Dólar tem queda de 0,82% com sinais de
fortalecimento da economia chinesa
Moeda americana foi cotada a R$ 2,2012 na venda, após tocar
R$ 2,1952 na mínima do dia
Reuters|
O dólar fechou em queda e voltou ao patamar de R$ 2,20 nesta segunda-feira
(23) graças ao apetite de investidores por ativos de risco, como moedas de
países emergentes, diante de sinais de fortalecimento da economia chinesa.
O movimento foi estimulado também por declarações do presidente do Federal
Reserve de Nova York, William Dudley, que reforçaram a postura expansionista do
banco central dos Estados Unidos, mas mantiveram incertezas sobre o futuro do
programa de compra de ativos.
A moeda americana perdeu 0,82%, para R$ 2,2012 na venda, após tocar
R$ 2,1952 na mínima do dia. Outras moedas de países emergentes também se
valorizaram ante a divisa dos EUA, como, por exemplo, o peso mexicano e o dólar
australiano.
O setor industrial da China cresceu no ritmo mais rápido em seis
meses em setembro, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI)
preliminar, fornecendo mais evidências de fortalecimento da segunda maior
economia do mundo.
Nos EUA, Dudley alertou que o banco central americano precisa combater as
ameaças à recuperação dos EUA, sugerindo que a política monetária deve
permanecer expansionista, embora ainda planeje reduzir o estímulo até o fim
deste ano.
"A decisão do Fed surpreendeu o mercado, mas não vejo efeito disso na
política monetária no Brasil", afirmou Tombini.
Logo na abertura, o BC realizou mais um leilão de swap cambial tradicional —
equivalente à oferta de dólares no mercado futuro — previsto em seu cronograma
de intervenções diárias. Foi vendida a oferta total de contratos com vencimento
em 3 de fevereiro de 2014. O volume financeiro equivalente da operação foi de
US$ 497,4 milhões.
E já anunciou para terça-feira (24) outro leilão de swap tradicional,
ofertando entre às 9h30 e 9h40 10 mil contratos com vencimento em 3 de fevereiro
de 2014. O resultado será conhecido a partir das 9h50, informou a autoridade
monetária.
Lemann é um dos maiores símbolos do capitalismo
brasileiro – a comparação que mais lhe apraz é com o investidor norte-americano
Warren Buffett, de quem é parceiro e fiel seguidor
“Presidente, estamos aqui para apresentar a
multinacional brasileira do setor de bebidas”. Foi com estas palavras que Jorge
Paulo Lemann iniciou o encontro com Fernando Henrique Cardoso, no Palácio do
Planalto, em junho de 1999. Fosse outro seu autor, a epígrafe poderia soar como
rompante ou mero mote publicitário criado para a ocasião. Naquele momento, não
obstante a fusão das duas maiores fabricantes de cervejas do País – Brahma e
Antárctica –, a empresa que surgia deste barril, a AmBev, ainda estava
praticamente restrita aos balcões brasileiros. Pouco ou quase nada tinha de
multinacional. No entanto, em se tratando de Lemann – enxadrista que já tem
todos os movimentos pensados antes mesmo do artesão confeccionar o tabuleiro –,
certamente aquelas palavras não seriam em vão. Já havia no vasilhame muito mais
cevada e levedo do que os olhos podiam ver. Cinco anos depois, a profecia se
realizava com a associação entre a AmBev e a belga Interbrew, que deu origem à
segunda maior cervejeira do planeta. Mais quatro anos e a companhia chegaria ao
primeiro degrau do ranking, com a compra da norte-americana Anheuser-Busch. O
figurino idealizado para a AmBev veste perfeitamente o seu idealizador. Não
existe, no Brasil, empresário mais multinacional do que Jorge Paulo Lemann.
