quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

FORTUNAS NO BRASIL

Fortuna dos milionários do Brasil cresce 21,4% em 2012

Recursos sob administração de private bankings no país chegam a R$ 527,3 bi em dezembro

Brasil Econômico- Ana Paula Ribeiro |


Brasil Econômico


Os recursos aplicados em private bankings no país –segmento destinado a quem tem alguns milhões para investidor– estão crescem a taxas superiores a 20% nos últimos anos.
A demanda desses clientes por produtos de investimento alternativos, que garantam maior retorno e que ajudem a proteger e a crescer o patrimônio, devem garantir a expansão do segmento também em 2013, segundo avaliação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Os recursos sob gestão em private bankings totalizaram em dezembro R$ 527,27 bilhões, um avanço de 21,36% em relação a 2011. Para esse crescimento, foi fundamental a demanda por ativos atrelados à índices de inflação e crédito privado, o que devem continuar em 2013. “Isso continua como uma tendência, assim como alongar os prazos”, explicou o presidente do comitê de private banking da Anbima, João Albino.
A maior parte dos recursos está aplicada em ativos de renda fixa, que representam 31,5% do total da carteira, ante fatia de 36,7% em 2011 — sendo a maior parte alocada em ativos privados. Parcela significativa também está aplicada em fundos abertos e estruturados, cada um respondendo por 20,8%.
Houve ainda um crescimento expressivo nos investimentos em fundos estruturados (FIDCs, imobiliários e de participações), embora eles possuam ainda uma baixa participação na carteira total.
Segundo Albino, um dos fatores que explica o crescimento do total de recursos, além dos rendimentos que são incorporados à ela, são os processos de fusões e aquisições e as aberturas de capital. Nessas operações, os antigos proprietários acabam embolsando alguns milhões.
A Anbima não trabalha com número de milionários, e sim com grupos econômicos, que abrigam toda a fortuna de uma família, mesmo que em contas de diferentes pessoas. Nesse critério, o número caiu 3,56%, para 48.802.



Readequação de valores

Uma das razões para a queda é a readequação dos valores pelos bancos, que elevaram o valor mínimo, em geral para a faixa entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões — pela regra da Anbima, se enquadra nessa categoria valores a partir de R$ 1 milhão, mas poucos gestores trabalham nesse piso.
“Isso pode dar uma falsa sensação que caiu o número de milionários, mas não”, afirmou o vice-presidente da Anbima, Celso Scaramuzza, lembrando ainda que há clientes que não possuem demanda por produtos tão sofisticados e são atendidos pelas áreas de alta renda dos bancos.
Os clientes de private banking possuem ainda R$ 14,45 bilhões em crédito, crescimento de 50,92% em 12 meses.
Segundo a Anbima, essa evolução decorre da elevação do prazo da aplicação, em geral em ativos menos líquidos. O crédito serve para atender as necessidades de curto prazo desses clientes. Quase metade desse valor de crédito foi dado pelo Banco do Brasil.
A instituição informou que ao final de dezembro os clientes do private possuíam R$ 6,4 bilhões em operações de crédito, avanço de 69,73% em 12 meses. Tanto no sistema como no BB, a maior parte dos recursos é destinada a clientes que são produtores rurais.

FONTE: IG ECONOMIA

Como evitar erros no seu Imposto de Renda deste ano

Falta de atenção e pressão do prazo podem levar o contribuinte a cair na malha fina


Brasil Econômico- Ana Paula Ribeiro |


Brasil Econômico


Começa amanhã o acerto de contas com a Receita Federal, e o período em que todo o contribuinte começa a juntar a documentação necessária para fazer a declaração anual de Imposto de Renda até o dia 30 de abril, tentando pagar menos imposto ou até recebendo a restituição.
E nesse planejamento tributário pessoal, o comum segundo os especialistas é cometer erros simples, mas que podem levar o contribuinte à malha fina. “Em muitos casos é por falta de atenção. O contribuinte não pode fazer a declaração no intervalo da novela”, conta a sócia da área tributária do escritório Siqueira Castro, Bianca Xavier.
O erro mais comum é em relação aos dependentes, em que é informado na declaração apenas a dedução. “É muito comum não colocar os rendimentos desses dependentes, o que levará o contribuinte a ficar na malha”, explica.

Getty Images
O erro mais comum na declaração do Imposto de Renda é esquecer os rendimentos dos dependentes

Nesse caso, valem os rendimentos de assalariado, como o filho estudante que começou a trabalhar, ou de benefícios do INSS, caso o dependente seja o pai ou mãe do contribuinte.
Outras deduções também podem ser fonte de problemas ao contribuinte.
A principal delas é o gasto com médicos, dentistas e outras despesas da área de saúde. Por não ter limite para dedução, a Receita fica de olho nesses gastos, em especial quando são muito elevados. Para evitar dor de cabeça, o contribuinte deve checar se os recibos estão em seu nome ou no nome do dependente.
Já para quem possui investimentos, a atenção maior deve ser sobre as aplicações em renda variável. A apuração, no entanto, deve ser feita mês a mês. A alíquota a ser paga sobre os ganhos é de 20% nas operações de day trade e, nas demais, 15%.
Estão isentos do imposto sobre a renda os ganhos líquidos auferidos no mercado à vista de ações negociadas em bolsas de valores e em operações com ouro cujo valor das alienações realizadas em cada mês seja igual ou inferior a R$ 20 mil.
E como 2012 foi ruim para a renda variável, é natural que em algum mês o contribuinte tenha tido prejuízo. Nesse caso, é permitida a compensação de perdas com ganhos em operações de renda variável no próprio mês ou nos meses subsequentes. A compensação não pode ser feita com os ganhos em meses anteriores à perda.
Segundo o diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos, é comum a pessoa não fazer esse recolhimento mês a mês porque, na nota de corretagem da operação, aparece um imposto retido na fonte, que varia entre 0,05% a 1% (day trade).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Mas esse recolhimento é apenas para a Receita saber quais os contribuintes estão operando”, disse. Caso não seja feito o recolhimento mensal do imposto sobre as operações em bolsa, o contribuinte terá que pagar uma multa que pode chegar a 20% do ganho de capital, mais uma correção pela taxa Selic que incidirá desde o dia do vencimento do pagamento do imposto –o pagamento deve ser feito até o último dia útil do mês subsequente às operações.
Domingos também diz que é comum o erro ao declarar os resgates em planos de previdência PGBL e na forma de declarar o VGBL –que deve ser feito na ficha de bens e direitos, e não como previdência complementar.
Na renda fixa, as regras são mais simples. Sobre os ganhos é aplicado a tabela regressiva do IR, em que a alíquota do imposto varia de 22,5% a 15%, sendo menor nos resgates ocorridos nas aplicações com prazo de até seis meses e menor quando ocorre após 24 meses.
Participações nos lucros também estão sujeitas à tributação, sendo a alíquota zero quando o valor da PLR é de até R$ 6 mil.

FONTE: IG ECONOMIA

MARTE

 
 
Milionário americano promete financiar missão tripulada a Marte
 
 
Partida de nave espacial deve ocorrer em 2018



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Milionário americano anuncia que irá financiar missão tripulada a Marte


Milionário americano anuncia que irá financiar missão tripulada a Marte


  • "Marte"


    O milionário americano Dennis Tito, que foi o primeiro turista espacial, anunciou nesta quarta-feira seus planos de financiar uma missão tripulada a Marte em janeiro de 2018.
    Ele justificou a data dizendo que esse será o ano em que o planeta estará mais perto da Terra. Ainda assim, a viagem vai durar cerca de 500 dias.
    A missão, no entanto, não vai pousar em Marte, mas, sim, voar a cerca de 100 milhas (cerca de 160 quilômetros) do planeta.
    Tito destacou ainda como a tripulação pode sofrer pressões físicas e psicológicas.



    Casal de meia-idade

    Por conta disso, ele afirmou estar procurando por um casal de meia-idade, capaz de oferecer apoio emocional um ao outro, especialmente em momentos em que eles possam se sentir os seres humanos mais solitários do universo.
    Eles terão um estoque limitado de comida e água: a urina, por exemplo, será reciclada e transformada em água potável.
    O plano de escolher um casal de meia-idade tem relação também com a saúde e a fertilidade deles, que pode ser afetada em longas missões. E esse não seria um problema tão grave para um casal que já tenha filhos.
    Há 12 anos, Tito gastou 12 milhões de dólares para se tornar o primeiro turista espacial do mundo. Ele viajou à Estação Espacial Internacional a bordo de uma nave russa.


