terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Saiba o momento certo de fazer um curso de idiomas no exterior

Estudar fora melhora conhecimento e fluência em outra língua, mas não é solução mágica, explica consultora




Pedro Marques, do iG Carreiras 21/12/2010 05:50



Que ter fluência em outro idioma, em especial o inglês, é imprescindível para o profissional de hoje não é novidade para ninguém. Como conseguir esse domínio, porém, são outros quinhentos – há quem estude um idioma por anos e ainda assim sinta dificuldades na hora de se comunicar. Por isso mesmo, tem muita gente que pensa em aproveitar o período de férias para viajar e estudar outra língua, na esperança de voltar falando inglês, espanhol ou alemão impecavelmente. Mas é bom tomar cuidado e não criar expectativas demais: estudar no exterior não é uma solução mágica para aprender um idioma.

Vivência em outra cultura é um dos pontos fortes de estudar idiomas no exterior

“Recomendo muito a experiência de estudar fora, não só pelo aprendizado, mas pelo aspecto cultural, uma vivência que o mercado de trabalho procura cada vez mais”, afirma Ho Mien Mien, sócia-diretora da Outliers, escola de idiomas voltada para o desenvolvimento profissional. A consultora, porém, destaca que é importante ter algum conhecimento do idioma antes de viajar. “Se a pessoa tiver um conhecimento ruim (da outra língua), ela pode acabar se retraindo e gastar esse dinheiro sem aprender muita coisa.” O ideal, segundo Ho, é que o aluno esteja para completar, pelo menos, o curso básico de um idioma.


O tempo é outro fator determinante para o aprendizado. “Não adianta querer aprender tudo de uma vez e recuperar o tempo perdido para ficar fluente em um mês. O cérebro tem uma limitação e vai se cansar”, explica. Na opinião da consultora, seria bom se a maioria das pessoas pudesse estudar por 3 meses, pelo menos. “No primeiro mês a pessoa vai se acostumar com o clima e a rotina. Melhor, mesmo, seria poder ficar estudando por pelo menos meio ano”, disse.




Foco

Como nem todo mundo pode abrir mão do trabalho e passar 6 meses estudando em outro país, Ho Mien Mien dá um conselho àqueles que optarem por um curso de curta duração no exterior: “Faça um curso relacionado com seus interesses e vocações. Ficar na sala de aula só aprendendo inglês não adianta muito, tem uma hora que o cérebro vai desligar e é perda de tempo e de dinheiro.”


Segundo ela, se o aluno trabalha com mercado financeiro, por exemplo, ele vai ganhar mais se procurar cursos de idiomas criados especificamente para esse setor, além de workshops e cursos rápidos em sua área de atuação. “Isso aumenta o interesse, o aluno pode querer pesquisar artigos e livros para saber mais sobre o assunto”, diz. “Pode ser que, dependendo do nível, o profissional não adquira uma fluência, mas vai desenvolver bastante o conhecimento.”



Preparação

No caso de quem decidiu aproveitar as férias para estudar no exterior, Ho recomenda que o aluno se organize antes de embarcar. “Idioma depende muito de a gente querer aprender”, diz. “Primeiro, ele deve se dedicar antes, ainda no Brasil, para chegar ‘aquecido’. Durante o curso, o aluno deve fazer todas as lições dadas pelo professor e tentar identificar suas principais dificuldades. As escolas de intercâmbio sempre têm um plantonista para tirar as dúvidas e essa pode ser uma boa oportunidade para esclarecer questões mais complicadas.”


Além disso, a especialista pede para que os estudantes “evitem andar só com brasileiros” para não correr o risco de falar mais português do que a outra língua na viagem. “O importante é sair da zona de conforto. A pessoa tem que lembrar que está investindo tempo e dinheiro, então é melhor aproveitar o máximo do tempo para conhecer outra cultura.”





FONTE: IG ECONOMIA - CARREIRAS

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