quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

CENARIO DO DOLAR EM 2015



Dólar fecha 2015 
com alta de
 quase 50%




SÃO PAULO - O dólar fechou 2015 com uma valorização de 48,9%, cotado a R$ 3,9601. Há exatamente um ano, a moeda americana era negociada a R$ 2,659. Esse salto de quase 50% ganhou um impulso nesta quarta-feira, última sessão do ano, quando a divisa chegou a ultrapassar a cotação dos R$ 4,00, em alta de mais de 3%.
A cotação foi bastante influenciada pela disputa técnica dos investidores em torno da formação da taxa Ptax, que ficou em R$ 3,9048 (+1,44%) . Essa briga em torno da taxa, que serve de referência para diversos contratos futuros (leia mais abaixo), acentuou a volatilidade.
"Não houve uma saída grande nem pontual na sessão que justificasse o salto da moeda", garantiu um operador de tesouraria de um grande banco que não quer ser identificado. Para a fonte, um pouco desse movimento foi especulativo em razão do giro baixo naquele horário (por volta das 14h) e parte dele refletiu reação aoMpagamento pelo Tesouro Nacional de R$ 72 bilhões das "pedaladas fiscais" devidas, valor acima do esperado, de cerca de R$ 57 bilhões, já que contabilizou os números de 2014 e deste ano.
Com a realização dos leilões de linha de até US$ 1,4 bilhão pelo Banco Central a partir das 15h15, a moeda desacelerou. No fechamento, a valorização foi de 1,95%. Em dezembro, o ganho foi de 2,14%.
"Contabilizado o impacto de baixa do fluxo cambial positivo recente e já definida a Ptax de hoje, o mercado ficou livre para se ajustar ao cenário econômico interno de incertezas", comentou José Carlos Amado, operador da Spinelli Coretora. O dólar também se fortaleceu à tarde no exterior, disse um outro agente de corretora, que viu correlação do movimento interno do dólar com o recuo acentuado do petróleo no exterior.
FONTE:

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

EMPREGO e DECISÕES RADICAIS

'Para quem não tem emprego, 

esta é a hora de 

tomar decisões radicais, 

como empreender ou 

mudar de cidade', 

diz economista



RISK BUSINESS

O ano de 2016 promete ser difícil, 
segundo economistas e 
especialista na área de Recursos Humanos. 

As apostas são de mais desdobramentos 
da crise que ganhou força 
ao longo de 2015 e, agora, 
terá maiores efeitos no 
desemprego e inflação.


"A perspectiva é de um ano ruim, com atividade econômica ainda fraca, queda no PIB [Produto Interno Bruto] de 2% a 3%", resume o economista e presidente do Cofecon (Conselho Federal de Economia), Júlio Miragaya.

Na opinião de Miragaya, a taxa de desemprego deve aumentar ainda mais, chegando a 10% ao longo do ano. "Quem tem emprego, é o momento de segurá-lo, que não tem, é hora de tomar decisões radicais, como empreender ou buscar oportunidades em outras cidades", diz o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Arão Sapiro.

Mas dois pontos "positivos" devem acontecer no ano: o dólar permanecer alto diante do real, o que favorece a balança comercial, o turismo e a indústria nacional, e um alívio na inflação.

