quinta-feira, 31 de março de 2016

LEILÃO POLÍTICO !!




PR, PP, PSD e nanicos querem leilão entre Dilma e Temer





Presidente entra no jogo; vice resiste a ceder ao "varejão"
KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA
Anda mal a negociação de ministérios entre o governo e o PR, o PP, o PSD e um grupo de partidos nanicos. Essas siglas querem fazer um leilão entre o que podem oferecer a presidente Dilma Rousseff e ao vice Michel Temer.
O PP informou o Palácio do Planalto que deverá tomar uma decisão sobre impeachment somente no dia 11 de abril, provável véspera da votação do pedido de impeachment pela comissão da Câmara. O PR ameaça fazer o mesmo. Ou seja, querem esticar a corda para ver quem dá mais.
Dilma está inclinada a pagar a conta. Ofertou a pasta da Saúde ao PP e o Ministério de Minas e Energia ao PR. E analisa que pastas pode negociar a mais com o PSD, que dá sinais cada vez maiores de infidelidade ao governo. Também entrou no “varejão”, como um diz um ministro, com uma leva de legendas nanicas.
O governo faz isso porque só tem mesmo certeza do apoio de cerca de 100 votos na Câmara, que são os deputados ideologicamente do campo da esquerda política. O Palácio do Planalto sabe que precisa arregimentar o apoio de mais 100 deputados fisiológicos para ter alguma segurança mínima numa votação aberta e transmitida pela televisão e rádio.
Já Michel Temer tem evitado entrar no leilão. Há uma avaliação no PMDB de que os fatos ganharam pernas que resultarão no impeachment e que seria um erro Temer entrar no “varejão”. A avaliação do PMDB é que cabe ao governo frear uma carreta em disparada na descida.
O governo está numa contraofensiva, mas o resultado deverá ser medido ao longo dos próximos dias. Quanto mais perto da votação do parecer na Câmara, mais caro cada deputado venderá o seu apoio. Esse jogo tem um limite.
A presidente quer anunciar até amanhã uma mudança ministerial, mas talvez leve mais tempo para negociar. Hoje Dilma está em situação mais desfavorável do Temer.
Reprise perigosa
Em solenidade ontem no Palácio do Planalto, a presidente Dilma sugeriu que um eventual governo do PMDB tiraria direitos dos trabalhadores.
Dizer que um eventual governo Temer jogará a conta da correção dos erros econômicos da gestão Dilma sobre os ombros dos mais pobres é uma repetição do discurso que a presidente fez contra Aécio Neves na eleição de 2014. Deu certo naquela época.
Depois, a presidente tentou aplicar a receita que negava quando nomeou Joaquim Levy para a Fazenda. Por incompetência, não bancou Levy e voltou a adotar uma política que já mostrou que deu errado.
Essa estratégia é irresponsável do ponto de vista político e econômico. A presidente sabe que o caminho atual só produzirá mais desemprego e que será necessária uma correção de rumos. Dilma sabe que não haverá saída sem sacrifícios.
Mais: se a estratégia atual der certo e Dilma impedir o impeachment, os problemas da economia não desaparecerão, e ela terá menos capital político para enfrentá-los de verdade com um discurso desse tipo. É uma jogada arriscada, porque eleva o boicote dos empresários e do mercado financeiro ao atual governo. E isso tem influência sobre os deputados e senadores que apreciarão o impeachment.
FONTE:
CBN NOTÍCIAS

DILMA: O MUNDO TODO SABE QUE NÃO É GOLPE !!




