domingo, 26 de agosto de 2012

TENDÊNCIAS DE MERCADO A EXPLORAR (PARTE 1 DE 2)

50 tendências para explorar


 

Confira as pesquisas que antecipam os movimentos dos consumidores e fature alto com as novas demandas

Por Bruna Martins Fontes
AMBIENTE Editora Globo
1 B2B SUSTENTÁVEL As grandes companhias estão começando a reduzir o impacto de seus processos produtivos no ambiente — e esta é uma oportunidade para pequenas e médias desenvolverem tecnologias e serviços para ajudá-las nessa tarefa, aponta o Sebrae-SP. É um mercado que deve movimentar US$ 10 trilhões no mundo em 2020, de acordo com a consultoria americana Tech Cast. Algumas possibilidades de atuação estão no planejamento de ações para neutralizar a emissão de gases de efeito nocivo, a oferta de fontes alternativas de energia e o desenvolvimento de materiais menos poluentes.

2 LOGÍSTICA REVERSA Alguns setores da indústria (pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e eletroeletrônicos) terão de se responsabilizar pelo descarte final de seus produtos. A partir de 2014, os fabricantes vão gerenciar a retirada dos itens que o consumidor descartar e dar a esses produtos o destino correto, em parceria com governos e com o varejo. É aí que entram transportadoras e empresas de reciclagem e de destruição certificada. Segundo o Conselho de Logística Reversa do Brasil, o setor movimenta R$ 18 bilhões anuais e deve crescer até 2015, data limite para os fabricantes se enquadrarem.
COLABORAÇÃO
3 CLIENTE FALANTE As redes sociais deram ao consumidor um potente canal de comunicação com as empresas — geralmente usado para reclamar. Muitas já reforçaram seu SAC 2.0 no Facebook e no Twitter, mas é possível fazer mais: em vez de esperar o cliente falar, convidá-lo a testar um produto antes do lançamento. Essa é a premissa do sampling: apresentar o produto ao público-alvo, para colher opiniões. A agência Tryoop!, de Campinas (SP), já ouviu 15 mil usuários para avaliar produtos de 15 clientes. “Eles fazem críticas que ajudam a melhorar os produtos. A maioria dos comentários é positiva”, diz a sócia Milena Escabeche.

4 SOCIAL COMMERCE Transformar as redes sociais na versão digital da divulgação boca a boca é a principal tendência do comércio eletrônico em 2012, já vislumbrada em 2011. As empresas começam a abrir lojas no Facebook para que seus seguidores compartilhem com os conhecidos o que está na vitrine. Mas, para estimular as vendas por meio da recomendação social, é preciso engajar o público. O Magazine Luiza, por exemplo, permite que alguns seguidores no Facebook e no Orkut montem uma vitrine com os seus produtos e façam sugestões de compras a seus amigos, em troca de uma comissão de até 4,5% do valor vendido.

COMPORTAMENTO
Editora Globo
5 FESTA PARA CASAMENTO GAY A união formal de pessoas do mesmo sexo ganhou impulso no Brasil no ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal autorizou o primeiro matrimônio gay do país. Os casais começam a planejar festas, mas faltam organizadores especializados. Em Nova York (EUA), empresas envolvidas na produção de casamentos gays vão faturar US$ 100 milhões ao ano, aponta um relatório produzido por senadores. Banqueteiros, floristas, joalheiros, fabricantes de lembrancinhas e organizadores já comemoram o aumento das vendas, diz reportagem da revista americana Business Week.

6 BELEZA MASCULINA O Brasil já é o segundo maior mercado de cosméticos para homens — só perde para os EUA. Em 2011, esse segmento especializado faturou US$ 3,73 bilhões no Brasil, um crescimento de 14% sobre 2010, aponta estudo da consultoria Euromonitor. Apostando no interesse deles pela estética, a fabricante de cosméticos Fiorucci investiu R$ 2 milhões em 2011 para desenvolver novos produtos, como xampus com silicone e com ingredientes fortalecedores. A paranaense Feito Brasil lançou no ano passado a linha Homem Urbano, que tem desde hidratante até sabonete “com pegada refrescante”.

