terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

PRIVATIZAÇÃO DE AEROPORTOS: RESULTADOS


Aeroporto de Cumbica

Privatização triplica passageiros


Privatização triplica passageiros

Privatizado, Cumbica triplica o número de passageiros

Previsão da nova administração é que 60 milhões de pessoas passarão por ano no maior aeroporto do país

Brasil Econômico- Cláudia Bredarioli | - Atualizada às
 

Brasil Econômico


Na próxima semana, a partir de 15 de fevereiro, o maior aeroporto brasileiro entrará em uma nova fase, com a conclusão do processo de saída da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) da administração do Aeroporto André Franco Montoro, mais conhecido como Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, São Paulo. Depois de ser privatizado e com uma nova marca — que o batizou de GRU Airport —, o aeroporto começa a se preparar para alcançar, até 2022, a capacidade de atender 60 milhões de passageiros por ano.

Atualmente, tem capacidade para 18 milhões, mas chegaram a transitar por ali só no ano passado cerca de 32 milhões de passageiros. É sabido pela própria concessionária que agora assume o controle total do aeroporto, porém, que até 2014 bem poucas das melhorias necessárias a Guarulhos serão feitas. Por ora, quem passa pelas instalações do aeroporto percebe apenas a mudança na sinalização visual — em razão da troca de mais de 900 placas — e a reforma dos banheiros.

Esta ao menos foi a impressão da equipe do BRASIL ECONÔMICO ao visitar Guarulhos, neste início do processo da administração privada, para traçar um retrato da atual condição do aeroporto. As principais percepções captadas estão nesta que é a primeira reportagem da série que mostrará cada um dos aeroportos recém privatizados do Brasil — além de Cumbica, também Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília — e das perspectivas que suas melhorias podem trazer ao sistema aeroportuário do país.

No GRU Airport, a expectativa é de que a grande mudança virá apenas quando terminarem as obras do Terminal 3 — com capacidade para atender mais 12 milhões de passageiros por ano, oferta de mais 22 pontes de embarque, ampliação do pátio para mais 36 posições de aeronaves e 10 mil vagas de estacionamento. “Temos o desafio de praticamente construir um novo aeroporto em 19 meses e a agilidade da iniciativa privada é fundamental em um processo assim”, diz Antonio Miguel Marques, presidente da Concessionária Aeroporto Internacional de Guarulhos S.A. “Nós temos certeza que, atualmente, o nível de conforto para os passageiros que podemos oferecer não é o que queremos. Mas é difícil fazer todas as mudanças com o aeroporto em operação.”

A concessionária é formada pelo Grupo Invepar e pela operadora sul-africana ACSA. Juntas, as empresas detêm 51% da administração do aeroporto, enquanto a Infraero ficou com os outros 49%. Dos 51% da iniciativa privada, a Invepar tem participação de 90% e a ACSA, de 10%. O plano total de investimento previsto pela concessionária até 2032 é de R$ 6 bilhões, sendo que cerca de R$ 3 bilhões serão investidos até a Copa de 2014. Além das tarefas previstas em contrato para serem cumpridas pela própria concessionária, Miguel Marques destaca também a importância de outras ações paralelas serem realizadas ao longo desse período para que o maior aeroporto brasileiro realmente tenha condições de atender sua demanda.

Entre essas mudanças, uma das principais está relacionada ao acesso ao local. Hoje, a única forma de chegar ao GRU Airport é pela rodovia Hélio Smidt. Por conta disso, a concessionária também vai investir em novas portas de entrada para o aeroporto. Com a construção da futura estação da Linha 13-Jade da CPTM, a empresa desenvolve o projeto para implantação de um monotrilho ligando a estação de trem aos principais pontos do aeroporto. “O custo estimado para o obra é de US$ 40 milhões, com previsão de entrega para 2016”, diz Marques.

Para o executivo, a construção da linha-13 da CPTM, somada ao projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro, deve fazer do GRU Airport um grande hub de conexão de transporte ferroviário. Além disso, com a finalização do trecho norte do Rodoanel em Guarulhos, será construída uma alça de ligação com o aeroporto, ampliando as vias de acesso de veículos.

“Temos várias pesquisas que mostram que a percepção que os passageiros têm do aeroporto é completamente diferente quando eles enfrentam transtornos para chegar até aqui”, conta.

Enquanto esses grandes projetos não se concretizam, a nova administração também começa a estabelecer uma outra relação com as companhias aéreas. “Claro que as empresas têm demandas principalmente por mais espaço no aeroporto. Mas nós também temos demandas em relação a elas, especialmente para que sejam mais ágeis”, pondera o executivo.

Até que essas grandes mudanças se concretizem, a aposta da nova administração recai sobre pequenas melhorias para os passageiros como reforma e ampliação dos banheiros, reposicionamento de bancos (longe das áreas de check-in), entre outras. A partir de março de 2013 haverá reforma dos terminais 1 e 2, com aumento das áreas de liberação de bagagem, controle de passaporte, raio X e ampliação das áreas comerciais e de serviço.


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FONTE: IG ECONOMIA

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