quarta-feira, 13 de março de 2013

Fuja do ‘Leão’ do imposto de renda com investimentos alternativos

Produtos como LCA, LCI, CRI, CRA e fundos imobiliários dão retorno líquido melhor que títulos mais convencionais



Brasil Econômico- Priscila Dadona |




Brasil Econômico




Um dos “pais” dos Estados Unidos, Benjamim Franklin, costumava dizer que só há duas certezas na vida: a morte e os impostos. De fato, da morte é impossível escapar mas, dos impostos, já existem algumas saídas. No Brasil,depois que os juros começaram a trajetória de queda, diferentes modalidades isentas do Imposto de Renda (IR) começarama atrair cada vez mais investidores.
Produtos como Letras do Credito Imobiliário (LCI), Letras do Crédito Agrícola (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRA), fundos imobiliários e debêntures incentivadas que já têm como vantagem a isenção do imposto, começam a fazer parte do vocabulário de muitos investidores e não só os mais qualificados.
Para se ter uma ideia, na UM Investimentos que oferece LCI, LCAs e CRIs a demanda cresce cerca de 20% ao mês. “Os investidores estão vendo alternativas que sejam mais satisfatórias à poupança e estão buscando formas de ganhar mais dinheiro, sem ter de pagar imposto de renda”, afirma Thiago Audi, gerente comercial da UM.
Foi exatamente a isenção do IR o que atraiu o administrador de empresas Guilherme Azevedo, que trabalha como planejador financeiro. No início deste mês, Azevedo aplicou R$ 5 mil nas debêntures incentivadas da Autoban com vencimento de cinco anos. A empresa emitiu R$ 1,1 bilhão em duas séries.
A intenção do investidor é aplicar no longo prazo e, no vencimento do título daqui a cinco anos, realizar o sonho de ser pai. “Este investimento vai ser usado para o meu primeiro filho. Fiz a conta com estoque de fraldas, reforma do quarto e enxoval e determinei o quanto tenho que investir a partir de hoje”, afirma.
Embora tenha um mercado ainda incipiente no Brasil, diferentemente de outros países desenvolvidos, as debêntures são produtos interessantes para o investidor que pretende ter um ganho de capital, assim como Guilherme, na visão do planejador financeiro Jailon Giacomelli. No entanto, segundo o especialista é preciso que o investidor tenha consciência do risco, já que ao comprar uma debênture o investidor está adquirindo uma dívida da empresa emissora.
No caso das LCI e LCAs o risco é do banco quebrar. Segundo o professor da FGV, Samy Dana, o retorno destes títulos depende do prazo e da instituição financeira emissora. “Bancos pequenos pagam mais e os grandes,menos já que os riscos são bem menores”. Segundo Dana, os CDBs de grandes bancos pagam cerca de 70% do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) em média, após descontar os impostos. Já o banco pequeno o retorno é um pouco melhor: de 77% do CDI, após impostos. “Já uma LCI paga 83% num banco grande e 96% do CDI num pequeno”, afirma o professor.
O educador financeiro Mauro Calil garante que parte desta demanda, vem da menor rentabilidade em outros produtos de renda fixa e das mudanças na caderneta de poupança.
“As pessoas estão olhando a caderneta e estão se questionando e buscando alternativas para turbinar os investimentos e, nesta busca por rentabilidade e maior sofisticação, o investidor é obrigado a sair da agência bancária”, ensina Calil.
Para Audi, o fato de serem papéis serem avaliados por agências de rating e de grandes investidores, como as fundações, aplicarem é um sinal positivo. “Para mim são 100% aprovados com rating. São como CDB Premium”, afirma.
Márcio Cardoso, sócio da Título Corretora, alerta ao investidor que olhe onde está a garantia do título antes de investir. “Não adianta olhar o investimento só pelo viés do imposto de renda, tem que entender a qualidade do produto”, afimra.
Uma das formas de minimizar o risco é, na opinião de Audi, investir em um fundo imobiliário, já que quem faz todo o trabalho pelo investidor é o gestor do fundo. “Temos indicado os fundos imobiliários para quem tem este perfil de geração de renda, mas existem regras (um cotista não pode ser dono de mais de 10% do fundo, as cotas tem de ser negociadas em bolsa ou balcão) para ser isento de IR”, afirma Giacomelli, que lembra ao investidor que embora o rendimento seja isendo de IR há a cobrança de alíquota de 20% sobre a valorização da cota. “O produto não é voltado para ganho de capital.”
Seja qual for a escolha do investidor é preciso analisar o seu perfil, objetivo e ficar atento aos riscos. “Não tem almoço de graça. Vai ter risco, mas o importante é analisar o que estão comprando”, completa Cardoso.

FONTE: IG ECONOMIA

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