sexta-feira, 21 de novembro de 2014

EMPREENDEDORISMO NÃO É FÁCIL




Gestão do negócio empreendedor:

ninguém disse que era fácil

 
 

O espírito empreendedor envolve ambição, otimismo, intuição, autoconfiança, criatividade e disposição de assumir riscos.
 
Estas são coisas que movem o empreendedor, levam-no a buscar fazer acontecer.
 
Vai que dá… é o que dizem.
 
Aqueles que a isso tudo juntam
- comprometimento,
- flexibilidade,
- resiliência,
- conhecimento do negócio,
- disposição para o trabalho,
- liderança e
- a capacidade de construir uma rede de relações
frequentemente rompem a barreira da infância do negócio e de fato constroem uma empresa, com produtos, serviços, colaboradores, clientes, fornecedores. 


E junto vêm
- os impostos,
- folha de pagamento,
- estoques,
- duplicatas,
- contabilidade,
- cheque especial,
- empréstimos,
- juros,
- aluguel,
- sindicato,
- fiscalização,
- ataques da concorrência,
- inadimplência,
e um monte de outras coisas que nada têm a ver com otimismo, criatividade ou aquelas outras coisas que foram a motivação inicial. Com trabalho e alguma sorte vêm também os lucros.


Muitas vezes, neste momento do negócio, o empreendedor se torna uma espécie de acrobata, em um esforço contínuo de equilibrar todas as demandas da organização.
 
Dar o passo adiante, para se tornar uma empresa madura, com uma perspectiva de ocupar um lugar relevante em seu mercado de atuação e de perenização para além das limitações do próprio empreendedor torna-se agora o principal desafio.
 
 
Quatro são os fatores a que a empresa deve dar atenção, em especial neste momento de transição para algo mais significativo: 
 
foco nos clientesgestão financeiraformação da equipe de gestão e finalmente, o empreendedor deve ter claro qual é o seu papel na organização nesta nova fase da empresa.
 
 
 
 
 
Foco no cliente:  As novas demandas internas da estrutura que surgem na medida em que a empresa cresce podem desviar a atenção do empreendedor do que realmente interessa:  o mundo exterior, onde estão os clientes e o resultado. Muitas vezes também o auto encantamento com a tecnologia provoca o risco da empresa e o empreendedor voltarem-se para o próprio umbigo. 
 
 
 
Gestão financeira: As empresas em crescimento não quebram por falta de vendas ou mesmo de lucros, quebram por falta de caixa. Uma empresa que cresce muitas vezes consome caixa, em estoques e contas a receber, além da necessidade de investir para adequar-se a um nível maior de demanda. É imprescindível que o empreendedor fique muito atento ao caixa e profissionalize a gestão da função financeira.
 
 
 
Formação da equipe de gestão: Ninguém faz nada sozinho e o empreendedor nesta fase já deve compartilhar as decisões com uma equipe que ofereça à organização as competências necessárias. É necessário identificar os processos críticos da companhia e ter gente competente, comprometida e com o “empowerment”, a autoridade e a liberdade de gerenciar estes processos.
 
 
 
Estabelecer o próprio papel: Com o crescimento da companhia, o empreendedor deve fazer uma autoanálise e avaliar onde estaria a sua maior contribuição: será  no desenvolvimento de produtos, nas relações com o mercado, na formação dos líderes, na divulgação da cultura ou em outro aspecto?  Perguntar-se do que o negócio precisa e em que o empreendedor é distintamente bom é o caminho para estabelecer o próprio papel.
 
 
 
Durante todo o processo de crescimento da empresa, o empreendedor deve constantemente trabalhar no próprio desenvolvimento, caso contrário ele mesmo será o principal ofensor a este crescimento.
 
Isto se consegue através de leituras, cursos e treinamento, claro, mas também através de aconselhamento externo, por parte de gente que tenha condição de fazer uma análise crítica do empreendedor e do negócio.
 
 
Nas palavras de Peter Drucker: 
 
“Alguém que não faça parte do problema é que tem que fazer as perguntas, rever as decisões e, acima de tudo, pressionar constantemente para que as necessidades de sobrevivência a longo prazo do novo empreendimento sejam satisfeitas para introduzir foco no mercado, fornecer previsões financeiras  e criar uma equipe funcional de alta administração”.
 
 
A formação de um conselho consultivo ou administrativo bem balanceado pode prover estas necessidades e fornecer esta visão.
 
 

André Rezende
 é fundador e presidente da Prática Fornos e Empreendedor Endeavor desde 2008

Artigo originalmente publicado no Portal Endeavor

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