"A cotação do dólar é difícil prever, pois depende muito da política e incertezas no exterior. Se a situação do impeachment for concluída, o dólar tende a ceder, mas não vai reduzir ao patamar em que ele estava anos atrás. Voltar para R$ 2,5 não volta", afirma o presidente da Cofecon.
Miragaya explica que o dólar ao patamar dos R$ 2, na verdade, é um desequilíbrio para a economia brasileira.
"Todo mundo acha que o dólar a R$ 3,80 é fora da curva, mas é ao contrário. Hoje, ele equilibra as contas externas do Brasil. A essa cotação chegamos ao ponto de equilíbrio. Desestimula viagens internacionais, aumenta o consumo interno e fortalece a indústria nacional. O real fora da curva era quando estava a R$ 1,80 ou R$ 2."
O economista cita um dos principais agravantes para este ano: a manutenção ou até novas altas da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central. O presidente da Cofecon defende que o aumento dos juros -- uma tentativa de conter a inflação ao frear o consumo da população -- já perdeu efeito há muito tempo.
"[O aumento] não tem efeito nenhum, pois ele já produziu efeito nos preços livres [preços não administrados]. A questão é: o câmbio faz a inflação subir, porque encarece o produto internamente. Mas, quando sobe ainda mais as taxas de juros, desestimula o investimento privado, o caixa das empresas privadas e, o mais importante, desestimula a economia real. Quem tem dinheiro prefere ganhar no mercado financeiro, não produzindo."
O economista faz referência à atração dos títulos públicos, que têm rentabilidade indexada à Selic. Então, em vez das pessoas colocarem seu dinheiro na economia, investindo em empresas, startups ou empreendendo, elas compram títulos da dívida pública, que têm um ótimo retorno sem risco.
"O gasto com juros da dívida pública foi de R$ 258 bilhões em 2013 e neste ano, deve chegar a R$ 500 bilhões. Ai tem que cortar investimentos em projetos para pagar os juros, mas em nome de quê? Nada."


Inflação
Para Miragaya, uma coisa boa que tende a acontecer neste ano é o alívio no aumento dos preços. "A inflação tende a ceder, mesmo pressionada pelo câmbio, preços administrados e outros impostos."
A explicação para a queda inflação é que o brasileiro está consumindo menos. "Não vai ter como consumir. A Grécia teve deflação por muito tempo, ninguém tem renda pra consumir. Estamos nos aproximando da Grécia, com a devida proporção."


Desemprego
Para o presidente da Cofecon, a tendência é que a taxa de desemprego chegue a 10% ao longo do ano, por conta da queda da atividade em todos os setores da economia. "Antes, atingia o setor da Indústria e da Construção. Agora, chegou ao Serviço, que mais emprega no País."
O desemprego em 2016, analisa o economista, será puxado pelas demissões no setor. "Serviços emprega 70% do pessoal e hoje já demite mais do que a Indústria. As coisas vão piorar este ano."
Por outro lado, a previsão é que o dólar valorizado estimule outras áreas da economia, como a indústria de transformação, que pode recuperar um pouco da competitividade, e o setor agropecuário.
Mas o mercado não deve ser tão ruim para profissionais mais qualificados, pondera Fernando Mantovani, Diretor de Operações da Robert Half, empresa especializada em recrutamento. "A demanda sempre ocorre, até na crise. Os profissionais demandados é que mudam."
Segundo ele, os profissionais mais procurados neste ano estão ligados às áreas que podem reduzir os custos das empresas, como nas áreas de gestão de negócios, logística, financeira, controladoria e jurídica, pela questão fiscal. O perfil do profissional "ideal" também teve mudanças: "As empresas procuram profissionais engajados, que tenham atitude de resolver problemas."
A verdade, diz o diretor, é que as empresas buscam quem faça mais por menos.
"Vamos lembrar que a gente vive um momento peculiar. Se fosse tempo de 'vagas gordas'... Mas não é muito o caso. Acho que as pessoas precisam ter na cabeça o seguinte: se entregar resultado na época difícil, elas certamente serão lembradas quando melhorar."


Afinal, há esperança?
"Olhando por cima, a perda de empregos, incapacidade de fazer superávit, déficit absurdo... A ideia é de que estamos vivendo o caos", diz o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Arão Sapiro. "Porém, se pensar que o PIB brasileiro é de um total de R$ 2,2 trilhões, se cair 2%, teremos ainda R$ 2 trilhões sendo produzidos", diz.
Ele analisa que hoje o País não vive uma crise, mas uma situação de "má gestão". "Por muito tempo, se privilegiou o consumo e não deu muita importância no investimento em tecnologia e inovação, não se pensa a longo prazo. Isso é um histórico brasileiro. "
Mas, para o economista, épocas difíceis são ambientes ideais para mudanças e investimentos. "Vendo aos olhos de empreendedores, temos R$ 2 trilhões e precisamos buscar espaço dentro deles. Muitas empresas que estão ganhando mercado fizeram o 'b-a-bá' estratégico: estudaram o mercado, criaram fidelização e apostaram no bom atendimento."
A melhor recomendação para 2016, segundo Sapiro, é construir valor e se arriscar.

