quinta-feira, 14 de abril de 2011

AUTOAVALIAÇÃO TORNA MAIS FÁCIL ENTENDER A CARREIRA

Reflexão ajuda a vida profissional ao deixar claro o que precisa ser mantido o que deve ser modificado




Patrícia Lucena, iG São Paulo 14/04/2011 05:58



A autoavaliação é um instrumento importante para quem quer obter melhores resultados na vida profissional. Ela ajuda a descobrir com mais clareza o que precisa ser mudado na carreira.



Segundo Elisete de Oliveira, analista de recursos humanos sênior da Torres Benefícios, a primeira pergunta que deve ser feita é: estou feliz exercendo essa função ou gostaria de mudar? A partir disso, o profissional poderá direcionar sua autoavaliação para ações que podem ser feitas para crescer ou estruturar um plano para mudança de carreira.



Autoavaliação ajuda profissional a descobrir o que precisa mudar na carreira



Caso o profissional decida continuar na sua carreira, realizando ações para seu crescimento na empresa, Elisete acredita que algumas perguntas devem ser feitas:



• Quanto tempo estou na empresa;



• Quantas promoções tive nesse período;



• Qual foi meu investimento pessoal em novos aprendizados (além de cursos ou treinamentos que a própria empresa tenha patrocinado);



• O quanto eu assimilei de conhecimento no tempo em que estou na companhia;



• Qual meu potencial de empregabilidade;



• O que preciso buscar para ser uma pessoa competitiva no mercado e que minha empresa deseje manter;



Daniele Mendonça, gerente de negócios da consultoria Across, aconselha que em toda situação vivenciada no trabalho, o profissional faça uma autoavaliação sobre o que entregou de resultados, como e qual foi seu grau de envolvimento. “São norteadores para compreender seu próprio desempenho em um determinado contexto.”



Com essas informações, o profissional poderá traçar metas do que fazer. “Ele deve se autoavaliar ponderando os aspectos positivos e negativos, o que deve manter e o que modificar”, destaca Elisete. “Esteja o profissional bem posicionado ou avaliando para onde ir, a base é a autoavaliação.”



Testes



Os testes são organizadores do olhar do profissional sobre ele mesmo. No mercado, há muitos questionários de tendência comportamental que a própria pessoa preenche. Eles normalmente são usados em avaliações de candidatos externos e colaboradores, baseados em autoavaliação. Também podem ser encontrados pela internet. Entre eles, Daniele destaca o Indicador de Tipos de Myers-Briggs (MTBI), o Predictive Index (PI) e o Quantum. Segundo ela, todos têm o mesmo objetivo: identificar características e preferências pessoais e são baseados nos tipos psicológicos de Carl Jung. Todos trabalham com quatro eixos: energia, percepção, decisão e estilo de vida flexível.



Elisete de Oliveira, analista de recursos humanos sênior da Torres Benefícios, também sugere os seguintes testes produzidos pela própria empresa (clique para baixar o PDF e preencher):



• Questionário de autoavaliação



• Plano pessoal de mudança



Hora de planejar



Após realizar testes ou fazer uma própria autoavaliação sobre a carreira, é o momento de colocar em prática as conclusões que tirou.



“Esse planejamento deve ser feito por escrito: o que você precisa fazer, de que maneira e quando. Ter um prazo é essencial”, ressalta Elisete.



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FONTE: IG ECONOMIA – CARREIRAS

Curso a Arte de Fazer Churrasco – Aula 5

Carnes preferidas para o churrasco




Alcatra : apresenta pouca gordura, que ainda deve ser retirada, deixando-a perfeitamente limpa. Deve ser cozida ao ponto ou mal passada. Como as outras carnes de primeira, não deve ser fatiada e sim cortada em pedaços grossos para ser levada ao prato. É a maneira de manter o ponto por fora, na casquinha, e a suculência por dentro.



Picanha : é macia e isto se deve por ser uma carne sem músculos e de alto volume sanguíneo, o que lhe marca o sabor característico. Ela deve ser servida em pedaços grossos e no prato é que se vai cortando em pequenos cubos para comer.

O ponto certo da picanha é o mal passado.





Contra-filé : é macio, tem sabor acentuado, muito suco e dificilmente se erra no ponto. Deve ser servido ao ponto ou mal passado, sob pena de perder o suco e daí o sabor. Para servir, corte em postas de espessura média.



Maminha ou ponta de alcatra : deve ser servida mal passada mas aceita ser servida ao ponto e até bem passada.



