Há redes de ensino que expandiram projeto piloto por causa
de bons resultados
Por Priscilla Borges, iG Brasília|
As experiências bem-sucedidas do projeto Um Computador por Aluno
têm, pelo menos, alguns pontos em comum. O primeiro é terem sido abraçadas por
todos os envolvidos no processo: alunos, professores, coordenadores, diretores,
secretários, prefeitos. Depois, a transformação do programa em política pública
local aparece como ponto crucial para o sucesso da iniciativa nesses estados e
municípios.
Na avaliação do professor Gilberto Lacerda, do Departamento de Métodos e
Técnicas da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), só quando
diferentes esferas administrativas são envolvidas em um processo como esse há
chances de sucesso. “Se um novo prefeito não se interessa pelo projeto vai tudo
por água abaixo. As experiências que funcionaram têm esse apoio”, comenta.
Maria Helena Cautiero Horta Jardim, professora da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) e coordenadora educacional do Projeto Piraí Digital, do
município de Piraí (RJ), concorda. “O UCA é realidade no município, com
problemas e soluções, natural em qualquer projeto. É uma ação de sucesso e o
segredo é que ele sempre foi tratado como política pública, um projeto de
governo e não de uma única secretaria”, pondera.
Nessa integração, parcerias estratégicas entre universidades, diferentes
esferas de governo e empresas foram estabelecidas para garantir o funcionamento
do projeto na cidade. Desde 2007, ações começaram a ser desenvolvidas em Piraí
para que cada criança tivesse um computador portátil disponível durante as
aulas.
Da primeira escola piloto em 2007, a experiência se expandiu a todas as
escolas da rede (21 colégios municipais e três estaduais) em 2009. Além dos
alunos, gestores e professores possuem laptops próprios. Desde a educação
infantil, as crianças são inseridas no projeto. Os professores passam por cursos
de formação continuada e os alunos participam ativamente das atividades, atuando
como tutores-mirins, inclusive.
Quebra de paradigmas
Em Tocantins, o projeto de distribuição de laptops também cresceu
ao longo dos anos. A partir das experiências iniciais realizadas em alguns
municípios, a Secretaria Estadual de Educação ampliou o projeto para todos os
alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Na rede municipal, 25% dos
estudantes estão incluídos no UCA. Ao todo, são 76 mil participantes. Foram
investidos R$ 26 milhões na compra de computadores.
A distribuição dos equipamentos faz parte de um programa maior de promoção do
uso das tecnologias de informação e comunicação para melhorar a qualidade de
ensino. O Tocantins Integrado reúne, além do UCA, ações para aquisição de
notebooks para os professores (já foram entregues 11.292), de projetores
multimídias (2,3 mil entregues) e lousas digitais; formação de professores;
oferta de cursos de qualificação para estudantes.
Joneidson Marinho Lustosa, diretor do Departamento de Informática e
Tecnologia da Secretaria de Educação de Tocantins, conta que, a partir do ano
que vem, os estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental também receberão
computadores individuais. A proposta é aumentar a distribuição gradativamente
até chegar ao ensino médio.
“Ainda precisamos superar limitações dos equipamentos para isso, porque os
atuais são mais adequados para crianças menores. A tecnologia por si só fascina
o aluno e precisamos trazer para dentro da escola o que acontece fora dela”,
afirma o diretor. Ele conta que o estado já premiou 4,8 mil estudantes por bom
desempenho na avaliação estadual com tablets.
A tentativa dos gestores é “quebrar paradigmas”. “O sucesso depende de muita
insistência, formação dos professores e estímulo. Todos os dias, hoje, temos a
certeza de que os professores da rede estadual utilizam, pelo menos, um tipo de
tecnologia dentro de sala. Os resultados, que têm sido positivos, vão guiar o
futuro”, analisa Lustosa.
Driblando dificuldades
As cidades que ampliaram a proposta também enfrentaram – ou
enfrentam – dificuldades de infraestrutura, resistência de professores e a falta
de materiais didáticos. A diferença é que os gestores desses municípios
decidiram encontrar soluções para os problemas e não abandonar o projeto por
conta dos obstáculos. Piraí, por exemplo, possui um projeto de universalização
do acesso à internet para inovar o desenvolvimento local.
“Com isso, o UCA foi facilitado, mas temos problemas, como velocidade da
internet. Nossa política é enfrentar os problemas encontrados, olhá-los como
desafios”, afirma Maria Helena. Ela defende a continuidade e ampliação do
programa Um Computador por Aluno no país, a partir de investimentos,
planejamento e mudanças de currículos e projetos pedagógicos.
“É melhor assumir o investimento na educação do que pagar o preço da exclusão
e da ignorância. A tecnologia é aliada de uma educação de qualidade”, ressalta.
A coordenadora conta que a experiência melhorou a relação entre professores e
alunos; tornou o ambiente escolar mais lúdico e as crianças passaram a produzir
conteúdos e disseminá-los também.
Lustosa conta que, no Tocantins, por exemplo, eles driblaram as conexões
ruins de internet aproveitando melhor o conteúdo já disponível nos computadores.
As crianças também são autorizadas a levar os equipamentos para casa – o que
promove a inclusão digital das famílias – e já carregam os laptops antes de irem
ao colégio, o que facilita a dificuldade com a rede elétrica nas salas de aulas.
“Eles usam a ferramenta de uma a duas horas por dia”, afirma.
“Em todos os estados, tivemos alguns resultados importantes. Há prefeitos com
muito entusiasmo em relação à ferramenta e as crianças querem essa tecnologia
dentro das salas”, comenta Lea Fagundes, coordenadora pedagógica do Laboratório
de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), uma das pesquisadoras e coordenadoras do UCA no sul do
país.
