sexta-feira, 28 de setembro de 2012

OURO: O INVESTIMENTO DO MÊS


 
Após disputa acirrada com Bovespa, ouro tem valorização de 4,5% no mês e lidera entre os melhores investimentos pela quarta vez no ano. Com desvalorização de 0,05%, dólar teve o pior resultado

Após disputa acirrada com Bovespa, ouro sobe 4,5% e lidera aplicações no mês

Metal tem o maior ganho mensal entre as principais modalidades de investimentos mais uma vez, posto que já assumiu em abril, junho e agosto

Olivia Alonso- iG São Paulo | - Atualizada às

Bloomberg via Getty Images/Bloomberg
Ouro é melhor aplicação pelo 2º mês seguido

Mais uma vez o ouro e a bolsa de valores disputaram até o último dia do mês o posto de melhor aplicação. No final das contas, como aconteceu em agosto, o metal precioso superou por pouco o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira. Enquanto a bolsa de valores avançou 3,7%, puxada pela melhora do humor externo no início do mês, o ouro teve um ganho de 4,5%.


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O avanço da cotação do metal acontece basicamente em função do baixo retorno de aplicações ligadas a juros no exterior, que rendem perto de zero e perdem para a inflação, segundo o administrador de recursos Fábio Colombo. Além disso, a decisão dos bancos centrais do Japão e dos Estados Unidos de injetar mais recursos na economia indicam pressões inflacionárias pela frente. "Com isso, os mais conservadores buscam o metal," diz Colombo.
Além disso, Pedro Galdi, analista da SLW Corretora, lembra que o ouro está associado a situações de estresse da economia. Em setembro, preocupações com a Espanha e com a Grécia, principalmente na segunda quinzena, continuaram a favorecer o metal, com a busca de investidores por ativos considerados mais seguros.

Melhores aplicações de setembro

Veja o desempenho das principais opções de investimento no mês (em %)

Fábio Colombo

Agora, analistas acreditam que o ouro deve continuar a ser comprado como uma proteção contra desvalorizações de moedas, após as medidas de afrouxamento monetário do Federal Reserve Bank (Fed), o banco central dos Estados Unidos. "Nós vamos continuar a ver desvalorizações competitivas de moedas. E os maiores beneficiários disso serão os ativos tangíveis, como os metais preciosos", comentou Kurt Pfafflin, corretor sênior da Daniels Trading.

No Brasil, o ouro terminou o mês cotado a R$ 115,9 a grama. No exterior, o contrato de ouro mais negociado, com entrega para dezembro, fechou o mês a US$ 1.773,90 a onça-troy. No terceiro trimestre deste ano, o ouro avançou 11%, o melhor desempenho desde o segundo trimestre de 2010.



Bovespa

Já a bolsa de valores teve seu terceiro mês seguido de alta e, com isso, acumula ganho de quase 9% no trimestre e de 4,27% no ano. Em setembro, o mercado de ações foi favorecido logo na primeira semana por expectativas em relação a pacotes de ajuda à economia na Europa, nos EUA, na China e no Japão.
Mas o maior impulso à bolsa aconteceu na segunda semana do mês, com estímulos do banco central dos EUA, que lançou um programa de compra de US$ 40 bilhões em dívida hipotecária por mês e decidiu que continuará adquirindo ativos até que as perspectivas de emprego melhorem no país. "Naquela semana, o Ibovespa subiu mais de 6%, então esperava-se uma realização nas semanas seguintes. Entretanto, o mercado acabou ficando de lado e teve quedas de apenas 1,3% na terceira semana," diz Pedro Galdi. Na quarta e última semana, a queda foi de 3,5%, com notícias negativas da Grécia e da Espanha, que impactaram todos os mercados de ações do mundo.

De agora em diante, Galdi acredita que a bolsa continuará a ter movimento de gangorra. "Seguimos dependentes dos acontecimentos na Europa. Ainda que os problemas se resolvam, há ainda preocupações com a situação fiscal dos EUA e com a economia da China," diz.


Confira as melhores aplicações nos meses anteriores de 2012:

Janeiro:Bovespa(+ 11,1%)
Fevereiro: Bovespa(+ 4,34%)
Março: dólar e euro (+ 6,5%)
Abril:ouro(+ 5,3%)
Maio:dólar(+ 5,8%)
Junho: ouro (+ 2,33%)
Julho: Bovespa (+ 3,2%)
Primeiro semestre:ouro(+ 8,8%)
Agosto: ouro (+ 4,67%)

(Com Agência Estado)

FONTE: IG ECONOMIA

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