quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Startups brasileiras

Startups brasileiras levantaram cerca de R$ 1,7 bilhão em 2012

Segundo a FGV, 41% das empresas investidas por fundos privados estão em estágio inicial

iG São Paulo- Wendel Martins |


Camila Cunha/IndiceFoto
Jovens na Campus Party: "acreditamos em quem não tem medo de fazer", diz investidor

Uma pesquisa informal da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) à qual o iG teve acesso aponta que no ano passado foram investidos cerca de US$ 850 milhões (R$ 1,7 bilhão) em empresas novas e tecnológicas (as startups) brasileiras. "Os fundos de capital de risco estrangeiros estão vindo para cá com mais força", diz Guilherme Junqueira de Farias, diretor da entidade, durante a Campus Party 2013.

O investimento estrangeiro nesse segmento foi tema de um debate do evento, que acontece na capital paulista. A mesa "Re-descobrindo o Brasil: os gringos que apostam em nós" teve participação de especialistas estrangeiros e foi coordenada por Eiran Simis, que representou o CESAR.EDU, pólo de tecnologia de Recife.

Ele apresentou uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que mostra que cerca de 50% do capital investido por fundos de Private Equity no Brasil é de origem estrangeira. A pesquisa da mostra que o capital comprometido desta indústria cresceu cerca de 45% ao ano desde o final de 2004. Setores de informática e eletrônica representam cerca de 20,5% dos investimentos, montante que somava cerca de US$ 36 bilhões em 2009.

Dentro do universo das 502 empresas brasileiras investidas por esses fundos, mais de 41% são empreendimentos em estágio inicial.

Para Carlos Krokon, diretor da Qualcomm Ventures para América Latina, os empreendedores brasileiros aprenderam a usar ferramentas para construir um bom plano de negócios e saber vendê-lo para futuros investidores. O braço de investimentos da Qualcomm foi criado em 2000, com capital inicial de US$ 500 milhões, para fazer investimentos estratégicos em empresas de tecnologia em fase inicial. Atualmente, investe em 66 empresas, com aportes que variam de US$ 500 mil a US$ 5 milhões.


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No Brasil a empresa promoveu a competição QPrize, que premiou a startup Zoop com US$ 100 mil. "A gente acredita em quem não tem medo de fazer. Queremos investir na próxima empresa de impacto no mundo da tecnologia", afirma Krokon.

Ele explica que uma das modalidades mais típicas deste tipo de aporte são as debêntures (títulos de dívida de empresas privadas) conversíveis em futuras ações da empresa. Entre as áreas mais atrativas para a Qualcomm Ventures estão as que fazem aplicativos mobile ou apostam na área de serviços, como a saúde.

Já Maximiliano de Muro, investidor anjo no Brasil e na América Latina através de Mola.com, acredita que um bom investimento começa entre R$ 80 a 100 mil reais, o que vai depender da maturidade do projeto apresentado. "Nós não oferecemos somente recursos, mas também um trabalho de planejamento e mentoria", afirma.

A especialista Katie Pierozzi, que trabalha na Rio Negócios, afirma que o Estado tem feito o possível para atrair pequenas empresas de tecnologia e formar um cluster (ou polo) tecnológico nesse último ano. Ela acredita que as startups precisam testar e validar seus produtos no Brasil, para depois se lançarem no estrangeiro. "Ao contrário de outros países da América Latina, o Brasil tem um mercado interno gigantesco e que aceita novidades", comentou.

A Rio Negócios é inspirada na Rede Britânica de Ciência e Inovação (UKTI), que também participou da palestra na Campus Party. Simon Sprince, especialista em Indústrias Criativas e Digitais, afirma que no Reino Unidos a entidade promove as startups, mas que não pede nenhuma participação de mercado nas empresa. "Apenas nos certificamos que cada candidata tem capacidade de atuar tanto no mercado nacional como no mercado europeu", finalizou.

FONTE: IG ECONOMIA

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