    Atualizado: 27/02/2013 23:14 | Por BBC, BBC Brasil

    BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

    FONTE: MSN

    terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

    Aprenda a abater doações do IR 2013

    Conheça a novidade que facilita doar até 3% do imposto devido a fundos ligados ao ECA, por meio da própria declaração anual


    Taís Laporta- São Paulo |

    SXC
    Valor abatido é de até 3% do imposto devido

    O contribuinte que não fez doações dedutíveis do Imposto de Renda em 2012 ainda tem tempo de doar o dinheiro, ainda este ano, por meio do programa da Receita Federal. Para abater o imposto em 2013, ele tem a opção de fazer o pagamento até 30 de abril, prazo final da entrega da declaração.
    Com a novidade, basta apontar no programa da Receita o nome do fundo beneficiado e o valor a doar, e imprimir um guia de pagamento, na própria declaração, conhecido como Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais), explica o supervisor nacional do Imposto de Renda da Receita Federal, Joaquim Adir.









    Segundo Adir, nada impede que a declaração de 2013, ano-base 2012, seja entregue antes de pagar a doação. “O contribuinte pode enviar o programa preenchido já no início da entrega, em 1º de março, e pagar a Darf até 30 de abril”. Caso o valor não seja pago até a data limite, a doação não vai constar no sistema e o imposto deixará de ser abatido, adverte o auditor da Receita Federal em São Paulo, Luiz Monteiro.
    “Se o contribuinte preencher a declaração, mas não pagar o Darf no prazo, a Receita vai cobrar o valor abatido com multa e juros de 0,33% por dia de atraso no pagamento”, informa a gerente da consultoria tributária de imposto de renda da Unidade Tax & Account da Thomson Reuters, Vanessa Miranda.



    PARA QUEM DOAR

    Apenas os fundos registrados no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) estão habilitados a receber a doação pelo programa da Receita. “Somente os nomes inscritos na Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal vão aparecer na lista da declaração”, explica o supervisor nacional da Receita.
    Pouco mais de 200 fundos em todo Brasil estão cadastrados, segundo Adir. O nome das entidades aparece no programa da Receita. Entre eles, há projetos de proteção aos direitos da criança, como o de combate a maus tratos, exploração sexual e trabalho infantil. O doador deve conhecer de antemão a causa que deseja apoiar e saber se o projeto é cadastrado em órgãos públicos.
    Vanessa, da Unidade Tax & Account da Thomson Reuters, lembra que só abatem o IR doações a fundos ligados a órgãos municipais, estaduais ou federais. Ou seja, ONGs e entidades filantrópicas desvinculadas não contemplam o benefício. “Para saber se sua doação será dedutível, veja se a entidade encontra-se no site da prefeitura, governo ou órgão federal, e anote o CNPJ do fundo”, recomenda a consultora tributária.



    COMO DOAR

    Quem quiser doar na própria declaração deve preencher a ficha 'Doações Diretamente na Declaração – ECA', presente em 'Resumo da Declaração', e lançar o valor do pagamento. “Após definida a quantia da doação, é preciso imprimir a guia na opção ‘Darf – Doações Diretamente na Declaração – ECA, no menu imprimir”, instrui o especialista em gestão tributária e fiscal da Alterdata, Edson Lopes.
    O valor da doação não pode exceder 3% do imposto devido no IR. “A própria declaração vai informar este limite ao contribuinte”, explica Lopes. Quem fez depósitos na conta dos fundos em 2012 está limitado a abater 6%. Se houver imposto a pagar, o valor doado será abatido normalmente. Caso haja dinheiro a restituir, a doação será acrescida à restituição.



    QUEM DOOU EM 2012

    O contribuinte que fez doações em 2012, diretamente aos fundos beneficiados, deve proceder como nos anos anteriores. Lopes, da Alterdata, lembra que o valor pago e os dados do fundo devem ser preenchidos na ficha 'Doações Efetuadas'. “Após o depósito na conta do projeto, o doador deve solicitar um comprovante de depósito, que é fundamental para deduzir o imposto na declaração, pois será prova da doação idônea”, esclarece.


    FONTE: IG ECONOMIA

    RENDA CRESCENTE

    Renda do trabalhador doméstico é a que mais cresce em 12 meses, diz IBGE

    Profissionais têm conseguido trabalhos melhores e a demanda está maior que a oferta

    iG São Paulo | - Atualizada às


    O trabalho doméstico é o que teve o maior aumento na renda (6%) em relação a janeiro de 2012, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta terça-feira (26). Ao mesmo tempo, a maior queda no nível de ocupação também ocorreu nessa atividade. O número de ocupados nos serviços domésticos teve variação negativa de 5,9% na comparação com dezembro e de 4,5% em relação a janeiro de 2012.


    - Taxa de desemprego em janeiro é a menor em 10 anos, afirma IBGE


    “O trabalho doméstico vem demonstrando queda. É um serviço que está se tornando mais caro”, disse o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo. “Nenhum rendimento aumentou mais do que o do trabalho doméstico. Os trabalhadores domésticos estão conseguindo se inserir em trabalhos melhores e a demanda está maior que a oferta”, destacou o coordenador.
    Agência Brasil
    Ter empregada doméstica é cada vez mais um luxo, segundo o IBGE

    Segundo ele, trata-se de uma mudança estrutural. “[O trabalho doméstico] está se tornando cada vez mais um serviço de luxo”, acrescentou ele, ao ressaltar que o aumento da escolaridade nesse grupo de trabalhadores é um dos motivos para a queda da procura pela atividade.
    O rendimento no emprego doméstico aumentou 7,8% em São Paulo e 6,6% no Rio em janeiro ante o mesmo mês do ano passado.
    Nessa mesma comparação, entre os grupamentos de atividades, houve queda no rendimento médio em janeiro nos grupos de serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (-3,1%) e de construção (-1,8%).
    Outro destaque da pesquisa Pesquisa Mensal de Emprego (PME) é o aumento de 4% do emprego com carteira assinada na comparação de janeiro deste ano com igual mês de 2012. Este resultado significa mais 459 mil pessoas trabalhando com carteira assinada em um universo de 11,597 milhões. Já o aumento de pessoas ocupadas chegou a 2,8% no acumulado de 12 meses, segundo Cimar Azeredo.



    Belo Horizonte é destaque

    O rendimento médio do trabalhador aumentou em quatro das seis regiões pesquisadas na comparação o mesmo período de 2012. As maiores altas foram registradas em Belo Horizonte (5,2%) e São Paulo (4,1%).
    Em relação a dezembro de 2012, o rendimento aumentou em Porto Alegre (2%) e em São Paulo (0,5%), mas caiu em Salvador (-1,3%), no Rio de Janeiro (-0,8 %) e no Recife (-0,7%). Em Belo Horizonte, o valor médio se manteve em janeiro em relação ao mês anterior.

    FONTE: IG ECONOMIA

    NOVO FORD FUSION


    Avaliação do iG

    Novo Fusion quer dominar segmento


    Novo Fusion quer dominar segmento

    Ford Fusion 2013SE 2.5 16V flex 4p automático seq.

     

    Novo Fusion quer dominar o segmento

    Versão tem motor Duratec 2.5 bicombustível e é R$ 20 mil mais barata que a top de linha Titanium AWD

    Karina Simões, de Florianópolis, SC | 26/2/2013 11:25
     

    Dados técnicos
        
    Preço
    R$ 92.990
    Capacidade
    5 passageiros
    Velocidade máxima
    0 km/h
    0 a 100 km/h
    0 s
    Consumo urbano
    0 km/l
    Potência
    167 cv
    Torque
    23,2 kgfm
    Porta-malas
    514 litros


    Veja ficha técnica completa



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    Depois de lançar o Fusion Titanium e vender as 700 unidades do lote inicial em apenas dois meses, a Ford apresentou nessa segunda-feira (25) o Fusion 2.5 Flex. A primeira aplicação bicombustível deste modelo, exclusivo para o mercado brasileiro, chega às lojas por R$ 92.990.

