domingo, 8 de maio de 2011

Itaú Unibanco projeta crescimento da economia brasileira entre 4% e 5% ao ano até 2020

Com mais investimentos e ganhos recentes de produtividade, a economia brasileira deverá crescer entre 4% e 5% ao ano até 2020. A estimativa foi feita há poucos dias pela equipe do economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, e enviada a clientes da instituição.



por Guilherme Barros





Pela análise, o Brasil irá investir mais do que no passado, sendo financiado principalmente por poupança externa, o que, aliado aos ganhos de produtividade, permitirão o País manter tal ritmo de crescimento.



Goldfajn cita ainda o início da exploração do petróleo do pré-sal como outro fator de impulso à expansão do PIB brasileiro. “A exploração do pré-sal requer volume significativo de gastos ao longo dos próximos anos. E o País ainda tem necessidade de melhorias na infraestrutura em diversas áreas, como energia e transporte”, afirma o economista.



No caso dos investimentos, a previsão do Itaú Unibanco é de que a taxa de investimentos chegue a patamares próximos a 22,5% do PIB. O salto a partir dos atuais 19,3% se deve, diz a análise, à redução da razão dívida/PIB e à manutenção da estabilidade macroeconômica, o que permite uma redução dos juros.



“Esse processo abre espaço para aumento da taxa de investimento para patamares próximos a 22,5% do PIB”, estima, antes de ressaltar outros fatores como Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 como alavancadores da taxa de investimentos.



Em relação às projeções para o câmbio e inflação, a instituição vê certa estabilidade na comparação com os patamares atuais. No caso do câmbio, a estimativa é de que o dólar chegue em 2020 cotado a R$ 1,62. Já para a inflação, a taxa média prevista é de 5% ao ano.


FONTE: IG COLUNISTAS

Curso de congelamento de alimentos – Aula 17

CONGELAMENTO DE CRUSTÁCEOS E MOLUSCOS


Assim como os peixes, os crustáceos ou moluscos comprados já congelados não podem voltar ao freezer crus e, pois de perderem a temperatura ideal durante o transporte.



Preparação:


 
Camarão – pode ser congelado cru, sem a cabeça ou totalmente limpo, lavar bem e banhar numa solução 1 colher (chá) de sal para cada litro de água; para congelamento do camarão limpo cozido, deixar ferver por apenas 5 minutos, resfriando em seguida ( o congelamento individual é o mais prático para camarão, permitindo retirar a quantia necessária para cada refeição).


 
Siris, Caranguejos e Lagostas – após a limpeza, lavar bem e escaldar por 15 minutos, resfriando rapidamente.


 
Ostras e Mariscos – congelarem apenas se forem frescos, lavando bem e levando ao fogo com pouca água para que as conchas se abram; resfriar rapidamente e embalar (com ou sem as conchas).


 
Polvo – limpar, escaldar por 2 minutos e resfriar rapidamente.


 

Tempo de conservação: 6 meses



XII – DESCONGELAMENTO


Pode ser efetuado no refrigerador, diretamente no fogo, com molhos e refogados, ou na frigideira.

sábado, 7 de maio de 2011

COMERCIAL JETTA 2012: O CACHORRO QUE FALA

Um comercial de TV que está dando o que falar é o do novo Jetta 2012, da Volkswagen.



É um comercial bem humorado, cujo enredo se baseia na esposa pedindo que o marido leve o cachorro (Billy) ao Petshop.






Esposa: “Amor, leva o Billy no Petshop por favor?”

Marido: “O cachorro vai babar no meu carro, vai encher de pêlo. Ah! No meu Jetta novo não!”

Cachorro: “Teto solar bonito, hein? Tá olhando o que? Tô com cara de chiuaua?”

Marido: “Por que você nunca falou antes?”

Cachorro: “Estava sem assunto. Agora não né? Nesse carrão… Agora eu vou tomar meu banhinho…”

Dono do carro: “Esse cachorro fala… Fala aí para ela”

Cachorro: “Au! Au!”.



No Brasil falta um pouco de senso de humor em comerciais. Esse aí é um modelo de comercial que realmente vinga.