Filé mignon : caracteriza-se por ser uma carne macia e gosto levemente adocicado. Tem presença obrigatória nos melhores restaurantes. Para grelhar deve ser cortado em bifes grossos e servir ao ponto pois a maciez e o sumo se mantém.



Fraldinha : é uma carne muito saborosa, boa de assar mas que não é uma carne popular. Não deve ser passada demais. É uma carne cheia de gorduras e nervos e é preciso ser muito bem limpa para ir até à grelha.



Chuleta : é também uma carne saborosa mas às vezes fica dura ao ser assada. Seu ponto certo é o mal passado. É entremeada de gordura, que a mantém suculenta.



Costela : é a carne mais típica do churrasco. Para os churrasqueiros, churrasco é sinônimo de costela.

Antigamente fazia-se churrasco só de costela e de alguns anos para cá é que foram introduzidos outros tipos de carne. Ela só deve ir ao fogo quando estiver bem limpa, isto é : carne à vista de um lado e osso de outro. A costela deve sempre ir às brasas com o lado do osso para baixo. Somente quando esta parte mostrar-se bem assada é que se deve virar o espeto. Serve-se ao ponto.



Além do churrasco tradicional, usam-se no Brasil outros tipos de carne como a de porco, ovelha, frango e peixe, além da lingüiça, coração de galinha, etc.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

COMO AS REDES SOCIAIS COMPLETAM SEU CURRÍCULO

Veja o que pode ser avaliado nos perfis de candidatos publicados na internet e algumas dicas para expor uma imagem positiva




iG São Paulo 13/04/2011 06:00



A ligação das redes sociais com os processos de seleção para estágio e trainee está cada vez mais intensa. Grandes empresas criam suas próprias ferramentas na internet para escolher os candidatos com seu perfil. É o caso do Banco Santander e na Natura. Mas mesmo quem ainda não aderiu ao recrutamento 2.0 usa as mídias sociais para conhecer melhor os candidatos. Você já deve ter visto muitas dicas para não se prejudicar na seleção por causa de gafes em perfis do Facebook ou Orkut, do tipo adesão a comunidade “Eu odeio segunda-feira”. Mas saiba também que as redes sociais podem ajudar você a se destacar na disputa por uma vaga. O iG Estágio e Trainee ouviu recrutadores de empresas e de consultorias para levantar o que eles avaliam nas mídias digitais e apresentar dez dicas sobre como transformar seus perfis na internet em uma extensão de seu currículo. Saiba ainda como melhorar sua apresentação em uma dinâmica e os principais cuidados para uma entrevista por vídeo, além de acompanhar mais informações pelo Twitter do portal.


Participação nas redes sociais podem contar pontos na seleção para uma vaga de estágio ou trainee

Participação é avaliada - Além dos gostos pessoais, os avaliadores costumam checar as redes sociais para conhecer as atividades e contatos relacionados à carreira que o candidato mantém. “Quanto mais pessoas e comunidades envolvidas em sua área de atuação o candidato mantiver contato, melhor seu perfil poderá ser avaliado”, afirma Davi Bufalo, coordenador de seleção da S&L Recursos Humanos, que já organizou recrutamentos para o Itaú. No entanto, um grande número de amigos ou seguidores, que pode impressionar à primeira vista, é irrelevante se não existir interação. Ou seja, é preciso participar dessas comunidades com opinião, ideias e sugestões, afirma Elis Yamaguichi, gerente de recursos humano da Whirlpool, empresa dona das marcas Consul e Brastemp. Mesmo que não seja relacionada à área da vaga, é a forma de participação que vai mostrar algo a mais do perfil do candidato. Por exemplo, se alguém consegue organizar um grupo de discussão e mobilizar seguidores para um tema ou mesmo uma campanha de cidadania, isso pode ser visto como capacidade de liderança. Conheça as outras competências que são avaliadas na seleção.



Transparência e bom-senso - Mas se você pensa em criar um perfil só para exibir nos processos de seleção, saiba que pode não ser uma boa ideia. Segundo os recrutadores, caso seja descoberto, isso pode demonstrar falta de transparência. “Nesses casos, o perfil prejudicado será sempre o que se queria mostrar uma imagem profissional”, diz o consultor de estratégia em desenvolvimento de carreira Mário Persona. O mais importante é saber que as informações colocadas nos perfis são públicas e vão mostrar como você será visto por outras pessoas. “Não precisa ficar 100% profissional em todas as redes sociais, apenas é bom manter o bom-senso na hora de divulgar as informações sobre você”, diz Ellen Macedo, gerente de recursos humanos da Deloitte, empresa de consultoria que atua em mais de 140 países.