7 MATURIDADE SEM IDADE Há quem diga que os 60 são os novos 40. A geração dos baby boomers, nascida entre 1946 e 1964, passa longe do sofá: com boa saúde e dinheiro guardado, eles querem mais é consumir, viajar e se divertir. Mas faltam serviços e produtos para atender bem esse consumidor, sem tratá-lo como avô. Alguns segmentos pouco explorados são turismo, alimentos para manter a boa saúde e roupas. “Há poucas marcas com boas coleções para quem tem mais de 60 anos. É um mercado promissor, inclusive na nova classe C”, diz Andrea Bisker, diretora da consultoria WGSN na América Latina.

8 BAIXINHOS CONSUMISTAS Homens e mulheres que trabalham e passam pouco tempo com os filhos procuram cada vez mais agradá-los com experiências enriquecedoras em centros de lazer, cursos e bons livros e brinquedos. Outros fazem um reembolso afetivo por meio do consumo, diz Sabina Deweik, diretora da consultoria Future Concept Lab no Brasil. Na prática, os pequenos ditam as compras dos pais. “Essa é a ponte para a criança crescer de forma mais rápida. Antes da adolescência, elas já estão ansiosas para entrar no universo adulto e das celebridades, e isso define seu padrão de escolhas.”

9 ESPÍRITO RETRÔ Em busca de um tempo em que não tinham preocupações, adultos buscam conforto em produtos queridos da infância. É a deixa para a volta ao passado e à valorização de seus ícones — até os jovens curtem a nostalgia de um período que não vivenciaram, apontam as consultorias WGSN e Brain Reserve. No mundo da moda, o vintage está em alta. Neste ano, as referências aos anos 1960 e 1970 vão aparecer no estilo, nas cores e nas propagandas de roupas e de acessórios. Até as curvas, como as das pin-ups, serão valorizadas.

10 CAPRICHO ANIMAL Por devoção ou diversão, donos de cães e gatos investem cada vez mais em mimos para eles. Tanto que roupas, acessórios e produtos de beleza para esses pets já respondem por 75% do valor de vendas de produtos para animais no Brasil, de acordo com a consultoria Euromonitor. As projeções para o setor são de um crescimento médio de 8% ao ano até 2016. E é um bom nicho para pequenas e médias empresas, aponta o Sebrae, já que as multinacionais do setor estão concentradas em cuidados com a saúde.

11 PET SITTER Nada de jaulinhas no pet shop ou hotéis veterinários. Quando viajam, os donos de cães e gatos querem que os bichinhos se sintam em casa — e fiquem por lá mesmo, com todos os cuidados necessários. Assim, cresce o interesse pelo serviço de pet sitter, um profissional que visita os animais todos os dias para dar comida, limpar os sanitários e brincar com eles. E, claro, mandar notícias para os donos, que estão longe. Nos EUA, já existe até um aplicativo de geolocalização, o Stayhound, para encontrar um pet sitter que esteja por perto e checar as opiniões de quem já utilizou os seus serviços.

12 CONSUMO INDULGENTE Para aliviar as pressões do dia a dia, as pessoas tentam se recompensar de alguma forma. A mais comum é se presentear com um pequeno mimo, não muito caro — como uma xícara de café especial ou um chocolate importado. Mas há quem radicalize e decida se libertar da tensão se deliciando com prazeres como jantar uma bela picanha durante a semana sem nem ligar para o colesterol. A chave para servir bem a esse consumidor de maior poder aquisitivo é oferecer uma experiência libertadora — um produto ou serviço cuja fruição dê a sensação de quebrar a rotina.

13 JOGO DA VIDA A internet é um poderoso instrumento de interação em rede, e os brasileiros têm se divertido com jogos on-line sociais, disputados entre vários participantes e a distância. A popularização desse tipo de entretenimento sinaliza um bom mercado para desenvolvedores, especialmente porque as empresas também resolveram entrar na onda. Elas começam a usar jogos e desafios em seus sites ou redes sociais para envolver seus consumidores, de forma lúdica, no conteúdo que querem divulgar, e assim provocar engajamento com a marca.