Jorge Paulo Lemann personifica
um caso raro, ao menos no Brasil, de simbiose entre o mercado financeiro e a
economia real. Lemann soube, como poucos, transpor a ponte entre estes dois
continentes, quando não caminhando sobre a fronteira. Difícil dizer, aliás, onde
termina o ardiloso financista e começa o arrojado empresário, dono de algumas
das maiores marcas corporativas do mundo. As aquisições da Lojas Americanas, em
1982, e da própria Brahma, em 1989, foram forjadas a partir de operações no
mercado de capitais. Tanto no caso da cervejeira quanto, sobretudo, a rede
varejista, o pedigree de trader de Lemann atiçou o vozerio da desconfiança. Não
faltou quem dissesse que o investidor apenas passaria algumas noites no capital
das duas empresas, o tempo suficiente para conduzir draconianas reestruturações
e prepará-las para a venda. Algumas décadas depois, Lemann permanece onde sempre
esteve. A Americanas não apenas se consolidou como uma das grandes redes de
varejo do país como serviu de proxy para a criação da maior operação integrada
de comércio eletrônico do mercado brasileiro, leia-se a B2W – onde estão
penduradas empresas como Americanas.com, Submarino e Ingresso.com. E a AmBev?
Bem, a AmBev deu no que todos sabem.
A trajetória deste carioca de
sangue e estilo helvéticos – seus pais, suíços, emigraram da região de Emmental
– começa a ganhar forma em 1971. Nesse ano, o talentoso tenista, que chegou a
disputar a Copa Davis tanto pelo Brasil quanto pela Suíça, soltou a mão na
paralela para marcar seu primeiro grande ponto no mercado financeiro. Jorge
Paulo Lemann comprou a Garantia, até então uma acanhada corretora de valores do
Rio de Janeiro. A relação bastante próxima com o Goldman Sachs garantiu a Lemann
funding para alavancar a instituição. Em determinado momento, os
norte-americanos se movimentaram para comprar a corretora e montar um banco de
investimentos no Brasil.
Lemann encampou a ideia, mas apenas a segunda
parte dela. Rechaçou a oferta da Goldman Sachs e montou um dos primeiros
investment banking do País. Lemann e Garantia viraram sinônimos de agressividade
no mercado financeiro – tanto para o bem quanto para o mal. À frente da
instituição, o banqueiro girou a roleta e foi responsável por algumas das mais
bem-sucedidas jogadas nos mercados brasileiros nas décadas de 70 e 80.
Jorge Paulo, como é chamado pelos mais próximos, também fez fama no
mercado financeiro ao criar a primeira grande gestora de private equities do
país, a GP Investimentos. Por meio da administradora de recursos, teve
participações no capital de empresas como Telemar, Gafisa e Playcenter. No
início dos anos 2000, o negócio passou às mãos dos “GP Boys”, como ficaram
conhecidos algumas das crias de Lemann, a começar por Antônio Bonchristiano.
O financista jamais saiu de cena, é bom que se diga. Está nas
entrelinhas de todos os movimentos do empreendedor. No entanto, ao longo do
tempo, o banqueiro e frenético operador do mercado de capitais foi dando lugar
ao consolidador de empresas e artífice de grandes tacadas no mundo corporativo.
Lemann é um dos maiores símbolos do capitalismo brasileiro – a comparação que
mais lhe apraz é com o investidor norte-americano Warren Buffett, de quem é
parceiro e fiel seguidor. Talvez seja também a face mais conhecida do
empresariado nacional no exterior, em razão do porte das operações em que se
envolveu. Sempre ao lado de Marcel Telles e Beto Sicupira, parceiros desde os
tempos de Garantia, Lemann tem se dedicado, nos últimos anos, à montagem de um
valioso colar de ativos da área de consumo.
Em um espaço de quatro
anos, Lemann adquiriu três das marcas mais conhecidas em todo o mundo – um pouco
mais, um pouco menos, todas empresas-símbolo do capitalismo norte-americanos.
Depois da Anheuser-Busch, vieram o Burger King e a Heinz. Total das três
operações: US$ 78 bilhões.
Poucos seguem com tamanho rigor o instituto
da meritocracia. Desde os tempos de Garantia, as empresas de Jorge Paulo Lemann
são conhecidas por oferecer um sistema de recompensas e bonificações pelo
cumprimento de metas extremamente agressivo – assim como são conhecidas também
pelo altíssimo grau de exigências impostas a seus profissionais. No Garantia,
por exemplo, os salários eram inferiores à média do mercado. Entretanto, a cada
seis meses, os funcionários passavam por um rígido processo de avaliação.