FONTE:

 

P

ublicado: Atualizado: 

CANTAREIRA VAI SAIR DO VOLUME MORTO




Cantareira está próximo 

do limite para sair do

 volume morto



Sabesp espera que

Cantareira deixe 

volume morto 

no fim de abril



A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) acredita que o SistemaCantareira deve sair do volume morto no fim de abril de 2016. A probabilidade de isso ocorrer é de 97,6%, informou a companhia nesta segunda-feira (16). A estimativa leva em consideração dados históricos dos últimos 85 anos. Apesar disso, a empresa reafirma que é importante continuar economizando água.


Sistema Cantareira fica estável nesta segunda-feira (Foto: Arte G1)
Se o Cantareira começar o período seco do ano que vem fora do volume morto, o reservatório terá cerca 25 pontos percentuais a mais de água do que no pior período da crise no começo de fevereiro deste ano, quando o reservatório estava com apenas 5%, usando as duas cotas do volume morto.

O volume morto é um reservatório abaixo das comportas das represas do Sistema Cantareira. Conhecida também como reserva técnica, essa água começou a ser utilizada em maio do ano passado para atender a população, quando as represas do sistema atingiram níveis críticos.
Cantareira estável
O nível do Sistema Cantareira ficou estável nesta segunda e seu nível permaneceu em 17,5%. Em novembro, o conjunto de represas do sistema que abastece 5,3 milhões de consumidores na Grande São Paulo já recebeu 77,6 mm de chuva, 60,3% do esperado para o mês. Os reservatórios, no entanto, seguem operando no chamado “volume morto”.
Outros dois sistemas subiram, um caiu e outros dois ficaram estáveis.
O índice de 17,5 % do Sistema Cantareira considera o cálculo feito com base na divisão do volume armazenado pelo volume útil de água. Após ação do Ministério Público (MP), aceita pela Justiça, a companhia passou a divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira.
O segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume total de água do Cantareira e era de 13,6% nesta quinta. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume da reserva técnica pelo volume útil e era de -11,7 % nesta manhã.
Balanço de inverno
O Cantareira teve o inverno mais chuvoso desde 2009, segundo levantamento do G1 feito com base nos dados divulgados diariamente pela Sabesp.
A estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23.
O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período, maior marca dos últimos seis anos.
A precipitação é 82% maior que a do inverno do ano passado, quando choveram 103,5 mm, mas muito menor que a marca de sete anos atrás: 323,8 mm, em 2009.
Apesar do balanço positivo de chuvas, o sistema seguiu perdendo água durante a estação e ainda está operando no volume morto.

Reserva técnica
A primeira reserva técnica do manancial, o chamado "volume morto", foi disponibilizada em maio do ano passado. O volume de água é acrescido com ajuda de bombas flutuantes e, nesta primeira etapa, representou a entrada de mais 182,5 bilhões de litros. Mesmo assim, a sequência de quedas no nível das represas continuou no período de seca.
Em 11 de julho de 2014, o volume útil acabou e o abastecimento dos moradores da Região Metropolitana de São Paulo atendidos pelo Cantareira foi feito com somente com a primeira reserva técnica. Em outubro, a Sabesp teve autorização para usar uma segunda cota do volume morto, com 105 bilhões de litros.

FONTE:
G1

IPVA 2016



Como consultar 
o IPVA 2016 
para carros 
de São Paulo

Além de disponibilizarem a consulta do valor do IPVA, bancos já começaram a recolher o imposto
© hristian Müller/Thinkstock 
Além de disponibilizarem a consulta do valor do IPVA, bancos já começaram a recolher o imposto




São Paulo - Os proprietários de veículos registrados no estado de São Paulo já podem consultar e pagar o valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2016.