Le Monde contesta teoria de golpe de Estado no Brasil



© Fournis par RFI


O jornal Le Monde vem cobrindo de maneira intensiva a crise política brasileira. Depois de vários artigos publicados nos últimos dias, o vespertino traz em sua edição desta quarta-feira (30) um editorial no qual contesta o argumento de que o país poderia enfrentar um "golpe de Estado".
Com o título “Ceci n’est pas un coup d’Etat” (Isso não é um golpe de Estado), o editorial doLe Monde questiona a posição de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva que, “acuados politicamente, denunciam um ‘golpe de Estado’”. Para o vespertino, esse argumento não se sustenta, já que “a destituição de um chefe de Estado é prevista e regulamentada pela Constituição brasileira”.
O jornal explica que o país já viveu esse tipo de situação quando, nos anos 1990, tirou do poder o então presidente Fernando Collor de Mello, acusado de corrupção. “Na época, o Partido dos Trabalhadores não disse que se tratava de um push e ficou do lado do povo, que se manifestou em massa para exigir a saída do chefe de Estado”, lembra o editorial.
Para Le Monde, Dilma e Lula, que conheceram e já foram vítimas das consequências de um golpe de Estado, após o push de 1964, quando a justiça militar prendeu e torturou opositores, deveriam escolher melhor os termos usados para classificar a atual crise brasileira. Segundo o jornal, ao falar de golpe, os petistas tentam desqualificar os manifestantes e a oposição. Isso revela “dirigentes desesperados, negando seus erros”. A consequência dessa atitude, continua a vespertino, é que eles ‘impedem a serenidade e o diálogo necessários para superar a crise política, econômica e moral que sacode o país”.
Na mesma linha do restante da imprensa francesa, que já conta com afastamento de Dilma, o editoral do Le Monde afirma que vai ser difícil para a presidente terminar seu mandato. “O impeachment não é a melhor solução para o impasse. A renúncia da chefe de Estado, que perdeu a maioria parlamentar, seria menos complicada”, diz o jornal. “Uma eleição presidencial antecipada teria como vantagem o fato de dar novamente voz aos brasileiros”, se posiciona o vespertino. “Isso permitiria a cada um, inclusive oo PT, defender seus argumentos e o Brasil poderia atacar a crise de crescimento e de confiança que atravessam tantos países emergentes”, conclui o editorial do jornal.



FONTE:
RFI

quarta-feira, 30 de março de 2016

PMDB: GOVERNO NA MIRA


CRISE POLÍTICA





PMDB rompe 

com o governo 

e busca papel 

de protagonista 

na política nacional


PMDB tem chances reais de voltar ao comando do país sem ter sido diretamente eleito.
© Foto: Agência Brasil 
PMDB tem chances reais de voltar ao comando do país sem ter sido diretamente eleito.

O PMDB anunciou nesta terça-feira o rompimento com o governo federal,
o que eleva consideravelmente o risco de Dilma Rousseff sofrer um
 impeachment e de o país passar a ser comandado pelo vice Michel Temer,
presidente da sigla desde 2001.
“Estamos vivendo um momento histórico”, disse o senador
Romero Jucá (PMDB-RR) durante o anúncio da saída.
O fim dessa estremecida relação ocorre no momento em que
 o governo está mais frágil, atingido pela crise econômica e pela escalada
de acusações e protestos pedindo o afastamento de Dilma.
Caso a presidente sofra mesmo um impeachment, o controle do Brasil cairá
novamente no colo do partido após um momento de instabilidade política.
Mesmo sem jamais ter conseguido eleger diretamente um presidente, nas
últimas três décadas a legenda esteve quase sempre muito próximo do poder
como aliado do governo, independente de qual fosse seu espectro ideológico
– se mais à esquerda ou à direita.
Para cientistas políticos ouvidos pela BBC Brasil, tratou-se de uma estratégia
deliberada da sigla, que chegou ao poder pela primeira vez indiretamente
com a posse de José Sarney, vice do falecido Tancredo Neves, em 1985.
Depois disso, após duas tentativas frustradas de eleger um presidente
em 1989 e 1994, os peemedebistas entenderam que teriam mais sucesso
alcançando grandes bancadas na Câmara e no Senado, 
tornando seu apoio algo fundamental para a governabilidade.
A estratégia tem sido exitosa para o partido, que tem aumentado cada
vez mais seu espaço na Esplanada dos Ministérios.

No entanto, apesar de terem recebido sete pastas na última reforma
realizada por Dilma, os peemedebistas diziam se ressentir de não ter
poder decisório na formulação das políticas públicas.
“O PMDB, do Sarney para cá, sempre esteve no governo, mas nunca esteve
no poder”, afirma Ibsen Pinheiro, presidente da sigla no Rio Grande do Sul,
um dos principais focos de oposição à Dilma.