Estátua de criança negra acorrentada no Pão de Açúcar gera polêmica na web
Rede varejista afirma que retirou as peças das lojas e está revendo a escolha da decoração
Patrícia Basilio- iG São Paulo | - Atualizada às
Consumidores usaram as redes sociais para protestar contra uma estátua de uma criança negra “acorrentada” nos tornozelos utilizada como objeto decorativo por uma unidade do Pão de Açúcar, em São Paulo.
O objeto foi considerado ofensivo pelos internautas por relembrar o período de escravidão.
O Site Mundo Negro, que divulgou a imagem em uma rede social, considerou a imagem uma apologia ao trabalho infantil.
“O cesto é de proporções incompatíveis à estatura da criança e seria um sacrifício, seja pelo tamanho ou pelo peso a ser carregado”, critica o post, que também questiona o porquê de ser uma criança negra.
Em nota, o Pão de Açúcar afirma que a estátua foi adquirida como parte de uma coleção de peças decorativas da loja, sem intenção ou apologia a qualquer tipo de discriminação.
“Assim que tomou ciência do caso, o Pão de Açúcar providenciou a retirada da estátua das lojas e está revendo o processo de seleção de peças decorativas”, informa a rede varejista.
Serviço de telefonia VoIP da Telexfree é clandestino, informa Anatel
Empresa foi autuada por fornecer a tecnologia sem aval e pode ser indiciada pela PF
Vitor Sorano- iG São Paulo |
O sistema de telefonia por internet (VoIP, na sigla em inglês) da Telexfree é clandestino, informou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Por essa razão, a empresa foi autuada pelo órgão e poderá ser investigada pela Polícia Federal.
A Telexfree está com as atividades suspensas há 66 dias por decisão judicial , acusada pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) de ser a maior pirâmide financeira do País. Cerca de 1 mihão de pessoas aderiram ao negócio, e pagaram taxas de adesão que vão de R$ 722 a R$ 3.322.
Para os promotores, o faturamento da empresa depende sobretudo dessas taxas. Por isso, quando não houver mais gente interessada, o esquema quebra.
Os representantes da empresa negam irregularidades e argumentam que os recursos da empresa vêm, justamente, da venda de pacotes de telefonia VoIP.
Mas, em maio, uma equipe de fiscalização da Anatel visitou a sede da Telexfree em Vitória (ES) e constatou que a empresa não tem a autorização para operar Serviço de Comunicação Multimídia (SCM). Esse aval é necessário, pois os serviços VoIP da Telexfree permitem a ligação para telefones convencionais.
A Anatel multou a Telexfree em R$ 4 mil. Além disso, o caso foi comunicado à Superintendência da Polícia Federal em Vitória, no dia 27 de junho. Procurada no fim da tarde desta quinta-feira (22), a corporação não informou se foi aberto algum inquérito.
Aquisição
Em março deste ano, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae/MF) já havia sugerido que a Telexfree não tinha infraestrutura para oferecer o VoIP no Brasil e nem acordo com alguma operadora de telefonia.
Questionado pela reportagem à época, Carlos Costa, um dos diretores da Telexfree, afirmou que esse contrato era feito com uma operadora de telefonia nos Estados Unidos . Ele se recusou, porém, a indicar o nome.
Nesta quarta-feira (21), em audiência pública na Câmara dos Deputados , perguntado sobre o fato, Costa argumentou que a Telexfree havia adquirido a Voxbras, uma empresa que possui autorização para prestar os serviços VoIP.
"Como o nosso serviço trabalha dos EUA para cá, porque nosso data center [ centro de dados ] fica nos EUA, nós tomamos a providência. Quando a Anatel em abril começou a cobrar da gente a exigência, nós adquirimos a Voxbras, que é uma empresa brasileira com todas as regulamentações da Anatel", disse Costa.
Insuficiente
Mas, de acordo com a agência reguladora, essa aquisição não é suficiente, até o momento, para permitir que a Telexfree opere no mercado de telefonia VoIP. Isso porque ainda não foi feita, junto à Anatel, a alteração da composição societária da Voxbras.
"Há um pedido de alterações societárias ocorridas no grupo Simternet Tecnologia da Informação Ltda. [ razão social da Voxbras ] e no momento a atualização documental por parte da Simternet está pendente. A Anatel oficiou para complementar as informações trazidas aos autos para poder se pronunciar de forma definitiva", informou a agência, em nota.
Procurada no fim da tarde desta quinta-feira (22), a procuradora da Voxbras junto à Anatel disse que não estava disponível imediatamente para comentar o assunto. A reportagem deixou recado no telefone de Draico Vaz, indicado pela procuradora, mas não recebeu resposta.
Os representantes da Telexfree não comentaram.
Para quem ainda não teve a oportunidade de assistir, um pequeno resumo para aguçar sua curiosidade.
Em 1955, o economista Victor Lebow publicou a seguinte recomendação: a economia precisa inserir o consumo como elemento central do nosso estilo de vida.
Como medir o padrão social de alguém? Como medir o nível de aceitabilidade de uma pessoa na sociedade? Como definir o prestígio de uma pessoa?
Pelo padrão de consumo.
E parece que, infelizmente, ele obteve sucesso.
Apenas como exemplo, você já deve ter ouvido alguém falar (ou mesmo já ter falado) a seguinte frase: "Fulano está tão bem de vida. Viu o carrão que ele comprou?".
Não vou falar muito para não estragar a surpresa, mas já adianto que vale muito a pena assistir ao vídeo.
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Seiiti Arata, produtor do vídeo e criador do curso de enriquecimento A Classe Alta, é um grande amigo e parceiro. Tudo que ele faz, é qualidade na certa :)