Resultados acima das metas garantiam não apenas bônus generosos como a
possibilidade de ingresso na sociedade. Alguns geniozinhos das finanças entraram
para o country club do Garantia com 23 ou 24 anos.
Curiosamente, Lemann
não é o que se pode chamar de um gestor, no sentido mais convencional da
palavra. Seus próprios sócios e colaboradores mais próximos costumam dizer que
ele nunca teve paciência para mergulhar no dia-a-dia de uma empresa e muito
menos nas minúcias operacionais. Lemann enxerga seus negócios a partir da última
linha do balanço. O investidor também destoa de seus pares, notadamente uma
novíssima geração de ricos empresários brasileiros, no quesito exibição. Seu
nível de exposição é inversamente proporcional à fortuna. Entrevistas foram
poucas; aparições em eventuais sociais raríssimas. Lemann não aparece sequer
para anunciar suas grandes operações empresariais. O que tinha para falar está
no livro “Sonho Grande”, lançado neste ano, que conta a trajetória do trio
Lemann/Telles/Sicupira. Reza a lenda que preserva hábitos simples, como andar de
bicicleta pelas ruas de São Paulo – onde estão os paparazzi nessas horas? Mantém
praticamente o mesmo peso da época de tenista – em algumas das episódicas fotos
publicadas na imprensa é possível perceber o fino pescoço sambando entre a gola
da camisa.
AmBev, InBev, Anheuser-Busch, Burger King, Heinz... Afinal, qual
será o próximo passo de Jorge Paulo Lemann? Até em razão das recentes
aquisições, muito se especula sobre o interesse do empresário em grandes grupos
da área de varejo. Já se falou de uma investida sobre a Pepsico. Alguns foram
ainda mais longe – ou mais perto, dependendo da sua posição no mapa
norte-americano – desembarcando em Atlanta. Nos últimos meses, surgiram na mídia
informações sobre um eventual avanço sobre a Coca-Cola, em parceria com Warren
Buffett. O certo é que, por ora, parece difícil que alguém tire de Lemann, dono
de um patrimônio pessoal da ordem de US$ 18 bilhões, o título de homem mais rico
do Brasil. Eike que nos perdoe. Mas se há uma fortuna construída à prova de
idiotas, como o dono da EBX costumava se referir aos seus negócios, é a de Jorge
Paulo Lemann
Um grande amigo recomendou recentemente um texto sobre A Nova Classe Alta, publicado no Folha de S. Paulo.
Destaco a seguir alguns trechos do artigo:
"Depois da nova classe média, este país precisa de uma nova classe alta. O Brasil moderno exigirá uma nova elite. Que é bem diferente de uma casta: um dinheiro responsável que seja gasto assim como foi feito, com o bom senso das madrugadas e do suor, misturando vitórias e tragédias, mas sempre com muito respeito e espírito público."
"Mas não educar bem uma criança, deixá-la crescer no shopping center, consumindo loucamente sem ter desafios e sonhos que transcendam um abdômen de tanquinho e o próximo modelo de iPhone é falta de amor com ela e falta de responsabilidade com o país."
"Ser rico é um privilégio, um direito e também uma responsabilidade."
"Eu devo aos meus pais e ao esforço deles de sacrificar uma parcela significativa do que ganhavam para me dar ao luxo de estudar o fato de eu estar preparado para uma vida e um mundo maiores do que o mundo no qual eu nasci."
Caso queira ler o texto integralmente, clique aqui)
A conclusão a que cheguei a partir desta leitura é que devemos nos preparar para valorizar tudo que conquistamos, mas também para termos condições de oferecer o melhor para nossos filhos.
Não o melhor em relação a bens de consumo, mas em termos de conhecimento e oportunidades de aprendizado.