Vinte anos sem lançar candidato

Apesar de ser o maior partido do país, o PMDB não lança candidato a
presidente desde 1994, quando Orestes Quércia recebeu apenas 1,24% dos votos,
ficando em sexto lugar. Em 1989, Ulysses Guimarães – o “pai da Constituinte” –
levou 4,7% dos votos, amargando o sétimo lugar na disputa.
“Foram duas derrotas fragorosas”, resume Antonio Lavareda, professor de
ciência política da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
Na sua avaliação, esse fiasco tem a ver com o fracasso do governo
José Sarney (1985-1990) no plano econômico. Em 1986, embalado pelo
sucesso momentâneo do Plano Cruzado, que congelou os preços para
estancar a inflação, o partido elegeu 22 dos 23 governadores. Logo
após as eleições estaduais, o congelamento acabou, levando a uma
disparada dos preços e da insatisfação popular.
“A população entendeu que houve estelionato eleitoral e não
perdoou o partido nos pleitos presidenciais seguintes”, diz Lavareda.
Depois disso, avalia o professor, o PMDB entendeu que o melhor era
 se fortalecer regionalmente e eleger grandes bancadas de parlamentares.
“Derrotado duas vezes, (o partido) desenvolveu a estratégia de não
disputar a cadeira presidencial e fazer alianças regionais, alianças
estratégicas nos Estados, elegendo em alguns lugares governadores e senadores,
mas sempre bancadas de expressão na Câmara que facultem sempre
a participação no governo federal seja à esquerda ou à direita”, explica.
“Essa bancada serve também para o PMDB ter fundo partidário e tempo
de televisão, o que torna as alianças com o partido uma coisa muito apetitosa
nos momentos eleitorais.”
O PDMB não participou do início do governo Itamar Franco,
que assumiu definitivamente a Presidência em dezembro de 1992,
após o impeachment de Fernando Collor. O partido era, inclusive,
crítico ao novo governo. Itamar voltou à sigla posteriormente, ainda
durante sua gestão.

Metamorfose

Outro fator que explica a dificuldade do PMDB em lançar candidatos
presidenciais e sua consequente opção pelo fortalecimento regional é a
profunda metamorfose que o partido sofreu nas últimas décadas, passando
de uma legenda progressista para uma sigla fragmentada e sem linha
ideológica clara, afirma o cientista político Rafael Moreira, que pesquisa
a sigla em seu doutorado pela USP.
O PMDB nasce como MDB (Movimento Democrático Brasileiro)
formalmente em março de 1966, quando o regime militar instaurou o
bipartidarismo no Brasil – a Arena era o partido governista e o MDB a
oposição consentida.

Dessa forma, predominavam no partido bandeiras democráticas e liberais,
como voto direto e liberdades civis.
Em 1979, com o fim o bipartidarismo, a sigla ganhou seu nome atual –
Partido do Movimento Democrático Brasileiro.
“O PMDB surge em 79 com uma composição muito de centro-esquerda,
ainda tem comunista dentro dele. Só que vai se
transformando ao longo dos anos”, observa Moreira.
Ao longo dos anos seguintes, explica o pesquisador da USP, quadros
com perfis mais ideológicos vão saindo do partido para ingressar
em siglas de esquerda que voltavam à legalidade, como PCB, PC do B e PSB.

Em 1988, outro grupo progressista sairia do PMDB e fundaria o PSDB –
entre eles estão Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Geraldo Alckmin.
Por outro lado, o PMDB vai atraindo cada vez mais políticos “pragmáticos”,
sem linha ideológica clara, muitos deles egressos da Arena
(transformado em PDS) que buscavam de distanciar da ditadura
conforme o regime ruía.
O próprio Sarney foi umas das principais lideranças do Arena e primeiro
presidente do PDS. Ele entrou no PMDB para ser vice-presidente da
chapa de Tancredo Neves, após ter perdido a indicação de seu
partido para Paulo Maluf. A chapa peemedebista saiu vitoriosa em
eleição indireta pelo Congresso Nacional – com a morte do
presidente eleito pouco antes da posse, o líder maranhense foi empossado
no cargo.
“O PMDB tem uma vulnerabilidade que é sua principal virtude:
seu grande aspecto ideológico. Isso vulnerabiliza o partido para
formular uma proposta nacional e ter uma candidatura presidencial.
É difícil você achar um nome de união nacional”, nota Ibsen Pinheiro.
“Mas isso lhe dá muita força regional em todos os Estados, em
todos os municípios.
E também lhe dá um papel central na superação de crises e um papel
secundário na rotina administrativa”, acrescentou.
Para Pinheiro, essa realidade torna improvável que o PMDB lance
candidato próprio em 2018. Moreira também considera mais viável o
partido apoiar algum candidato tucano nas próximas eleições.
Já Lavareda diz acreditar que, caso Temer venha a ser presidente e
faça um bom governo, possa tentar se candidatar à reeleição, 
mesmo que um acordo pelo impeachment com o PSDB 
preveja um compromisso de que isso não ocorra.
“Se o governo dele for absolutamente exitoso e a sociedade pressionar,
forçando a revisão de um acordo, isso pode correr”, disse.
Embora o próprio Temer já tenha sido citado na Operação Lava Jato,
a exemplo de outras lideranças do partido, como o presidente do Senado,
Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, parece haver
cada vez mais apoio a um eventual governo peemedebista no Congresso.