Esses especialistas em recrutamento levantaram dez dicas para você usar melhor a rede como uma extensão de seu currículo:



1. Manter amigos de cursos extracurriculares - Além de servir como um bom networking, criar um grupo de amigos que participaram de um treinamento ou curso fora da faculdade pode ser um bom adicional à informação colocada no seu currículo. Para os selecionadores, pode mostrar que além de fazer o curso, você se mantém interessado e procurar estar atualizado na área.



2. Participação em projetos - Manter nas redes sociais o acompanhamento a projetos que você participou é uma forma de valorizar a experiência adquirida e pode chamar a atenção dos recrutadores como um diferencial a ser avaliado.



3. Outros idiomas - As redes sociais podem ser um bom local para você expor que usa os conhecimentos de idiomas. Os selecionadores estarão mais atentos à facilidade que você tem para falar outra língua do que ao conteúdo das mensagens, mas é bom manter os mesmos cuidados se estivesse falando em português.



4. Posts sobre o emprego antigo - Várias listas de comportamento nas redes sociais alertam para você não usar as redes sociais para falar mal do emprego que acabou de deixar porque os recrutadores estarão atentos a isso. Vale a pena alertar também que não basta não falar mal do emprego anterior, cuidado ainda em expor detalhes dos clientes quando estiver falando o que fazia. Prefira deixar essas questões para a entrevista e não colocá-las nas redes sociais, que são locais públicos.



5. Imagem profissional - Outra dica que deve sempre ser lembrada é não deixar que imagens pessoais e descontraídas prejudiquem a impressão que os selecionadores terão de você. Lembre-se que a internet é pública e o que é publicado ali pode marcar sua imagem profissional. O indicado é manter seu perfil sempre disponível para a visita de um selecionador.



6. Participação é fundamental - Se você destacou em seu currículo as atividades que gosta, mesmo que seja hobbies, temas profissionais, comunitários, entre outros, é bom manter alguma participação nos debates, com opiniões nos comentários e de preferência sugerindo coisas novas, ou retire sua inscrição. Um tema abandonado não acrescenta e pode até prejudicar.



7. Mostre conhecimentos da área - As redes sociais propiciam que você demonstre conhecimento da área, do mercado, da carreira e da empresa onde deseja trabalhar. Os selecionadores podem destacar nesse item o interesse do candidato pela vaga.



8. Atualize seus dados - Se você indicou perfis em redes sociais no seu currículo, as informações sobre você contidas ali já passam a fazer parte do que será analisado pela empresa. Atualizar o ano ou semestre que está estudando, cursos concluídos, andamento de projetos deve ser uma ação constante.



9. Conhecimento geral - Além da sua aptidão para questões técnicas da sua área de interesse, as redes sociais também podem revelar como você vê o mundo e, principalmente o que pensa sobre questões polêmicas. Mantenha-se atualizado e cuidado com brincadeiras que você não faria se estivese em um local público, falando para desconhecidos. É o que você está fazendo quando publica um comentário na internet.



10. Seja verdadeiro - Ninguem precisa ser 100% transparente nas redes sociais porque, como já foi dito, é um local público. Mas os recrutadores darão atenção especial se as informações que você revela nessa mídias são verdadeiras, ou ainda, irão checar se batem com o que consta no currículo. Por exemplo, se alguém diz que tem inglês fluente e fala o contrário em um comentário na rede.



FONTE: IG ESTAGIO E TRAINEE

Curso a Arte de Fazer Churrasco – Aula 4

Salgando a carne




O sal do churrasco é o sal grosso. Está na origem histórica. O sal grosso nunca erra.

Meia hora antes de dar início ao trabalho de assar a carne, salgue-a. Ponha a carne na gamela e esfregue o sal com as mãos. Espete e leve ao fogo, com a parte mais gordurosa para baixo, como o caso da picanha.







Importante : para tirar o sal, quando a carne está pronta, segure o espeto no ar ainda dentro da churrasqueira e bata com as costas da faca.

Nunca salgue o churrasco com sal fino de cozinha. Certamente o sal vai grudar e a carne ficará por demais salgada.

Se não tiver sal grosso, faça com o sal fino uma salmoura e vá borrifando periodicamente na carne, sem tirá-la do fogo.



O tempo médio para a preparação de cada tipo de carne (referidas logo abaixo – peças inteiras), é aproximadamente 40 minutos.



