sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

LEVAR DINHEIRO PARA O EXTERIOR

 
 

 
 
 
Foto: ThinkStock
 
 
O fim de ano chegou e, com ele, as viagens. Muitas pessoas aproveitam para juntar a família e ir para fora do país. Depois do planejamento do roteiro, é hora de decidir como levar o dinheiro entre as várias opções hoje existentes. Para isso, quatro especialistas foram ouvidos para sugerir aos viajantes as melhores dicas e maneiras de escolher qual forma é mais recomendada para aproveitar bem as férias com segurança, custo menor e praticidade.




Existem diversas opções para pagar despesas de viagem e compras no exterior, seja em espécie (papel moeda), traveler check (cheque-viagem), cartão pré-pago, cartões de crédito ou débito. Mas o ideal, antes de escolher, é pesquisar qual é mais vantajoso para o seu bolso de acordo com o uso que se dará a ele.


Travel cards


Para Nelson Gasparian, diretor comercial da Cotação DTVM, corretora de câmbio do Grupo Rendimento, a melhor opção é o cartão pré-recarregável, também conhecido como “travel card”. “O cartão pré-pago tem várias opções de moeda, ele converte automaticamente o valor para a moeda do país em que você está,  não precisa se preocupar com o câmbio local”, diz.


Antigamente o cartão pré-pago só permitia ao cliente sacar. Hoje, ele pode efetuar saques e compras. A versatilidade e a segurança de não andar com dinheiro em espécie em outro país fizeram o cartão pré-pago ganhar espaço na carteira dos viajantes. “Em 11 anos, pulamos de zero para mais de 60% do uso do cartão pré-pago no volume de operações de vendas”, afirma Gasparian. Hoje, apenas 40% das compras de viajantes no banco é de papel moeda.


Cartão pré-pago


Os cartões pré-pagos são simples de usar e muito vantajosos. São vendidos por corretoras, casas de câmbio e bancos e permitem ao consumidor realimentar os recursos durante sua viagem, quantas vezes quiser. Eles são aceitos em todos os lugares em que os cartões de crédito são aceitos, dependendo de sua bandeira – Visa ou Mastercard principalmente.


Sua vantagem em relação ao de crédito é o baixo valor do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF), de 0,38%, enquanto no cartão de crédito o IOF é de 6,38%.


Outra grande vantagem do cartão pré-pago é não ter oscilação cambial, pois o preço da moeda é definido no ato do carregamento, enquanto o cartão de crédito define a cotação na época do vencimento da fatura. As taxas do pré-pago também são mais em conta do que as de casas de câmbio do exterior. Os pré-pagos também vêm com opção de cartão reserva para o caso de perda ou roubo, que pode ficar guardado no hotel.


Mas é importante não depender de apenas uma forma de pagamento. Levar na viagem um cartão reserva, de crédito por exemplo, é uma boa saída, prestando muita atenção no câmbio para não pagar a mais.


Débito x pré-pago


Outra opção é usar o próprio cartão de débito do banco local no exterior. A maioria das instituições no Brasil tem convênios que permitem o saque em caixas eletrônicos ou bancos no exterior. Basta o cliente pedir para desbloquear o uso internacional do cartão ou pedir o cartão internacional de débito.


Mas será que ele é melhor que o cartão pré-pago? De acordo com o blog Viaje na Viagem, do jornalista Ricardo Freire, há alguns riscos, pois “nem sempre a operação de débito é registrada como débito”. “Dependendo do banco, da bandeira do cartão e do país, a despesa pode ser registrada — por engano ou por problema de sistema — como crédito”. Nesse caso, o cliente pode ter de pagar juros sobre a operação e correr o risco de pagar pelo câmbio do vencimento da fatura.


Outro fator que incomoda é o fato de ser preciso desbloquear o uso do cartão para débito nos países que em que o cliente for visitar, pelo período da viagem, o que pode levar alguns dias dependendo da instituição.


Perda e roubo


Em caso de perda ou roubo do pré-pago, o consumidor precisa apenas entrar em contato com a empresa onde adquiriu o cartão e pedir o cancelamento. O processo é fácil e pode ser feito tanto pela central de atendimento, por telefone, como pela internet.


Algumas casas de câmbio têm até aplicativos para smartphone em que o cliente pode fazer o cancelamento. “Nesses casos, o cliente é ressarcido. O dinheiro é preservado e o cartão é reenviado. Em capitais, ele demora de dois a três dias para chegar”, explica Gasparian.


Quando o cliente estiver sem cartão, como no caso de roubo ou perda, ele tem a opção de um saque emergencial. “No nosso caso, a empresa transfere parte do que o cliente tinha para uma casa de câmbio na cidade em que ele estiver, possibilitando o saque do dinheiro – até US$ 500”, acrescenta.


Várias corretoras oferecem a vantagem de converter parte do dinheiro gasto em milhas. “No nosso caso [do Cartão Rendimento], a cada US$ 1 mil gasto, o dono ganha 100 milhas Smiles [da Gol]“, diz Gasparian. Se ele carrega US$ 5 mil, ganha 500 milhas, por exemplo. ”Além disso, no mês do aniversário, o cliente ganha o dobro de milhas”, explica Gasparian.