 

 

NOVA CLASSE MÉDIA ABRE FILÃO PARA PEQUENAS EMPRESAS

Classe C gasta o dobro da A, sobretudo em higiene e alimentação; estratégia para chegar a cliente envolve crédito e distribuição


Klinger Portella, iG São Paulo | 17/05/2010 05:53



Os cabelos crespos de Heloísa Assis lhe renderam verdadeira fortuna. Sócia fundadora do Instituto Beleza Natural, Zica, como é conhecida, lidera uma rede de salões de beleza especializada em cabelos crespos, com foco em clientes da classe C. O faturamento das atuais 11 unidades chegou a R$ 78 milhões em 2009.



Foco em cabelos crespos gerou faturamento de R$ 78 milhões ao Beleza Natural em 2009

No início da década de 1990, Zica e seus três sócios – o marido, o irmão e a cunhada – iniciaram um negócio despretensioso. Abriram, em 1993, um salão de beleza na Tijuca, Rio de Janeiro. A iniciativa se transformou num caso de sucesso mundial. Dezessete anos depois, o Instituto Beleza Natural é referência em seu segmento e tem projetos ambiciosos de crescimento no curto prazo.

Atualmente, a rede de Zica conta com nove lojas no Rio de Janeiro, uma em Vitória (ES) e a mais recente, inaugurada no início do ano, em Salvador (BA). O Beleza Natural conta, ainda, com um centro de treinamento em Jacarepaguá, para garantir a padronização das técnicas e procedimentos em todos os salões.

Embora seja voltado para classe C (95% das clientes vêm desta camada social), as unidades do instituto procuram reforçar uma imagem luxuosa: têm televisores de LCD, amplo espaço decorado e atendimento especializado. “Em três anos, tivemos crescimento de 150%”, diz Anthony Talbot, diretor-geral do Beleza Natural, contratado em 2006 para profissionalizar a gestão dos negócios. Naquele ano, o faturamento da empresa foi de R$ 32 milhões.

Com gastos médios de R$ 116,28 por cliente, o Beleza Natural desenvolve produtos específicos para cabelos crespos, que respondem por 35% do faturamento do grupo. Novos produtos são desenvolvidos com base em pesquisas na casa das clientes e em redes sociais, como o Orkut. Para 2011, a rede estuda a abertura de mais lojas na capital baiana e uma possível chegada a São Paulo.




Gigante despertado

Os planos da rede de Zica têm uma base sólida: o crescimento latente da classe C no Brasil. Em cinco anos, o mercado consumidor brasileiro ganhou mais de 32 milhões de pessoas. Nada menos que 49% da população nacional (cerca de 97 milhões de pessoas), hoje, compõem a classe média, um gigante que acordou para o consumo.

O País tem aproximadamente 35,5% da população com acesso à Internet, mais de 53 milhões de televisores vendidos, 23 milhões de máquinas de lavar, 2,5 milhões de veículos novos emplacados por ano e 150 milhões de telefones celulares. “É um mercado muito grande para os segmentos de alimentação e bebida. Quando olhamos para bens de consumo, higiene e beleza também têm um gasto significativo”, diz a antropóloga Luciana Aguiar, sócia da Plano CDE, consultoria especializada no estudo da classe média brasileira.

Os gastos médios da classe C com alimentação foram de cerca de R$ 70 bilhões em 2007, praticamente o dobro dos R$ 35,8 bilhões da classe A. No segmento higiene e cuidados pessoais, a proporção é parecida: R$ 7,3 bilhões da classe C e R$ 4,2 bilhões da A.

Luciana afirma que as empresas devem ter projetos mais específicos para atender a demanda da classe média. “Em geral, as empresas simplificam produtos em busca de redução de custo para melhorar o preço", diz. "Mas elas deveriam pensar em uma estratégia mais ampla, vendo todos os processos.”




Gastos por camada social

Classe C encabeça despesas com alimentação e higiene, e torna-se filão mais interessante que classe A
(em R$ bilhões)

Fonte: Plano CDE

(CONFIRA GRÁFICO NO LINK AO FINAL DESTE ARTIGO)




Oportunidades

Questões como canais de distribuição, acesso ao crédito e comunicação dirigida devem estar no foco das pequenas e médias empresas que quiserem crescer com a classe média daqui para frente. Luciana Aguiar diz que, além da própria classe C, as classes D e E têm um potencial ainda maior de crescimento.

“Como a classe C já está atendida em uma série de itens mais básicos, o que vemos é que nas classes DE há uma série de necessidades não atendidas, e aí é que está a grande oportunidade para as empresas”, pontua.

