sexta-feira, 11 de maio de 2012

Facebook admite não ter faturamento esperado com versão para celular

"Eles são tão lentos quanto o Google para redes sociais", diz especialista em tecnologia

AE |
Às vésperas de seu IPO (oferta inicial de ações), o Facebook admitiu não ter o faturamento esperado com a sua versão para celulares, justamente onde o crescimento da rede social tem sido maior nos últimos meses. Ao mesmo tempo, a gigantesca rede social decidiu inovar ao lançar uma loja de aplicações (apps) para aparelhos móveis e acertar uma parceria com a Microsoft envolvendo o mecanismo de buscas Bing.
Foto: Justin Sullivan/Getty ImagesFacebook sofre para acompanhar Apple e Google em publicidade nos dispositivos móveis

"Acreditamos que o aumento no uso do Facebook em aparelhos móveis contribuiu para a recente tendência de crescimento no número de usuários diários ser mais rápido do que o nosso faturamento com publicidade", diz documento da empresa apresentado para a realização do IPO, previsto para acontecer ainda em maio.

A dificuldade em conseguir gerar receitas por meio de publicidade em celulares tem sido o calcanhar de Aquiles do IPO, com investidores ao longo de toda a semana questionando o CEO, Mark Zuckerberg, e seu braço direito, Sheryl Sandberg, sobre como eles pretendem superar este obstáculo. Ao todo, o Facebook possui cerca de 900 milhões de membros.

Destes, 488 milhões se conectam à rede social também ou apenas pelo celular e o número não para de crescer. Não há, até agora, uma solução clara para este problema, descrito como a "kryptonita" de Zuckerberg pelo analista Mathew Ingram, que mantém um blog de tecnologia no site da revista Bloomberg Business Week.

Nos últimos anos, o Facebook desenvolveu uma série de mecanismos para atrair anunciantes em seu site, mas ficou para trás no mercado de celular. O especialista em tecnologia Eric Jackson, em artigo na Forbes, afirma em tom alarmista que o Facebook não está preparado para a era do uso da web em celulares. "Levando em conta a demora do Facebook para entrar no mundo da telefonia móvel, dá para prever que eles serão tão lentos quanto o Google para redes sociais", escreveu, deixando de ser uma estrela da tecnologia como já aconteceu com o Yahoo e a AOL.

Os novos produtos têm sido lançados diretamente em forma de apps para celulares, como o Instagram, adquirido recentemente por US$ 1 bilhão pelo Facebook. Poucas start ups do Silicon Valley se concentram no desenvolvimento de sites. Uma das saídas paralelas para resolver este obstáculo foi o lançamento de uma loja de aplicações para celular ontem. O nome será App Center. Diferentemente de suas rivais, como a App Store, da Apple, esta iniciativa não terá o objetivo de ganhar dinheiro, mas de disponibilizar aplicações que sejam diretamente ligadas ao Facebook, com o uso do login para a rede social.

Desta forma, a empresa de Zuckerberg tentaria manter, nos aparelhos móveis, o mesmo controle que já possui nos computadores. Em outra ação anunciada ontem, o Facebook fez uma parceria com a Microsoft para fortalecer o Bing, um mecanismo de buscas que compete com o Google e passará a ter ligações com a rede social.

Neste mês, será realizado o IPO da empresa. O preço das ações deve variar entre US$ 28 e US$ 35. Caso obtenha sucesso na oferta, o Facebook terá um valor de mercado entre US$ 77 bilhões e US$ 96 bilhões. Ao todo, Zuckerberg espera levantar cerca de US$ 10,6 bilhões ao abrir o seu capital na bolsa. (Gustavo Chacra, correspondente)

fonte: IG ECONOMIA

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