terça-feira, 8 de janeiro de 2013

BRASIL EM DESTAQUE

Brasil ganha destaque como maior produtor de soja do mercado global

Expectativa de safra recorde de 83,11 milhões de toneladas chama a atenção de importadores chineses

Brasil Econômico- Cristina Ribeiro de Carvalho |
 

Brasil Econômico


A expectativa de uma safra recorde brasileira de 83,11 milhões de toneladas de soja atraiu a atenção de importadores chineses que cancelaram na última semana contratos de compra de mais de 315 mil toneladas do grão americano. Para especialistas do setor, essa oferta disponível passa mais confiança aos mercados, que aliam esse ponto a preços mais competitivos no mercado nacional na comparação com o os praticados nos Estados Unidos. Atualmente, no Brasil, o grão é cotado a US$ 510 a tonelada, contra US$ 539 a tonelada da soja americana.

Décio Luis Gazzonni, membro do Comitê Estratégico de Soja, avalia que, a partir de fevereiro, Brasil e Argentina se tornaram os principais fornecedores da commodity da América Latina. “O grão tem um futuro promissor e nos próximos 20 anos seu crescimento será capitaneado pelo Brasil”, aponta.

Para ele, essa premissa leva ao surgimento de grandes movimentos globais em busca da fidelização do mercado brasileiro como fornecedor, já que há estagnação dessa produção nos EUA. “O mercado americano tem mais interesse no milho. Por conta disso, o crescimento anual do cultivo da soja não deve passar de 2%”, aponta.

Outro ponto favorável ao país é sua posição geográfica, que o torna muito mais competitivo do que os EUA para exportação da cultura. “Estamos muito mais pertos dos chineses os embarques saindo dos portos de Paranaguá e Santos do que contêineres que saem de portos do Golfo do México”, observa Luiz Fernando Gutierrez Roque, analista da consultoria Safras & Mercados.

A qualidade do grão brasileiro é também outro detalhe a cativar as atenções dos chineses. Enquanto a soja americana detém 37% de proteína e 20% de óleo, a nacional possui 42% de proteína e 22% de óleo.

Contudo, Luiz Nery Ribas, diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso, aponta que esse destaque não é motivo para que o Brasil e os Estados Unidos se comportem como rivais. “Já faz mais de oito anos que as duas nações têm atuado em parcerias com seus produtores para troca de informações e implantações de tecnologias para melhorar a qualidade e produtividade”, explica.

Amélio Dall'agnol, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Soja, lembra que a China importa mais de 60% da soja do mundo, principalmente na forma de grãos e que a demanda cada vez maior pela commodity só tende a colaborar com o ambiente econômico do país para este ano.

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FONTE: IG ECONOMIA

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