segunda-feira, 1 de agosto de 2011

COMO SE DAR BEM EM SITES DE COMPRAS COLETIVAS.

Os descontos oferecidos pelos sites de compra coletiva são realmente tentadores. Como resistir ao impulso e fazer bons negócios?


Danielle Nordi, iG São Paulo 10/02/2011 09:19


Com o crescimento do número de sites, aumentam também as queixas dos consumidores

Quando um produto é colocado à venda com descontos que chegam a inacreditáveis 90%, é impossível não chamar a atenção até de quem nem estava pensando mesmo em fazer aquela compra. A maioria das pessoas já comprou algo por puro impulso na vida e é exatamente com isso que os sites de compra coletiva contam. Mas como fazer para aproveitar os bons negócios, evitar problemas e não acabar gastando mais quando a idéia era economizar?



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A coordenadora de mídia online Adriana Dias, 31, calcula que já gastou mais de mil reais em sites de compra coletiva. Ela se diz bastante satisfeita com suas aquisições. “Só me arrependi de ter comprado de uma vez cinco cupons para fazer pé e mão. O local não tinha estacionamento e tive que pagar para por o carro em outro lugar. Mesmo assim acabei economizando, mas não achei que valeu tanto a pena”. Mesmo feliz com a possibilidade de comprar coisas com descontos altos, Adriana lembra que no início se descontrolou um pouco. “Eu acabei gastando mais do que deveria e foi um susto quando chegou a fatura do meu cartão de crédito”, diz.



Problemas

O site Reclame Aqui, onde consumidores de todo o país podem fazer suas reclamações, já reúne mais de 3.300 queixas contra os sites de compra coletiva de maior operação no país (Clube Urbano, Peixe Urbano, Imperdível, Click On e Oferta Única). O diretor do Reclame Aqui Diego Campos alerta que a tendência é de que esse número aumente cada vez mais. “O montante de reclamações contra este tipo de site e seus parceiros comerciais ainda é pequeno, mas vem aumentando cerca de 70% por mês”, diz.



De acordo com dados divulgados pelo Reclame Aqui, as queixas mais comuns são discriminação dos clientes que compram através das promoções oferecidas pelos sites, número muito elevado de cupons vendidos sem que o fornecedor tenha como atender toda essa demanda, cobranças efetuadas duas vezes e a dificuldade de cancelar a compra. Diego Campos afirma que os empresários brasileiros ainda não enxergam os sites de compra coletiva como uma poderosa ferramenta de marketing. “Muitas vezes o fornecedor não entende que o objetivo da compra coletiva é atrair novos clientes e fidelizá-los para que eles possam voltar pagando o preço integral”, afirma.



Discriminação e prejuízo

A advogada Tânia Ginevro, 27, conta que comprou um cupom para um restaurante próximo à sua casa e enfrentou problemas. A compra foi efetuada em novembro do ano passado. Logo que chegou a confirmação, a advogada entrou em contato com o restaurante para fazer a reserva dos lugares. “Depois de tentar muito, consegui entrar em contato com o local e eles me informaram que só tinham vaga para abril deste ano”.



Tanta espera não seria um grande problema se não fosse um detalhe: Tânia resolveu passar em frente ao restaurante, que fica no trajeto de volta do seu trabalho para casa, e verificou que o lugar estava sempre vazio. “Eu me senti lesada porque, na verdade, o local não quis nos atender por termos pago um preço promocional”, diz. Ela entrou em contato com o site que vendeu o cupom e recebeu seu dinheiro de volta. “Em apenas três dias meu problema foi completamente resolvido. Não parei de comprar por causa disso”.



Já a fonoaudióloga Daniela Nazário, 40, não teve tanta sorte. Ela ainda tenta reaver a quantia gasta em um pacote de estética. “Eu comprei o serviço e o email de confirmação não chegou. Mas foi debitado no meu cartão de crédito. Tenho todos os documentos e, mesmo assim, o site não me reembolsa”, diz. Daniela afirma que não desistiu de comprar pela internet. “Eu não confio mais no site que me vendeu o pacote, mas já comprei de outros lugares e não me arrependi. Deu tudo certo”.



Direitos

A primeira coisa a se pensar na hora de comprar é que gastar pouco não significa economizar. Quem compra um produto de R$ 5 que não compraria em outra situação pode até ter feito um bom negócio, mas gastou R$ 5 a mais do que pretendia. Por isso, se a ideia é economizar, é bom focar em produtos que façam parte de seu dia-a-dia e cuja aquisição com desconto realmente se transforme em mais dinheiro no bolso.



Quem faz uso de sites de compra coletiva tem os mesmos direitos dos consumidores comuns. “O diferencial da compra pela internet é o direito de arrependimento. O cliente tem até sete dias para se arrepender e pedir o seu dinheiro de volta”, esclarece o assessor técnico do Procon de São Paulo Marcos Dieges. Ele diz ainda que a responsabilidade pelo produto ou serviço vendido é tanto do site de compra coletiva quando do fornecedor. O consumidor tem o direito de escolher quem quer acionar em caso de insatisfação.



Antes de dar o seu número de cartão de crédito em qualquer site é bom observar algumas regras básicas de segurança na internet. Marcos Dieges aconselha sempre verificar se o endereço da página começa com HTTPS e se existe o desenho de um cadeado, normalmente localizado no canto inferior direito da tela. “Além disso, é de extrema importância que o cliente leia bem as regras para que o cupom possa ser utilizado”, diz.



Outro ponto importante quando se trata de restaurantes, é sempre verificar se o serviço será cobrado à parte e se os clientes poderão usar mais de um cupom por mesa. Em alguns casos é permitido apenas um desconto não importando a quantidade de pessoas que estejam na mesma mesa. O prazo para utilização do cupom também deve ser muito bem analisado. Para os serviços de estética, vale a pena ligar antes no estabelecimento e ver o tempo que vai durar a sessão, por exemplo, para um serviço de drenagem linfática.



“Guardar os emails com confirmação de pagamento e imprimir as páginas da internet que trazem os detalhes da promoção são de grande ajuda quando o cliente precisa reclamar os seus direitos. Tudo poderá ser usado para demonstrar que o que foi oferecido não foi cumprido. Portanto não jogue nada fora”, afirma Marcos Dieges.



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FONTE: IG ECONOMIA

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