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Rio de Janeiro - Tudo começou como numa noite qualquer de sábado no Brasil.


Thor Batista, de 20 anos, filho do homem mais rico do Brasil, voltava para casa numa noite em março após almoçar numa churrascaria na região serrana do Rio. Ele estava numa rodovia pilotando uma Mercedes-Benz SLR McLaren de US$ 1,3 milhão, de propriedade do pai.

Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos, que morava num barraco às margens da rodovia e trabalhava descarregando caminhões, ia de bicicleta comprar farinha. A esposa estava preparando um bolo. Eles iriam comemorar o aniversário dela.

Quando a McLaren de Batista bateu em Pereira dos Santos, matando-o instantaneamente, ficou claro que não foram apenas os dois homens que colidiram naquele trecho da rodovia.

Dois Brasis também se encontraram de frente: um no qual uma pequena elite vive com uma riqueza quase inconcebível e outro na qual milhões subsistem dos restos dessa abundância.

"Os atropelados são tantos que já perdi a conta", disse Caubi Lopes, 49 anos, operário braçal que conhecia Pereira dos Santos e mora perto do local do acidente, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Quase cem famílias vivem em barracos incrustados numa encosta perto da rodovia.

fonte: MSN