Por fim, como prometido no título desta mensagem, recomendo que assista também a um excelente vídeo sobre a Psicologia do Consumo:
Jovem lança plataforma de investimento
para bancar painéis solares
Projeto aposta em investidores que escolhem ativo com base
em valores sociais
The New York
Times-| Peter DaSilva/The New York Times
Logo após o segundo ano na Universidade de Yale, em 2002, Billy
Parish viu que a geleira que alimenta o rio Ganges diminuía rapidamente na
Índia. Ele se convenceu de que estava frente a frente com a mudança climática e
que precisava fazer algo a respeito.
Não demorou muito tempo. Ao voltar aos Estados Unidos, ele começou
uma coalizão jovem que, em poucos anos, mobilizou milhares de pessoas com
preocupações ambientais similares. Ele nunca chegou ao terceiro ano da
faculdade.
Desde então, Parish chegou a outra conclusão: o capitalismo é uma
força poderosa que pode ser utilizada no combate ao aquecimento global. Agora,
aos 31 anos de idade, ele já está a meio caminho andado para colocar em prática
uma nova missão: construir uma plataforma de investimento em energia solar que
possa transformar gente comum em microfinanciadores.
Conhecida como Mosaic, a empresa funciona como um banco virtual de energias
renováveis, solicitando investimentos para projetos solares e fazendo
empréstimos que geralmente devem ser pagos após dez anos. A Mosaic recebe uma
taxa de cada empréstimo e funciona de forma similar a uma plataforma de
crowdfunding [ financiamento por meio de doações ] como o
Kickstarter, um site que liga empreendimentos criativos a apoiadores
financeiros. No caso da Mosaic, com um mínimo de US$ 25, os investidores já
podem receber algum lucro.
"Nosso objetivo é criar a plataforma de investimentos número 1 para energias
limpas", afirmou Parish. Ele acrescentou que a Mosaic permite que os
investidores "não sejam apenas consumidores passivos, mas criadores, donos e
colaborem para que as coisas aconteçam."
2.000 clientes
A empresa ainda está no começo. Cerca de 2.000 clientes e 44 estados
injetaram mais de US$ 4 milhões no financiamento de projetos desde que ela
começou a pedir dinheiro em janeiro deste ano, e está aberta em todo o país para
investidores autorizados – uma categoria que inclui certos indivíduos de grande
potencial financeiro – e, até o momento, o público geral de Nova York e da
Califórnia.
Ainda não se sabe se a Mosaic será capaz de colocar sua visão em prática, mas
a empresa tem boas chances de crescer, com a negociação de acordos que poderiam
permitir que os investidores usassem dinheiro de contas de aposentadoria. Isso,
ao lado de novas regulamentações financeiras que permitem um marketing mais
amplo para projetos de investimento, promete expandir drasticamente as fontes
potenciais de dinheiro para projetos solares, bem como para outros tipos de
energias renováveis que a empresa planeja desenvolver.
Embora essa seja uma das primeiras plataformas de crowdfunding focadas em
energia, a Mosaic se inspirou em outros empreendimentos online que deram aos
consumidores acesso mais direto a produtos e serviços. Financiar projetos de
tecnologias e startups limpas é algo perfeito pra esse tipo de abordagem,
afirmam seus apoiadores, uma vez que apenas um pequeno grupo de investidores tem
podido participar até o momento, dificultando e encarecendo o investimento.
"Todas essas plataformas são conhecidas como 'mercados' porque ajudam a
reunir populações, sejam homens e mulheres no Match.com [ site de
encontros ] ou bancos e mutuários no Lending Tree [ de comparação de
empréstimos ]", afirmou Judd Hollas, fundadora do EquityNet, que permite
investimento direto em empresas novatas como uma forma de plataforma de capital
de risco para as massas. "Era lógico presumir que a mesma coisa poderia e
deveria acontecer com investimentos em private equity."
Muitos acreditam que a abordagem da Mosaic esteja unindo projetos solares de
pequena escala, que são descentralizados por natureza, além de uma nova geração
que se sente confortável com a tecnologia.
