terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Comprar um usado ou não, eis a questão

Com tanta oferta de carro novo, vale a pena arriscar em um usado? Confira nossas dicas para fazer um bom negócio

Guilherme Pontes | 16/1/2012 14:38
Nunca se vendeu tanto carro no Brasil como atualmente. Seja zero ou usado. Isso mesmo, os carros usados também estão em alta. Em 2011, foram emplacados cerca de 8,9 milhões de veículos usados ante 8,4 milhões no mesmo período em 2010.

Se você está interessado em fazer com que esse número aumente, é necessário tomar alguns cuidados. iG Carros conversou com alguns especialistas e destacou algumas dicas para decidir ou negociar o tão sonhado “velhinho”.


Valor

Geralmente é o que mais atrai nestes modelos. Afinal, a desvalorização média de um veículo após sair da concessionária é de cerca de 15%. Segundo o consultor automotivo da ADK, Paulo Garbossa, a desvalorização é uma ‘hipérbole’. “Ela é alta no começo, mas depois é menor com o tempo. Os três primeiros anos são os que desvalorizam mais.”. Ou seja, levando esse raciocínio em conta, um modelo de 2006 não teria o preço tão desvalorizado se comparado ao ao de 2007 quanto o de 2008 teria em relação ao de 2009.
No entanto, tem que se tomar muito cuidado com o preço. Para Vitor Meizikas, consultor da Molicar, a manutenção é considerada uma depreciação não-direta. “Com três ou quatro anos de vida, o veículo começa a ter que trocar peças mais caras. É um dinheiro que vai e não volta, impossível de recuperar na venda”. Essas considerações precisam ser levadas em conta.


Equipamentos/Peças

A vantagem de comprar um usado está justamente nos equipamentos, pois, como o modelo desvaloriza logo de cara 15%, é possível comprar um mais completo por um preço de um novo ‘pelado’. No entanto, a peça do modelo não deprecia. Ou seja, o valor de manutenção permanece alto, embora o preço do carro esteja depreciado. “Uma pastilha de freio não perde valor de mercado, por exemplo. Um modelo usado com uma tecnologia avançada terá as peças caras, mesmo se tiver seis anos de uso”, destaca Meizikas.
Já Garbossa alerta para uma questão importante, a reposição de peças. Para ele, se um modelo não vendeu muito, será mais difícil encontrar peças no mercado. “É importante saber quanto o modelo vendeu e se ele compartilha peças com outros carros da marca. Senão a peça de reposição pode virar uma dor de cabeça”, explica. Mesmo que a legislação exija que as empresas produzam peças até 10 anos após o encerramento da produção de um determinado veículo, na prática isso pode não acontecer. Por isso as autopeças dão preferência aos modelos que mais venderam.



Financiamento

De cara, tanto Garbossa quanto Meizikas fizeram ressalvas para o financiamento. “Financiamento de veículo usado é mais caro. No caso de calote, o banco recolhe o veículo e, por se tratar de um modelo já rodado, pode ficar mais complicado vender e reaver a dívida”, diz Garbossa. E olha que 70% dos veículos são adquiridos por financiamento.


Seguro

Claro que varia muito de acordo com o perfil do motorista. Mas o seguro de um veículo usado pode não se alterar muito em relação ao novo. “Depende do modelo. Mas se você pegar um modelo usado que ainda tem versão 0 km nas lojas e fizer uma cotação, vai ver que o preço será parecido”, diz Meizikas.
Há ressalvas, pois modelos antigos com airbag podem ter o valor mais caro. “A tecnologia de airbag não era tão desenvolvida. Ao estourar num batida, o valor de conserto era altíssimo. As seguradoras levam isso em consideração”, conta Garbossa. O valor de reparação de um modelo atmbém influi no valor. “Se for modelo importado completo, pode deixar o seguro bem mais caro que um 0 km nacional”, diz.
Impostos

O IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) tende a ser mais barato em veículos usados. O IPVA é 3% do valor do carro flex e 4% do veículo a gasolina. Portanto, como o modelo desvaloriza, o imposto segue o mesmo caminho.


Outras observações

Comprar carro usado depende muito do estado de conservação, por isso o preço pode variar tanto É muito importante estudar a procedência dos carros (veja dicas para avaliar um veículo usado no infográfico acima). Checar se as revisões preventivas foram feitas, se não há nenhuma reclamação judicial sobre o modelo, verificar se os impostos foram pagos e se não há nenhum parcela pendente.. Com o número de RENAVAM, é possível consultar as pendências judiciais. Já a revisão, será necessária a ajuda de um mecânico de confiança para verificar o desgaste das peças.

O engenheiro mecânico Adriano Fontoura recomenda a verificação do estado dos pneus e dos tecidos internos, entre outros. “Levante a tampa do porta-malas para saber se há terra ou excesso de poeira, para saber onde esse carro andou. Veja freios, suspensão, arranhões na pintura, tudo. Se possível, dê uma volta antes”, avalia.

FONTE: IG CARROS

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