Obs : as peças sendo em postas levam aproximadamente 20 minutos

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sete dicas de especialistas para quem busca promoção no emprego

Competência técnica não é tudo; veja como ganhar reconhecimento profissional e crescer na carreira





Patrícia Lucena, iG São Paulo 12/04/2011 05:57





Conseguir uma promoção no trabalho não é um resultado apenas da competência técnica do profissional. É preciso se destacar por outros atributos, ser capaz de elaborar planos de ação, traçar metas. Além disso, o profissional precisa estar atualizado, participando frequentemente de cursos e outras atividades. E, principalmente, deve avaliar se tem habilidades para assumir a posição desejada.



Confira algumas dicas dadas pelos especialistas consultados pelo iG Carreiras para quem busca uma promoção:



1 – Avalie suas habilidades e competências



Faça uma autoanálise para identificar os resultados alcançados e o desenvolvimento de suas competências. “É importante que a pessoa faça um balanço daquilo que esperam dela e do que ela entrega. Este é o primeiro passo para uma promoção”, avalia Ana Carolina Mussio, analista de carreiras da Veris Faculdades.



A promoção não depende apenas da empresa e de resultados. Rossana Ercole, psicóloga e headhunter da Global Network, afirma que o profissional também deve analisar se está pronto para assumir maiores responsabilidades.


Profissional que almeja uma promoção deve mostrar mais que competência técnica




2 – Entenda como sua empresa funciona



Realize um diagnóstico da área para a qual quer ser promovido. “Dessa forma, o profissional poderá analisar os déficits e elaborar um plano de ação que mostre o que é preciso para aumentar os resultados”, sugere Monica Rossi, gerente administrativa da Crescimentum. “Automaticamente, ele ficará visível na empresa.”



Não basta só ser competente. “Tem muito mais a ver com atitude, e com o quanto você realmente conhece da empresa, do que o conhecimento técnico”, acrescenta Monica.



3 – Converse com seu gestor



Nem sempre o gestor está ciente de todos os méritos do seu funcionário. Rossana acredita que é importante mostrar que está preparado para assumir novas responsabilidades, falar dos resultados no trabalho e da sua vontade em avançar na carreira.



“Reuniões de feedback são, na maioria das vezes, ricas em dicas e objetivos a serem atingidos. Por isso, uma conversa com o gestor sobre os pontos a desenvolver trará foco no plano de ação do profissional”, avalia Ana Carolina. Segundo ela, se a empresa adota uma avaliação de desempenho e plano de carreira, fica mais fácil saber quais são as próximas etapas para se conseguir esse crescimento.



4 – Faça além do esperado



Ana Carolina destaca que para ser reconhecido profissionalmente é preciso mostrar que está pronto para ir mais longe. “Por exemplo, se há prazos estabelecidos, empenhe-se em entregar o que foi pedido com antecedência.”



5 – Fique visível



Quem é visto, é lembrado. Segundo Rossana, é preciso sempre manter boas relações com todos os profissionais da empresa, independentemente do nível hierárquico. “A rede de relacionamentos aumenta as chances de indicação quando aparece uma oportunidade.”



Ana Carolina acrescenta que é importante tentar tornar-se um influenciador das demais pessoas. “Ser multiplicador de boas práticas e incentivador de equipe chama atenção dos gestores.”



6 – Faça seu marketing pessoal



É importante lembrar que a imagem determina as primeiras impressões. Por isso, além das qualificações técnicas, o profissional também deve exercitar seu autoconhecimento para saber se está agindo de acordo com seu perfil, ter coerência nas suas ações e uma boa imagem pessoal.



O profissional também deve prestar atenção no modo como se veste. “Faz parte do marketing pessoal, que é fundamental para os negócios. É importante apresentar-se da melhor forma e mostrando ótimos resultados.” Segundo Rossana, vestir-se de forma inadequada pode causar má impressão e, consequentemente, contar como ponto negativo na escolha de quem receberá a promoção.



7 – Participe de cursos



É fundamental estar sempre atualizado, assistindo a palestras e fazendo cursos. “O profissional deve buscar ser especialista na sua área, identificar assuntos interessantes para sua função na empresa e saber novas ferramentas e outras línguas”, sugere Ana Carolina. “Ele precisa mostrar que está preparado para novos desafios.”




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FONTE:  IG ECONOMIA - CARREIRAS

Curso a Arte de Fazer Churrasco – Aula 3

Assando a carne




Assar, significa expor a carne rápida e diretamente a uma fonte de calor.

A proteína da carne, a albumina, como auto-proteção, coagula-se rapidamente formando uma camada impermeável que bloqueia a saída do sumo. A carne se contrai e fica levemente crestada. As gorduras que não coagulam neste processo, são destiladas e pingam sobre as brasas. É hora de virar o espeto, repetindo tudo de novo.