    Embora o modelo Flex custe R$ 20 mil a menos que a versão Titanium Ecoboost 2.0 AWD (com tração integral), a Ford manteve os principais aspectos. A dianteira tem um “quê” de Aston Martin, com o capo vincado e o “bocão” cromado, que esconde uma grade com aletas móveis. Elas se abrem para o arrefecimento do motor, ou se fecham para auxiliar na aerodinâmica do veículo, melhorando a fluidez do ar pelo carro. Basicamente, o que difere as duas versões é a ausência de botão de partida, tração integral, aerofólio traseiro, saída dupla de escape, opção de trocas de marcha manual por borboletas no volante e rodas aro 18", itens ostentados na versão top de linha.



    Sob o capô

    A Ford optou por usar uma versão do motor da Ranger, Duratec 2.5 flex de 16V, com bloco e cabeçote de alumínio, comando variável de válvulas e uma bobina de ignição por cilindro. Produz até 175 cv e 24,1 kgfm de torque quando abastecido com etanol, enquanto na gasolina, os números caem para 167 cv e 23,2 kgfm. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 10,5 segundos, conforme informou a montadora, no entanto, os dados de consumo não foram divulgados.
    A transmissão automática de seis velocidades tem opção de trocas manuais. Porém, para mudar as marchas é necessário acionar os botões na própria manopla de câmbio. Ao dirigir, senti que este formato deixou as trocas bem menos emocionantes.
    A direção elétrica foi reequilibrada e está bem firme. Segundo Eduardo Barreto, gerente de engenharia da Ford do Brasil, a marca procurou um meio termo entre o ajuste do modelo feito para os EUA e o que é feito para a Europa. Estranhamente, o veículo avaliado pelo iG apresentou alguns ruídos na suspensão dianteira, além de raspar a frente a cada pequeno obstáculo, mesmo tomando o cuidado necessário.



    Tecnologia e segurança

    Quanto aos equipamentos de segurança, o Fusion de entrada não deixa a desejar. Vem com 8 airbags (inclusive para os joelhos), sistema que ajusta eletronicamente a intensidade do airbag de acordo com o peso do ocupante, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, freios ABS, câmera e sensor de ré, monitoramento da pressão dos pneus e sistema de alerta em caso de acidentes.
    O Key Pad, sistema de abertura das portas através de senha, substituiu os botões numéricos que ficavam abaixo da maçaneta do motorista por números integrados à coluna B, que acendem ao toque. Além disso, caso você queira emprestar o “possante” para seu filho recém-habilitado, é possível programar na chave My Key o limite de velocidade e do som do carro, por exemplo.
    Como único opcional, há o teto solar por mais R$ 4 mil. Afinal, de série estão inclusos o sistema multimídia Synk com tela sensível ao toque de 8”, sistema de navegação (GPS) com comando de voz, conexão para Bluetooth, USB, cartão de memória e entrada de vídeo/áudio RCA. Os bancos são em couro, os dianteiros aquecidos e o do motorista possui ajustes elétricos. O volante é repleto de botões para controlar o som, atender telefone e configurar as duas telas de LDC de 4.2”, uma de cada lado do velocímetro, iguais as que equipam o Edge.
    O interior so sedã é luxuoso e bem amplo. Passageiros que vão atrás podem cruzar as pernas com sobras de espaço. Também pudera, a distância entre-eixos é de 2,85 metros. O porta-malas também é grande, com capacidade para 514 litros.



    E a família aumenta

    Para sua faixa de preço, o modelo vem bem completo e conta com 3 anos de garantia. Por ser trazido do México, país com o qual o Brasil mantém acordo comercial, o valor está abaixo do seus concorrentes Hyunday Sonata, Kia Optima, Peugeot 508 e possivelmente dos que devem chegar em breve como o Chevrolet Malibu e o Nissan Altima.
    O Fusion 2.5 Flex posiciona-se como a versão de entrada da linha, que contará ainda com o modelo Titanium 2.0 com tração dianteira, que chega em março por R$ 99.990. Para este semestre está prometido o último integrante da família, o Fusion Hybrid. A versão “verde” terá os mesmos itens da Titanium AWD, porém com um motor elétrico e outro à combustão. O preço ainda não foi informado, mas é certo que será o mais caro da linha.


    FONTE: IG CARROS

    CARREIRA x REDES SOCIAIS

    IMÓVEL

    segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

    ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS

     
     
    Arrecadação de impostos bate recorde e chega a R$ 116 bilhões
     
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    Arrecadação da Receita Federal bate recorde em janeiro

     

    Receita arrecadou R$ 116 bilhões em janeiro, superando o recorde anterior de R$ 108,892 bilhões


    BRASÍLIA - A arrecadação de contribuições e impostos federais somou R$ 116,066 bilhões em janeiro, segundo informou a Receita Federal. O resultado é recorde da série histórica, em termos reais, derrubando a maior marca até agora que era de R$ 108,892 bilhões. A arrecadação de janeiro superou o teto do intervalo das estimativas pelo AE Projeções, de R$ 112,065 bilhões.
    A soma de janeiro é 6,59% maior do que o resultado de um ano atrás, levando-se em conta do IPCA do período. Na comparação com dezembro de 2012, a alta foi de 11,46%, também em termos reais.
    O crescimento da arrecadação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) em janeiro ajudaram a levar o resultado do mês a um novo recorde histórico. O pagamento dos dois tributos somaram R$ 34,018 bilhões, alta de 20,33% em janeiro deste ano na comparação com um ano atrás.
    Segundo os dados da Receita Federal, o pagamento da primeira cota ou cota única dos dois tributos e a antecipação de pagamentos do ajuste anual do IRPJ e da CSLL apresentaram crescimento em relação a janeiro do ano passado, quando pela primeira vez a arrecadação superou a marca dos R$ 100 bilhões.
    As empresas que declaram pela estimativa mensal foram as que mais contribuíram (R$ 16,146 bilhões), com um alta de 49,51% em relação a janeiro de 2012. O valor é referente ao resultado apurado no último trimestre de 2012. A declaração de ajuste anual, cujo vencimento é apenas em março, gerou uma arrecadação de R$ 4,328 bilhões, 0,38% a mais que no ano passado.
    As empresas financeiras tiveram um aumento de 12,66% no pagamento de IRPJ e CSLL a título de antecipação de tributos relativos ao lucro obtido no ano passado. As demais empresas (não financeiras) registraram queda de 16,20% na antecipação da declaração de ajuste anual. As empresas costumam fazer o pagamento antecipado quando há sobra de caixa, mostrando uma boa lucratividade. Com a antecedência no recolhimento, elas evitam a correção do valor pela taxa Selic.
    A Receita Federal afirmou que os principais indicadores macroeconômicos no final do ano também influenciaram a arrecadação de janeiro, como o aumento das vendas de bens e serviços, o crescimento da massa salarial e do valor em dólar das importações. Apenas a produção industrial, que registrou queda em dezembro, que influenciou negativamente o pagamento de tributos.

    IR 2013

    Receita libera programa do IR 2013 nesta segunda-feira

    Declaração poderá ser preenchida pela internet ou entregue em disquete nas agências da Caixa Econômica ou Banco do Brasil

    Agência Brasil | - Atualizada às
     
     

    Agência Brasil
     
     
    A Receita Federal liberou hoje (25), às 8h, o programa gerador do Imposto de Renda Pessoa Física 2013. Para fazer o download, o contribuinte deve acessar o site da Receita Federal. Os contribuintes que entregarem a declaração no início do prazo (1º de março), sem erros, e tiverem direito à restituição, terão a chance de receber o dinheiro nos primeiros lotes.
    O mesmo ocorre com as pessoas com idade superior a 60 anos, que terão prioridade em receber a restituição, em observância ao Estatuto do Idoso. O prazo da entrega será dia 30 de abril. A declaração poderá ser preenchida pela internet ou em disquete nas agências da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil.
     
     
     
     
     
    QUEM DECLARA
     
    Estão obrigados a declarar os contribuintes que receberam rendimentos tributáveis cuja soma foi superior a R$ 24.556,65 em 2012. O valor foi corrigido em 4,5% em relação ao ano anterior. A obrigação de declarar alcança também aqueles que receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil.
    ig
    Prazo para entrega termina em 30 de abril
    A apresentação da declaração é obrigatória ainda para quem obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, ou obteve receita bruta com atividade rural superior a R$ 122.783,25.
    Quem tinha, até 31 de dezembro de 2012, posse de bens ou propriedade, inclusive terra nua, com valor superior a R$ 300 mil, também está obrigado a declarar. A Receita publicou um manual com perguntas e respostas para o contribuinte com dúvida sobre o preenchimento da declaração.



    DEDUÇÂO

    O valor limite para a dedução com instrução será R$ 3.091,35. Por dependente, o contribuinte poderá abater R$ 1.974,72. No caso das deduções permitidas com a contribuição previdenciária dos empregados domésticos, o valor do abatimento pode chegar a R$ 985,96. Não há limites para os gastos com despesas médicas.
    A expectativa da Receita Federal é receber 26 milhões de declarações. Em 2012, 25.244.122 contribuintes enviaram a Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física.


     
     
     
    FONTE: IG ECONOMIA

    domingo, 24 de fevereiro de 2013

    MUITAS REUNIÕES

    CEO CONSEGUE DINHEIRO

    MSN Forbes Brasil
     
    CEO consegue US$ 8 milhões para sua empresa em duas semanas
     
     
    Confira o que Tom Serres fez diariamente

     
    MSN Forbes BrasilIBM
    Forbes Brasil
     

    O diário de um dos maiores levantamentos iniciais de fundos de todos os tempos

     
     
     

    Tom Serres conseguiu levantar US$ 8 mi para sua empresa em duas semanas de forma incomum

     
     

    Tom Serres e a filha Madison (© Reprodução)
    Tom Serres e a filha Madison (Reprodução)

    Tom Serres teve de enfrentar uma escolha. O CEO da Rally.org, site de levantamento de fundos para campanhas políticas e outras causas sem fins lucrativos, tinha acabado de levantar um financiamento de US$ 3,5 milhões de grandes investidores do Vale do Silício, como Reid Hoffman, fundador do LinkedIn. Mas ele precisava de mais.


    Com o aval dos investidores, Serres poderia ter levantado em uma longa rodada, o que tiraria seu foco do Rally por meses. Ou o organizador do site crowdfunding poderia fazer algo sem precedentes: levantar dinheiro em uma rodada inicial multimilionária pela internet, de uma única vez. Ao escolher a segundo opção, Serres queria capitalizar a atenção deles, definir uma linha de tempo e condensar o processo de captação de recursos em poucos dias.


    Serres resolveu arriscar. No dia 15 de maio de 2012, a rodada da Rally foi aberta pela AngelList, uma rede social para startups e investidores, e os investimentos começaram a entrar. O empresário e pai solteiro passou 12 dias em uma missão que teria derrubado um homem mais fraco: respondeu a quase 3.000 e-malis, viajou para Texas, Lousiana e Washington D.C. e se encontrou com mais de 70 investidores, frequentemente em companhia da filha, Madison, 4 anos. Ao final, ele conseguiu 18 apoiadores e US$ 4,4 milhões.


    Veja a rotina de Serres no período:


    14 de maio, segunda-feira
    Hoffman e os outros dois investidores, Mike Maples e Eric Ries, investem US$ 3,5 milhões na primeira rodada da Rally.


    15 de maio, terça-feira
    10h11. Da matriz da empresa, em São Francisco, Serres entra na página de levantamento de fundos da AngelList. Isso diz ao site que eles está procurando por investidores.

    10h12. O primeiro investidor, de Austin, entra em contato com Serres por mensagem. Na hora seguinte, 61 fazem o mesmo.

    12h. Serres pede a seu assistente, Sam Burkett, que limpe sua agenda na semana e marque encontros com investidores.


    17h18. Tim Feriss, autor de “4-Hour WorkWeek” (“Trabalho Semanal de 4 horas”, em tradução livre), entra e contato e Serres demora quatro minutos para respondê-lo.

    19h. Janta espaguete, toma banho e coloca sua filha Madison para dormir.

    20h19. Feriss telefona e quer ver o PowerPoint usado na apresentação para levantar fundos de investidores. Serres liga para o diretor de criação, Jeff Castellana, para atualizar a plataforma da empresa.

    22h15. Feriss liga de volta e diz: “Essa é a plataforma mais bonita que eu já vi.” Ele se compromete a investir e pede que guarde um espaço para Kevin Rose, fundador do site de entretenimento Digg.


    16 de maio, quarta-feira
    1h. Serres vai dormir depois de 550 e-mails ao longo do dia.

    6h30. Telefonema de um possível investidor: Josh Spear, fundador da consultoria Undercurrent.

    10h43. Após cinco encontros e seis telefonemas de investidores, Serres conversa com Burkett, que confidencia: “eu surtaria quando tivesse que tomar banho pela manhã”.


    17 de maio, quinta-feira
    5h14. O fundador da Vignette Corp., de serviços executivos, Ross Garber, compromete-se a investir com uma mensagem: “Dentro.”

    8h34. Serres e Madison vão para Austin, no Texas, para encontros com representantes da Universidade do Texas.

    12h31. “Eu entendo que você esteja em uma agenda apertada para levantar fundos”, escreve por e-mail Peter Boboff, da empresa de investimentos Transmedia Capital. “Normalmente, eu não agiria tão rápido, mas gostaria de me comprometer.”

    15h. Serres volta à universidade para discutir captação de recursos de ex-alunos.

    20h. Serres checa sua filha dormindo e responde e-mails até as 22h.


    18 de maio, sexta-feira
    6h. Uma ligação via Skype com Habib Haddad, empresário e investidor de Beirute, no Líbano.

    8h. Serres participa de uma mesa de discussão sobre negócios.

    9h30. Serres e Madison se encontram com representantes da investidora Vianovo Ventures.

    17h. Serres encontra Kevin Rose em Nova Orleans, que confirma o investimento.

    18h. Liga para John Occhipinti, da empresa de investimentos Relay Ventures.


    21 de maio, segunda-feira
    9h, Depois de um fim de semana checando e-mails e de voltar para São Francisco, Serres se encontra com Occhipinti por uma hora no escritório da Rally.

    12h. Recebe um telefonema de Jessica Jackley, do Collaborative Fund, que investe em tecnologias emergentes.

    15h. Depois de alguns encontros, Serres fala com Maples, que o conecta a Tom Steyer, bilionário fundador da empresa de gerenciamento de capital Farallon Capital.

    16h. Serres fala com Rob Hayes e Kent Goldman, da empresa de investimentos First Round Capital.

    17h. Telefonemas de Steyer e, mais tarde, do investidor inglês Michael Birch.


    22 de maio, terça-feira
    7h30. Outra ligação de Occhipinti.

    8h30. Telefonema do ex-publicitário Alex Bogusky.

    9h30. Vídeoconferência com Occhipinti e parceiros do Relay.

    15h17. Um e-mail de Michael Birch: “Gostaria de fazer parte disso.”

    17h30. Happy hour em um bar com os funcionários da Rally.


    23 de maio, quarta-feira
    8h. Telefonema com Ephrain Luft, ex-CEO do Circle of Moms, grupo de mães on-line. Mais cinco encontros com investidores durante o dia.

    17h. Serres se reúne com os pintores que trabalham na casa para que ele está se mudando.

    18h. Steyer se compromete via e-mail. “Estou exausto, tentando manter contato com todos os investidores”, envia também por e-mail Robin Stenersson, um advogado da Gunderson Dettmer.


    24 de maio, quinta-feira
    12h. Encontro com a Relay Ventures.

    14h15. Conversa com Kevin Rose e a Google Ventures.

    20h41. Sonolento na sala, Serres recebe uma mensagem de Occhipinti: “Estamos dentro.” Uma hora depois, ele responde e pega um voo para Washington D.C. para o casamento de um amigo.


    25 de maio, sexta-feira
    9h. Encontro com a Transmedia Capital na Rally.

    11h51. Serres e Madison saem de D.C.

    12h. A rodada acaba oficialmente.

    14h54. Serres consola uma empresa de investimentos que chegou muito tarde: “Desculpe pelo atraso. Essa realmente não é uma arrecadação de fundo normal.”



    Atualizado: 23/02/2013 | Por J.J. Colao- Forbes Brasil


    FONTE: FORBES - MSN

    sábado, 23 de fevereiro de 2013

    MICROCRÉDITO PARA EMPREENDEDORES


    Microcrédito estimula crescimento de quem quer investir em negócio próprio

    Dinheiro emprestado pelos chamados bancos do povo ajuda brasileiros que desejam trabalhar por conta própria.


    Sair do anonimato. Trabalhar por conta própria. Dona Ruth Rodrigues começou a sonhar com isso ainda menina. Já nasceu com talento para a costura.
    "Quando você vê a peça pronta você fica alegre. Quando você vê a pessoa vestindo a peça e saindo satisfeita, aí alegra o coração da gente e a gente quer continuar melhorando, fazendo mais", diz a modista Ruth Rodrigues.
    E ela fez muito, trabalhando 12, 13 horas por dia. Sempre no quartinho dos fundos de casa em Diadema, na periferia da Grande São Paulo. Até que um dia, junto com a filha, virou o jogo para sempre.
    Há cerca de três anos, dona Ruth e a filha resolveram abrir uma loja para vender as roupas. Mas o dinheiro era curto e tudo o que elas conseguiram foi montar um box, de seis metros quadrados, no centro comercial. Mal cabia roupa, balcão, experimentador, tudo.
    "Nessa loja tem o meu tamanho. E assim, quando a gente tem um problema, aqui mesmo ajusta, já saio com a minha mercadoria de acordo com o meu tamanho”, conta a freguesa Nadir Garcia.
    "A gente começou a trabalhar sob medida. As pessoas vinham, traziam uma entrada, e aí com aquela entrada, a gente fazia a roupa da pessoa. Quando entregava, ela pagava o restante e a gente trabalhava com aquele valor”, explica a lojista Aline Rodrigues.
    Mas nunca sobrava o suficiente para instalar e equipar uma loja pra valer. Só deu certo quando fizeram empréstimo no banco.
    O primeiro empréstimo que fizeram foi de R$ 500. “Deu para fazer bastante coisa. Para quem não tinha nada, já foi muito.", lembra.
    Esse pouquinho que vale ouro é dinheiro emprestado por bancos especializados em microcrédito - os chamados Bancos do Povo. O Crédito Solidário, do qual Aline faz parte, reúne empreendedores em pequenos grupos para estimular a parceria. Aqui, todos se comprometem com o pagamento das prestações, se, por algum motivo, um dos participantes não puder quitar.
    "É isso o que a gente deixa bem claro na reunião, é o compromisso. E isso o pessoal tem bastante. Principalmente aqueles que têm restrição no nome. Esses que são as pessoas mais assíduas, são aqueles que pegam e pagam em dia”, conta a agente de crédito Carla de Jesus.
    E a lojista Kelly Palazan acredita que isso dá mais segurança. “É melhor do que você ir pegar um empréstimo sozinha”, diz a lojista.
    Kelly e o marido têm uma pequena loja de artigos religiosos, nos fundos de uma galeria, no centro de Diadema.
    A sacoleira Maria Angélica da Silva é revendedora de roupas de cama, mesa e banho. Aceita encomendas, tem vendedoras que vão de porta em porta e também promove os produtos em reuniões com amigas do bairro. No Natal de 2012, pegou R$ 1.000 de empréstimo para comprar um estoque maior.
    Angélica afirma também que vai continuar pegando esses empréstimos. “Vou continuar, porque eu quero crescer. Eu quero ver se eu consigo montar uma grande empresa para mim. Trabalhar, para ter as vendedoras e uma loja para mim mesma. O que eu quero fazer é parar de trabalhar em reuniões, mas vender numa loja. Montar uma loja pra mim”, conta.
    As mulheres lideram o mundo do empreendedorismo. Metade dos negócios gera renda mensal de dois a três salários mínimos. E apenas 25% já começam como empresa registrada. A informalidade é a porta de entrada para a maioria. Gente com vontade de trabalhar, mas sem um centavo de capital próprio.
    "Elas vão precisar de um empurrão aqui, outro ali, vão precisar melhorar os seus negócios, buscar outras qualidades, e isso vai permitir que elas cheguem muito longe", explica o diretor do Crédito Solidário Almir da Costa Pereira.
    O comerciante José Elnir Rodrigues da Silva, único homem no grupo batizado de "mulheres conquistadoras", é um caso desses. Com o nome negativado, ele só voltou a fazer planos depois de descobrir esse sistema de empréstimos.
    "Como me salvou. Chegou como socorro imediato mesmo, porque através desse microcrédito é que eu dei uma reerguida, na verdade", conta o comerciante.
    José reforma e revende eletrodomésticos descartados. Tem uma loja e também faz consertos a domicílio, em toda Diadema e vizinhança. O objetivo é aumentar bem o negócio. "Eu tenho planos de colocar pelo menos dois carros na rua, ter uma equipe trabalhando na rua”, planeja o comerciante.
    Confiança no futuro. Este é o resultado mais concreto do suporte que o grupo dá ao empreendedor individual. A cabeleireira Jeane da Silva que o diga: quando a sociedade com a irmã acabou, ela ficou com apenas a metade do salão, e não tinha como se reerguer sozinha.
    "O meu primeiro empréstimo foi de R$ 800. Aí, com esses R$ 800 eu comprei uma cadeira, usada, bem velhinha", lembra a cabeleireira.
    Comprou a cadeira, fez um novo estoque de produtos, quitou prestações atrasadas e aproveitou para investir na propaganda. Com 100 mini-panetones, numa véspera de Natal, ela começou de novo. "Eu dava os panetones, dava o cartãozinho, e fui fazendo uma clientela fiel. E o que acontecia? Uma cliente indicava outra, eu dava uma hidratação. Chegava o aniversário da cliente, eu dava uma escova” Tudo idéia de Jeane, que diz gostar bastante de ler. “Aí, lia os grandes empreendimentos, e pensava ‘o que eu posso fazer?’. Se eles oferecem champagnes para clientes deles, eu vou oferecer mini-panetones, porque é o que entra no meu orçamento e eu trabalho em um bairro que é simples", completa.
    Até a filha acabou adiando os planos de estudar medicina porque já tem trabalho.
    Radhleen Lopes da Silva, filha da Jeane, ganha seu salário no salão da mãe. “Minha mãe paga direitinho. Tudo o que fizer, ela tira o produto, e o resto é meu”, conta.
    O marido, Eliseo Medeiros, que é metalúrgico durante a semana, nem consegue mais descansar. "Fim de semana ele rala junto comigo igual um escravinho”, conta Jeane.
    "Elas gostam quando eu lavo o cabelo, tanto é que elas pedem às vezes pra minha esposa para que eu lave o cabelo delas. Então, eu acredito que eu esteja agradando.", revela Eliseo.
    É tanto capricho, que Jeane já garantiu o que é mais sólido nesse tipo de negócio: a fidelidade da clientela.
    "Um dia eu mudei pra outro salão mais perto de casa, a menina foi fazer as luzes e colocou uma touca térmica pra andar mais rápido, danificou o meu cabelo. Aí eu percebo que não vale a pena mudar”, conta a dona de casa Edinete Reis Santos, que afirma ter confiança no trabalho de Jeane.
    Não demorou muito para o espaço na garagem da casa alugada ficar pequeno. O próximo passo é ter o próprio imóvel, um lugar onde ela possa fazer o salão dos sonhos. "Que eu quero uma sede própria, eu quero. Se eu posso pagar mil e tanto de aluguel, por que eu não posso pagar o financiamento de uma casa?", planeja a cabeleireira.
    E o que será do futuro, Jeane? Ela conta: "Um lugar amplo, com no mínimo cinco cadeiras, cinco cabeleireiros trabalhando para mim, no mínimo três manicures, e vários locais da cidade".

    Quem quiser, pague pra ver. Com um passo de cada vez, elas vão longe. Aline e a mãe já estão trabalhando para ampliar a estrutura. Querem ter certeza que podem lançar uma marca exclusiva.
    "Nosso foco agora é a oficina, para a gente poder comprar máquina, investir no tecido, contratar mão-de-obra, porque o que minha mãe faz já tá sendo pouco, porque a gente precisa de mão-de-obra pra trazer mais, pra vender mais, pra comprar mais”, diz Aline.
    A empresa realmente cresceu.


    Edição do dia 22/02/2013
    22/02/2013 23h23- Atualizado em 22/02/2013 23h52

    FONTE: GLOBO REPORTER

    EMPREENDEDORAS CRIATIVAS FOCAM A INCLUSÃO SOCIAL

     

    Irmãs criam linha de bonecas com necessidades especiais

    Com iniciativas como os bonecos da inclusão, pequenos empreendedores são responsáveis por mais de 70% dos empregos no Brasil.

     


    Na era dos brinquedos eletrônicos, será que bonequinhas de pano ainda conquistam as crianças? E como. Criadas e produzidas em São Paulo, falta pouco para serem exportadas para a África.
    As irmãs microempresárias Lúcia e Joyce Venâncio contam que por me produzem cerca de 2.000 bonecas e que chegam a fazer 80 bonecas por dia. “Nós fizemos um trabalho de pesquisas em bairros A, B, C e D, pra saber como seria a aceitação desse produto no mercado”, conta a microempresária Joyce Venâncio. E Lúcia Venâncio garante: "Boneca eu posso dizer com certeza que é de zero à melhor idade".
    Mas antes de vencer com as bonecas, as irmãs Venâncio experimentaram o gosto amargo do fracasso. Foi com um café chique, que abriram no bairro. “Nós só pensamos mesmo no visual desse café e na satisfação de ter um negócio. É claro, pensávamos em ganhar dinheiro, mas sem planejamento", lembra Joyce.
    Descobriram tarde demais que no bairro em que abriram o café é muito raro alguém parar para tomar um cafezinho. Depois, com o projeto das bonecas, planejaram tudo. Não cederam ao impulso do improviso.
    "Esse é um dos grandes erros. É você fazer algo que te dá prazer, mas não saber se esse trabalho é bom para o público e se vai te render alguma coisa também”, reflete Joyce.
    Inspiradas em um bonequinho negro que a avó fez para Joyce, as netas criaram vários modelos e apostaram numa idéia surpreendente: bonecos de inclusão.
    "Eu tenho a boneca cadeirante, muletante, com síndrome de Down, obesa. Tem a boneca da quimioterapia, a cega com o cão-guia”, conta Joyce.
    “Gratificante é quando entra alguém com síndrome de Down e pega a boneca e não quer nem que embrulhe, ela sai segurando uma referência que ela busca no mercado e não existe”, se orgulha Lúcia. E os bonecos de inclusão têm ainda outro papel, como explica Joyce. “Nas escolas, essas bonecas não são para ficar na prateleira, e sim para estar trabalhando no dia-a-dia, falando das diferenças, colocando a importância da inclusão”.
    Pesquisa de mercado, planejamento detalhado e sonhar com os pés no chão. Três regrinhas fundamentais, mas só para começar, porque a lista é longa.
    “Informação hoje é a principal mola de crescimento. Quem não tem conhecimento, dificilmente vai pra frente”, conta o presidente do Sebrae Luiz Barreto.
    Quem pretende ser o próprio patrão, não pode se iludir. Empresas de qualquer tamanho dão sempre muito trabalho. Mandamento número um: não dar o passo maior do que a perna.
    Às vezes, um passinho para trás pode ser um recuo estratégico. A Kelly, por exemplo, acaba de sair do grupo de microcrédito em Diadema. Para diminuir os custos, ela trocou a Grande São Paulo por uma cidade no interior de Minas Gerais e lá pode abrir sua lojinha num espaço melhor.
    "Tendo responsabilidade e comprometimento, eles podem crescer”, diz a agente de crédito Carla de Jesus.
    O comprometimento com a qualidade do produto é a porta de entrada para a exportação. Outro ponto importante: ter olhos bem abertos para as oportunidades.
    "A associação existe há 21 anos, então, nunca tinha chegado alguém da Amazônia, lá de Manaus, com essa proposta”, conta o comerciante Virgílio Ramos.
    E a microempresária Maria de Nazaré Nascimento já sabe aonde quer chegar. “Eu quero poder dar muitos e muitos empregos, dar oportunidade, poder crescer para cada vez mais melhorar a qualidade do meu trabalho", planeja.
    Hoje, Nazaré e todos os pequenos empreendedores são os responsáveis por mais de 70% dos empregos gerados no Brasil. Na oficina de bonecas, a costureira Ivone Maria dos Reis é um bom exemplo. Já na idade de se aposentar, ganhou uma nova profissão e muita esperança.
    "Eu nunca esperava que eu fosse poder ter esse orçamento que eu tenho agora, graças ao trabalho da Preta-Pretinha”, conta a costureira.
    É assim que os pequenos negócios vão dando frutos, gerando renda e abrindo oportunidades.


    Edição do dia 22/02/2013
    22/02/2013 23h41- Atualizado em 23/02/2013 00h00


    FONTE: GLOBO REPORTER

    AS EMPREENDEDORAS


    Mulheres abrem suas próprias empresas e dão a volta por cima

    Brasileiras que conseguiram abrir seus próprios negócios e superar histórias de pobreza e dificuldade contam suas experiências.