TODA A REDE BANCÁRIA
A consulta pode ser feita em toda a rede bancária, tanto em caixas eletrônicos, pelo internet banking ou diretamente nas agências. 
A forma de consulta nos sites e terminais de autoatendimento muda conforme o banco, mas geralmente as informações relativas ao IPVA aparecem no campo de pagamentos ou tributos e para checar o valor exato do imposto basta informar o número do Renavam do carro. 

SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO
Outra maneira de verificar o IPVA é por meio do site da Secretaria da Fazenda do Estado. Ao acessar a página com as informações sobre o IPVA, basta clicar em "Consulta Valor Venal para o IPVA de 2016" e digitar a faixa de IPVA e o ano de fabricação do carro. Ambos os dados são encontrados no Certificado de Registro e Licenciamento do carro.
Enquanto as consultas feitas nos bancos mostram o valor exato do imposto a ser pago, a consulta pelo site da Secretaria da Fazenda mostra apenas o valor venal do carro (valor de mercado) e a alíquota do imposto (4%), restando ao contribuinte consultar o valor final do imposto.

Pagamento
Além de disponibilizar as informações sobre o valor do tributo, os bancos também já estão habilitados a fazer o recolhimento do IPVA do ano que vem.
O proprietário que optar por quitar o IPVA ainda em dezembro ou até a primeira data de vencimento, em janeiro, pode obter um desconto de 3% sobre o valor total do imposto ao pagar o tributo à vista. 
Quem quiser parcelar o pagamento em três prestações também deve pagar a primeira parcela até a primeira de data de vencimento, em janeiro. 
Quem perder o prazo do primeiro vencimento, em janeiro, só terá a opção de fazer o pagamento em cota única, sem desconto, em fevereiro.
A quitação do imposto deverá ser feita respeitando o calendário, de acordo com a placa do veículo. 
O contribuinte que deixar de recolher o imposto até a data de vencimento fica sujeito a multa de 0,33% por dia de atraso e juros de mora com base na taxa Selic. Passados 60 dias, o percentual da multa fica fixado em 20% do valor do imposto.

Veja na tabela a seguir 
as datas de vencimento para
 cada final de placa.
PLACAVENCIMENTO DA 1ª PARCELA OU COTA ÚNICA COM DESCONTOVENCIMENTO DA 2ª PARCELA OU COTA ÚNICA SEM DESCONTOVENCIMENTO DA 3ª PARCELA
Final 111/jan11/fev11/mar
Final 212/jan12/fev14/mar
Final 313/jan15/fev15/mar
Final 414/jan16/fev16/mar
Final 515/jan17/fev17/mar
Final 618/jan18/fev18/mar
Final 719/jan19/fev21/mar
Final 820/jan22/fev22/mar
Final 921/jan23/fev23/mar
Final 022/jan24/fev24/mar



FONTE:

SALÁRIO MÍNIMO EM 2016



Salário mínimo 
vai para R$ 880 
em 2016

Dinheiro
© Thinkstock/Rodrigo bellizzi Dinheiro

São Paulo - A partir do dia 1° de janeiro, 

salário mínimo no país será R$ 880,00 

— um aumento de pouco mais de 11,5% 

em relação a este ano.



O decreto foi assinado pela presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira e será publicado amanhã no Diário Oficial da União.
O governo afirmou, em nota, que o reajuste dá continuidade "à sua política de valorização do salário mínimo, com impacto direto sobre cerca de 40 milhões de trabalhadores e aposentados, que atualmente recebem o piso nacional".

FONTE:

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O QUE PODEMOS ESPERAR DA ECONOMIA ?



O que esperar para

a economia em 2016?




Economistas ouvidos pelo G1 acreditam que Brasil deve ter outro ano difícil.


Incertezas devem seguir pressionando a economia, dizem especialistas.


