões de jogos da NBA e de outros eventos esportivos, estão disponíveis apenas nos Estados Unidos. A Apple TV deve chegar em breve ao mercado brasileiro, mas a Apple não revelou quem serão os parceiros de conteúdo para o Brasil.

Restrições de acesso a conteúdo também costumam valer para outras centrais de mídia, como o Roku. Por isso, de modo geral, recomenda-se que o comprador obtenha detalhes sobre os recursos e possíveis bloqueios de cada aparelho antes de comprar.


Nenhum comentário: