terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

LOJA VIRTUAL NO MERCADO LIVRE

Como ganhar dinheiro no Mercado Livre

Tornar-se um empreendedor no MercadoLivre tem lá seus segredos. Antes de mais nada, é bom estar preparado para ficar sob o fogo cruzado dos consumidores virtuais. Nesta reportagem, veteranos e iniciantes contam como acertaram a mão nesse que é um dos terrenos mais disputados — e democráticos — da internet
             
 
 
DETERMINAÇÃO
 

A ShopFastCompras está abrigada no MercadoLivre desde o início de 2006. Os resultados estimularam o dono a abrir um negócio no ano seguinte. Hoje são 40 pedidos por dia

O engenheiro de produção Avimar Lopes Junior, 33 anos, sócio da ShopFastCompany, especializada na venda de computadores, celulares e câmeras no MercadoLivre, recorda-se que a confirmação de que ele estava realmente diante de um negócio lucrativo chegou pelo telefone. Em2007, após várias tentativas frustradas de entrar em contato com uma consumidora do interior do Sergipe via e-mail, ele resolveu telefonar para ela e sanar um problema: a cliente havia enviado o nome da cidade e da rua, mas faltava o número da residência. Do outro lado da linha, uma voz suave o tranquilizou. A cliente explicou que morava numa região de apenas uma rua. E que a sua casa ficava em frente ao correio. Além disso, seu filho era carteiro do município. “Depois de desligar, eu parei e pensei: se até a senhora que mora em uma cidadezinha remota compra na minha loja virtual, só posso estar no caminho certo.”
SAIBA MAIS
O telefonema coincidiu com o período de crescimento da ShopFastCompras, que Junior administra com o irmão, o engenheiro Haroldo Lopes, 32 anos. Durante o ano de 2006, enquanto os dois ainda estudavam, o site era usado como uma fonte de renda extra. Eles compravam os produtos e revendiam na internet. No início, a estrutura era mínima: “Atendíamos os clientes nas horas vagas, em casa”, lembra Junior. Os dois também penaram para acertar os prazos com os fornecedores. Para as primeiras compras, Junior tomou dinheiro emprestado de amigos e familiares. A administração, contudo, desde sempre foi profissional.

Depois de um ano de trabalho, os resultados animaram a dupla, que formalizou a empresa. As vendas deslancharam. Hoje, são dez funcionários instalados confortavelmente em uma área de cerca de cem metros quadrados. No ano passado, a empresa recebeu 40 pedidos diários, ao tíquete médio de R$ 100:um faturamento de mais de R$1milhão. Para 2010, a meta é alcançar 50 pedidos por dia. Aos novatos, Junior aconselha a ter uma palavra em mente: paciência.
AVIMAR LOPES JÚNIOR
“Minha empresa não trabalha como menor preço. Leva em consideração a estrutura e os custos fixos para calcular o valor dos produtos. Nosso diferencial está no atendimento”


DEPOIMENTO DO CONSUMIDOR
“Sempre presto atenção na qualificação dos vendedores. Fico atento também ao que antigos clientes falam sobre o vendedor. Só compro de empresas com endereço fixo e que oferecem a opção de buscar o produto pessoalmente” Fernando Guimarães, 32 anos,São Paulo – SP

O QUE ELE VENDE?
Produtos de informática, celularesecâmeras
Revista PEGN

Tornar-se um empreendedor no MercadoLivre tem lá seus segredos. Antes de mais nada, é bom estar preparado para ficar sob o fogo cruzado dos consumidores virtuais. Nesta reportagem, veteranos e iniciantes contam como acertaram a mão nesse que é um dos terrenos mais disputados — e democráticos — da internet

         
 
 
ORIGINALIDADE
  
 
A DakotaParts está no MercadoLivre desde o início de 2006 e já realizou 46 mil vendas pela internet. Apenas 36 foram qualificadas de forma negativa nesse período

Em 2006, depois de 12 anos de atuação no comércio de rua de Marília, no interior de São Paulo, Paulo Biancalana, de 38 anos, resolveu investir na internet. Cadastrou 20 produtos no Mercado Livre e administrava a loja virtual paralelamente à física. Em um ano, o resultado surpreendeu o empreendedor, que passou a contar com a ajuda do cunhado, Antonio Julio Peres, 44 anos, para tocar a operação virtual da DakotaParts, especializada em peças e acessórios para automóveis. No início, as vendas se restringiam a 20 produtos por dia. Três funcionários ajudavam os sócios.
SAIBA MAIS
Em quatro anos, a situação mudou. Em 2009, a operação on-line da empresa — que engloba o site e o MercadoLivre — faturou quatro vezes mais que a loja física. As vendas alcançam 350 peças por dia, a um tíquete médio de R$ 120. O MercadoLivre é responsável por 60% desse total. Para dar conta de todo esse movimento, 65 funcionários trabalham na DakotaParts virtual. O estoque ocupa três barracões em uma área de 1.300 metros quadrados. Segundo Biancalana, colaboradores são fundamentais. Quando uma pessoa clica em “comprar”, a transação está apenas começando. Para ser concretizada, o comprador paga (independentemente da forma), o vendedor envia o produto, e só então o pagamento é liberado.

Nesse meio-tempo é preciso atender cada cliente. Dos 65 funcionários, quatro deles passam o dia respondendo a perguntas e dúvidas de consumidores. “Vender pelo MercadoLivre não é como uma loja virtual comum. Tem todo um trabalho antes, durante e pós-venda”, diz Peres, que comanda a operação virtual. Para se dar bem nesse ambiente de clientes exigentes e muitas regras, o empreendedor avisa: é preciso ter agilidade, perseverança e infraestrutura. Buscar um diferencial também é importante. Na DakotaParts, segundo os sócios, a pronta entrega, o tamanho do estoque e os preços competitivos fazem diferença.
PAULO BIANCALANA
“Ter uma empresa no MercadoLivre exige muita dedicação, atenção e disposição do empreendedor. Dos 65 funcionários, quatro passam o dia respondendo a perguntas e dúvidas de clientes”


DEPOIMENTO DO CONSUMIDOR
“ Eu gosto muito de comprar celulares, eletrônicos e acessórios para carro pela internet. Valorizo muito o vendedor quandoo atendimento é bom, a entrega é rápida e o produto é de qualidade”
André Seccani Galassi, 23 anos, Sertãozinho - SP

O QUE ELE VENDE?
Peças e acessórios para automóveis
Revista PEGN
 
 

Tornar-se um empreendedor no MercadoLivre tem lá seus segredos. Antes de mais nada, é bom estar preparado para ficar sob o fogo cruzado dos consumidores virtuais. Nesta reportagem, veteranos e iniciantes contam como acertaram a mão nesse que é um dos terrenos mais disputados — e democráticos — da internet

 
            
NOSTALGIA

 
A empresa Presentes do Passado vendeu, em média, R$ 20 mil por mês em 2009. A meta para este ano é ampliar o catálogo de LPs e alcançar faturamento de R$ 500 mil

O engenheiro de minas Jorge Manuel Diniz Dias, 54 anos, é especialista em implosões de grandes prédios. Entre os seus feitos está a implosão cinematográfica da penitenciária do Carandiru, e o malfadado Edifício Palace 2, no Rio de Janeiro. Mas foi bem longe dos explosivos que ele encontrou sua vocação como empreendedor. Desde o ano passado, ele diminuiu o ritmo de trabalho como profissional liberal para se dedicar à venda de LPs antigos na internet. Seu respeitável acervo reúne hoje 500 mil discos de 12 polegadas, 400 mil compactos, 600 mil LPs, 20 mil discos de dez polegadas, 80 mil de 78 rotações e 2 mil jingles. Até o fim deste ano, sua meta é ter 450 mil discos cadastrados no site — atualmente são apenas 90 mil. Dedicado a fazer tudo dar muito certo, ele projeta vendas de R$ 500 mil neste ano, embora tenham ficado em um patamar de R$ 20 mil por mês em 2009.
SAIBA MAIS
Sua relação com produtos de época começou de maneira inusitada. Em 2001, depois de um malsucedido investimento em uma confecção feminina, ele passou a trocar as peças de roupa por livros antigos, que teriam como destino uma pousada recém-inaugurada em Ibiúna, interior de São Paulo. A ideia deu certo e logo ele estava aceitando também antiguidades e discos. Em pouco tempo, começava a tomar forma o acervo, que hoje está avaliado em R$ 3,9 milhões no MercadoLivre.

Para cadastrar 360 mil produtos em um ano, Dias vai contar com a ajuda de duas pessoas para fazer a avaliação dos discos, oito estagiários para a expedição e cadastros, duas pessoas para as vendas e outras duas no estoque. A relação com os consumidores surpreendeu o empresário no MercadoLivre. “É muito parecida com a da loja física, mas na internet. Exige muita conversa, um tête-à-tête praticamente igual ao que você teria pessoalmente.” Para dar certo no mercado virtual, Dias recomenda escolher a área de atuação com cautela. “No meu caso, encontrei mercadorias que seduzem os consumidores.”
JORGE MANUEL DINIZ DIAS
“É preciso saber escolher muito bem a mercadoria que você vai vender para tudo dar certo no MercadoLivre. A sua empresa tem de encontrar meios para seduzir o consumidor”

DEPOIMENTO DO CONSUMIDOR
“Na minha cidade não existem lojas que vendem discos compactos. Não uso e-mail para entrar em contato. Prefiro telefone” Claudemira Garcia Grigoleti, 61 anos, Tanabi - SP

O QUE ELE VENDE?
LPs antigos
Revista PEGN
 
 

Tornar-se um empreendedor no MercadoLivre tem lá seus segredos. Antes de mais nada, é bom estar preparado para ficar sob o fogo cruzado dos consumidores virtuais. Nesta reportagem, veteranos e iniciantes contam como acertaram a mão nesse que é um dos terrenos mais disputados — e democráticos — da internet

 
            
EM FAMÍLIA

 
Brinquedos guardados ao longo de uma vida inteira tornaram-se fonte de lucro e inspiração para um negócio prestes a decolar

Adamaris Gallucci, 58 anos, administradora da LojadaMel no MercadoLivre, está eufórica com o resultado das vendas do seu site nas festas do fim do ano passado. “Foi uma loucura”, celebra ela, que comanda a empresa ao lado das filhas, as gêmeas Selene Gallucci Sidney e Melissa Gallucci, de 33 anos. As três decidiram usar o site para se livrar de dezenas de brinquedos acumulados ao longo da infância de uma casa com seis crianças. “Até então eu nunca tinha jogado nada fora.”

Com o progresso do negócio nos últimos meses, elas passaram a vender também os brinquedos dos amigos. Depois da formalização da empresa, prevista para os próximos dois meses, o objetivo é iniciar a importação e a revenda de produtos novos. No total, a LojadaMel já concluiu 500 vendas no MercadoLivre desde maio de 2009, o que rendeu, em média, R$ 1 mil de lucro por mês para a família. Neste ano, Adamaris planeja importar novos produtos e espera chegar a um lucro mensal de pelo menos R$ 3 mil. A LojadaMel tem 100% de qualificação positiva no site. Para Adamaris, esse índice é resultado da constante atenção ao cliente. “É um trabalho que envolve muita dedicação. Não deixamos a freguesia esperando. Tiramos dúvidas sobre os produtos e explicamos como funciona o processo de pagamento”, diz. Outro segredo da nova empresária é zelar pela qualidade dos produtos vendidos. “Se o brinquedo for usado, é preciso higienizar e buscar embalagens que o valorizem”, diz ela, que acondiciona cada mercadoria com celofane e um laço.

As filhas Selene e Melissa ficaram responsáveis pela divulgação da loja na internet, assim como pelo cadastro dos produtos. “Criamos quase um estúdio dentro de casa para que as fotos tiradas não fossem amadoras. Temos um local com fundo branco e iluminação adequada para fotografar os produtos”, conta Selene. Além disso, as irmãs administram um MSN exclusivo onde tiram as dúvidas dos consumidores. Possuem também perfis no Twitter, Facebook e Orkut, além de um blog, que publica notí-cias sobre turismo, cultura e comportamento, assuntos de interesse dos clientes da LojadaMel.
ADAMARIS GALLUCCI
“É preciso saber escolher bem a mercadoria que você vai vender para dar certo no MercadoLivre. Qualquer coisa não vale”

DEPOIMENTO DO CONSUMIDOR
“Resolvi comprar pela internet no último Natal. Foi tudo rápido e eficiente: fiz o depósito e dois dias depois recebi a encomenda”
Marcos Rogério Mazziero, 35 anos, Monte Azul Paulista - SP

O QUE ELA VENDE?
Brinquedos usados e animais de pelúcia
Revista PEGN

Por Wilson Gotardello Filho
FONTE: PEGN



AS REGRAS DO MUNDO DOS BONS NEGÓCIOS VIRTUAIS
APELIDO – Nada de “Jujubinha”, “Loja do Quinzinho” ou da “Sininho”. Apelidos bizarros ou infantilizados não contribuem para o sucesso no MercadoLivre. Escolha um que transmita seriedade, confiança e profissionalismo.

DESCRIÇÃO – Destaque os diferenciais importantes e escreva o máximo de informações sobre o que pretende vender. Não diversifique os tipos de fontes, cores e tamanhos. Quanto mais fácil de ler, melhor. Capriche na língua portuguesa.

FOTO – Nada de imagens com aspecto amador. Uma boa fotografia é fundamental. Se você não tem como contratar um profissional, opte por fundo branco e boa definição.

TÍTULOS – Bons títulos são capazes de trazer compradores dos mecanismos de busca externo e do próprio MercadoLivre. Pense como um comprador na hora de criar as chamadas dos seus produtos. Evite sinais e muita pontuação. Escreva corretamente e use o máximo de caracteres permitidos.

GUERRA DE PREÇOS – Fuja dela. Muitos dos vendedores do MercadoLivre são pessoas físicas, que não têm os mesmos gastos de uma empresa. Não tente competir. Ofereça diferenciais, como variedade de produtos e pronta entrega.

FRETE INCLUSO – Não deixe o frete assustar seus compradores. Recalcule os preços dos produtos coma taxa de entrega e não cobre por este serviço separadamente. Se o produto custa R$ 100 e o frete R$ 20, anunciá-lo com a taxa de entrega por R$ 115 pode incrementar as vendas.

FORMAS DE PAGAMENTO – Ofereça o maior número possível de opções. Os consumidores preferem pagar com cartão de crédito, mas não limite a sua loja. Ofereça também a possibilidade de fazer transferências e boletos, por exemplo.

BUSCA – Patrocinar os resultados de busca é eficiente para atrair consumidores. Vale a pena apostar no próprio MercadoLivre, que oferece o Mercado Ads, e sites como o Google.
REDES SOCIAIS – Participar de redes sociais como Orkut, Facebook eTwitter, assim como terumblog ou site próprio, são ótimas ferramentas de divulgação.

E-MAILMARKETING – Envieumanewsletter para clientes cadastrados com ofertas e promoções. Lembre-se de que o comprador deve autorizar o recebimento.
 

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