quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

MULHERES: COTAS DE VAGAS NO TRABALHO ??




Afinal, mulheres precisam de cotas no mundo corporativo?

 
 
Foto: Thinkstock
 
 
 
Presença maciça de homens em encontro que
 discute igualdade de gêneros nos negócios
gera polêmica
 
 
 


Mulheres Incríveis

Vamos falar de cotas de mulheres de novo?

 
 Sim, porque, antes de mais nada, o assunto é polêmico e seus argumentos, contra ou a favor, bem como a maneira de encaminhá-lo no mundo dos negócios, permanecem confusos como no caso que relato a seguir.
 
Na última semana, eu e a Brenda (que já fez um post a respeito aqui),  entrevistamos a presidente do Global Summit of Women, a americana Irene Natividad.
 
Conversamos sobre o programa que vai trazer ao Brasil, sede do próximo encontro, dias 15 a 16 de maio, em São Paulo, que reunirá cerca de 1000 mulheres de mais de 80 países para discutir como incrementar as oportunidades econômicas das mulheres em todo o mundo.  
 
Ao comentar sobre o painel The Business Case for Gender Equality ( “o lado de negócios da equidade de gênero”), uma das sessões de abertura do evento, ela contou sobre uma bizarra reação “feminista” negativa, na edição do ano passado, na França.
 
Para debater a importância de mais mulheres nos assentos de conselhos das empresas, foram convidados seis CEOs homens, de grandes companhias  internacionais.
 
Na pauta, a discussão sobre como recrutar e promover mais mulheres poderia beneficiar o sucesso financeiro das empresas. 
 
 

 
Esta foto de CEOs homens debatendo inclusão feminina no Global Summit of Women, na França, gerou polêmica nas redes sociais



Pois a foto dos seis panelistas homens (esta aqui acima) ocupando o palco do evento foi tuitada por uma representante de algum movimento feminista e tachada de machista e misógina.  
 
A imagem foi retuitada mais de mil vezes gerando uma onda de indignação entre “feministas” mais radicais. Irene ficou preocupada, mas sob o “ataque”da rede social, entendeu como ainda é penoso o caminho que leva a discussão mais séria a respeito da equidade.
 
E como algumas mulheres que se dizem engajadas na causa, ainda não entenderam que a porta do empoderamento econômico é a mais segura e rápida para que as mulheres conquistem uma posição igualitária na sociedade.
 
Se hoje, em todo o mundo, os homens dominam as posições de liderança políticas e corporativas, nada mais sensato do que convidá-los, incluí-los e estimular a discussão entre eles sobre as vantagens da inclusão feminina em seus planos de comando e sucessão. 
 
 
O debate nas redes terminou, para alivio de Irene, com um artigo sensato na prestigiada revista Slate, que defendeu o fato de o evento reunir homens poderosos para a discussão de um tema que, afinal, interessa a ambos os gêneros.
 
Precisamos de uma mudança de atitude”, diz Irene.
 
Temos que parar de falar sobre mulheres como necessitadas, coitadinhas ou inferiores e lembrar do enorme poder econômico que já representam. O objetivo do Fórum é trazer e compartilhar as melhores práticas mundiais. É para falar sobre soluções e não para lamentações. Estou cansada disso.” 
 
Sobre o polêmico painel de “meninos”e de como planeja organizá-lo no próximo encontro, ela responde, sem pestanejar: “No Brasil não serão seis CEOs homens no palco. Serão sete”.    
 
 


Leia também:

O Davos das mulheres chega ao Brasil
O impacto dos poderosos pela igualdade de gênero

Mulheres Incríveis

Brenda Fucuta e Cynthia de Almeida

Brenda Fucuta e Cynthia de Almeida são jornalistas especializadas no universo feminino. Brenda foi publisher das revistas Capricho, Claudia, Elle, Saúde e criadora do Prêmio Claudia. Atualmente, é sócia da agência Design de Causas. Cynthia foi editora de Veja e Caras, dirigiu Playboy e Contigo!, além de publisher nas editoras Abril e Globo. Hoje, é colunista de carreira de Claudia. As duas acreditam que um mundo melhor para as mulheres é um mundo melhor para todo mundo. Mulheres Incríveis oferece conteúdo sobre liderança feminina na forma de palestras e dossiês/reportagens. Envie um email para mincriveis@yahoo.com
        
 

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