A nova fórmula para o cálculo do rendimento da poupança - se a Selic chegar a 8,5% ao ano - ainda não deve tirar a atratividade da aplicação na comparação com fundos de renda fixa.
O que deve ocorrer é que o estreitamento dos rendimentos das
aplicações, com a queda da taxa básica de juros (Selic) indicada pelo governo,
vai obrigar o correntista a comparar as taxas de administração para garantir o
melhor ganho no fim do mês.
Na simulação com a taxa Selic a 8,5% ao ano e a nova regra da
poupança, a maioria dos fundos de renda fixa é atrativa com taxas de
administração de até 1%, segundo levantamento da Associação Nacional de
Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Mas, com a queda
geral da remuneração dos investimentos, será necessário comparar mais as
características de cada aplicação. 'Acima de tudo, vai começar a valer o prazo
da aplicação com mais ou menos incidência de Imposto de Renda e também a taxa de
administração', diz Miguel de Oliveira, vice-presidente Anefac.
A fórmula elaborada pelo governo prevê que já com a Selic a
8,5% ao ano a 'nova poupança' vai começar a render menos do que a poupança
atual. Segundo cálculo do matemático José Dutra Vieira Sobrinho, também
professor do Insper, o rendimento da poupança cairá dos atuais 6,53%para cerca
de 5,95% ao ano. 'Para os fundos de renda fixa, caso as taxas de administração
sejam superiores a 1%, eles tenderão a perder na comparação com a poupança. Isso
joga a pressão nos fundos para que eles reduzam as taxas de administração.'.
Segundo Oliveira, da Anefac, o momento para o investidor é de
barganhar e pesquisar qual a melhor forma de investimento. 'Se a taxa de
administração for superior a 2%, o correntista deve negociar ou trocar de
aplicação', diz Oliveira. 'É preciso pesquisar, ter paciência. Agora, a
competição tende a ser maior.'
Também para ele, a nova fórmula para a poupança deve fazer com
que os bancos acirrem a competição e, consequentemente, reduzam as taxas de
administração dos seus fundos.
A recomendação do professor Samy Dana, da Fundação Getúlio
Vargas, é que o correntista evite por enquanto as aplicações de renda fixa. Ele
indica que o investidor coloque na ponta do lápis as novas tarifas e veja quais
as vantagens de cada modalidade.
'O investidor precisa fazer as simulações e procurar entender
os produtos financeiros. A gente passa uma revolução nessa mudança de taxa e
cada vez vai ser mais difícil ganhar dinheiro fácil', afirma. 'A dica é a
seguinte: não invista no que não saiba.'
fonte: estadão - msn
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