segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

ONDE INVESTIR EM 2012

Tesouro Direto e renda fixa são boas opções em mais um ano de nervosismo. Expectativas não são boas para renda variável.

iG São Paulo | 02/01/2012 05:55

Cautela, conservadorismo e canja. Essa é a receita de analistas e consultores para quem enfrenta agora a árdua tarefa de definir uma estratégia de investimentos para 2012. Diante de um cenário repleto de incertezas e de notícias não muito animadoras, é preciso não apenas conhecimento, mas também tranqüilidade e uma boa dose de frieza para tomar as decisões mais adequadas a cada objetivo.

Leia também: Glossário das finanças pessoais

A estagnação da economia brasileira – no terceiro trimestre deste ano, o PIB ficou estável – a crise na Europa e a instabilidade político-econômica verificada nos Estados Unidos são três dos principais fatores que têm tornado mais complicada a decisão de investir. Para piorar, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 18,11% em 2011. Tendo esse quadro em vista, o que é mais (ou menos) recomendado para 2012?


Confira as opções:

Tesouro Direto


Tesouro direto é opção para quem vai aplicar a partir de R$ 150


O Tesouro Direto é uma opção para quem tem mais de R$ 150 para investir por um prazo mais longo e quer rendimento maior do que o da poupança e dos fundos de renda fixa. É o programa de venda de títulos do governo federal voltado apenas para pessoas físicas.


Quem opta pelo Tesouro Direto está comprando títulos do governo, que podem estar atrelados à inflação (IPCA, no caso da NTN-B), prefixados (NTN-F e LTN) e vinculados à taxa básica de juros (LFT). Os títulos indexados ao IPCA ficaram na segunda colocação entre os mais rentáveis de 2011, com a inflação pressionando a economia. A rentabilidade foi de 12,91%. A taxa Selic, que dá o rendimento da LFT, está em trajetória de baixa, mas ainda em dois dígitos: 11%.

Confira aqui o passo-a-passo para aplicar no Tesouro Direto


Veja aqui os custos da operação, a mordida do Leão e os títulos negociáveis

Especialista em finanças pessoais, André Massaro indica para aplicações CDB e o tesouro direto, opções que ele considera mais seguras levando em consideração o cenário no curto prazo. “Nada impede que a economia brasileira sofra uma desaceleração em 2012. Por isso, o ideal é manter uma postura defensiva”, afirma.

Angela Menezes, professora de Finanças do Insper, também sugere o Tesouro Direto como opção de renda fixa para quem tem objetivo de investir em 2012 pensando em longo prazo. “Para quem pode deixar o dinheiro por mais tempo, o Tesouro é melhor que outros produtos, como o CDB,” afirma. Segundo ela, comprar títulos do Tesouro Nacional “é uma aposta no País – e não nos bancos, como o caso do CDBS – e é para quem acha que o Brasil vai para frente.”


Fundos de renda fixa

Renda fixa: menos custos para quem aplica mais

Os títulos de renda fixa tiveram a terceira melhor valorização entre as principais aplicações do mercado em 2011, com alta média de 12,43%. Os fundos de renda fixa têm lucratividade contratada previamente, ou seguem as taxas de mercado. Podem ser pré-fixados ou pós-fixados.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), fundos de renda fixa e DI devem ser considerados como opção de investimentos apenas para quem tem mais de R$ 25 mil. A conclusão foi tirada a partir de uma análise das taxas de administração médias cobradas pelas instituições que gerem esse tipo de aplicação. Quanto menos recursos aplicados, mais altos são os custos.

Confira aqui: Aplicar em renda fixa e DI só é vantajoso acima de R$ 25 mil

O diretor da corretora Pentágono, Marcelo Ribeiro, diz que o ideal em 2012 é apostar em um fundo de renda fixa, ou até mesmo cambial, uma vez que o dólar pode ser um porto seguro. No ranking de investimentos de 2011, o dólar ficou na quarta melhor colocação, com valorização de 12,32%.

Ele se diz extremamente pessimista diante do que classifica como as três catástrofes potenciais de 2012: a desintegração da zona do euro, a desaceleração da economia na China e o crescimento medíocre dos Estados Unidos. “Ao contrário do que vem sendo dito por alguns políticos e economistas, o Brasil está completamente integrado à economia global, o que não nos livra de enfrentar dificuldades em 2012”, diz.


Renda variável


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A regra número um para o investidor que pretende investir em ações é ter consciência de que o investimento é de longo prazo. Comprar uma participação em uma empresa significa adquirir uma fatia da companhia, ou seja, ser sócio. Como o objetivo é ganhar, é bom saber que este lucro pode não vir em curto prazo, já que as empresas podem ser abaladas por diversos fatores, internos ou externos. Em períodos maiores, a probabilidade de crescimento é mais provável. Mesmo que uma crise afete os negócios, há tempo para recuperar o capital.

Mas os especialistas em mercado financeiro não estão, em sua maioria, otimistas em relação à Bovespa em 2012. Ribeiro acrescenta ainda que, historicamente, a moeda e o mercado de ações brasileiro oscilam mais que a média. “Ou seja, se o mundo vai bem, a Bolsa e o real vão muito bem. Mas, se o mundo vai mal, a queda é ainda mais acentuada no Brasil”. Não por acaso, ele recomenda aos investidores que fujam da bolsa de valores em 2012, especialmente se os papéis forem ligados a commodities. O ouro também não é indicado por ele devido à dificuldade que os investidores brasileiros encontram para gerenciar o ativo.

Assim como Ribeiro, um analista de uma das principais corretoras do país também desaconselha os investimentos em Bolsa ao longo de 2012. O analista, que prefere não se identificar, diz que este é o pior momento para o investidor pessoa física colocar seu dinheiro em ações. “A menos que a pessoa tenha muita disposição para sofrer e frieza para acompanhar o mercado sem sofrer um infarto a cada desvalorização, não indico o aporte de recursos em ações”, afirma.

Na contramão dessa orientação, Alexandre Wolwacz, sócio da Leandro & Stormer, acredita que 2012 será um ano interessante para fazer investimentos em bolsa. Para justificar sua orientação, ele evoca uma teoria segundo a qual o final dos anos que terminam em 2 são sempre ótimas janelas de oportunidade para comprar ações. “De acordo com essa análise os mercado alcançam o topo nos anos que terminam com 0 e atingem o fundo do poço nos anos que terminam em 2. Foi assim nas décadas de 80 e 90 e no início dos anos 2000”, diz.

Ou seja, segundo Wolwacz, quem estiver disposto a comprar ações deve esperar até o final de 2012, quando, então, poderá levar bons papéis por preços interessantes. Na lista de ações indicadas por ele estão small caps como Randon e Weg.



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FONTE: IG ECONOMIA

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