sexta-feira, 31 de agosto de 2012

INVESTIMENTOS: MERCADO DE APLICATIVOS

Mercado de aplicativos é promissor e difícil


Outro anúncio relevante foi feito pelo Ministério das Comunicações, que pretende forçar a redução do preço desses aparelhos por meio da isenção de tributos. O governo quer disponibilizar modelos mais simples, a partir de R$ 200, incluindo acesso à internet e às redes sociais (leia-se inclusão digital). A promessa é incluir o smartphone na Lei do Bem e que essa oferta esteja disponível antes do Natal. Se concretizado, a festa do varejo será de gala, e o Papai Noel vai ter uma lista de presentes simplificada.

A febre dos smartphones movimenta não somente a zona franca de Manaus como também o universo dos desenvolvedores. Uma pesquisa divulgada pela Qualcomm mostrou que usuários brasileiros possuem, em média, 24 aplicativos instalados. Comparativamente, a China possui entre 80 e 100 aplicativos por device. Games, música e redes sociais são os mais comuns.
Sem incluir nessa análise os tablets, assim como o lançamento da loja de aplicativos do Windows 8 em outubro, esse é um momento promissor para as startups e desenvolvedores. A demanda por desenvolvimento de aplicativos vem crescendo. Agências e departamentos de TI de empresas (de setores diversos como energia ou aviação) estão em busca de soluções inovadoras e de estúdios de apps para disponibilizar novas formas de interação com clientes.
Os estúdios estão aumentando o faturamento, porém esbarram na escala e na dificuldade de encontrar mão-de-obra. Sem contar que muitos deles agora fazem parte da estratégia da holding digital da RBS, que andou consolidando o mercado de mobilidade com a compra de várias empresas (FingerTips, Aorta, Hands Mobile).
Por outro lado, as empresas-apps, ou seja, aquelas em que o aplicativo é a razão de ser da mesma, estão se acotovelando por espaço nas prateleiras virtuais das grandes stores. Monetização e marketing são temas fundamentais para quem busca uma fatia desse mercado estimado em mais de US$16 bilhões.
O modelo freemium é o predileto dos brasileiros que ainda preferem testar uma app antes de decidir pagar por ela. Se for um game, o cenário pode ser ainda mais complexo porque demanda uma inteligência extra. É preciso desenvolver truques e estratégias para ganhar dinheiro com venda de bens virtuais ou anúncios.
Uma matéria publicada nesta semana na Entrepreneur revela o drama do mercado de mobilidade com uma abertura hilária: os ganhadores são Angry Birds, fart generators e doodles. Entendam por fart generators imitações de sons um tanto quanto constrangedores.
E os perdedores, de acordo com a reportagem? Quase todo mundo. O desafio é criar um aplicativo que consiga atrair usuários, depois ganhar a lealdade deles e se tornar lucrativo. A Entrepreneur, provavelmente baseada no mercado norte-americano, afirma que a maioria das apps perde até 76% dos seus consumidores em um prazo de três meses após o lançamento. Isso me leva a questionar quantos milhões de códigos e dólares perdidos existem nas stores da vida.
Ainda assim a perspectiva é promissora para os próximos anos com o impulso combinado de computação nas nuvens e de redes sociais. Mas, por enquanto, quem está realmente levando a melhor são o desenvolvedor e o designer. Reis do turnover nas empresas, recebem oferta de empregos como se fossem cupons do Groupon. Designer, depois das novas gerações de smartphones, ganhou status de semideus. Encontrar um bom desenvolvedor designer, também conhecido como “devigner” é achar a figurinha premiada do álbum da copa do mundo.

Por Silvia Valadares
Silvia Valadares é jornalista. Há três anos na Microsoft, é gerente de relacionamento com a comunidade de startups e ajuda empreendedores a transformar sonhos em estratégia de mercado.

FONTE: PEGN

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