Para tanto, é necessário que sejam desenvolvidos produtos específicos para esse filão de mercado, com necessidades especiais. “Demanda das empresas maior ousadia e maior inovação nas ações", diz Luciana Aguiar. "Como são consumidores do mercado informal, exige repensar a forma de trabalhar."

Anthony Talbot, do Beleza Natural, concorda. “É uma consumidora que quer novidade sempre”, diz. Segundo ele, hoje o instituto conta com cerca de 50 produtos diferentes e, para este ano, deve lançar 14 novas linhas de produtos. 




Curso de congelamento de alimentos – Aula 16

CONGELAMENTO DE PEIXES



Os peixes para congelamento devem ser bem frescos ou já resfriados (se descongelarem durante o transporte, só podem ser congelados sob a forma de pratos prontos). O bacalhau pode ser congelado cru, retirando-se inicialmente todo o sal.

A embalagem ideal é o saco plástico ou papel aderente, podendo ser usado o processo de congelamento individual, como no caso dos bifes.



Tempo de conservação:

Peixe magro 6 meses
Peixe gordo 3 meses



X – DESCONGELAMENTO

Os peixes podem ser descongelados no refrigerador, sob água corrente (ainda embalados) ou no formo, se forem para assar (colocar rodelas de batata sob o peixe, para não grudar na assadeira).

sexta-feira, 6 de maio de 2011

AUMENTAM OPORTUNIDADES DE EMPREGO EM NAVIOS

De acordo com a Abremar, setor deve crescer 23% nesta temporada e gerar 3,9 mil postos de trabalho



Patrícia Lucena, iG São Paulo | 06/05/2011 05:58



Nos últimos anos, os cruzeiros marítimos caíram no gosto dos brasileiros. Com isso, mais empresas começaram a se interessar por esse mercado, aumentando as oportunidades de emprego para profissionais especializados. Ricardo Amaral, presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), afirma que o crescimento acontece na medida em que o número de navios que vem para o Brasil se eleva. Segundo ele, de acordo com a legislação, as operadoras são obrigadas a reservar pelo menos 25% da tripulação de cada navio aos brasileiros.


Navio Royal Caribbean: expansão do setor de cruzeiros marítimos deve se consolidar nesta temporada

“Com o crescimento econômico do Brasil, as companhias internacionais acreditam que o País desenvolveu os setores de turismo e hotelaria e, por isso, qualificou sua mão de obra”, afirma Marcelo Del Bel, gerente de recrutamento da Infinity Brazil – agência de recrutamento direcionada para trabalhos em navios.

De acordo com a Abremar, a tendência de expansão do setor deve se consolidar na temporada 2010/2011, que teve início em outubro do ano passado e se encerra em maio de 2011. A expectativa da associação é de que 884 mil pessoas viagem em 414 roteiros, que irão percorrer 21 cidades do litoral brasileiro, o que corresponde a um crescimento de 23% sobre a temporada anterior em termos de passageiros.



Número de navios por temporada:


Temporada                  Número de navios
2005/2006                              09
2006/2007                              11
2007/2008                              14
2008/2009                              16
2009/2010                              18
2010/2011                              20
Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar)




Número de pessoas empregadas a bordo em cada temporada:

Temporada                              Número de pessoas empregadas
2004/2005                                          1.058
2005/2006                                          1.128
2006/2007                                          1.377
2007/2008                                          1.462
2008/2009                                          2.810
2009/2010                                          3.955
Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar)




Cargos

Esse aumento das oportunidades também é impulsionado pelo diversidade de funções oferecidas em cruzeiros marítimos. São contratados profissionais das áreas de hospitalidade, serviços de atendimento ao cliente, segmentos de bares e restaurantes, entretenimento e cassinos. “É um campo vasto, um mercado que cresce no mundo todo. A cada ano novas embarcações são construídas”, afirma Amaral.

Del Bel afirma que a grande parte das vagas é destinada às áreas de hotelaria, como bar, restaurante e governança. “Esses são os maiores departamentos e, por isso, os que mais recrutam. Praticamente 90% da oferta de empregos é para esses setores.”

Para essas áreas, segundo Del Bel, a formação superior não é requisito. O principal é ter experiência na função e conhecimento do inglês. Mas o profissional que pretende ser recreador infantil, por exemplo, deve ter formação superior em Educação Física, Turismo, Pedagogia, Psicologia ou Letras. Já para atividades técnicas e administrativas, é necessário ter um curso na área, mas não necessariamente superior.