Os três negam participação no esquema.

Relações Desgastadas

A relação entre PT e PMDB teve seu ápice no segundo governo Lula,
quando a popularidade do líder petista estava nas alturas,
e vem se deteriorando desde que Dilma se tornou presidente.
A reedição da chapa Dilma-Temer em 2014 só teve apoio de
 60% do PMDB em sua Convenção Nacional.
Com o avanço da crise econômica e o desgaste gerado pela
Operação Lava Jato e a nomeação de Lula como ministro,
a oposição ao governo vem crescendo a cada dia dentro do partido.
Vale lembrar que a eleição municipal, que ocorre em outubro,
torna ainda mais custosa a manutenção da aliança.
O quadro para a administração petista se tornou ainda mais
dramático após o PMDB do Rio, que vinha sendo um dos principais
bastiões de sustentação de Dilma dentro do partido, ter anunciado
na última semana a retirada do seu apoio ao governo.
A resistência que ainda existe à saída vem principalmente dos integrantes
que têm cargos.

Nesta segunda, porém, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves,
entregou sua vaga. A expectativa é que seja estabelecido nesta terça
um prazo para que os demais seis ministros e outras centenas
de peemedebistas que ocupam cargos em escalões inferiores deixem
o governo sem atropelo.
Reuters: Foco de resistência ao impeachment, Renan aceitou estratégia do PMDB© Copyright British Broadcasting CorporationFoco de resistência ao impeachment, Renan aceitou estratégia do PMDB
A notícia da saída do PMDB não é nada boa para a gestão Dilma,
que teme que o desembarque do partido gere uma debandada
de outras siglas da base.
Para tentar garantir o apoio mínimo necessário para barrar
a abertura de um processo de impeachment na Câmara
(172 votos, entre contrários, ausências e abstenções),
o Palácio do Planalto tenta agora identificar os peemedebistas que
ainda apoiam o governo para lhes dar os cargos que serão
entregues pelo outro lado.




FONTE:

BBC Brasil
BBC BRASIL

LULA QUIS INTIMIDAR E OBSTRUIR A JUSTIÇA !!




Moro diz que Lula quis 'intimidar', 'obstruir', 'influenciar'






© Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula 
Juiz transcreve 12 interceptações telefônicas que pegaram ex-presidente 
'intencionando ou tentando obstruir ou influenciar indevidamente a Justiça'.