"Em uma era de redes sociais e de experiências de mídia, criação de músicas
entre usuários e todos esses setores, tirar proveito dessa capacidade – unir
esse fenômeno distribuído e descentralizado – e aplicá-la para o financiamento
de uma fonte de energia que também foi criada em torno de uma arquitetura
distribuída é um grande plano", afirmou Danny Kennedy, fundador da empresa de
desenvolvimento solar Sungevity e membro da diretoria da Mosaic. "É por isso que
o crowdfunding faz tanto sentido. É um futuro distribuído."
Investimento e política
Ao mesmo tempo, muitos americanos têm mostrado um interesse
crescente em alinhar dinheiro e posicionamento político, especialmente entre
investidores mais jovens. Quase metade dos investidores da geração X com mais de
US$ 1 milhão de dólares escolhe seus investimentos com base em valores sociais,
de acordo com uma pesquisa recente feita pelo Spectrem Group, um grupo de
pesquisa em investimento.
Durante o colegial, Parish passou um semestre na Mountain School,
em Vermont, onde sua preocupação com "o que está acontecendo ao redor do
planeta" se cristalizou; em Yale, ele montou sua grade curricular com base no
desenvolvimento econômico sustentável e trancou a matrícula permanentemente para
começar a Coalizão de Ação pela Energia, que se descreve como "uma coalizão de
50 grupos de jovens com mentalidade ambiental e voltada para a justiça
social".
"Os jovens sempre estiveram na linha de frente de qualquer grande
movimento social da história e até aquele momento não havia praticamente nenhuma
participação de jovens nas questões relacionadas à mudança climática", afirmou.
Aos 21 anos, ele fazia a gestão de um orçamento de US$ 5 milhões de dólares e
de uma equipe de 89 pessoas nos Estados Unidos e no Canadá. Esse trabalho deu
origem a uma iniciativa que, segundo Parish, ajudou a inspirar o programa de
empregos verdes do presidente Barack Obama, além do livro "Making Good: Finding
Meaning, Money, and Community in a Changing World" (Fazendo Bem: Encontrando
Sentido, Dinheiro e Senso de Comunidade em um Mundo em Transformação, em
tradução livre), que escreveu ao lado de Dev Aujla, fundador da organização de
caridade DreamNow.
Todavia, foi o período em que passou trabalhando na Coalizão da Água de Black
Mesa, em Flagstaff, Arizona, a partir de 2007, que uniu a visão empresarial de
Parish com sua rede de contatos. Foi lá que ele trabalhou ao lado da esposa
Wahleah Johns para fechar usinas de carvão mineral que infectaram as fontes de
água potável da Nação Navajo.
Parish também se reaproximou de Dan Rosen, atual executivo-chefe da Mosaic,
que havia conhecido Parish enquanto buscava painéis solares para a escola onde
fazia ensino médio em Ridgewood, Nova Jersey, e tinha ido trabalhar em Black
Mesa após a graduação.
"Foi um daqueles momentos de revelação sobre o que viria a ser a Mosaic",
afirmou Rosen, referindo-se à discussão sobre o desenvolvimento da energia solar
como parte da transição após o fechamento das usinas de carvão mineral. Os
índios navajo afirmaram que "queriam ser donos dos projetos – queriam ser os
proprietários, queriam participar, queriam empregos e estavam até dispostos a
investir".
Com sede em Oakland, Califórnia, a Mosaic está tentando capitalizar nesse
desejo, encontrando e adaptando o máximo de projetos que sua equipe de 22
pessoas é capaz de fazer enquanto arrecada mais dinheiro para poder expandir as
operações.
A Mosaic faz empréstimos apenas para projetos que já têm acordos de venda
para a eletricidade que produzirão; em seguida, a empresa arrecada dinheiro de
investidores, que recebem em troca de 4% a 6% quando o empréstimo é quitado. A
empresa cobra uma taxa de 1% sobre cada investimento, além de um pequeno
percentual sobre cada empréstimo, que varia de acordo com o projeto.