14 MESA COMPLETA A mistura de preocupação com a saúde e busca de atividades que deem prazer favorece os cuidados com a alimentação. Isso significa que as pessoas não só estão examinando cardápios em busca de ingredientes orgânicos e nutritivos, mas também se aventurando mais na cozinha. Com isso, abre-se um leque de oportunidades no mercado gourmet, como nas áreas de utensílios sofisticados para a cozinha, ingredientes premium e fornecimento ou catering especializado — em culinária vegetariana, por exemplo.

15 SENSAÇÃO DE SEGURANÇA Nas grandes cidades, o medo de ser assaltado ou chegar em casa e ter uma surpresa desagradável leva as pessoas a reforçar seus gastos com segurança pessoal. Mas isso não significa apenas blindar o carro ou equipar a casa toda com câmeras e sistema de monitoramento remoto. Ainda há uma grande carência de serviços de “leva e traz”, para minimizar deslocamentos como o de levar o carro à oficina, aponta o Sebrae-SP.

CONSUMO ESPERTO
Editora Globo
16 PAIS QUE COMPARTILHAM A velha prática de doar roupas, berços e brinquedos que os filhos não usam mais foi repaginada. Formando uma rede que vai além de amigos e parentes, alguns sites permitem vender itens ou alugá-los temporariamente, para não desperdiçar dinheiro com artigos que serão usados por pouco tempo. Pioneiro na área, o reCrib, dos EUA, entrou no ar em 2011, comprando e vendendo berços e acessórios de marcas desejadas. Na sequência, o StorkBrokers também virou referência para revenda de itens infantis. Por aqui, o Clube do Brinquedo oferece planos para locação de brinquedos — dependendo da assinatura, os pais alugam de dois a sete produtos por mês. Existe a opção de trocá-los ou renovar a locação.

17 COMÉRCIO JUSTO A premissa é distribuir lucro de maneira equilibrada, gerando mais renda para produtores de alimentos e de artesanato. Os consumidores valorizam o esforço: 79% acham que as empresas têm papel importante na redução da pobreza e 85% se preocupam com a remuneração justa de fazendeiros e trabalhadores, segundo pesquisa mundial da consultoria GlobeScan. Por aqui, Walmart, Tok&Stok e Lojas Renner são algumas das empresas que têm em suas prateleiras itens que seguem esses princípios.

18 PECHINCHA CHIQUE A febre das compras coletivas causou uma avalanche de ofertas de descontos em 2011. Resultado: os consumidores aderiram à prática de caçar o melhor preço, não só para economizar, mas também pela satisfação de ter feito uma compra esperta. Hoje, a pechincha compartilhada com amigos nas redes sociais é motivo de orgulho, e não de embaraço, diz a consultoria internacional trendwatching.com. Com uma mãozinha da tecnologia, fica mais fácil compartilhar ofertas, recomendá-las aos amigos e consultar avaliações para se certificar de que está fazendo um bom negócio. Uma pesquisa do Google & Ipsos em 2011 mostrou que 48% dos americanos que têm um smartphone usam o aparelho para procurar descontos; 77% deles recorrem ao mobile quando estão dentro de uma loja.

19 ÉTICA E ESTÉTICA Tanto no Brasil quanto no exterior, a preocupação socioambiental influencia cada vez mais a decisão de compra. Assim, aumenta a preferência por produtos de empresas que adotam iniciativas de responsabilidade social, compra de créditos de carbono ou comércio justo. “É o processo, e não apenas o item em si, que importa. A comunicação das ações realizadas deve ser lúdica e suave, não em tom de patrulha”, diz Sabina Deweik, diretora do Future Concept Lab no Brasil. Mas não basta ser bonzinho: os produtos devem ser esteticamente atraentes e de boa qualidade, pois a generosidade do consumidor tem limite.