No ofício que enviou ao Supremo Tribunal Federal para explicar porque mandou grampear o ex-presidente Lula e porque deu publicidade aos áudios, o juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, cravou que o petista quis 'intimidar' e 'obstruir' as investigações de que era alvo. Para o magistrado, a conduta de Lula pode 'configurar crime de obstrução à Justiça' - tipificado na Lei 12.850/13, que define organização criminosa.
"Mesmo sem eventual tipificação, condutas de obstrução à Justiça são juridicamente relevantes para o processo penal porque reclamam medidas processuais para coartá-las", anotou o juiz.
Moro transcreveu, na peça de 30 páginas, doze interceptações telefônicas da Polícia Federal anexadas aos autos da Operação Aletheia, desdobramento da Lava Jato que pegou Lula e a ele atribui a propriedade do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP) - o que é negado veementemente pela defesa do petista.
O juiz chamou a atenção para um grampo em especial, no qual Lula disse a seu interlocutor 'eles têm que ter medo', em referência aos investigadores que vasculham sua vida. Para Moro, o ex-presidente fez tal afirmação 'sem maiores pudores'.
"Não se trata de uma afirmação que não gere naturais receios aos responsáveis pelos processos atinentes ao esquema criminoso da Petrobrás. Entendeu este Juízo que, nesse contexto, o pedido do Ministério Público Federal  de levantamento do sigilo do processo se justificava exatamente para prevenir novas condutas do ex-presidente para obstruir a Justiça, influenciar indevidamente magistrados ou intimidar os responsáveis pelos processos atinentes ao esquema criminoso da Petrobrás. O propósito não foi, portanto, politico-partidário."
Um grampo que Moro transcreve pegou Lula com o ministro Nelson Barbosa, da Fazenda. O ex-presidente demonstra contrariedade com a ação da Receita no Instituto Lula e na LILS Eventos e Palestras. Aparentemente, ele sugere ao ministro que cobre do Fisco investigações em emissoras de TV e até na fundação do adversário político Fernando Henrique Cardoso.
"O ex-presidente contatou o atual ministro da Fazenda buscando que este interferisse nas apurações que a Receita Federal, em auxílio às investigações na Operação Lava Jato, realiza em relação ao Instituto Lula e a sua empresa de palestras. A intenção foi percebida, aparentemente, pelo ministro da Fazenda que, além de ser evasivo, não se pronunciou acolhendo a referida solicitação", destaca Moro.
Para o juiz, 'em princípio, não se pode afirmar que o referido diálogo interceptado não teria relevância jurídico-criminal e, se tem, não se pode afirmar que a divulgação afronta o direito à privacidade do ex-presidente'.
"A colheita fortuita do diálogo com autoridade com foro privilegiado, entretanto, não implica a necessidade de mudança do foro para o Supremo Tribunal Federal, pois não há qualquer elemento probatório que autorize conclusão de que o ministro Nelson Barbosa cedeu às solicitações indevidas do ex-presidente, o contrário se depreendendo do diálogo. Isso, porém, não torna inválida à interceptação ou impede a utilização ou a divulgação do diálogo, a pretexto de preservar privacidade, pois não há esse direito em relação ao investigado Luiz Inácio Lula da Silva, já que o diálogo, para ele, tem relevância jurídico-criminal", assinala o juiz.
Moro aponta 'outros diálogos do ex-presidente intencionando ou tentando obstruir ou influenciar indevidamente a Justiça'.
"Há também diálogos nos quais revela a intenção de intimidar as autoridades responsáveis pela investigação e processo."


FONTE:


terça-feira, 29 de março de 2016

PMDB EOFICIALIZA ABANDONO DE DILMA



PMDB oficializa saída do governo da presidente Dilma


PMDB tem chances reais de voltar ao comando do país sem ter sido diretamente ele...
© Foto: Dida Sampaio/Estadão Reunião da Executiva Nacional do PMDB em que o partido decidiu deixar o governo










Em menos de cinco minutos, o PMDB aprovou há pouco, por aclamação, a moção que ratifica o rompimento do partido com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), com a recomendação de entrega imediata dos cargos no governo federal. No encontro, na Câmara dos Deputados, estavam presentes vários caciques do partido, incluindo o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acatou o pedido de impeachment contra Dilma, avaliado por uma comissão de parlamentares. No entanto, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não participaram da reunião. 
Logo após abrir os trabalhos, o primeiro vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), leu a moção do peemedebista baiano Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional, e informou que havia um entendimento que ela fosse aprovada por aclamação e simbólica, o que ocorreu em seguida. Após a comemoração dos presentes, um grupo gritou, em coro, “Brasil, pra frente, Temer presidente” e Jucá emendou. “A partir de hoje, nessa reunião histórica, o PMDB se retira da base e ninguém no País está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”. Juca encerrou o encontro com um “Viva o Brasil” e membros do partido ainda tiveram tempo para entoar um “Fora PT”.

Apresentada pelo diretório estadual da Bahia, a moção que aprovou o desembarque do PMDB do governo pede a "imediata saída do partido da base de sustentação do governo Dilma Rousseff", com "imediata entrega de todos os cargos", mas não estabelece prazo para entrega desses postos.
Na moção, aprovada por aclamação em uma reunião que durou menos de cinco minutos, o partido defende o desembarque do governo Dilma Rousseff, elencando uma série de problemas. Entre eles, as crises "econômica, moral e política" que, na avaliação do diretório estadual baiano, o Brasil vive e as "escolhas erradas nas ações do governo federal".