     
    Na loja da microempresária Ana Lúcia Reis, o movimento é para valer: das 8h às 23h, de segunda a sábado.
    Ana hoje tem uns 300 clientes: a freguesia é fiel, as funcionárias têm carteira assinada e a proprietária garante que só está começando.
    "A minha vontade agora é pegar a parte de cima e botar só a passadoria. Já fico sonhando em cada canto uma passadeira passando as roupas, contratando um boy fixo, de carro mesmo, pra poder entregar as minhas roupas”, conta Ana Lúcia, que diz ainda que não esperava esse sucesso todo dentro da comunidade, que fica na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, Rio de Janeiro. “Eu achava que teria sucesso no asfalto, não na comunidade. Mas a comunidade acabou me surpreendendo, eu faço sucesso aqui na comunidade mesmo.", garante a microempresária.
    Em 2009, Ana estava desempregada e sem dinheiro. Mas tinha intuição e uma enorme vontade de vencer. A lavanderia começou como a maioria dos empreendimentos no Brasil: bem pequena, em casa mesmo. “E acabou dando tanto sucesso que eu acabei ganhando mais que meu esposo. E foi daí que veio a idéia de realmente montar uma lavanderia", conta Ana.
    O primeiro passo para sair da cozinha foi se instalar em um quiosque, emprestado da associação dos moradores do morro. Lá, Ana fez uma aposta com o marido.
    "’Se passar dos seis meses e não quebrar, a gente vai em frente’. E foi aí, quando chegou os seis meses, fizemos uma festa. Agora não quebra mais, agora é só divulgar e fazer sucesso”, comemora.
    Daí para a loja foi um pulo.
    A dona-de-casa Glória Gonçalves diz o que acha do serviço. “Ah, muito boa, roupa cheirozinha, muito boa a roupa", elogia.
    Quem lavava as roupas do cabeleireiro Moisés Neves era a mãe dele. Agora, ela se aposentou dessa função. “Agora só venho aqui”, conta.
    Se a freguesia não traz a roupa, Ana manda buscar. Se a entrega é longe, manda levar.
    "Eu faço a minha propaganda, eu mesmo vou pessoalmente, faço boca-a-boca, quando é cliente pela primeira vez eu mesma vou visitar, eu mesma me apresento como dona, mostro o panfleto e dou desconto. Se for cliente de toda a semana, ele ganha um quilo grátis, e daí vai a divulgação deles", diz a microempresária.
    Na comunidade, dizem que ela ficou rica. Mas ela jura que, ainda, não.
    "A maior parte do nosso lucro a gente reinveste na loja, a gente não tira não, não tira nem o nosso, às vezes até põe da nossa casa, do extra que nós temos, que eu tenho uma casa alugada, meu esposo trabalha como motorista, e o dinheiro dele e o meu vem pra loja", conta Ana.
    A Ana sonha grande, ela quer ver o nome da lavanderia espalhado pelo Rio. E é melhor não duvidar dela: já foi criada a primeira filial da futura rede, na comunidade do Tuiuti, zona norte da cidade.
    Outra que também pega no batente é dona Zenir Ribeiro, cheia de orgulho pelo sucesso da filha. "Eu estou feliz porque ela conseguiu o que ela queria, graças a Deus", diz a mãe de Ana, Zenir Ribeiro.
    Ana deixou a escola na sexta série, quando ficou grávida aos 15 anos. Com apenas 35, é mãe de quatro filhos e avó de duas netas. Agora, quer recuperar o que deixou de lado. Nos planos estão o supletivo, a faculdade de administração e quantas lojas puder abrir.
    "A próxima lavanderia eu não quero mais em comunidade. Eu quero lá em baixo, no asfalto, na rua principal. Não quero ficar na mesmice. Quero sair do morro e continuar com minha lavanderia de raiz aqui em cima, mas lá embaixo sair o nome da comunidade, que saiu uma do morro e foi pro asfalto”, conta Ana.
    Em Mossoró, no Rio Grande do Norte, a artesã Francisca Fernandes também pensa grande. Sobre até onde ela planeja chegar, ela é categórica: “Até onde Deus permitir. Se Deus permitir que eu vá à Lua, eu vou".
    E se der, vai mesmo. Vencer obstáculos é uma coisa que ela sabe fazer muito bem. "Eu fiz grinalda pra defunto, eu fiz arranjo de noiva, eu costurei, eu passei, eu cozinhei, eu lavei roupa, eu já fui de tudo, já fui estilista de moda, já fiz de tudo para ver se mudava a situação", conta a artesã.
    Analfabeta, não tinha nem documentos. E a vida ia de mal a pior: "Já dei um filho porque eu não podia criar. Meu filho mais velho desmaiou de fome, e eu sem poder fazer nada porque era difícil a vida por eu nem saber escrever, não tinha como trabalhar. A pessoa não dava emprego por eu não saber ler nem escrever."
    Trabalhando como mecânico, seu Firmino, o marido, ganhava bem, mas não cuidava da família. Até que um dia, ele exagerou: negou R$ 1 para comprar pão. "Ele olhou bem para mim, enfiou a mão no bolso, pegou R$ 50, passou na minha cara e disse: ‘eu trabalhei, ganhei, então vou pro bar beber e escutar música do Roberto Carlos’”. E não deu R$ 1 para a esposa.
    Nesse dia, ela apostou a última esperança: moldar figuras em biscuit, uma técnica de artesanato que tinha visto na televisão. A matéria prima era muito cara. Ela foi misturando o que tinha em casa: óleo, goma de mandioca, vinagre e sabonete. "Tentava fazer de todos os jeitos. Quando eu botei o sabonete, foi o ponto. O essencial foi o sabonete”, explica Francisca.
    Os instrumentos de trabalho também foram improvisados: um pedaço de raio de bicicleta, agulha de crochê, um pedaço de cano, palito de coqueiro.
    "A gente decorava sabonete, fazia ímã de geladeira, fazia chaveirinho, e todo mundo achava feio porque era aquela coisa envernizada, aquela coisa brilhosa e o povo criticando, dizendo que era feio", conta.
    As críticas negativas, as dificuldades para produzir e vender a sua arte nunca abateram Francisca, ao contrário. Como boa nordestina, essa mulher tem na perseverança o seu traço fundamental. Franscisca fez de Lampião e Maria Bonita seus personagens favoritos e, como eles, nunca desistiu da luta.
    A luta melhorou muito depois que ela fez um curso de artesanato. O casal de cangaceiros ganhou estilo, em novos modelos e vários tamanhos. Com a ajuda da filha Adriana, a produção cresceu e as vendas também. Mas havia ainda muito que aprender. Até para tirar os documentos.
    "Meu filho escreveu meu nome na parede: Francisca Fernandes – arte em biscuit. E aí, todo dia eu ficava ali sentada na porta, contando quantas letras tinha o meu nome e quais eram as letras do meu nome para poder escrever direitinho, correto, o meu nome. Para mim, foi como se eu tivesse nascido de novo, e outra coisa: melhorou minha autoestima. Eu virei outra pessoa”, comemora a artesã.Carlinhos, o filho mais velho, largou o emprego para trabalhar com a mãe e a irmã. Juntos, eles formam uma equipe de produção impressionante: em um mês, chegam a fazer cinco mil peças.
    "O nosso carro-chefe são as peças miúdas e essas peças pequenas têm uma produção muito rápida. Num dia eu consigo fazer 150 cabeças dessas. A minha irmã já coloca o cabelo, o chapéu e está pronto", explica Carlos André de Sousa, filho de Francisca.
    E será que não cansa? Adriana de Sousa, filha de Francisca, diz que não. “Às vezes enjoa de fazer tanto cangaço, mas aí eu faço uma caricatura, uma bonequinha colorida, e daí já começo de novo no cangaço", conta.
    As caricaturas são de gente famosa: Xuxa, Ana Maria Braga, Louro José, Amy Winehouse, e até Michele Obama.
    Com isso, a vida da família mudou muito. “Meu sonho era ter dois pares de chinelo e eu já tenho todos os que eu quero. A gente tem internet em casa, nunca que pensei ter internet.”, diz Francisca. Agora, não falta mais nada em casa. “Tudo o que eu quero, vou ao supermercado e compro. As pessoas me ajudar a chegar a ter nome de celebridade".
    Dez anos atrás ela precisava implorar R$ 1 do marido. Agora, seu Firmino jura que nem se lembra dessa história. E diz que tem o maior orgulho dela. "Uma mulher que nem essa daí não é todo mundo que tem não. São poucas", elogia o aposentado Francisco Firmino da Costa Neto.
    A microempresária Maria de Nazaré Nascimento é uma dessas mulheres. Em São Luís, capital do Maranhão, não há religioso que não conheça os paramentos que ela produz. E ela sonha até em fazer roupa para o Papa. “É verdade. É um sonho, e eu vou realizar", confirma rindo.
    E se essa baixinha promete, ela cumpre. Até chegar a seu atelier, num casarão histórico do centro da cidade, foi uma longa caminhada. E ela chegou. "Eu tenho que contar essa história muitas e muitas vezes, para encorajar essas mulheres que às vezes acham que não tem mais jeito, que tem que se entregar e não é bem assim, tem que acreditar, correr, trabalhar, coragem, pensar nos filhos”, incentiva.
    Tudo começou numa pequena cidade do interior do Maranhão, onde Nazaré vivia sob o domínio de um marido muito violento. Foram tempos de dor e de medo, para ela e para os quatro filhos menores. Pra sair dessa situação, Nazaré precisava ter um trabalho. Para isso, ela foi estudar corte e costura, escondida do marido.
    "Não tinha liberdade, ele não deixava. Até mesmo ir para a missa, tinha que ser escondido, era aquela coisa. E eu vivendo aquela vida de desespero, de sofrimento, muitas vezes faltava comida, não pela pobreza, mas pela ruindade dele mesmo”, diz Nazaré.
    Recém-formada, ela fez as primeiras vestes litúrgicas seguindo as orientações de um padre amigo. Mas o negócio não dava certo no interior. Ela tinha que encarar a mudança para a capital.
    "Falei assim: ‘mãe, seja o que Deus quiser’. E ela falou: ‘vai, tu vai conseguir. Se você não conseguir, você volta, mas vai conseguir e nem vai querer voltar’", conta a microempresária.
    E ela foi, mesmo precisando deixar pra trás as filhas pequenas. Na bagagem, levou quase nada: só mesmo as máquinas usadas.
    Para quem começou só com duas máquinas velhas, sua oficina dá bem a medida do sucesso de Nazaré. Hoje são 14 funcionárias e a equipe deve crescer ainda mais. Trabalho é o que não falta. Só para a Páscoa do ano passado, as costureiras chegaram a produzir, em um mês, mais de 1500 peças.
    "Quando eu cheguei em São Luís, eu não tinha condições nem de alugar uma casa, por mais barata que fosse. Batia nas portas das lojas de tecido, contava a minha situação e nada. Porque assim: ‘você tem cartão?’. ‘Não’. ‘Tem cheque?’. ‘Não’. ‘Então nós não vendemos’. Aí muitas vezes eu deixava de comprar alimentação para comprar o tecido, porque eu tinha que pagar o aluguel, pagar a água, pagar a luz e não tinha outra saída", lembra Nazaré.
    Católica fervorosa, Nazaré fez muitos amigos na igreja e, com a ajuda deles, venceu. Hoje, são clientes fiéis, que recebem de volta o carinho da amiga.
    O padre Cosmo de Sousa Almeida sempre compra fiado com Nazaré, mas garante sempre pagar. “Pago direitinho. Mas a gente paga como pode. Ela diz ‘quando puder, deposita’, e dá o número da conta. Aí, a gente deposita e liga pra ela”, conta rindo o padre.
    E Nazaré diz nunca ter sido enganada: “Nunca perdi, nenhuma conta. Eles pagam direitinho".
    O padre Tarcísio Sousa explica o porquê de todo padre ficar amigo de Nazaré. “Porque ela é um amor”, garante. E quando ela diz a mesma coisa dos padres, o padre Tarcísio completa: “É um amor mútuo, recíproco, entre nós e a Nazaré. Com certeza”.
    Na Catedral da Sé, padre Cesar confessa: tem uma coleção de peças do atelier. “Eu me sinto muito bonito. E mais que bonito, mais realizado, feliz. Dona Nazaré contribui para essa nossa alegria de sentir-se bem vestido", conta rindo o padre.
    Feliz nos negócios e no amor: o novo marido de Nazaré trabalha no ateliê. E se conheceram na igreja.
    No almoço, patroa e funcionárias dividem a mesma mesa. Muitas das mulheres viviam em dificuldades. Nazaré deu a elas profissão e esperança.
    "Eu não sabia costurar. Ela disse que se eu quisesse aprender, ela me ensinava”, conta a costureira Lilian Aguiar, que diz ainda que estava precisando muito do emprego. “Eu não sabia nada e é difícil achar alguém que queira ensinar como ela fez", conta a costureira.
    Apenas dez anos, e a costureirinha do interior virou capitã de uma próspera empresa familiar. As filhas criam os desenhos e controlam modernas máquinas de bordado. O filho é o gerente.
    "É um dos motivos de eu chorar, porque tem hora que eu me belisco. ‘Será que sou eu? Como eu cheguei aqui? Como eu consegui sobreviver?’", se questiona Nazaré.
    E ela ainda quer muito mais. Gerar novos empregos é só um dos planos para o futuro.
    “Esse choro é de felicidade, de vitória, de sucesso”, afirmou a costureira.



