segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

FÉRIAS SABÁTICAS

Descanso programado

Saiba se organizar para um período sabático





Saiba como se organizar para tirar um período sabático

Quem quer ficar um tempo estudando ou viajando precisa de disciplina e organização; veja como se planejar

Danielle Brant- iG São Paulo |
Tirar da gaveta aquele projeto de passar um ano viajando ou de fazer o mestrado que vai representar um salto na sua vida profissional podem ser conquistados com um pouco de organização e planejamento. “Só não vale ficar em casa dormindo”, afirma Liliam Carrete, professora de Finanças da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. “É preciso ter um objetivo de vida: estudar, ficar um ano passeando de moto ou viajando. A pessoa tem que encarar isso como um investimento de tempo, fazer alguma coisa para melhorar dali para a frente.”
Estabelecido o objetivo, a dica é fazer uma projeção de quanto você vai gastar durante o ano e fazer um plano de gastos mensais. “Se for viajar, verifique o custo de alojamento, alimentação e outras despesas”, diz Liliam. “Se for fazer um curso, veja quanto vai precisar para passar o ano estudando.” Feita a conta, é preciso planejar quanto tempo será necessário para se levantar o montante.
 
 
 
 
Getty Images
Quem quer passar um período viajando ou estudando deve fazer um planejamento financeiro antes para não ficar sem dinheiro
A estimativa a seguir ajuda a dar uma ideia de como você pode fazer esse cálculo. A professora da FEA elaborou uma hipótese em que uma pessoa tenha um gasto mensal de R$ 4 mil, ou R$ 48 mil em um ano. Para se chegar a esse valor, seria necessário aplicar R$ 674 por mês, durante cinco anos, rendendo uma taxa anual de 7%. Esse percentual pode ser obtido, por exemplo, em uma Letra Financeira do Tesouro indexada à Selic.
A poupança, outrora uma opção que aliava retorno, segurança e liquidez, ficou menos interessante para quem quer ter rentabilidade real, explica Richard Rytenband, economista e educador financeiro. “É preciso tomar cuidado com a ilusão monetária: quando o investidor olha só o rendimento nominal, sem descontar a inflação”, diz. A poupança, por exemplo, está rendendo 5,2% ao ano, enquanto a expectativa é de uma inflação em torno de 5,5% pelos próximos anos, segundo as projeções do próprio governo. Ou seja, o investidor que deixar o dinheiro nessa aplicação vai ter perda real de poder aquisitivo, afirma.


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Antes das alterações nas regras da poupança, era possível acumular os R$ 48 mil do exemplo em menos de três anos, caso o investidor depositasse a soma mensal de R$ 1.500, conforme cálculo de Bruno Gonçalves, analista da corretora Wintrade, home broker da Alpes Corretora. Ele fez as contas considerando aplicação mensal de R$ 200 por sete anos, de R$ 500 por cinco e de R$ 1.500 por três anos. No primeiro caso, ao fim de sete anos seria possível acumular em torno de R$ 21.700. Na segunda situação, o valor giraria em torno de R$ 40 mil e na terceira, alcançaria R$ 60 mil.




Aplicações de longo prazo

Se o investidor tivesse optado por aplicar em títulos indexados à Selic também teria conseguido superar os R$ 48 mil, caso aplicasse R$ 1.500 por três anos. Nessa hipótese, o total chegaria a R$ 62.800. Mas vale lembrar que, ao contrário da poupança, os títulos do Tesouro Direto têm incidência de imposto de renda. Quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor a alíquota, até o mínimo de 15% se o dinheiro ficar mais de 720 dias (ou dois anos) no produto.


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Por conta do retorno, os títulos do Tesouro Direto e outros produtos de renda fixa se tornam interessantes aos investidores, explica Keyler Carvalho Rocha, presidente da unidade de São Paulo do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) e professor da FEA-USP. Mas é preciso “garimpar” para achar uma aplicação interessante. “Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) vão ter rendimento pouco superior à poupança”, diz Rocha. “Se optar por fundo de investimento, além do imposto de renda tem também a taxa de administração, que mata o rendimento.”
Para ele, ganham espaço os fundos de investimento imobiliário, que são isentos de IR. “O imposto de renda come o rendimento real se a aplicação for de curto prazo”, afirma. “Se o prazo for mais longo, melhora um pouco, mas os produtos sem IR são mais interessantes para a pessoa física que quer investir em renda fixa.”


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Rytenband acredita que a melhor forma de aproveitar o período sabático é aliando os investimentos com empreendedorismo. “A rota da riqueza é combinar investimento e criar sistemas de negócios, gerar outras fontes de renda. Se você só investir, mesmo com um retorno excepcional, vai demorar muito tempo para chegar lá”, afirma. “Use o período sabático para criar novas fontes de renda. Aí sim ele vai valer a pena.”

FONTE: IG ECONOMIA

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