sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Grandes hidrelétricas garantem crescimento de 7% até 2014

Mas desafios na distribuição e transmissão podem limitar fornecimento, diz especialista




Sabrina Lorenzi, iG Rio de Janeiro 22/12/2010 19:15



As grandes hidrelétricas em construção - Belo Monte e o Complexo do Madeira - além de outros projetos já licitados para gerar mais energia, garantem ao País o fornecimento de eletricidade suficiente para a economia crescer 7% ao ano até 2014. "Mais de 70% do que precisamos para os próximos dez anos já está contratado", afirmou ao iG o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.



Responsável pelo planejamento do setor de energia, Tolmasquim destaca que o cenário na geração elétrica é bem diferente do que era no início do governo Lula. "Avançamos muito. Hoje temos excedente de energia para fazer frente ao aumento do consumo. Quando assumimos, em 2003, a situação era completamente diferente, de racionamento. O País não tinha eletricidade suficiente", lembra. Tolmasquim trabalhou com Dilma Rousseff no Ministério de Minas e Energia. Ele era secretário de Energia da então ministra.



Se o País vai bem na geração elétrica, por outro lado precisa desenvolver os segmentos de distribuição e transmissão para garantir que tanta eletricidade chegue ao consumidor. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, avalia que os investimentos em transmissão precisam ser acelerados, tanto na construção de novas linhas como na manutenção. Para ele, o apagão que deixou o País às escuras no final do ano passado, não foi apenas em decorrência do raio que atingiu a linha que transmitia a energia da usina de Itaipu, mas sinal de que o trecho precisa de mais recursos para manutenção.



"O problema da geração está resolvido. Falta agora olhar para transmissão e distribuição. Os projetos estão aí, vão gerar energia, mas quando chegam na área do consumidor, a rede não aguenta, tem limite para transmitir". Pires avalia que as distribuidoras precisam fazer campanhas para incentivar o brasileiro a consumir menos energia.



Outro exemplo do especialista é o atraso na construção das linhas de transmissão do Complexo do Rio Madeira, que vão levar os mais de 6 mil MegaWatts das usinas de santo Antonio e Jirau para o sistema interligado. O licenciamento para a construção de todos os trechos da linha não foi dado e, segundo Pires, os investidores temem terminar as obras das hidrelétricas antes de ter as linhas prontas. Tolmasquim pondera que a construção de linhas de transmissão é muito mais rápida que a de usinas e por isso existe mesmo uma defasagem na contratação de projetos de geração e de transmissão.



FONTE: IG ECONOMIA

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