terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mercado de fundos também disputa a nova classe média

Com potencial para dobrar de tamanho, o setor, que já tem o quarto maior patrimônio do mundo, tem apenas 12% de investidores no varejo, número que inclui pessoas com renda mais alta



Marília Almeida- Brasil Econômico |

Para realizar o potencial de dobrar de tamanho, o setor de fundos de investimentos quer conquistar a nova classe média, que representa cerca de 40 milhões de investidores.
“Os fundos são adequados para este público, que consegue ter acesso a produtos que não teria de forma isolada”, diz William Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (GVCef).
Em parceria com a BB DTVM, gestora do Banco do Brasil, o GVCef tem um projeto de difusão do setor para novos investidores. O foco do programa, que será composto por palestras gratuitas mensais e estudos, é a educação financeira.


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O objetivo é atingir estudantes universitários e, em um segundo momento, alunos do ensino fundamental e médio. Hoje, o GVCef tem parceria com dez centros acadêmicos.
Nas gestoras, a capilaridade de agências e profissionais qualificados para assessorar investimentos são fundamentais, apontou Carlos Takahashi, presidente da gestora do BB.
Hoje, Takahashi estima que pessoas físicas representem apenas 20% dos investidores de fundos, sendo 12% no varejo, que também inclui investidores de alta renda.
“A relação do tamanho do setor em relação ao PIB é pouco menor do que 50%, enquanto nos Estados Unidos representa quase 100%. Há um grande potencial no Brasil”, disse.


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De acordo com Eid, os produtos estão mais competitivos. “A taxa de carregamento já desapareceu do mercado.”
Ele destaca a segurança dos fundos em relação a outras aplicações. “O risco de crédito é menor do que nos CDBs, pois os fundos são entidades jurídicas separadas do gestor.” O professor também cita a alta liquidez dos fundos, que é bem menor nos CDBs prefixados.


Patrimônio

O patrimônio líquido dos fundos brasileiros é de R$ 1,7 trilhão, o que torna o setor o sexto maior do mundo; excluindo Luxemburgo e Irlanda, plataformas para operações off-shore, sobe para quarta posição.
O volume supera o de Certificados de Depósito Bancário (R$ 730 bilhões), caderneta de poupança (R$ 420 bilhões), Tesouro Direto (R$ 7,5 bilhões) e de ações (R$ 700 bilhões), considerando a quantidade efetivamente em negociação.
É um mercado que cresce em torno de 20% ao ano. Em pouco mais de 15 anos, o patrimônio líquido dos fundos de investimento passou de R$ 60 bilhões para R$ 1,6 trilhão, um crescimento de 2.500%.


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São mais de 8 mil fundos, sendo 2 mil abertos para captação. O total de investidores é de cerca de 7 milhões. São mais de 400 gestoras de recursos no país, mas as dez maiores representam 76% da indústria.
Em abril, a carteira dos fundos de investimento era composta majoritariamente por títulos públicos federais (39,66%). Estes ativos são seguidos por operações compromissadas destes títulos públicos (19%), ações (14,63%), letras financeiras (7,13%), CDB/RDB (6,93%), debêntures (3,57%), direitos creditórios (2,40%), operações compromissadas em títulos privados (2,34%) e títulos imobiliários (1,30%).
O GVCef estima que hoje 60,34% do patrimônio dos fundos já estejam investidos em títulos privados. Esse total soma R$ 1 trilhão, ou 25% do PIB. Os fundos de investimento e previdência detêm, juntos, 40% do estoque total da dívida publica, fatia maior do que a que detêm as instituições financeiras, de 31,5%.


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FONTE: IG ECONOMIA

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