quinta-feira, 26 de abril de 2012

COMO APROVEITAR MELHOR O PROGRAMA DE MILHAS AÉREAS

Como eu disse na semana passada, não gosto dos programas de milhagem das linhas aéreas. Ou talvez eu tenha dito que odeio e que o mundo seria um lugar melhor sem eles, não lembro exatamente.

Mas o mundo também seria um lugar melhor se pudéssemos ficar magros comendo chocolate e batatas fritas o dia todo. Mas, ainda assim, comemos frutas e verduras. E também devemos fazer todo o possível para aproveitar as milhas. As seguintes 11 dicas são um bom começo.

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Troque Paris por uma meta mas fácil de ser alcançada, como uma viagem pelo nordeste


1 – Se você não é um homem de negócios tipo o George Clooney em “Amor sem Escalas” ou este cara que tem 10 milhões de milhas, você não vai poder levar sua família inteira para Paris em classe executiva. Como alternativa, pense em uma meta razoável: um feriadão no nordeste, por exemplo.

2 – Organize as milhas que já tem. Se está acostumado a usar a internet em inglês, recomendo o AwardWallet, um site grátis que guarda os detalhes das suas contas de fidelidade e mostra seus balanços em milhas. Mais conveniente ainda, também contém links para entrar diretamente na sua conta sem ter que lembrar a senha de novo. Eu não encontrei nenhum site que faça o mesmo em português (se existir, alguém bote nos comentários, por favor), mas nem precisa de um site para isso. Basta fazer uma lista no seu smartphone ou em um papel guardado em sua carteira para sempre levar com você. Nem imagino quantas milhas se perdem porque o passageiro não encontra o número da conta quando faz a reserva, jura que vai colocar quando faz o check-in no aeroporto e depois se esquece de levar o número de novo. Ah, e nunca é preciso levar os cartões emitidos pelas companhias aéreas, é só o número o que importa.

3 – Nunca acumule milhas em duas companhias que sejam parceiras. Ou seja, se você tem conta com a Gol, não abra conta com a Delta também. Se viajar de Delta, peça para colocar as milhas na Gol, o que ajudará a concentrar milhas para chegar ao valor de um voo. Seja só com milhas da Gol ou só da Delta. Se você acumular 10.000 com a Gol e outros 10.000 com a Delta, e o voo custar 20.000, não será possível juntar. Confira uma lista das principais alianças. Faltam, no entanto, parcerias independentes como a da Delta com a Gol.

4 – Escolha a companhia que mais usa e voe com ela (e as parceiras) sempre que seja possível. Poucas milhas em muitas empresas não valem nada.


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Coloque no papel quanto vale cada milha

5 – A parte mais complicada, mas mais importante: calcule quanto vale cada milha para você. Faça o seguinte: pense em uma viagem que faz com alguma frequência (ou que gostaria de fazer se tivesse o dinheiro: que tal Rio de Janeiro – Roma?). Investigue quantas milhas custará cada voo da viagem. Pela minha experiência, já digo que é difícil conseguir esta informação nos sites das companhias aéreas e às vezes é preciso ligar. Agora, calcule quanto custaria esses voos em dinheiro. Divida o custo em dinheiro pelo custo em milhas. Exemplo: você mora em Porto Alegre e seus pais moram em Belo Horizonte. Você acumula milhas da Gol e, lá, a viagem de ida e volta para Belo Horizonte sai (nem sei se está certo) 16.000 milhas. O preço típico da viagem é (vamos dizer) R$ 385. Daí é preciso descontar as taxas que se pagaria na viagem com milhas; vamos dizer que são R$ 50. R$ 335 divididos por 16.000, o que dá R$ 0,02 por milha. Eu sugiro testar pelo menos três voos diferentes e tomar a média dos valores, e depois descontar um pouco (talvez 15%), por várias razões chatas que não vou enumerar aqui, mas que incluem o fato de que as milhas podem vencer ou se desvalorizar.

6 – Já sabendo (aproximadamente) quanto vale uma milha para você, será mais fácil decidir quando tiver de escolher entre dois voos: o mais caro com sua linha preferida e o mais barato, em outra, onde não acumula milhas com frequencia.
Qual é a diferença? R$ 50? Qual o valor das milhas que ganharia do voo? R$ 16? Então, não vale pegar o voo mais caro.

7 – Usar um cartão de crédito para acumular milhas não é uma decisão tão simples. Pense profundamente. Depende, por exemplo, da taxa anual do cartão e da probabilidade de você usar as milhas. Para algumas pessoas, vale a pena usar um cartão que não acumule milhas ou simplesmente ficar com cartões de débito ou dinheiro mesmo. (Ou, ainda, procurar um cartão que dê dinheiro de volta em vez de milhas).

8 – As milhas se encontram em muitos outros lugares do mundo além dos hotéis e aviões. Acabo de alugar um carro em Washington e perguntei se era possível me darem milhas da United (novo parceiro da Avianca) por isso. Ganhei 50 milhas por dia, ou 350 no total.


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9 – Cadastre-se para receber todos os e-mails promocionais do seu programa de milhagem. É verdade que o Smiles vai te mandar muitos e-mails oferecendo voos por 1.000 e que são impossíveis redimir, mas sempre é bom ficar atento. Se for planejar uma viagem para fora do País, pense em “comprar” os voos entre dois países que não sejam o Brasil lá fora, usando as milhas das companhias brasileiras. Às vezes as milhas valem mais nas outras empresas parceiras.

10 – Quando, por fim, você estiver a bordo de um voo comprado com milhas, não celebre o fato de estar voando de graça. Óbvio que não foi. Ao invés de fazer isso, dê “parabéns” para você mesmo por ter aproveitado de um sistema que não foi desenhado para pessoas como você.

11 – Se você tiver mais alguma dica sobre milhas, escreva aí nos comentários. E se você não costuma ler os comentários das matérias, dessa vez pode valer a pena…


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COLUNISTA: SETH KUGEL - VIAGENS

FONTE: IG TURISMO

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