Depois de um ano muito movimentado, em que o Brasil se viu em meio a crise econômica e política, a expectativa para 2016 é de mais dificuldades em meio a muitas incertezas, de acordo com economistas ouvidos pelo G1. Veja abaixo a avaliação de especialistas sobre os principais pontos da economia para 2016.

Crescimento do PIB
Dinheiro (Foto: Jonathan Lins/G1)Economistas esperam novo ano de encolhimento da economia do Brasil (Foto: Jonathan Lins/G1)


Especialistas afirmam que 2016 começa envolto de incertezas políticas e econômicas, tornando muito difícil fazer estimativas sobre o crescimento da economia no ano.
No final de novembro, o governo piorou sua expectativa em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, prevendo um encolhimento de 1,9% da economia no ano – contra 1% de queda na estimativa anterior. A previsão do FMI é de queda de 1%, enquanto o mercado financeiro espera queda de 2,8%.
Vamos ter em 2016 um crescimento negativo um pouco menor que em 2015, e talvez essa seja a notícia boa"
Judas Tadeu Grassi Mendes
O professor Tharcisio Souza Santos, das Faculdades de Economia e de Administração da FAAP, afirma que tudo depende de o governo federal recuperar a "governabilidade". "Não se trata de dizer que a culpa é de A, B ou C”, diz. "O governo conseguiu uma coisa fantástica que é ficar completamente desacreditado no cenário político, sem o mínimo de governabilidade. [...] Não custa nada lembrar: nós temos um regime presidencialista parlamentar. Precisamos de presidente que consiga se entender adequadamente com o parlamento."

Se a crise política for solucionada, segundo Santos, o cenário se torna menos pessimista para a economia, mas ainda assim "o ano vai ser muito difícil". "Nesse cenário, o PIB deve decrescer alguma coisa como 1,5%", afirma, estimando que "vamos ter então um ano de recuperação em 2017 e, em 2018, as coisas ficam bastante melhores, com crescimento ao redor de 2,5%".

O professor Judas Tadeu Grassi Mendes, da EBS Business School, aponta que o PIB deve recuar entre 2% e 2,5% em 2016. "O próprio governo já disse que é queda de 1,9%. Quando o governo diz que é 1,9%, esqueça, vai vir queda maior", afirma ele, apontando contudo que 2016 pode "ter um crescimento negativo um pouco menor que em 2015, e talvez essa seja a notícia boa".

Já o Pedro Rossi, Professor da Unicamp e diretor do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica, diz esperar uma recessão mais branda, "até porque a base de 2015 é muito baixa". "Adoraria dizer que a gente vai crescer zero, ou seja, não vai ter um crescimento nem negativo nem positivo. Mas essa suposição está envolta por muita incerteza."

Inflação
Alta dos alimentos alavancou inflação de outubro em Ribeirão Preto (Foto: Antonio Luiz/EPTV)Economistas acreditam que inflação não será tão alta em 2016 como foi em 2015 (Foto: Antonio Luiz/EPTV)
O ano de 2015 foi marcado por forte pressão dos preços no Brasil. A inflação oficial bateu os maiores patamares em vários anos.
A inflação está alta por conta das escolhas do governo, que optou por um choque de preços administrados"
Pedro Rossi
Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o IPCA, que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O governo prevê que a inflação fique em 6,47% em 2016. A previsão do FMI é de 6,3%. Já o mercado espera um IPCA de 6,87%.
O professor Rossi não espera uma inflação tão alta em 2016 como foi em 2015. "A inflação neste ano em particular está alta por conta das próprias escolhas do governo, que optou por um choque de preços administrados, quando muitos preferiam um ajuste gradual. Essa inflação que está excessivamente decorre desse choque, que tem um poder de difusão alto", explica. "A gente vai ter algum resquício dessa inflação no ano que vem, mas ela deve se dissipar nos próximos anos."

Santos também espera inflação mais perto da meta que a de 2015, em torno de 6,5% a 7%, porém considerando que a crise política seja atenuada e alivie assim a pressão sobre os fatores econômicos. Já Mendes espera que a inflação siga pressionada. "A inflação na melhor das hipóteses no ano que vem vai ser o dobro da meta dos 4,5%", diz.