Amaral destaca que a exigência primordial é a formação no inglês para qualquer função do futuro tripulante. A graduação poderá determinar a área em que o profissional irá atuar, como engenheiro, médico, educador físico, entre outros.

“O inglês é a língua universal e a maioria das operadoras e consumidores de cruzeiros no mundo é americano”, ressalta Amaral. Mas é importante também observar que quais os países em que a pessoa irá trabalhar e a bandeira da companhia, no caso de ir para o exterior. “Há grandes empresas de origem italiana. Neste caso, a formação em italiano, além do inglês, seria um diferencial.”





Perfil

Preenchidos os requisitos técnicos, o profissional que deseja atuar em navios deve ter, além da força de vontade, condições físicas para enfrentar uma forte jornada de trabalho. “Eles ficam de seis a oito meses a bordo, trabalhando 12 horas por dia, com folga apenas entre os turnos”, destaca Del Bel.




Salários

O salário depende muito da função exercida pelo profissional. Segundo Amaral, os ganhos podem variar entre 350 dólares e 4 mil dólares, ficando em uma média de 2 mil dólares. “As gorjetas, que são muito comuns, podem aumentar ainda mais essa remuneração.”




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Segundo Douglas Santos, gerente de recrutamento da Royal Caribbean – operadora de cruzeiros marítimos –, as companhias precisam, em sua tripulação, de profissionais capacitados para atender ao público brasileiro que, além de exigente, demanda uma atenção especial.



COM PROMESSA DE DINHEIRO FÁCIL, REDE DINASTIA QUER GANHAR O PAÍS

Piloto de helicóptero recebe bônus de R$ 212 mil de rede acusada de atuar como pirâmide, mas considerada legal pelo MP



Denyse Godoy, iG São Paulo | 05/05/2011 05:40



Dentro de um smoking alinhado, o piloto de helicóptero Flávio*, de Esteio (RS), subiu ao palco do Centro de Convenções da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em um domingo recente, sob palmas efusivas. Associado da Dinastia Soluções Financeiras, ele atingira a posição máxima na empresa de venda de seguros para a rede de relacionamentos e tornara-se, naquela noite, Triplo Omni-Cycle, o mais alto patamar já galgado por um sócio. A recompensa: um cheque de R$ 212 mil, como parte na distribuição anual de royalties da companhia.

Seus ganhos, no entanto, não se resumem ao prêmio e ao reconhecimento público. Flávio retira, todos os meses, rendimentos entre R$ 70 mil e R$ 110 mil. A receita? O piloto trouxe nada menos do que 16 mil sócios à Dinastia, que pagam R$ 126 ao mês cada, em troca de um pacote de serviços. Somados, os colaboradores entregam à rede mais de R$ 2 milhões mensais e fazem girar a empresa, cujo modelo de funcionamento foi questionado pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MP-RS) por lembrar o de uma pirâmide, que é considerado crime contra a economia popular no Brasil.


Os quase 6 mil participantes da reunião na Fiergs, porém, estavam menos interessados nas investigações do MP-RS, as quais, inclusive, concluíram não haver ilegalidade na empresa. A venda do pacote de serviços – que inclui uma apólice de seguro de vida e um cartão de desconto em farmácias – para os amigos e os amigos dos amigos e a promessa de atingir rendimentos médios mensais de R$ 7 mil é que têm levado cada vez mais interessados aos encontros promovidos pela rede. Hoje, são cerca de 22.500 associados, sobretudo nos estados da região Sul. Com o parecer do MP-RS, entretanto, a Dinastia espera agora se espalhar por todo o Brasil.

“Disseram que [nosso método de funcionamento] era pirâmide, crime contra a economia popular”, afirma o administrador paranaense Dilso J. Santos, 45 anos de idade e fundador da Dinastia. “Em 2008, começou a investigação do Ministério Público, encerrada sem descobrir nada. Susep [Superintendência de Seguros Privados, que regula o setor] e Ministério da Fazenda também. O relatório do Ministério Público eu vou publicar no site: é a alforria, o papel que nos dá liberdade. Com isso, poderemos levar a Dinastia para o Brasil inteiro.”