Os projetos da empresa foram modestos até o momento; entre outros, há um
painel solar sobre o centro de empregos para jovens em Oakland, bem como no
centro de convenções de Wildwood, Nova Jersey, e nos apartamentos da moradia da
Universidade da Flórida, em Gainesville. Para seu projeto de maior proporção, a
empresa planeja ajudar a financiar a instalação de mais de 55.000 painéis
solares em mais de 500 casas militares em Fort Dix, Nova Jersey.
Os investidores afirmam que gostam de saber aonde o dinheiro está indo, ao
invés de comprar somente fundos mútuos.
"Assim parece que há uma história e o dinheiro é investido de forma muito
clara", afirmou Laura Deer Moore, diretora de um banco comunitário que conheceu
a Mosaic porque queria investir seu pequeno plano de previdência de forma
"consciente", segundo ela, e estava tendo dificuldades para encontrar uma forma
de fazer isso. "Há uma missão muito bem definida e gosto disso."
Criador do PivotPlanet concluiu que é importante testar a
nova profissão antes de mergulhar de cabeça na carreira ou negócio desejado
NYT|
Deus escreve certo por linhas tortas. Na primavera de 2011, Gerry
Owen, pastor assistente de uma megaigreja em Garland, Texas, estava lendo os
comentários deixados pelos fiéis em uma caixa da igreja após o culto de domingo.
Ele deparou com um cartão de um fiel que era proprietário da Generator Coffee, a
cafeteria onde Owen, de 55 anos, e a segunda esposa, Melissa, haviam se casado
alguns meses antes.
"O cartão dizia: 'Reze por mim, preciso vender minha cafeteria'",
recordou Owen. Quando contavam a história, ele e Melissa estavam sentados no
Cafe Brazil, uma cafeteria em Plano, Texas – nem a que pedia orações, nem a que
Melissa estava planejando abrir.
"Então li o cartão e perguntei a Melissa: 'Será que damos conta de fazer
isso?'"
Ou seja, será que Gerry, que antes de se tornar pastor havia passado a vida
toda trabalhando em uma Frito-Lay, e a esposa, enfermeira cirúrgica, poderiam
comprar a cafeteria? Afinal, eles faziam questão que o local onde haviam se
casado fosse bem sucedido.
Os Owens pensaram sobre comprar o nome e revitalizar os negócios,
mas quanto mais pensavam, mas percebiam que não tinham a menor ideia de como ser
donos de uma cafeteria. Por isso, eles entraram na internet e descobriram um
site chamado PivotPlanet, que desde 2003 reúne pessoas interessadas em mudar de
carreira e as ensina a dar os primeiros passos.
No site, eles conheceram Duncan Goodall, proprietário do Koffee on
Audubon, que desde 1993 era o ponto de referência do bairro artístico de Audubon
Street, em New Haven, Connecticut. Por cerca de 1.000 dólares cada, os Owens
poderiam seguir Goodall na loja durante dois dias e receber dicas sobre
praticamente tudo: de como escolher a máquina de café espresso certa, a como
ganhar dinheiro com os pãezinhos que não fossem vendidos. Eles toparam,
compraram as passagens de avião e, em setembro de 2011, viajaram até New Haven
para dois dias inteiros na Escola Duncan.
A primeira coisa que Goodall fez foi convencer os Owens a não
comprar o Generator, afirmando que esse não seria o investimento correto para
eles. Contudo, ao final de seu curto aprendizado em New Haven, os Owens chegaram
à conclusão de que ainda estavam empolgados com a ideia de abrirem o próprio
café.
"Oramos muito", afirmou Melissa Owen. "Gerry me ensinou tanto sobre como ser
paciente. Quando estava no ministério, ele sempre dizia: 'Ei, agora está nas
mãos de Deus'." Eles desistiram de comprar o Generator, que agora tem um novo
dono, mas continuaram a buscar novas possibilidades.
E graças ao PivotPlanet, agora eles têm duas estrelas guias, Deus e Duncan
Goodall. "Ainda consigo ouvi-lo dizendo", afirmou Gerry Owen, referindo-se a
Goodall, não a Deus. "As ideias dele ainda reverberam."
Melissa Owen concordou, acrescentando: "Como o Duncan colocaria o balcão?
Suas palavras ainda nos guiam todos os dias."