Juros
Taxa de juros em novembro = 14,25% (Foto: Editoria de Arte/G1)
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidiu pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 14,25%, foi sugerido que a taxa de juros pode voltar a subir.
O BC continua com ideias conservadoras e tomando decisões com base em diagnósticos errados"
Pedro Rossi
Rossi acredita que isso de fato deva ocorrer em 2016, embora avalie que não seja a decisão mais acertada. “O BC continua com ideias extremamente conservadoras e tomando decisões com base em diagnósticos errados. A inflação brasileira não é de demanda", diz.

" O aumento da taxa de juros não vai combater a inflação. Pode provocar recessão e desemprego, mas não vai resolver a inflação, porque a inflação é um problema de choque de preços administrados – o que a taxa de juros não afeta. É um problema de oferta, de custos. Não adianta reduzir a taxa de juros.”

Mendes concorda. “Quando nós subimos a Selic de 2013 até agora em 7 pontos percentuais, de 7,25% para 14,25%, a pretexto de combater a inflação, o que aconteceu? A inflação subiu. Ninguém está consumindo. Se o consumo está caindo e a inflação ainda está alta, não é de demanda, é de custo, de oferta.”
Ajuste fiscal e contas do governo
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. (Foto: Reprodução)Nelson Barbosa deixou o comando do Ministério do Planejamento para assumir o lugar de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Levy (à esquerda) anunciaram o pacote de medidas do ajuste fiscal (Foto: Reprodução)
Em meados de 2015, o governo anunciou um pacote de R$ 64,9 bilhões para aliviar as contas públicas. Porém, com Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda, o governo teve dificuldades para aprovar medidas de corte de gastos públicos e aumento de impostos no Congresso.
O que adianta um governo que a presidente da República e o seu staff mais próximo não conseguem fazer coisa nenhuma com o Congresso?"
Tharcisio Souza Santos
Após a troca do comando do Ministério, que passou ao comando de Nelson Barbosa, a relação entre o governo e o Congresso continuará como ponto central para o ajuste fiscal. Economistas ouvidos peloG1acreditam que a troca de ministros não alivia essas dificuldades.
“O que adianta uma pessoa bem intencionada e bem preparada se não tem apoio nenhum ao presidente? O que adianta um governo que a presidente da República e o seu staff mais próximo não conseguem fazer coisa nenhuma com o Congresso?”, questiona Santos.

Rossi acredita que o ajuste fiscal foi a principal preocupação em 2015, e "e em meio a essa preocupação a gente viu a economia descambar". Ele afirma que se o ajuste continuar sendo o plano central para recuperar a economia em 2016, a recessão será aprofundada. "O ajuste fiscal ocorreu, e foi muito forte. O gasto público passou de uma taxa de crescimento de 4% a 5% para 2% do PIB. Houve tem uma redução grande do crescimento do gasto público. O gasto com investimento público caiu em torno de 40%", diz.

"Evidentemente a arrecadação caiu muito porque o crescimento caiu. Essa história de que o ajuste fiscal gera crescimento só existe em modelos hipotéticos e não se configura como verdade. O que gera crescimento são expectativas de renda. O empresário só vai investir se tiver renda no futuro, ele vê demanda, ele não vai investir porque o governo fez o ajuste fiscal."

Câmbio
Cédulas de dólar nas mãos de uma pessoa. notas, dinheiro, dólares, cotação, câmbio, valor, economia. -HN- (Foto: Gary Cameron/Reuters)Cédulas de dólar nas mãos de uma pessoa. notas, dinheiro, dólares, cotação, câmbio, valor, economia. -HN- (Foto: Gary Cameron/Reuters)

Os economistas esperam volatilidade no câmbio em virtude da estabilidade política, mas não apontam possibilidade de o dólar voltar a patamares mais baixos.
O câmbio vai continuar extremante volátil para cima e para baixo"
Tharcisio Souza Santos
"O câmbio vai continuar extremamente volátil para cima e para baixo. Se a gente chegar a um equilíbrio econômico, tende dar uma equilibrada num patamar um pouco abaixo do que estamos hoje. Porém, quanto mais tempo demorar para isso acontecer, menor vai ser a redução entre a taxa que estiver vigorando e a taxa que vai vigorar depois do equilíbrio – ou seja, o dólar vai cair menos", explica Santos. "Eu não espero nenhum absurdo de subida a não ser que aconteça uma desgraça completa."