Apesar dos pareceres legais, entretanto, segundo especialistas o trabalho na Dinastia não tem garantia de lucros fáceis, dependendo apenas do desempenho pessoal, conforme alardeado nos eventos. Na avaliação dos estudiosos, o modelo funciona, por todos os ângulos, de modo semelhante ao das pirâmides tradicionais: um associado traz outros associados para garantir o recebimento de sua renda. Só que, matematicamente, chegará um momento em que toda população brasileira será insuficiente para garantir as arrecadações e o conseqüente repasse aos filiados da Dinastia.

O infográfico acima explica detalhadamente o funcionamento da Dinastia. Mas, de maneira resumida, de cada nova pessoa que atrai, e dos que aderem à organização a seu convite, o integrante abocanha uma porcentagem da mensalidade de R$ 126. Esse percentual varia entre 25% e 45%, segundo um regulamento que inclui um volume mínimo de produção.

“Existe muita compreensão equivocada da atividade”, diz Santos. Na sua avaliação, mal-entendidos dão origem a todas as dúvidas levantadas. “Por usarmos a estratégia de indicação no plano de remuneração aos integrantes, surge a conclusão apressada de que se trata de uma pirâmide”, afirma. “Porém simplesmente provemos aos associados um conjunto de serviços. Gostando dos benefícios, o associado recomenda a empresa para outras pessoas, no boca-a-boca, da mesma forma como faria com um filme ou o seu restaurante favorito.”



Aceno de prosperidade rápida

Para pesquisadores americanos, porém, trata-se de um arranjo fraudulento, que engana quem a ele se junta por causa dos acenos de prosperidade rápida e sem esforço. “O rastro desses projetos é de enormes perdas de dinheiro e, ainda, de danos sociais e emocionais aos integrantes – uma preocupação para as autoridades governamentais e os reguladores”, diz o americano Jon M. Taylor, que durante os últimos 15 anos analisou 350 casos semelhantes e é autor de diversos livros sobre o tema. “Se o dono de um cassino em Las Vegas colocar uma placa de ‘oportunidade de renda extra’ na sua roleta, certamente será preso. Porém, o grande truque dessas pirâmides modernas reside justamente em disfarçá-lo como uma iniciativa legítima.”

A iniciativa legítima, na Dinastia, é a venda de seguros de vida. Por ser uma atividade comercial, apesar de o ganho estar condicionado à indicação de outros associados, entre os especialistas brasileiros sobejam incertezas. Advogados e juristas situam a Dinastia em uma zona cinzenta, na fronteira do permitido com o proibido. “A grande questão é: até que ponto o membro dessa organização sabe os riscos que corre?”, afirma Bruno Salama, professor da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Podemos compará-los aos da garimpagem: o trabalhador ruma a Serra Pelada com o sonho de ficar rico, não achando que vai ficar rico de fato. No fundo, ele sabe que tal sorte está reservada para apenas dois em cada mil. Ninguém está sendo enganado.”

Quando precisou analisar a organização, respondendo a queixas de afiliados insatisfeitos, a Justiça reconheceu a dificuldade em compreender suas práticas: mesmo considerando que a companhia desperta suspeitas, a Promotoria do Consumidor de Porto Alegre (RS) recomendou o arquivamento dos processos, pois ficou difícil reunir evidências categóricas para condenar Santos. Em um processo criminal aberto em Feliz (RS) por denúncias de prática de pirâmide, o promotor da comarca também solicitou a absolvição sumária de Dilso J. Santos, igualmente devido à falta de provas, após o encerramento das investigações do Ministério Público na capital gaúcha.

“Não me preocupo com os questionamentos porque fui julgado e absolvido. Aos que falam mal eu respondo apenas: provem!”, diz o empresário, que considera os pareceres da Promotoria atestados de boa conduta. No prazo de cinco anos, a Dinastia, cujo logotipo é uma pirâmide invertida, pretende conquistar todas as capitais brasileiras.



*Os sobrenomes dos associados foram omitidos



Veja os vídeos dos eventos da rede Dinastia e depoimentos de associados:

- Eventos da Dinastia vendem sonho de riqueza

Conheça a rede Dinastia e entenda a polêmica que cerca a sua operação:

- Dinastia é engodo, dizem especialistas americanos

- Estudiosos e a Justiça brasileira não veem crime na rede Dinastia

- "Queremos levar educação financeira pelo País", diz fundador da Dinastia



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