Brian Kurth teve a ideia daquilo que se tornaria o PivotPlanet em 2001,
quando tinha 34 anos e havia acabado de deixar o emprego como executivo de
telecomunicações, tentando descobrir o que fazer com a vida dali em diante.
"Queria ver se o mar dava pé e pensei e me tornar proprietário de uma creche
para cachorros”, afirmou Kurth. Então, ele acompanhou o dono de uma creche local
durante três dias. Foi um exercício muito interessante.
"Percebi que não queria recolher cocô o dia inteiro", afirmou Kurth. E foi
daí que ele tirou a ideia "de que é importante testar seu emprego dos sonhos
antes de mergulhar de cabeça".
Assim, em 2003 ele abriu a VocationVacations, uma empresa que reunia pessoas
que queriam mudar de carreira, com gente que já fazia aquilo que tinham em
mente. Kurth afirmou que foi um pioneiro na transformação de "tutorias em um
produto para o consumidor", embora tenha sido rapidamente imitado por empresas
similares, como a Skillshare e a MentorMob.
Mais tarde, Kurth refinou a ideia e incluiu programas de tutoria por Skype,
algo que a maior parte dos clientes usa antes de agendar uma viagem – na
verdade, como uma forma de testar o tutor que os ajudará a experimentar a
carreira.
Durante algum tempo, Kurth teve dois sites: o VocationVacations para viagens,
e o PivotPlanet para tutorias por Skype e telefone. Em janeiro deste ano, quando
mudou a empresa de Portland, Oregon, para Austin, Texas, ele unificou ambos os
serviços sob a marca PivotPlanet. Também abriu a Pivot Enterprise, uma
plataforma de negócios que as empresas utilizam para realizar tutorias
in-company para funcionários que desejem tentar uma nova vaga na mesma
empresa.
Kurth não informou o faturamento preciso, nem usou números ao se referir à
empresa, que é particular, mas afirmou que ao longo da última década ajudou
"dezenas de milhares" de pessoas que aspiravam mudar de carreira. (Esse número
inclui pessoas que participaram de oficinas e quem comprou seu livro "Test-Drive
Your Dream Job".)
O PivotPlanet possui tutores em cerca de 200 áreas de atuação, de
acupunturistas a terapeutas de cães, passando por apresentadores de televisão.
Você deseja ser meteorologista? Paul Cousins, de Portland, Maine, dará conselhos
via Skype por US$ 84 por hora. Quer ser vinicultor? O site conta com quatro
tutores. Está interessado em se tornar um "pequeno construtor"? Brad Kittel, em
Luling, Texas, mostra como fazer isso.
Alguns dos tutores são surpreendentemente famosos. Por US$ 130 a
hora, um aspirante a escritor pode receber a tutoria de Ethan Watters,
jornalista e autor do livro "Urban Tribes" (Tribos Urbanas, em tradução livre),
publicado em 2004. Clique em "DJ" no PivotPlanet e poderá falar com Cut Chemist
por US$ 180 a hora. Ele era um dos membros do grupo de rap Jurassic 5, e suas
músicas tocaram em comerciais da Apple e no filme "Amor Sem Escalas".
Há também o item "dono de cafeteria", com apenas um nome na lista: Duncan
Goodall, de New Haven, por 180 dólares a hora.
"A grana é boa, mas essa não é a verdadeira razão para que eu faça isso",
afirmou Goodall, de 41 anos, quando o visitei no Koffee on Audubon. "Gosto de
ensinar e, em um nível filosófico mais profundo, acredito que as pessoas são
mais livres e felizes quando são donas do próprio negócio".
Goodall tem a atitude de quem se livrou do azar: afinal, sua empresa o
salvou. Depois de se formar em Yale em 1995, ele entrou para a Bases, uma
divisão da Nielsen que oferece consultoria e previsão para novos produtos.
Depois de seis anos, ele foi para outra empresa de consultoria e continuava se
sentindo sobrecarregado e triste.