20 TROCA COM DESCONTO A mania de querer sempre o último modelo tem inspirado algumas lojas a darem descontos para quem apresentar um produto usado na hora da compra. Nos EUA, grandes lojas de eletrônicos (como a Best Buy e a Radio Shack) e operadoras de telefonia celular (como a AT&T e a Verizon) implantaram programas para que os clientes possam trocar seus artigos usados por outros novos. A sensação do momento é o site Gazelle, que compra eletrônicos usados para revender com desconto. A empresa já arrematou itens de mais de 175 mil clientes e fez parcerias com grandes redes, como o Walmart. Depois de faturar US$ 21 milhões em 2010, recebeu aporte de US$ 22 milhões em 2011 para expandir suas atividades.

21 ECONOMIA COMPARTILHADA
Em vez de gastar dinheiro com pequenos e grandes luxos, os consumidores começam a valorizar a experiência de compartilhar produtos variados — de um par de sapatos assinados até um passeio de helicóptero. Usar é mais interessante do que ter — além de ser mais barato, existe a conveniência de não precisar fazer a manutenção. A Rent the Runway faz sucesso nos EUA alugando vestidos assinados para um número de usuárias que já chegou aos 20 mil — elas pagam de US$ 50 a US$ 200 por quatro dias de uso. Na loja, as peças podem custar até US$ 7 mil. Por aqui, a Zazcar aposta no público que precisa de um carro apenas por algumas horas — o veículo pode ser retirado em diversos pontos de São Paulo, que ficam abertos 24 horas.

EXPERIÊNCIAS À VENDA
Editora Globo
22 VIAGEM-SURPRESA Agências de viagem nos EUA lançaram a moda: você compra um pacote sem saber muito sobre o destino, o hotel e as atrações locais. A ideia é conquistar o turista com a promessa de mistério e diversão. A Luxury Link faz sucesso com leilões de viagens-surpresa em que os descontos chegam a 50%. A American Express cria pacotes de acordo com as preferências do cliente e usa o celular para avisá-lo sobre cada etapa do passeio. O público-alvo são adultos na faixa de 20 a 34 anos — games e redes sociais são boas iscas para atraí-los.

23 CONVENIÊNCIA E QUALIDADE A crescente valorização da experiência de consumo, aliada à falta de tempo, faz com que haja uma demanda cada vez maior por produtos e serviços que sejam convenientes e práticos, mas sem perder a qualidade. Entre os exemplos de sucesso no mundo está uma vending machine de água Perrier. Para fidelizar o consumidor, a dica é pensar em produtos simples e eficazes, ou então em lojas que ultrapassem a mera relação de compra e venda, oferecendo aos seus clientes aromas, sons ou ainda orientação para fazer a melhor compra sem perder tempo.

24 TESTE AO VIVO O raciocínio é simples: já que comprar pela internet é tão rápido e prático, é preciso criar um diferencial para fazer o cliente ir até a sua loja. O grande trunfo das vendas físicas é permitir que os clientes testem e aprendam a usar o produto na hora. Para isso, é importante ter vendedores que gostem do que estão oferecendo e sejam prestativos, dispostos a sanar as dúvidas do consumidor. Depois, é necessário proporcionar uma experiência real com o produto. No Japão, a Shiseido tem simuladores que permitem testar o efeito da maquiagem sem passá-la no rosto.

25 CANAIS INTEGRADOS Se não quiser perder público para o comércio eletrônico, ofereça ao cliente o que ele mais valoriza no mundo on-line: conveniência, comparação de preços e acesso à opinião de quem já comprou. A rede de supermercados Walmart (EUA) lançou em 2011 um serviço para que o cliente compre on-line, quando está em trânsito, e retire os produtos na loja. A Canon coloca tags nos equipamentos de fotografia que produz para que os clientes acessem as avaliações de quem já comprou.

26 CASA ELETRÔNICA Seja para descansar ou trabalhar, as pessoas ficam cada vez mais tempo em casa. Por isso, passaram a consumir mais sistemas e serviços que facilitam o funcionamento dos aparelhos domésticos — como automação de luz, comandos e sistemas sem fio para home theater e rede interna. Só que ninguém tem paciência para ficar horas configurando os eletrônicos — esse público valoriza os equipamentos que funcionam intuitivamente, do tipo “plugue e use”.

FONTE: PEGN

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