A temperatura interna da carne aumenta e o sumo não se perde. A água se volatiza.



Quando a carne passa do ponto, fica excessivamente seca, perde água demais.



O tempo que leva um churrasco para assar depende do calor da churrasqueira, das carnes escolhidas, dos cortes, da qualidade do carvão.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Brasil foi principal destino de investimento chinês em 2010, diz entidade

No ano passado, chineses investiram US$ 13,7 bilhões no País, com foco em recursos naturais



BBC Brasil 11/04/2011 10:24



Um levantamento da entidade americana Heritage Foundation indica que o Brasil se tornou o principal destino de investimentos diretos chineses em 2010.



No levantamento, intitulado China Global Investment Tracker, a entidade lista o equivalente a cerca de US$ 13,7 bilhões investidos por chineses no Brasil em 2010. O número exclui títulos públicos e investimentos de menos de U$ 100 milhões.



Para efeitos comparativos, Nigéria e Argentina receberam em torno de US$ 8 bilhões cada um da China em 2010; e EUA e Canadá, por volta de US$ 6 bilhões cada, de acordo com os números do levantamento.



“O Brasil foi o grande destaque de 2010. E o perfil dos investimentos segue o padrão que vem se mostrando recorrente no resto do mundo: chineses em busca de acesso a recursos naturais. O investimento chinês é definitivamente liderado pela busca por commodities”, disse à BBC Brasil Derek Scissors, pesquisador do Centro de Estudos Asiáticos da entidade, com sede em Washington.



Um dos desafios da presidente Dilma Rousseff é criar bases, em sua visita à China, para investimentos chineses em setores considerados estratégicos para o Brasil e que tenham mais alto valor agregado.



Com o salto em 2010, o Brasil passa a terceiro destino de investimentos diretos chineses quando se considera o valor acumulado nos cinco anos entre 2006 e 2010. Austrália e Estados Unidos continuam sendo os principais alvos dos recursos da China nessa contagem mais ampla.



Onda da investimentos



Segundo o levantamento, o Brasil faz parte de uma onda recente de investimentos que atinge a América do Sul. Segundo Scissors, isso pode ser explicado pelo fato de que há comunicação entre as empresas estatais chinesas, o que acaba criando bases para uma estratégia comum.



“Essas ondas acabam gerando uma forte reação contrária em alguns países, mas não necessariamente serão duradouras”, acrescentou o pesquisador.



Para tentar formar o quebra-cabeças do destino dos investimentos diretos chineses, o especialista em China acompanha anúncios de empresas, relatórios de instituições multilaterais, informações de governos locais e informações da própria imprensa.



“Há uma série de dificuldades para se conseguir esses dados por país, já que o Ministério do Comércio chinês considera Hong Kong destino final quando, na maioria das vezes, é apenas uma ponte para os recursos. Por essa metodologia oficial, Hong Kong aparece como destino de 65% dos investimentos chineses, o que distorce qualquer conclusão sobre destino final”, disse Scissors. “A cada seis meses, revisamos todos os dados para expurgar investimentos que não se concretizaram”, acrescentou.



Os investimentos chineses no exterior vêm aumentando nos últimos anos. De 2006 até 2010, passaram de US$ 21,2 bilhões para US$ 59 bilhões, segundo o Ministério do Comércio (Mofcom).



Nesse período de cinco anos, a Austrália recebeu o maior volume, cerca de US$ 34 bilhões, segundo a contagem da Heritage Foundation. Os Estados Unidos foram o segundo destino, com US$ 28,1 bilhões.



Nigéria, Irã e Brasil aparecem em terceiro, com praticamente o mesmo volume acumulado, cerca de US$ 15 milhões. Cazaquistão, Canadá, Indonésia, Argélia e Venezuela, são os próximos da lista.



A China tem hoje um total de US$ 215 bilhões investidos no exterior, segundo a contagem da entidade conservadora americana.



Deste total, US$ 102,2 bilhões foram investidos em energia e US$ 60,8 em mineração.



“A reação americana à expansão do investimento chinês tem sido se desesperar, e a corrida para a América do Sul vai gerar ainda mais tensão. Os Estados Unidos, no entanto, têm como se beneficiar do investimento chinês e neutralizar qualquer tipo de impacto negativo na política externa”, escreve o autor no relatório.



Segundo o pesquiador, os Estados Unidos não têm como determinar que empresas americanas invistam em determinados países, como pode fazer o governo chinês, mas podem criar um ambiente mais favorável aos investimentos por meio, por exemplo, de acordos de livre comércio com países da região.




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FONTE: IG ECONOMIA