Onde não é aceito
O cartão pré-pago não é uma boa opção em países que não têm vínculos diplomáticos com os Estados Unidos, como Cuba, Irã, Afeganistão, Coreia do Norte e Sudão. “Neles, o cartão não é aceito. Para Cuba, por exemplo, o ideal é levar euro, já que eles não aceitam dólar americano”, aconselhou.

Não caia em armadilhas


O cartão pré-pago tem um horizonte mais transparente, porque define logo na saída o valor a ser gasto, diferentemente do crédito. “Com o cartão de crédito, o consumidor não sente a despesa ocorrendo”, avalia. E é aí que mora o perigo. Gasparian aconselha que o consumidor não extrapole no cartão de crédito. “Ele é uma doce ilusão de que você não está gastando, até a conta vir”.


Quanto levar


Ricardo de Sales, superintendente de câmbio da corretora Máxima, recomenda ao consumidor levar a maior parte do total da viagem em cartão pré-pago. “Ele deve levar 80% no cartão e 20% em espécie. O cartão é mais barato que a moeda em espécie e mais seguro”, acrescentou.


Os viajantes de primeira viagem, por ainda não conhecerem bem o cartão pré-pago, acabam, porém, fazendo o contrário e levam a maior parte em espécie, explica Gasparian, da Cotação. Já na viagem seguinte, depois da experiência, eles passam a levar 80% no cartão e o resto no papel moeda. “Eles veem que é mais prático e vantajoso”, diz o executivo.


Assim como no uso do cartão de débito internacional, o cliente paga US$ 2,50 para cada saque, independente do valor. “Vale a pena portanto sacar um valor maior para que a operação seja vantajosa e não se pague mais em relação ao total”, aconselhou Gasparian.


Desvantagens do pré-pago


Valer Police, planejador financeiro do IBCPF, diz que o cartão pré-pago não é bom para despesas pequenas, como trocados para lanches, refrigerante, táxis, transporte público, museus e gorjetas. Por isso, é bom sempre levar alguma coisa em dinheiro vivo. Além disso, em países em que a moeda não é automaticamente convertida no cartão, como Ucrânia, a taxa de conversão pode ser mais alta por estar fora do serviço. Nesse caso, o dinheiro vivo é melhor.


Cartão de crédito


O cartão também não é uma boa opção para reserva de hotéis e de veículos, por causa do seu limite. Uma pessoa pode gastar mais em telefone ou serviços de quarto do que o que está no cartão pré-pago, por isso a preferência é pelo de crédito. Outro motivo é o fato de hotéis e locadoras precisarem de formas de pagamento que ofereçam mais dados do cliente.


O cliente pode, também, usar o cartão de crédito como garantia dos serviços e, no pagamento, usar o cartão pré-pago. Já nas compras, o pré-pago tem a vantagem do IOF mais em conta que o do cartão de crédito.
“Pesquise bastante antes de comprar, lembrando que o cartão pré-pago tem que ser oficial da bandeira. O crucial é também procurar pelas melhores tarifas”, lembrou Police.


Traveler check, coisa do passado


Atualmente, quem mais usa os cheques-viagem são os idosos. “Ele ainda funciona relativamente bem, mas só nos Estados Unidos. No resto do mundo, ele causa dor de cabeça por ser difícil de ser aceito”, explicou Gasparian, da Cotação.


Para Valter Police, o “traveler é difícil de encontrar, além de ser pouco prático, praticamente dispensável”.


Para onde vai o dólar


Após analisar o cenário atual, Sales, do Máxima, acredita que, até final de dezembro, o dólar deve se acomodar em R$ 2,30. Já prever em que patamar a moeda americana vai estar no ano que vem é complicado, segundo ele. “Depende muito, 2014 é ano de eleição, o mercado fica mais volátil e com tendência de alta, fora que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve continuar a reduzir os estímulos na economia”, observou.


Por isso, ele aconselha a comprar agora. “É um bom momento, o dólar andou caindo estes dias”.


Um pouco de cada


A conclusão das recomendações dos analistas é que o ideal é o viajante usar um pouco de cada modalidade de pagamento. Para compras e gastos maiores, o cartão pré-pago. Para emergências, um cartão de débito ou crédito. Para despesas certas, como hotéis e aluguel de carros, o cartão de crédito tradicional é mais recomendado. E uma parte em dinheiro vivo para gastos menores.


Brasileiros no exterior


E a alta do dólar não parece assustar os viajantes. Em novembro, os gastos brasileiros em viagens internacionais chegaram a US$ 1,874 bilhão, o maior resultado para o mês na série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1969. Em novembro do ano passado, esses gastos estavam em US$ 1,819 bilhão.

De janeiro a novembro, os gastos chegaram a US$ 23,125 bilhões, contra US$ 20,244 bilhões nos 11 meses do ano passado.
 
Por Redação Yahoo! Brasil | Arena do Pavini – 16 horas atrás
 
FONTE: YAHOO

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