quarta-feira, 13 de julho de 2016

CÂMARA: DISPUTA INTENSA PELO COMANDO




Disputa pelo comando da 
Câmara já tem 
14 candidatos; 
saiba quem são eles



© Foto: Gabriela Corossy/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados vai definir nesta quarta-feira (13), a partir das 16h, o nome de novo presidente da Casa após a renúncia do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 
Até o momento, 14 deputados oficializaram candidaturas para o mandato tampão até fevereiro do ano que vem. 
Além de comandar a Casa, quem vencer a disputa será o segundo na linha sucessória do país, caso o Senado confirme o impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff.
Novas candidaturas poderão ser registradas até o meio dia desta quarta-feira. A eleição ocorrerá por meio de urnas eletrônicas e o voto será secreto, conforme prevê o regimento interno da Casa.
A ordem dos candidatos na votação e a dos discursos será definida por meio de sorteio. Cada candidato terá dez minutos para apresentar suas plataformas e pedir o voto dos colegas.
Para ser eleito, o deputado precisará da maioria absoluta, ou seja, 257 votos. Caso ninguém consiga atingir esse número na primeira votação, haverá segundo turno. Em caso de empate, tanto no primeiro quanto em um eventual segundo turno, a disputa será decidida obedecendo aos seguintes critérios: maior número de mandatos e parlamentar mais idoso.
Luiza Erundina – Atualmente no PSOL, a deputada foi a primeira mulher prefeita de São Paulo (1989 a 1992), quando ainda era filiada ao PT (1980 a 1997). Do PT, Erundina foi para o PSB (1997-2016). Também foi vereadora (1983 a 1987) e deputada estadual (1987 a 1988).
Rogério Rosso – Deputado federal desde 2007, Rosso é advogado e ocupou cargos públicos no governo do Distrito Federal na gestão de Joaquim Roriz. Em 2010 foi escolhido governador em eleição indireta da Câmara Legislativa do DF para um mandato tampão após a saída do ex-governador José Roberto Arruda. Líder do PSD na Câmara, Rosso presidiu a Comissão do Impeachment que analisou a denúncia contra a presidenta afastada Dilma Roussff na Casa. É aliado de Cunha.
Carlos Henrique Gaguim – Integrante do chamado centrão e aliado de Eduardo Cunha, já foi do PTB e do PMDB. Foi duas vezes vereador de Palmas, três vezes deputado estadual, duas vezes presidente da Assembleia Legislativa e governador de Tocantins. Atualmente, é filiado ao PTN e exerce seu primeiro mandato de deputado federal.
Marcelo Castro – Médico e professor da Universidade Federal do Piauí, o peemedebista Castro é ex-ministro da Saúde do governo da presidenta afastada Dilma Rousseff. Já foi deputado estadual e se destacou na Câmara dos Deputados como presidente da CPI que investigou os acidentes aéreos em 2007.
Carlos Manato – Atual corregedor da Câmara, Manato também é integrante do centrão. É médico por formação e deputado desde 2003, quando se elegeu pelo PDT, antes de ir para o Solidariedade. Já integrou a Mesa Diretora da Câmara como suplente por duas vezes.
Fábio Ramalho – Está no terceiro mandato na Câmara dos Deputados. Formado em direito, Ramalho foi prefeito do município de Malacacheta (MG) no período de 1997 a 2004. Do PMDB, o deputado já integrou as comissões de Finanças e Tributação e de Legislação Participativa. Atualmente é titular da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Fausto Pinato – Primeiro relator do processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética, Pinato está em seu primeiro mandato de deputado federal pelo PP. Advogado, o deputado paulista já trabalhou como secretário parlamentar na Câmara e como assessor técnico na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Giacobo – Aliado de Cunha e empresário do ramo de móveis e eletrodomésticos, o deputado do PR também é ligado à bancada do agronegócio e foi presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
Cristiane Brasil – Em seu primeiro mandato de deputada federal, Cristiane já foi vereadora no Rio de Janeiro. Filha do delator do mensalão Roberto Jefferson, Cristiane é filiada ao PTB e já foi secretária extraordinária da Terceira Idade e secretária especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida da prefeitura do Rio de Janeiro.
Esperidião Amin – Advogado, professor universitário e administrador, Espridião Amin, atualmente em seu terceiro mandato na Câmara eleito pelo PP, foi governador de Santa Catarina e duas vezes prefeito de Florianópolis (SC).
Evair Vieira de Melo - Técnico agrícola e administrador de empresas com MBA em Gestão de Projetos, Vieira de Melo está em seu primeiro mandato como deputado federal pelo PV. Já foi secretário municipal de Agricultura de Venda Nova do Imigrante (ES) e diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural.
Miro Teixeira - Jornalista e advogado, Teixeira é o Decano da Câmara dos Deputados e cumpre o 11º mandato como deputado federal. Foi parlamentar Constituinte e ministro das Comunicações no primeiro ano do primeiro governo do presidente Lula. É filiado à Rede.
Rodrigo Maia – Filho de ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, Rodrigo Maia está em seu quinto mandato na Câmara dos Deputados. Ex-presidente do Democratas, o parlamentar já foi por duas vezes líder da bancada do partido na Câmara.
Beto Mansur - Atualmente, é o 1° secretário da Mesa Diretora da Câmara. Filiado ao PRB, está em seu quinto mandato como deputado federal. Mansur é radialista, empresário e engenheiro eletrônico e já foi prefeito de Santos (SP).