"Estava me transformando em um babaca grande e gordo, tanto literal, quanto
figuradamente", afirmou Goodall. "Não dava mais pra viver daquele jeito." No
verão de 2002, Goodall estava no Koffee, como a cafeteria é conhecida, bem em
frente ao campus de Yale. Ele costumava frequentar o lugar quando ainda estava
na graduação.
"Estava olhando em volta e pensando: 'Santo Deus, esse lugar já viu dias
muito melhores'. O ambiente estava sujo e o café com um gosto horrível. Os
funcionários eram mal educados e grosseiros com os clientes".
Ainda assim, havia um número surpreendente de clientes ali dentro. Goodall
encontrou o dono e perguntou se ele estaria pensando em vendê-lo. "E ele disse:
'Na verdade, coloquei o café a venda há dois meses'."
Não existem dados confiáveis sobre a frequência com a qual os americanos
mudam de carreira, mas o número certamente está crescendo, seja porque a
recessão agitou o mercado de trabalho, ou porque muitas pessoas desempregadas
não conseguiram mais encontrar empregos semelhantes ao que faziam antes. Além
disso, há o crescimento de profissões como consultoria, que muitos profissionais
– assim como Goodall – abandonam depois de aprender uma série de habilidades que
pode utilizar em outro contexto.
Goodall comprou o Koffee, começou a reformá-lo e, logo em seguida, deixou o
emprego como consultor e reabriu a cafeteria em janeiro de 2003. Em quatro meses
ele começou a lucrar com uma empresa que estava dando US$ 2 mil de prejuízo por
mês. Ele abriu duas outras cafeterias na cidade – ambas faliram, ao passo que a
Koffee original continuou de vento em popa e agora conta com 16
funcionários.
Governo está convencido do sucesso do
leilão de campo de Libra, diz ministro
Edison Lobão criticou pessimismo de analistas após ausência
de quatro grandes petrolíferas
iG São
Paulo*|
- Atualizada às
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta sexta-feira (20) que
está convencido do sucesso do leilão do campo de Libra, na Bacia de Santos, com
base nas empresas inscritas. Segundo o ministro, os interessados reúnem as
maiores petroleiras do mundo.
No entanto, Lobão reclamou do “pessimismo” de analistas após a divulgação de
que Exxon Mobil, Chevron, BP e BG decidiram ficar fora da disputa.
empresas
brasileiras e estrangeiras no leilão do pré-sal", disse nesta sexta-feira (20),
em entrevista à imprensa. "Ora, das 12 maiores empresas, sete estão
participando. Portanto, não se poderia imaginar um sucesso maior do que esse em
matéria de presença de grandes empresas."
O ministro acrescentou também que o campo de Libra é generoso. “Vai
demonstrar que representa um grande marco para exploração de petróleo no Brasil
e grande oportunidade para as petroleiras que venham trabalhar conosco na
exploração do nosso petróleo."
Para Lobão, não existe problema no fato de algumas inscritas serem estatais.
"Qual é o mal que há nisso? A Petrobras é estatal", disse. "Não vejo nenhum mal
que empresas estatais participem de leilões."
O ministro afirmou ainda que o regime de partilha será bom no Brasil e é bom
em vários países do mundo. "De todas essas empresas que estão participando,
algumas delas já estão explorando petróleo em regime de partilha ou de prestação
de serviços em outros países", afirmou.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recebeu
na quinta-feira (19) um quarto das inscrições esperadas para a disputa por
Libra, atualmente a maior reserva de petróleo em oferta no mundo. O leilão está
marcado para 21 de outubro.
Além da Petrobras, que participa obrigatoriamente como operadora, com um
mínimo de 30% no consórcio vencedor, dez empresas se inscreveram no pregão, o
que sugere uma disputa com apenas dois grandes consórcios.
Os inscritos, segundo a relação da ANP, são: CNOOC International Limited
(China), China National Petroleum Corporation (China), Ecopetrol (Colômbia),
Mitsui & CO (Japão), ONGC Videsh (Índia), Petrogal (Portugal), Petrobras
(Brasil), Petronas (Malásia), Repsol/Sinopec (hispano-chinesa), Shell
(anglo-holandesa) e Total (França).