terça-feira, 30 de abril de 2013

NEGOCIAÇÃO DE NOVO EMPREGO

Ao negociar um novo emprego, evite a armadilha de fazer leilão

Especialistas mostram que é possível fazer mudança sem fechar as portas no antigo trabalho

 
Brasil Econômico- Priscila Dadona |
 

Brasil Econômico


Um executivo estava insatisfeito com seu trabalho e procurou uma empresa de headhunter para uma nova colocação. A consultoria de recursos humanos prontamente o colocou num processo seletivo, já que ele considerava que na sua atual empresa não havia mais futuro.

Na fase final de toda a contratação, que durou cerca de três meses, o profissional titubeou e pediu um tempo para pensar e acabou rejeitando a oferta afirmando que havia recebido do seu atual trabalho uma contraproposta. Após 30 dias deste episódio, ele foi desligado porque a empresa não acreditava mais em sua motivação.

A história, verdadeira, foi contada por Irina Bezzan, gerente e headhunter da Morson International - CPIM do Brasil, para demonstrar o que um profissional não deve fazer quando está insatisfeito e procura uma nova colocação: ou seja um leilão. “Cuidado com esta posição de contraproposta que pode às vezes não ser tão positiva”, diz.
 
 
Wikimedia Commons
Quando se está pleiteando novo cargo o crucial é manter um diálogo transparente
Para a consultora Lucila Yanaguita, da Search em Recursos Humanos, muitas vezes o próprio profissional se coloca nesta armadilha. “É sempre bom conhecer qual sua real motivação para mudar de emprego”.
 
Entre os pontos que devem ser analisados, segundo Lucila, estão a ascensão de cargo, novos conhecimentos, se os valores e a cultura da nova companhia são compatíveis com seus e, por último a remuneração. “Importante é analisar o que vai ganhar ou perder”. A análise do próprio profissional deve vir da internet, do balanço anual da empresa e até de ex-funcionários.
 
Para Lucila, é preciso tomar cuidado com as contrapropostas para não ficar tentado a ficar e ouvir promessas de promoção “Tem que tomar uma decisão menos emocional e mais racional”.
Segundo Rosana Marques, coordenadora de recursos humanos da Crowe Horwath Brasil, do lado das empresas também existe uma complicação quando há o leilão. “É ruim porque o primeiro vínculo a ser respeitado é o da confiança, se não confio mais quebrou este vinculo.”

O ponto crucial num processo de insatisfação e consequente mudança é a transparência, diz Lucila. “Ter uma boa conversa com o gestor ajuda.” No entanto, há casos em que nem a empresa e nem o superior concedem esta abertura.

Irina diz que mudanças baseadas em decisões afoitas ou de ansiedade também são um perigo para um final feliz. “Tem gente que quer mudar de emprego, contrata um coach ou uma empresa de recursos humanos e encontra uma nova proposta. Na hora em que tem a oportunidade real na mão usa esta oferta como moeda de troca na empresa. Na verdade ele não quer mudar de emprego só quer ganhar mais”, afirma.



Caso de sucesso

Leonardo Letelier, CEO da SITAWI- Finanças do Bem fez a lição de casa. Como consultor em uma grande empresa, Letelier estava insatisfeito e descobriu que precisava colocar mais significado em sua vida profissional.

Em vez de buscar trocar de emprego ou ficar negociando salário, abriu sua própria organização social. “Saí para fazer algo mais satisfatório e até para ganhar menos. O critério financeiro sozinho é um péssimo conselheiro. Estou feliz com a minha decisão”.



FONTE: IG ECONOMIA

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