terça-feira, 14 de agosto de 2012

Investimento passivo: sua carteira em piloto automático

Tempo é dinheiro. Independente do contexto, essa frase é 100% verdade.





Investimento passivo: sua carteira em piloto automáticoNão existe nada mais decepcionante que perder tempo com algo inútil ou que o retorno não compense esse tempo investido. E, muitas vezes, é possível gastar menos tempo com algo e obter um retorno parecido. Às vezes, até melhor.

O objetivo deste artigo é apresentar o conceito de investimento passivo, mostrando como podemos lidar com nossos investimentos para obter ótima rentabilidade sem precisar gastar horas analisando ativos.

 

 

Investimento passivo

Diferentemente do investimento ativo, onde o investidor precisa passar horas analisando cada ativo para então escolher qual deve comprar ou vender, no investimento passivo é necessário apenas definir uma alocação de ativos e manter essa composição ao longo do tempo.
O objetivo é reduzir os custos (taxas de corretagem, DOC e TED, entre outros), pois não é necessário comprar e vender muitos ativos. Reduzir também o stress, por não precisar acompanhar o mercado diariamente (ou mesmo semanalmente). E, por fim, reduzir o tempo de análise de investimentos.
Antes de continuar essa leitura, recomendo o artigo “O que é alocação de ativos?“, para conhecer a estratégia de investimento ideal para o investimento passivo.

 

Por que o investimento passivo?

Como mostrei no artigo sobre alocação de ativos, mais de 90% da variação do retorno de uma carteira de investimentos no longo prazo é atribuída à forma como os ativos estão alocados.
Isso significa que o quanto você destina para cada investimento em sua carteira, é 9 vezes mais importante do que quando você compra determinado ativo e qual é esse ativo.
Além disso, 66% dos fundos ativos de ações no Brasil perdem para o Ibovespa. Isso significa que 2/3 das pessoas que investem em fundos de ações obtém rentabilidade menor do que um investidor que simplesmente investe no ETF BOVA11 (o que é fundo de índice?).
Caso você não seja um trader profissional, por que então gastar tanto tempo analisando os mais diversos ativos para investir se 2/3 das pessoas perdem para um mero fundo de índice e a alocação de ativos é 9 vezes mais importante que o timing do investimento?

 

Alocação de ativos: carteira recomendada

Para quem é um investidor conservador, mas ainda assim deseja expor parte do capital em renda variável, na busca de melhores rentabilidades, vou recomendar uma carteira que acredito ser bem interessante.
O intuito é montar uma carteira balanceada, com poucos ativos, fácil de investir e ainda assim diversificada.

 

Renda Fixa: Tesouro Direto

Para investir em Renda Fixa, minha sugestão são os títulos públicos.
Se você ainda não sabe do que se trata, leia este artigo: Tesouro Direto.
Se já souber, aprenda a investir com o passo-a-passo para investir no Tesouro Direto.

 

Renda Variável: Fundos de Índice

Para renda variável, recomendo os fundos de índice.
Se você ainda não conhece, leia este artigo: O que é um fundo de índice (ETF)?
Se já conhece, aprenda a investir com o passo-a-passo para investir em Fundos de Índice.

 

Carteira recomendada

Minha recomendação conservadora é investir 80% em Renda Fixa e 20% em Renda Variável, divididos desta forma:
  • 40% – LFT;
  • 20% – LTN;
  • 20% – NTN-B Principal;
  • 10% – BOVA11;
  • 10% – SMAL11.

 

Balanceamento da carteira

Depois de montar a carteira inicial, só é necessário rebalanceá-la mensalmente, o que pode ser feito com os novos aportes. Invista de forma a manter esse balanceamento.
Por que?
Pois você estará sempre comprando mais do ativo que tiver desvalorizado (comprando barato) e vendendo os ativos que mais se valorizaram (vendendo caro).

 

Conclusão

O investimento passivo permite que você gaste bem menos tempo para montar e manter sua carteira e ainda assim obter ótima rentabilidade. E se considerar a diminuição nos custos, no stress e – principalmente – no maior tempo “fora do mercado”, pode ter certeza que vale a pena.
Para isso, basta adotar a estratégia de alocação de ativos, que particularmente considero a de melhor custo-benefício, considerando o risco e retorno.


Publicado em 13.08.2012 por Rafael Seabra em Educação Financeira

fonte: Quero ficar rico - educação financeira

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