FONTE:


Agência Brasil


terça-feira, 12 de julho de 2016

LEI DA ATRAÇÃO







A LEI DA ATRAÇÃO E O EMAGRECIMENTO



A Lei da Atração e o Emagrecimento


Ao ler o livro "O SEGREDO" de Rhonda Byrne, deparei com o processo criativo para aqueles que estão acima do peso e querem emagrecer.

Para quem não leu, "O Segredo" é a LEI DA ATRAÇÃO: Tudo que entra em sua vida é você quem atrai, por meio das imagens que mantém em sua mente. 
É o que está pensando. 
Cada um atrai para si o que estiver se passando em sua mente.

Assim, todos são criadores, e existe um processo fácil de criar usando a lei da atração. 
O que se pensa influi no Universo e por intermédio de pessoas, circunstâncias e acontecimentos inicia-se a realização daquele desejo. 


O processo criativo se resume em três passos:

1. Pedir com toda certeza o que quer, sem qualquer resquício de dúvida;

2. Acreditar com fé absoluta e incondicional. Pensar no que pediu como já obtido;

3. Receber, sentindo-se feliz como se você já tivesse recebido.

Quando se sente como já tendo agora o que deseja, a sensação é tão real que é como se já o tivesse, e acreditando que recebeu, receberá. 
Uma ação pode implicar para a mente um "trabalho", sair da zona de conforto, mas uma ação inspirada num desejo sincero e honesto não dará sensação de trabalho.

Para aplicar a "Lei da Atração" na perda de peso há que se considerar:
  • Tirar da mente a ideia de perder peso, isso atrai cada vez mais a necessidade de perder mais peso;

  • A condição de estar acima do peso foi criada pelo pensamento. São "pensamentos obesos", quer esteja consciente disso ou não;

  • Pensar que a tiroide é lenta, que o metabolismo é lento ou que tem um biótipo hereditário não passam de disfarces para os "pensamentos obesos". Quem aceitar para si uma dessas condições, e acreditar nisso, ela se transformará em realidade própria, e continuará a atrair o excesso de peso;

  • Crer que a comida é responsável pelo aumento de peso é uma crença desfavorável. O engordar é efeito dos pensamentos e fará a comida engordar;

  • É preciso esquecer todos esses pensamentos limitadores. 

    Para emagrecer segundo a "Lei da Atração" siga os seguintes passos:

    1 - Estabeleça o peso que quer para ter um corpo ideal
    Visualize sua imagem ao chegar àquele peso. Para facilitar pode usar fotos de quando tinha aquele corpo. Esse passo corresponde ao PEDIR.

    2 - Acredite que vai conseguir, e que o seu peso já é o que pediu. 
    Você tem que imaginar, agir como, simular que tem aquele peso. Veja-se como recebendo o peso que quer e sinta isso. Admire e elogie pessoas que tenham seu modelo de corpo perfeito. Fique perto delas e compartilhe aquela sensação, você estará atraindo isso para si. Não preste atenção nas pessoas acima do peso. Esse é o passo do ACREDITAR.

