quarta-feira, 20 de março de 2013

Criação de empregos em fevereiro tem pior resultado desde 2009

Total de vagas, contudo, é suficiente para manter taxa de desemprego em mínimas históricas


Reuters |
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A economia brasileira gerou 123.446 novos postos formais de trabalho em fevereiro, superando a estimativa do mercado, por conta do bom desempenho do setor de serviços, mas mesmo assim o resultado foi o pior para meses de fevereiro desde 2009, informou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta quarta-feira (20).

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), houve queda de 18,03% na abertura de novas vagas em relação a fevereiro de 2012, quando foram abertas 150.600 vagas, sem ajustes. Em janeiro deste ano foram abertas 28.900 vagas também sem ajustes.


-Veja também:MTE diz que resultado do Caged sinaliza reação do mercado de trabalho


Apesar da desaceleração, o dado mostra que o mercado de trabalho continua abrindo vagas suficientes para manter a taxa de desemprego em mínimas históricas, disseram analistas. O dado também ampara as apostas de economistas de que o Banco Central deve manter a taxa básica de juros inalterada em 7,25% na reunião do Comitê de Política Monetária do próximo mês.

"Apesar de ter vindo acima da expectativa, na média dos últimos 12 meses há leve queda, sugere que a demanda doméstica tem um arrefecimento e isso sugere que a resposta da autoridade monetária vai ser a manutenção do juros", disse o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

O novo ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou, em nota, que a expansão em relação a janeiro pode indicar uma reação do mercado de trabalho apontando para um cenário positivo no ano.

Agência Brasil
A abertura de vagas em fevereiro foi puxada pelo setor de serviços, com a geração de 82.061 novos postos

"Mas ainda é cedo para fazermos especulações", afirmou Dias. Em relação a janeiro, houve aumento de 0,31% no estoque de vagas com carteira assinada.

O estrategista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno, afirmou que a desaceleração da criação de emprego formal é natural diante da aproximação de uma situação de pleno emprego. "O ritmo continua desacelerando, mas estamos em um mercado de trabalho bastante aquecido, garantindo que a taxa de desemprego permaneça próxima das mínimas históricas", disse.




Setores

A abertura líquida de vagas em fevereiro foi puxada pelo setor de serviços, com a geração de 82.061 novos postos —acima da média do setor. O desempenho favorável de serviços decorreu da expansão generalizada do emprego nos seis ramos que o compõem, sendo que o setor de ensino teve resultado recorde para o período, segundo o Caged.

A indústria de transformação também teve um bom desempenho, que "parece confirmar uma reação do setor" disse o Caged. A indústria criou 33.466 vagas no mês passado —36% acima da média do setor e 70% superior ao resultado de fevereiro de 2012.

Já a agropecuária, ainda segundo o Caged, demitiu 9.775 trabalhadores em termos líquidos, enquanto a construção civil registrou contratação líquida de 15.636 pessoas no mês passado.

Pelos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil subiu em janeiro a 5,4%, por conta de fatores sazonais e pressionado pelo desempenho de São Paulo, mas ainda assim foi o melhor resultado para janeiro, mostrando a força do mercado de trabalho. Em dezembro, a taxa havia atingido o menor nível histórico, a 4,6%.

O mercado de trabalho tem sustentatado a popularidade da presidente Dilma Rousseff em níveis elevados. Levantamento feito pelo Ibope em março, sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrou que 63% avaliam o governo como ótimo ou bom, ante 62% em dezembro. A aprovação pessoal da presidente também oscilou 1 ponto para cima, passando a 79%.



FONTE: IG ECONOMIA

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