    Edição do dia 22/02/2013
    22/02/2013 23h07- Atualizado em 22/02/2013 23h52

    FONTE: GLOBO REPORTER

    BRASIL NO TOP 10 DO EMPREENDEDORISMO

     

    Brasil está entre dez maiores países empreendedores do mundo

    União de produtores, inovação e qualidade levam produtos orgânicos brasileiros para outros continentes.

     

    A paisagem até lembra a Europa. Mas é no interior de São Paulo, distante apenas 90 quilômetros da capital.
    Qualidade de vida, quem não quer? Mas para tirar o próprio sustento da produção de figos, não é fácil.
    "O figo é um fruto assim muito delicado, ele precisa de água e ao mesmo tempo não pode ser muita água. Ele é muito exigente.", explica a produtora Lurdes Scabello.
    A colheita é 100% manual. Nada pode ser feito com máquinas. Lurdes produz ótimas frutas e já pensa em exportar. Mas por onde começar quando se é tão pequeno ainda?
    Para um pequeno produtor, conseguir certificar e exportar os figos é um sonho quase impossível. O processo todo é muito caro e muito difícil. Agora, se esse produtor se unir a outro, e mais outro, o grupo pode ganhar força. Juntos, eles podem dividir despesas, resolver os problemas, e ter melhores condições pra negociar o produto.
    Já são 22 produtores de figo no grupo que recebe apoio e suporte da Associação Agrícola de Valinhos. É o velho ditado: a união faz a força.
    "Todos compram no mesmo patamar, independente da quantidade. Tem produtor que compra um item, tem produtor que compra dois mil itens, e o preço é igual para todos. Então, com isso o pequeno conseguiu um fôlego para se manter na produção”, conta o presidente da Associação Agrícola de Valinhos/SP, Pedro Pellegrini.
    Fôlego e asas para voar. Ano passado a turma foi para Paris e visitaram a maior feira mundial da indústria de alimentos. De olho nas exportações, eles saíram do Brasil pela primeira vez para pesquisar o assunto pessoalmente. Conheceram de perto o principal concorrente, o figo da Turquia. Fizeram contatos com produtores de vários países e trouxeram de volta inspiração para trabalhar mais, muito, e de um jeito novo.
    "Visitando um stand de italianos, a moça tinha demonstração de esfoliante, de creme hidratante, tudo feito com figo”, conta a produtora Márcia Previtali.
    "Desde papinha de bebê, calda pra acompanhar algum prato salgado, dá pra fazer patê, creme, figo com chocolate, dá pra fazer o que você quiser", se empolga a produtora Ivete Lacarini.
    "Até fazer embalagens menores, porque hoje em dia tem um consumidor que muitas vezes não compra oito figos, ele pode comprar quatro. Então, a gente está com a idéia de mudar um tipo de embalagem menor", explica o presidente do Sindicato Rural de Valinhos/SP, Alci Roberto Previtali.
    Lurdes não foi a Paris desta vez. Ficou para não deixar o marido sozinho cuidando do pomar. Mas adorou as novidades que os outros trouxeram. Especialmente sobre embalagens – um item fundamental para quem pretende conquistar o mundo.
    Lurdes se orgulha de imaginar sua caixinha de figos chegando à Europa. “Muito chique”, ri.
    É pra se orgulhar mesmo: o Brasil está entre os dez maiores países empreendedores do mundo. 27 milhões de brasileiros, ou já tem a sua empresa formalizada, ou estão se preparando para isso. A boa notícia é que 73% dos negócios já sobrevivem ao segundo ano de vida.
    "E a outra questão muito importante: a busca permanente pelo conhecimento, pela informação. No mundo moderno de hoje, aquela velha frase que a gente já escutou muitas vezes, ‘o meu avô sempre fez assim’, ‘meu pai sempre fez assim’, hoje isso não é mais assim”, conta o presidente do Sebrae, Luiz Barreto.
    Inovar é a regra número um para o empreendedor. É assim que seu Virgílio Ramos ficou famoso na maior feira orgânica de São Paulo. " Isso é alimento dos deuses. Os maias e os astecas já reverenciavam essa fruta. Bom pra circulação, bom pro coração, bom pro bom humor também", contou.
    O alimento milagroso é o cacau. Mas também tem o açaí e a castanha, tão competentes quanto. "A castanha tem um mineral chamado, que é selênio. Quando você consome o produto assim, você está colocando pra dentro os flavonóides e antioxidantes", explicou.
    Ninguém resiste. Os produtos são saborosos, vêm direto da Amazônia, são produzidos em alta floresta com certificação ambiental, tudo do bom e do melhor. Parece fácil, mas no começo era apenas um sonho - praticamente impossível. "Porque você chega num lugar, ninguém te conhece, ninguém sabe do teu produto", disse.
    O comerciante Virgílio Ramos saiu de Manaus e desembarcou em São Paulo sabendo apenas que deveria procurar o mercado municipal. "Foi assim: todas as bancas do Mercado Municipal eram de seis metros, e me deram um metro praticamente. O que é um metro? Quase que nada pra expor os produtos que eu tinha, exclusive a castanha, e após cinco horas eu tive uma verdadeira posição de onde eu estava. No primeiro dia, sem conhecer, eu apurei R$ 700. E o que eu pensei? Eu estou rico em São Paulo", conta Virgílio.
    15 anos depois, seu Virgílio administra uma próspera empresa. Tem um espaçoso depósito refrigerado, máquinas que garantem a eficiência das embalagens, e principalmente se orgulha de ter inventado um jeito novo de vender açaí: ele compra a fruta congelada, manda liofilizar, e depois vende o pozinho - que diluído em água vira suco, sopa, creme.
    "Esse é o melhor açaí do mundo. Ele obedece toda a cadeia produtiva: o preço justo para quem trabalha, a mão-de-obra não é escrava, e cada pessoa que colhe recebe o preço justo", se orgulha Virgílio.
    São detalhes fundamentais para quem trabalha com produtos orgânicos. "A minha família já tem o hábito de consumir o produto orgânico dessa feira", conta a analista de RH Creila Pereira.
    Não basta ter sabor, tem que estar certificado.
    Roger Augusto Ramos, filho do Virgílio, acredita que o pai deu a tacada certa nos negócios. “Sem ele não ia dar certo", diz.
    Quem está de olho nessas castanhas agora é a Ásia. Seu Virgílio já recebeu consultas e propostas para exportar para vários países. O segredo? Disciplina, força de vontade e visão de mercado.
    Sobre se acha que está ficando importante, seu Virgílio diz, sorridente: “É, o produto também. O produto por si só fala".

    Edição do dia 22/02/2013

    22/02/2013 23h08- Atualizado em 22/02/2013 23h52

    FONTE: GLOBO REPORTER