    3 - Sinta-se bem com você, com seu corpo, para atrair o peso que quer. 
    Louve e abençoe cada centímetro quadrado de seu corpo. Pense em todas as coisas perfeitas de você. Com isso você entra na freqüência de seu peso perfeito, e atrai perfeição. Esse é o passo de RECEBER.

    Concluo esta matéria dizendo que já apresentamos muitos fatores que a ciência tem estudado sobre a obesidade e o emagrecimento, como calorias ingeridas, metabolismo, índice glicêmico dos alimentos, hormônios e tantos outros fatores, que fica trabalhoso mudar essas crenças para aplicar a Lei da Atração, mas acho que vale a pena tentar.

    FONTE:

    http://www.maisequilibrio.com.br/

    PLANEJAMENTO DO GOVERNO




    O planejamento governamental 

    no Brasil está ruim, 

    mas pode piorar





    A principal proposta do governo Temer, 
    a do teto fiscal, prevê a estabilização do 
    gasto público apenas com a correção inflacionária, 
    sendo que o descumprimento da meta deve ser absorvido,
     em grande parte, pelo congelamento das remunerações 
    dos servidores públicos. 

    Um modelo de plano que não estabelece 
    compromissos com resultados, 
    a falta de uma institucionalidade para 
    qualificação dos investimentos públicos e 
    um corpo de servidores que assume 
    como maior preocupação a não realização
     de despesas tendem a produzir 
    um quadro de paralisia e ineficiência.

    Luiz Fernando Arantes Paulo*


    Foi aprovado no Senado Federal e encaminhado para a Câmara dos Deputados um Projeto de Lei Complementar que estabelece normas gerais sobre:
    - plano, 
    - orçamento, 
    - controle e 
    - contabilidade pública, 

    a fim de regulamentar o art. 165 da Constituição Federal que trata:
    - do Plano Plurianual, 
    - da Lei de Diretrizes Orçamentárias e 
    - da Lei Orçamentária Anual. 

    De autoria do senador Tasso Jereissati, teve seu conteúdo substancialmente alterado pelo substitutivo nº 3 da Comissão de Assuntos Econômicos, de autoria do senador Ricardo Ferraço. 

    Esse projeto chegou à Câmara dos Deputados no último dia 28 de junho (PLP 295/2016) e deve tramitar em regime de prioridade.

    Meritório em sua intenção, na sua redação atual o projeto tende a cristalizar inconstitucionalidades e equívocos cometidos nos últimos anos, especialmente com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007, e com o novo modelo de Plano Plurianual, a partir de 2012.

    Com relação ao PAC, o maior equívoco foi:
    - sepultar a avaliação prévia dos projetos de investimento, que tinha sido implementada em 2005 e 
    - que condicionava a previsão de recursos orçamentários a um parecer positivo de uma 

    Comissão de Monitoramento e Avaliação, composta por membros:
    - do Ministério do Planejamento, 
    - da Casa Civil da Presidência da República e 
    - do Ministério da Fazenda. 

    No intuito de “acelerar” os investimentos e atender demandas político-eleitorais, os projetos do PAC foram dispensados de avaliação prévia, e como a história hoje pode testemunhar, o desempenho foi pífio.

    No projeto original do senador Tasso Jereissati estava prevista a implementação de uma Central de Projetos, uma espécie de Comissão de Monitoramento e Avaliação nos moldes do que existiu antes do lançamento do PAC, agora protegida pela institucionalidade de Lei Complementar, que exige maioria absoluta dos parlamentares para aprovação ou modificação. 

    O substitutivo aprovado no Senado, contudo, excluiu a previsão da Central de Projetos, resumindo-se a atribuir ao Poder Executivo federal competência para definir metodologias, normas e procedimentos para orientar uma pré-avaliação dos investimentos.

    Esse retrocesso volta a jogar a decisão sobre os investimentos públicos ao puro impulso político, que dado ao frenético tempo eleitoral no Brasil, não tende a reservar qualquer espaço para análises técnicas, que demandam uma maior maturação.

    Com relação ao novo modelo de Plano Plurianual, inaugurado com o PPA 2012-2015, o governo federal deixou de se organizar para a resolução dos problemas que obstaculizam o desenvolvimento e apresentar compromissos de resultados para se limitar à apresentação de uma lista de intenções, não necessariamente articuladas, de entrega de bens e serviços. 

    Nesse particular, contraria frontalmente a Constituição Federal, que em vários dispositivos estabelece que a administração pública deve se pautar por uma gestão por resultados. 

    Nesse sentido, o PLP 295/2016 pode cristalizar esse retrocesso, ao adotar entre seus dispositivos conceitos do atual modelo que contrariam o espírito da Constituição Federal.

    QUADRO PREOCUPANTE

    Para completar o quadro preocupante, a principal proposta do governo Temer, a do teto fiscal, prevê a:
    - estabilização do gasto público apenas com a correção inflacionária, 
    - sendo que o descumprimento da meta deve ser absorvido, em grande parte, pelo congelamento das remunerações dos servidores públicos. 

    Há certamente mérito no estabelecimento de um teto para a despesa pública, contudo, há sérios obstáculos a serem considerados. 

    QUADRO DE PARALISIA E INEFICIÊNCIA

    Um modelo de plano que não estabelece compromissos com resultados, a falta de uma institucionalidade para qualificação dos investimentos públicos e um corpo de servidores que assume como maior preocupação a não realização de despesas tendem a produzir um quadro de paralisia e ineficiência.

    Ainda há tempo de organizar institucionalidades para apoiar o sucesso desejado com o estabelecimento da emenda constitucional do teto fiscal, mas para isso, os deputados federais e a sociedade civil devem dedicar a atenção necessária ao PLP 295/2016. E o governo federal não pode, e não deve, se omitir.


    *Analista de Planejamento e Orçamento no Governo Federal desde 2004, com passagens pela Advocacia-Geral da União e pelos ministérios do Planejamento e da Previdência Social. 
    Atualmente em exercício no Ministério da Saúde. 
    Formado em Direito pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e mestre em Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário de Brasília (Uniceub), com especialização em Gestão Pública pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e pós-graduação em Análise de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). 
    Ministrou treinamentos em planejamento estratégico e gestão por resultados na Enap e Agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
    FONTE:

    CORREIO BRAZILIENSE

    PESQUISA CNI: GASTOS DO GOVERNO




    CNI divulga pesquisa 

    Serviços públicos, 

    tributação e 

    gasto do governo




    Resultado de imagem para CNI LOGO



    Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgará, amanhã (12 de julho), às 10h00, a íntegra da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Serviços públicos, tributação e gasto do governo. 

    A pesquisa mostra a avaliação dos brasileiros sobre os serviços públicos oferecidos no país, os impostos pagos e sobre os gastos do governo.

    O levantamento completo apresenta a avaliação de 13 serviços públicos:
    - saúde, 
    - educação, 
    - transporte público, 
    - segurança, etc

    A avaliação do uso de recursos públicos federais e mostra a rejeição dos brasileiros ao aumento de impostos, como a CPMF. 

    É apresentada ainda as opções mais recomendadas pela população para equilibrar as contas públicas.

    Os dados são segmentados por:
    - região, 
    - escolaridade, 
    - sexo, 
    - idade, 
    - entre outras informações. 

    A pesquisa foi levantada em parceria com o Ibope, que ouviu 2.002 pessoas em 143 municípios entre 17 e 20 de março.

    FONTE:

    CORREIO BRAZILIENSE



    VAQUINHA ARRECADA PARA DILMA...




    'Vaquinha' da Dilma 
    alcança R$ 725 mil




    A campanha de financiamento coletivo 
    criada para bancar as viagens pelo País 
    da presidente da República afastada, 
    Dilma Rousseff atingiu a marca de
     R$ 725 mil, ou 145% do previsto.

     A equipe da petista aguarda dobrar a meta inicial de R$ 500 mil para encerrar a campanha e retirar o dinheiro para financiar as viagens pelo País.
    Além disso, eles terão de deixar 13% do total para a administração do Catarse, dona da plataforma digital, e pagar 4% em impostos.
    As criadoras da plataforma no site Catarse são duas antigas amigas da presidente afastada. Guiomar Lopes e Celeste Martins lutaram na ditadura militar ao lado de Dilma.

    No vídeo de apresentação da iniciativa, elas afirmam que a ferramenta é uma forma de viabilizar a continuidade da luta pela democracia. 

    "Achamos importante abrir uma conta onde as pessoas pudessem fazer doações e haver disponibilidade de recursos que a presidenta pudesse usar para as suas viagens," disse Guiomar.
    No início de junho, quando Dilma já havia sido afastada pelo Senado, ela sofreu restrições de uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar pelo Brasil. 
    Desde então, Dilma só pode recorrer às aeronaves oficiais para viajar entre Brasília e Porto Alegre, onde mora sua família.

    FONTE:




    segunda-feira, 11 de julho de 2016

    DILMA & PLEBISCITO




    As (poucas) cartas de Dilma: negociar um plebiscito e forçar julgamento durante Jogos


    Dilma em entrevista no dia 29 de junho.
    © Roberto Stuckert Filho/PR Dilma em entrevista no dia 29 de junho.

    Enquanto o processo de impeachment de Dilma Roussef  avança no Senado rumo à votação final, a presidenta afastada tem poucas cartas na manga para tentar um último sprint para detê-lo. Rousseff poderia ela mesma comparecer na última quarta-feira na comissão especial do Senado que a investiga, mas mesmo fortalecida por uma perícia da Casa que diluiu ainda mais as acusações de que ela cometeu crime fiscal, ela decidiu não comparecer.
    Seu advogado, José Eduardo Cardozo, lerá seu documento de defesa tendo como pano de fundo as intensas negociações de seus apoiadores para conseguir votos para salvá-la em troca do compromisso de que ela lutaria para abrir caminho a novas eleições caso reassuma. 
    A estratégia para angariar apoio também inclui tentar encurtar prazos para que o julgamento final pelos senadores aconteça durante os Jogos Olímpicos, atraindo o máximo de escrutínio internacional.

    Em linhas gerais, a defesa dirá que a presidenta não cometeu crimes de responsabilidade e que o processo não foi promovido para punir qualquer situação ilícita. 
    “Foi feito para afastar a presidenta eleita por razões políticas, e algumas bastante sinistras”, diz Cardozo insistentemente. Cardozo ostentará como trunfo o resultado da perícia feita por técnicos do Senado de que a presidenta não foi a responsável por manobras fiscais para maquiar rombos nas contas públicas e apresentará a tese de que os decretos que estouravam o orçamento não foram irregulares cometidas diretamente por ela.

    Inicialmente, Rousseff era esperada para fazer sua própria defesa, mas o cálculo da defesa mudou. 
    “Essa comissão é de cartas marcadas. A presidenta vir aqui seria um desgaste desnecessário. Não vamos reverter o jogo na comissão, a nossa principal luta é no plenário”, disse um dos membros da tropa de choque da petista, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). 
    A comissão especial do impeachment escuta há semanas defesa e acusação para só então ter um relatório final que será levado ao conjunto dos senadores que decidirão se ela deve perder definitivamente o mandato do qual está afastada desde 12 de maio. Para se salvar do impeachment, a petista precisa dos votos de 28 dos 81 senadores.
    Enquanto seu advogado Cardozo preparava a peça que será apresentada à comissão, um grupo de senadores aliados da petista tenta convencer ao menos seis colegas a votarem contra o impeachment no processo que ocorrerá, pelo cronograma atual, na segunda quinzena de agosto. Uma das estratégias é a própria presidenta afastada declarar oficialmente que, caso retome o cargo, encamparia a ideia de que o país precisa de uma nova eleição e eleger um presidente-tampão até 2018. 
    A reportagem apurou que os alvos preferenciais do assédio dilmista nesse momento são os seguintes parlamentares: Cristóvam Buarque (PPS-DF), José Reguffe (Sem partido-DF), Dario Berger (PMDB-SC), Acir Gurgacz (PDT-RO), Eduardo Braga (PMDB-AM) e Ivo Casol (PP-RO).
    “A população não quer a Dilma, mas também não quer o presidente interino [Michel] Temer. Basta ver as pesquisas para saber isso. Se ela se comprometer com uma nova eleição, cresce nossas chances de conseguirmos apoio dos senadores”, disse o senador Telmário Mota (PDT-RR), um dos 22 senadores que já declararam apoio à continuidade do mandato de Rousseff.
    O caminho não é fácil, já que novas eleições só estão previstas legalmente em caso de renúncia ou queda dupla, tanto de Rousseff quanto do presidente interino Michel Temer. 
    A ideia mais forte é que, uma vez de volta à Presidência, Dilma convoque uma consulta sobre novas eleições e, animada por um eventual triunfo popular da proposta, envie à mudança ao mesmo Congresso hostil que a afastou.

    Mesmo entre seus apoiadores há dúvidas. 

    Alguns dos movimentos sociais discutem se encampam ou não essa proposta. 
    A principal tríade de apoio à petista, formada pela Centra Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) discute internamente essa questão. 
    A resistência ocorre porque algumas dessas lideranças sociais entendem que a mobilização em torno da presidenta afastada poderia diminuir, caso ela concordasse em convocar novas eleições. 
    “Como iríamos mobilizar nossa gente para, primeiro defender a Dilma e, quando ela assume o Governo de novo, defender uma nova eleição. A situação é estranha”, 
    disse uma dessas lideranças sob a condição de não ter seu nome divulgado. Lindbergh Farias, por outro lado, diz que essa proposta ainda não está fechada. “Não é tão simples quanto parece”, ponderou o petista.

    Uma outra estratégia dos aliados de Rousseff será a de tentar antecipar o julgamento dela em uma semana. 
    Previsto para ocorrer após o dia 22 de agosto, os dilmistas querem antecipá-lo para o dia 15. 
    O motivo é que gostariam de aproveitar uma repercussão internacional que o tema teria pois entre os dias 3 e 21 de agosto cerca de 25.000 jornalistas do mundo inteiro estarão no Brasil para a cobertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. 
    “Eles [os adversários] querem deixar para depois das Olimpíadas para que não haja uma denúncia internacional, se anteciparmos, podemos ter esse destaque fora do país ampliada”, analisou Lindbergh.

    Vaquinha e entrevistas

    Muitos senadores evitam declarar voto e a batalha da presidenta afastada não pode ser dada como perdida, mas, nas últimas duas semanas, seu inimigo no Planalto, Michel Temer, conseguiu algo de oxigênio. 
    Não houve novos desdobramentos do escândalos de corrupção diretamente ligados a sua equipe - ele perdeu três ministros em dois meses - e Temer costurou acordos políticos importantes, como com os governadores. 
    Mesmo com a mão aberta para gastos públicos, segue até agora com a simpatia do mercado financeiro.
    É contra essa brisa frágil de estabilidade e normalidade que Rousseff luta como pode para manter viva a esperança de que pode voltar ao poder. 
    Incomum para uma política outsidere bastante fechada fora de campanhas eleitorais: ela tem concedido várias entrevistas e viajado por todo o país para encontros com seus apoiadores. 
    Nos 54 dias em que está afastada, ela já deu ao menos 17 entrevistas (foram desde rádios locais, como a Panorâmica da Paraíba, até a jornais e emissoras internacionais, como este EL PAÍS e a Al Jazeera), e esteve em ao menos 12 cidades para participar de atos em defesa de seu mandato. 
    Na próxima sexta-feira, participará de atos no Estado de São Paulo.

    Ameaça às viagens
    As viagens chegaram a ficar ameaçadas com a decisão do Governo Temer de passar a cobrar para que ela usasse a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). 
    Duas amigas da presidenta, que ficaram presas com ela durante a ditadura militar, iniciaram uma campanha de arrecadação de recursos na internet, uma espécie de vaquinha virtual, para pagar essas viagens. 
    A expectativa inicial era de arrecadar 500.000 reais em 20 dias. O valor foi superado em menos de três. Até as 20h30 desta terça-feira, o sexto dia campanha, foram doados 663.104 reais por 10.082 apoiadores da presidenta.

    As viagens de Rousseff e de parte de sua equipe de segurança a assessores ocorre em táxis-aéreos particulares. 
    Até o julgamento do impeachment, a expectativa dela é que outras dezenas de deslocamentos e entrevistas ocorram. 
    Um deles pode ser para o Rio, no dia 5 de agosto, quando ocorrerá a abertura das Olimpíadas. 
    A decisão ainda não foi tomada, mas, se acontecer, haverá o constrangimento público, já que Temer também deverá estar na solenidade.


    FONTE:

    EL PAÍS