domingo, 18 de março de 2018

BRASILEIROS GASTARAM ALÉM DOS SEUS GANHOS




Mais de 60% dos brasileiros 

gastaram mais do que 

ganharam em 2017, 

diz pesquisa


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Postado: Há Fri, 16 Mar 2018 21:01:36 -0000Fonte: G1 > Economia
Para superar revés financeiro, 37% disseram que cortaram orçamento e 23% buscaram renda extra, de acordo com pesquisa da Serasa Experian. Mais da metade dos brasileiros (62%) sentiram que suas despesas eram maiores que seus rendimentos ao menos uma vez nos últimos doze meses. Os dados são de pesquisa elaborada pela Serasa Experian, que mostra também que apesar de ter acesso à informação e saber como deve agir, brasileiro apresenta comportamento financeiro inadequado. Pesquisa revela que 61 milhões de brasileiros estão com dividas atrasadas Em novembro do ano passado, 61,1 milhões de pessoas estavam com dívidas atrasadas no país. Com a inadimplência em recorde histórico, segundo o órgão, os brasileiros precisaram de jogo de cintura para conseguir pagar suas contas em 2017. Segundo a pesquisa: 62% das pessoas sentiram que suas despesas eram maiores que seus rendimentos ao menos uma vez nos últimos doze meses; 37% tiveram que fazer cortes; 23% tentaram uma renda extra; 11% atrasaram ou deixaram de pagar alguma dívida; 10% pediram emprestado para amigos ou parentes; 7% renegociaram dívidas. Educação financeira frágil A pesquisa da Serasa também avaliou os conhecimentos dos brasileiros sobre finanças pessoais por meio do Indicador de Educação Financeira (IDEF). Nesse quesito, a nota do brasileiro em 2017 foi a mesma de 2015: 6,2. “Não há no país um conjunto de ações suficientes para impactar de forma significativa a educação financeira”, afirma Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. O Indicador considera três subíndices: atitude, conhecimento e comportamento. Um pequeno crescimento aconteceu no primeiro que passou de 6,1 para 6,4. Já conhecimento caiu 0,1, chegando à nota 7,6, enquanto comportamento não teve alteração e permaneceu, como menor nota, em 5,4. Este último subíndice representa 50% na média ponderada do IDEF e sua estabilidade pode ser a chave para muitas respostas. “O problema da educação financeira do brasileiro é que na prática, ele não se comporta de acordo com seu conhecimento e suas atitudes”, percebe Rabi. "Apesar da crise que o país passou, com forte recessão, o fato do indicador de educação financeira não ter caído na questão comportamental é um alento. O brasileiro conseguiu contornar alguns efeitos nocivos da crise, como aumento da inflação e desemprego, apertou o cinto, tomou ações defensivas e acabou atravessando essa crise de forma razoável", afirmar o economista. Quebra de estereótipos No recorte por gênero, tanto homem como mulher apresentam praticamente a mesma nota em comportamento. “Aquele estereótipo famoso de que os homens, principalmente os casados, reclamam que as mulheres gastam demais é muito mais folclore do que realidade”, afirma o economista. Quanto maior o nível de escolaridade, maior a nota em conhecimento, no entanto no comportamento, a nota é mesma entre todos os níveis. Caminhos para virar o jogo Para mudar o cenário, o economista vê alguns caminhos possíveis. Um deles é inserir os conceitos de educação financeira desde a educação fundamental. Assim, novas gerações estarão cada vez mais familiarizadas com o assunto. “Isso é feito nos países desenvolvidos. Quanto mais cedo, mais eficiente vai ser a longo prazo”. Numa visão mais imediata, Rabi aposta na modificação da lei do cadastro positivo, que prevê a criação de um histórico financeiros dos bons pagadores - hoje isso existe para os inadimplentes, mas não há dados centralizados para quem está com as contas em dia. “Isso vai forçar as pessoas a terem mais cuidado com seus pagamentos, já que a taxa de juros passa a ser compatível com seu comportamento financeiro”. Rabi acredita que a questão é similar ao uso do cinto de segurança nas décadas passadas. Após uma grande campanha comportamental, que incluiu até penalidades (as multas), as pessoas passaram a usar o cinto. “O comportamento pode ser modificado, mas leva tempo e é necessário um investimento muito grande do governo e dos órgãos ligados à questão”, finaliza o economista. *Sob supervisão de Marina Gazzoni


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