Rossi cita ainda como fator que tende a deixar o câmbio volátil em 2016 o cenário internacional, com o mercado de olho no ritmo do aperto monetário nos Estados Unidos após a primeira subida da taxa de juros em quase uma década. "A situação internacional não se definiu, a política americana ainda não está claramente definida nos seus objetivos", diz. "A incerteza com relação a esse movimento de juros internacional provavelmente vai ditar uma volatilidade grande na taxa de câmbio."

Mendes afirma que "o dólar não subiu muito em 2015, e sim voltou ao equilíbrio". "O câmbio de 2015 apenas corrigiu a inflação de 1994 até agora, a inflação dos Estados Unidos menos a do Brasil."

Cenário externo
Operários trabalham em prédio em construção em dia de céu limpo em Pequim nesta quarta-feira (2) (Foto: Damir Sagolj/Reuters)Operários trabalham em prédio em construção em dia de céu limpo em Pequim (Foto: Damir Sagolj/Reuters)
O ano de 2015 foi marcado por preocupações com a desaceleração da economia chinesa e com a recuperação da Europa e dos Estados Unidos, além da queda do preço das commodities nos mercados internacionais. Para os economistas, essas questões devem permanecer sob as atenções em 2016.
A gente ainda vive uma crise mal resolvida, a grande crise financeira de 2008 se arrasta"
Pedro Rossi
"A China tem uma notícia um pouquinho melhor porque parece que vai deixar de andar pra trás. Se não é uma maravilha de crescimento em termos de números fantásticos como tinham antes, pelo menos não é tão ruim como vinha sendo", avalia Santos. "Mas eu acho que a situação de commodities em geral é ruim e alguém vai ter que dar uma reduzida na oferta para conseguir subir o preço. O minério de ferro, negócio da Vale, está muito feio. Para alimentos o Brasil tem condições de competir por conta da produtividade, mas na realidade não é um cenário como foi de 2003 a 2007."

Já Rossi menciona resquícios da crise de 2008 na economia internacional, com eleitos para o Brasil. "A gente ainda vive uma crise mal resolvida, a grande crise financeira de 2008 se arrasta ao longo dos anos. A gente ainda continua com ajustamento das economias centrais e com e redirecionamento da economia chinesa por conta dessa crise internacional,"
O mundo não é o problema do Brasil. É o Brasil que está puxando a América Latina para baixo"
Judas Tadeu Grassi Mendes
"Portanto, eu não sou otimista com relação a uma saída exportadora, que o Brasil volte a crescer por conta das exportações com a taxa de câmbio desvalorizada. Essa saída é muito improvável porque a economia internacional continua andando de lado, com muita dificuldade", diz Rossi.
Mendes discorda que dificuldades internacionais estejam puxando a recessão do Brasil de forma relevante. "O mundo não é o problema do Brasil. É o Brasil que está puxando a América Latina para baixo. Nós é que estamos encolhendo", afirma o economista.

"Os EUA estão crescendo acima de 3% e gerando novos empregos todo mês. Da própria Europa já está se falando menos. A China parou de crescer a 10 ou 11%, agora vai crescendo próximo de 7%, por isso a demanda dela por commodities vai ser menor e os preços estão caindo. Mas o Brasil, nos últimos 35 anos, só em 2 cresceu 7%. Ou seja, o mínimo da China é o máximo nosso. O problema é que aqui dentro.”

FONTE:

Karina TrevizanDo G1, em São Paulo
GLOBO.COM

28/12/2015 01h12 - Atualizado em 28/12/2015 01h12