A legenda também considera que, embora Michel Temer seja vice-presidente da República, o partido "nunca foi chamado para discutir soluções econômicas ou políticas para o País". No documento, a legenda cita ainda "escândalos de corrupção" que tiveram participação de integrantes do governo, sem especificar que escândalos são esses.
Os peemedebistas afirmam que a "permanência do PMDB na base do governo fomentará uma maior divisão do partido". Essa divisão ficou explícita na própria reunião de hoje. Peemedebistas da ala governista, como o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, não participaram do encontro.
Na moção, o PMDB considera ainda que a manutenção do partido na base aliada do governo Dilma Rousseff vai "de encontro à pretensão" da legenda de lançar candidato próprio na eleição presidencial de 2018 e "principalmente, o anseio do povo brasileiro por mudanças urgentes na economia e política nacional". O partido não cita a palavra impeachment no texto.
"Solicitamos a imediata saída do PMDB da base de sustentação do governo federal com a entrega de todos os cargos em todas as esferas da administração pública federal", conclui o texto da moção aprovada. Leia íntegra da Moção
"Moção N 001/2016
A Sua Excelência o Senhor
Michel Temer
Presidente da Comissão Executiva Nacional do PMDB
Senhor Presidente,
Considerando que o Brasil sofre uma das mais graves crises econômica, moral e política de sua história;
Considerando que a crise é resultante, principalmente, de escolhas erradas nas ações do Governo Federal;
Considerando que o PMDB, embora tenha o Vice Presidente da República e formalmente participe da base do governo, nunca foi chamado para discutir soluções econômicas ou políticas para o país;
Considerando as graves denúncias de participação de integrantes do Governo Federal em escândalos de corrupção;
Considerando que as bases e a militância do PMDB já não concordam integrar o governo da Presidente Dilma Rousseff;
Considerando que a permanência do PMDB na base do governo fomentará uma maior divisão no partido;
Considerando que a manutenção do PMDB no governo vai de encontro à pretensão do partido de lançar candidato próprio na eleição presidencial de 2018;
Considerando, principalmente, o anseio do povo brasileiro por mudanças urgentes na economia e na política nacional;
Solicitamos a imediata saída do PMDB da base de sustentação do Governo Federal, com a entrega de todos os cargos em todas as esferas da Administração Pública Federal.
Delegados do Diretório Estadual do PMDB da Bahia."

fonte:
ESTADÃO

MORO ENVIA LISTA-POLÍTICOS AO STF



Moro envia ao STF 

planilha da Odebrecht 

que cita centenas de políticos 


Juiz Sergio Moro, em Curitiba© Vagner Rosario Juiz Sergio Moro, em Curitiba


O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato na primeira instância, decidiu enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a "superplanilha" com a indicação de pagamentos feitos pela empreiteira Odebrecht a centenas de políticos, encontrada pela força-tarefa da Operação Lava Jato na casa do ex-presidente de Infraestrutura da empreiteira Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio de Janeiro. 

A decisão foi assinada por Moro na manhã desta segunda-feira.

A superplanilha traz cerca de 300 nomes ligados a 24 partidos políticos. Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo com base no documento mostra que, em vários casos, os valores são superiores aos declarados pelos candidatos indicando possível caixa 2. 

"O ideal seria antes aprofundar as apurações para remeter os processos apenas di­ante de indícios mais concretos de que esses pagamentos seriam também ilícitos. A cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Egrégio ­Supremo Tribunal Federal", registrou Moro.





A superplanilha, como está sendo chamada a lista nos bastidores do poder, é a maior relação de políticos e partidos associada a pagamentos de uma empreiteira capturada pela Lava Jato desde o início da operação, há dois anos. 

Ela foi encontrada nas buscas da 23.ª fase, a Acarajé, que teve como alvo principal o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura. 

No despacho, Moro explicou que, apesar dos investigados na 23ª fase não possuírem foro privilegiado, as planilhas apreendidas naquela fase citam pessoas com foro privilegiado, e por isso devem ser encaminhadas ao STF juntamente com documentos da 26ª fase da Lava Jato, a operação Xepa.




Campanhas 

- As anotações, indica a Lava Jato, referem-se às campanhas eleitorais de 2012 (municipais) e 2014 (presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais). 

Segundo a força-tarefa, ainda não é possível afirmar se os pagamentos foram efetivamente feitos e, neste caso, dentro ou fora da lei. Barbosa Silva Junior é apontado pelos investigadores como o encarregado de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, para tratar de doações eleitorais e repasses a políticos.

Também há inúmeras anotações manuscritas fazendo referência a repasses para políticos e partidos, acertos com outras empresas referentes a obras e até documentos sobre "campeonatos esportivos", que lembram documentos semelhantes já encontrados na Lava Jato e revelaram a atuação de cartel das empreiteiras em obras na Petrobras.

(Com Estadão Conteúdo)



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FONTE: