quarta-feira, 22 de junho de 2011

MANUAL DE INTERROGATÓRIO – AULA 3

DEFINIÇÕES


a. Há muita confusão quanto ao significado dos termos LAVAGEM CEREBRAL e DOUTRINAÇÃO e seu relacionamento com o interrogatório. As


seguintes definições devem ser, portanto, bem entendidas.

1) Lavagem Cerebral – “É a limpeza da mente de todas as idéias anteriores, por uma persistente e intensiva pressão psicológica, que culmina pela substituição daquelas idéias por outras, normalmente, com a finalidade de tornar o indivíduo dócil e desejoso de confessar crimes imaginários em um julgamento público”. O mais conhecido exemplo desse processo, nos recentes anos, foi o caso do cardeal húngaro MINDSZENSKY.

2) Doutrinação – “Inocular com uma doutrina, idéia ou opinião”. A doutrinação de prisioneiros de guerra tem sido levada a efeito, em vários níveis, pelos norte-coreanos e chineses, com o pessoal que aprisionaram durante a guerra coreana, numa tentativa de convertê-los ao comunismo.

3) Interrogatório – “É a extração sistemática de informações de um indivíduo”.



b. Torna-se patente, dessas definições, que o interrogatório é o único desses processos que está realmente relacionado com as informações, enquanto que a lavagem cerebral e a doutrinação estão relacionados com idéias que são colocadas na mente do paciente. Torna-se evidente, pois, que o interrogatório é o único desses processos que tem valor para as Informações.


c. O objetivo do interrogatório é obter informações corretas e oportunas.

CURRÍCULO NA INTERNET EXIGE OBJETIVIDADE

Para especialistas, profissional deve ser direto e utilizar palavras chave para facilitar a busca


Patrícia Lucena, iG São Paulo | 22/06/2011 05:58


É comum ouvir de recrutadores que para cada vaga o profissional deve elaborar um currículo específico e direcionado. No entanto, com o crescimento das redes sociais como meios de comunicação, é preciso ter um currículo "genérico" que esteja ao alcance de todas as empresas por meio do seu blog pessoal ou de sites especializados, como Linkedin.


 Na internet, profissional deve utilizar palavras com referência à área pretendida

Mas, apesar de "genérico", alguns sites na internet oferece diversas ferramentas que podem tornar o currículo diferenciado. Por isso, caso haja a opção, é mais aconselhável que o profissional crie o seu próprio currículo e faça uma carta de apresentação em vez de apenas preencher os campos com as suas informações.



Como montar

Antes de tudo, é preciso ter em mente que milhares de currículos são expostos todos os dias nas redes sociais. Por isso, é fundamental ser objetivo. A área na qual teve uma maior atuação e o que está buscando são os principais pontos a serem destacados. "As empresas possuem critérios de busca. Se isto não está especificado, ele pode não aparecer no filtro", afirma Juliana Nunes, sócia-gerente da Asap – consultoria de recrutamento de seleção.

Quando o profissional se candidata para uma vaga específica, ele irá elaborar o currículo de acordo com os requisitos exigidos. Mas, na internet, ele está apenas se mostrando ao mercado. Contatos, experiência profissional, graduação e idiomas são os pontos principais.

"Ele deve ressaltar as suas melhores experiências, direcionando para a área que pretende seguir", aconselha Juliana. Projetos que não estão ligados diretamente ou indiretamente ao setor que o profissional almeja não devem ser destacados.

Além disso, as experiências devem ser contadas de forma cíclica: quando assumiu o cargo, qual era seu objetivo, como realizou e qual foi o resultado alcançado. Segundo Fábio Padovani, diretor da companhia de recrutamento 2Get, é nessa parte que devem estar destacadas as principais atribuições, com palavras relacionadas à área.

Isso porque devido à grande quantidade de currículos nas redes sociais, muitos recrutadores utilizam da técnica de busca por palavras para filtrar os candidatos. "É fundamental que o profissional coloque palavras de referência à área pretendida. Isso facilita que as empresas acessem seu currículo", afirma Padovani.

Outra dica é descrever as atribuições de forma didática: qual exatamente foi a sua função e quais os resultados alcançados. O recrutador precisa saber se que forma você participou daquele projeto. Em muitos casos, a partir disso, ele já consegue avaliar algumas competências do profissional.

Segundo Juliana, o perfil pessoal será avaliado no momento da entrevista. Mas o profissional pode ressaltar algumas características que considere importante para qualquer empresa.

É também fundamental refletir sobre tudo que já fez e entender o que pode ser considerado um diferencial. Muitas vezes, o profissional pode ter realizado algo que não esteja diretamente ligado à área pretendida, mas que tenha o levado a desenvolver habilidades que sejam importantes para aquele setor. "Preste bastante atenção em toda sua carreira e faça uma reflexão daquilo que pode chamar atenção das empresas da sua área", aconselha Juliana.


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terça-feira, 21 de junho de 2011

BRASIL TEM CARGA TRIBUTÁRIA 'SUAVE' PARA RICOS, DIZ ESTUDO

Com grande parte dos impostos é coletada de forma indireta, a carga tributária total supera a tributação à pessoa física




BBC Brasil 21/06/2011 08:38


Um levantamento de uma associação internacional de consultorias indicou que o Brasil tem uma carga tributária considerada leve para as classes mais altas.



Segundo a rede UHY, com sede em Londres, um profissional no Brasil que recebe até US$ 25 mil por ano – cerca de R$ 3.300 por mês – leva, após o pagamento de imposto de renda e previdência, 84% do seu salário para casa.



Já os profissionais que recebem US$ 200 mil por ano – cerca de R$ 26.600 por mês – recebem no final cerca de 74% de seu pagamento.



Entre 20 países pesquisados pela UHY, essa diferença de cerca de 10 pontos percentuais é uma das menores.



Na Holanda, onde um profissional na faixa mais baixa recebe um valor líquido semelhante ao do Brasil após os impostos e encargos (84,3%), os mais ricos levam para casa menos de 55% do salário.



A lógica também se aplica a todos os países do G7, o grupo de países mais industrializados do mundo (EUA, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, Alemanha, França e Itália).



Nos EUA, enquanto os mais ricos levam para casa 70% do salário, os profissionais na faixa dos US$ 25 mil anuais deixam apenas um décimo da renda para o governo e a previdência.





Tributação ‘esdrúxula’


O representante da UHY no Brasil, o superintendente da UHY Moreira Auditores, Paulo Moreira, disse que a pesquisa revela o caráter “esdrúxulo” da carga tributária brasileira.



Com grande parte dos impostos sendo coletada de forma indireta, a carga tributária brasileira total supera a tributação à pessoa física, e é estimada em 41%.



Como esses tributos circulam embutidos nas mercadorias e serviços consumidos pelos contribuintes, aplicam-se de forma igual a ricos e pobres, explica.



Para Moreira, entretanto, essa suposta “justiça” tributária é ilusória, porque as classes mais altas têm formas de evitar o pagamento de impostos sobre consumo fazendo compras no exterior ou recorrendo a outros artigos de consumo.



“Se o sujeito ganha R$ 3 mil, a renda dele tem de ser praticamente consumida em bens de consumo geral: sabonete, comida, arroz, roupas, gasolina, as coisas que são de grande consumo e que são taxadas com mais rigor”, explica o especialista.



“Quem tem uma renda alta, após um primeiro momento dos bens de consumo geral, passa a ter consumos mais sofisticados, produtos menos taxados, obras de artes, enfim, artigos de difícil controle na tributação.”



O porta-voz da UHY diz que outro fator que contribui para fazer do Brasil um país pouco “equânime” no quesito tributário é o teto aplicado à contribuição previdenciária.



O imposto de 11% sobre o salário é aplicado somente até o valor de R$ 3.038,99, o que quer dizer que trabalhadores que ganham acima disso têm uma fatia maior do seu salário livre de descontos que os que ganham dentro da faixa.





Atração de mão-de-obra

Entretanto, como lembra o UHY, o imposto sobre a renda pessoal é um dos instrumentos utilizados pelos países, sobretudo emergentes, para atrair mão-de-obra qualificada.



Dubai e a Rússia, por exemplo, são os dois países com menor nível de tributação e não fazem nenhuma diferenciação entre a taxa aplicada sobre a renda dos profissionais em qualquer das duas faixas analisadas.



Enquanto um profissional na Rússia leva 87% do seu salário após os impostos e encargos – independentemente da faixa de salário –, Dubai tem alardeado seu regime de “imposto zero” como um dos maiores atrativos de se trabalhar no emirado.



Depois destes países, as primeiras posições entre as nações com carga tributária mais leve para as classes privilegiadas são todas ocupadas por emergentes, como Egito, Estônia, Brasil e México.

Além disso, todos os países emergentes da pesquisa diferenciam relativamente pouco entre profissionais de renda alta e mais baixa.



“As companhias olham para o nível de tributação sobre a pessoa física para decidir onde investir”, disse o sócio da UHY Hacker Young, o britânico Mark Giddens.



“Se a taxação for muito alta, elas podem ter dificuldades em atrair talentos.”



Paulo Moreira diz que o Brasil não é exceção a esta regra, e que a tributação leve para as classes mais altas é “um fator favorável na atração do talento”.



“Essa é uma escolha dura: ou se facilita a vida dos menos qualificados (que ganham menos) ou a vida dos mais qualificados”, raciocina.



“O argumento é que mais qualificados trarão tecnologia e conhecimento, e que tecnologia e esse conhecimento, por sua vez, trarão condições de melhorar também os menos qualificados.”



FONTE: IG ECONOMIA

MANUAL DE INTERROGATÓRIO – AULA 2

Introdução ao manual de interrogatório:


a. O prisioneiro representa uma fonte potencial de valiosas informações sobre um inimigo, a cujas hostes pertenceu até bem pouco tempo.

Sob certas circunstâncias, pode ser a única fonte, ou pelo menos a principal delas.

A exploração dessa fonte exige considerável habilidade e deve ser atribuída a interrogadores treinados e, apenas em limitadas circunstâncias, à equipe que aprisionou o indivíduo.




b. O valor e a extensão da informação obtida de um prisioneiro depende não só da habilidade do interrogador, como também da velocidade com que o prisioneiro lhe foi apresentado e da eficiência do órgão que controla e orienta o interrogador.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

SETE DICAS PARA PLANEJAR AS FÉRIAS SEM ESTRESSE

Sem organização, o momento de descanso pode se tornar problema profissional


Patrícia Lucena, iG Carreiras | 20/06/2011 05:58


O momento das férias é sempre esperado. Mas, assim como é preciso planejar as atividades que irá fazer durante esse tempo, é fundamental que a pessoa se organize para ficar longe do trabalho. Caso contrário, é muito provável que, logo após voltar, o profissional retome o mesmo nível de estresse que estava antes das férias.


 Profissional deve se preparar para o momento das férias não se tornar um problema

Pesquisa realizada pela Isma-BR, associação internacional de pesquisa e tratamento de estresse, aponta que 76% das pessoas que retornam de férias perdem os benefícios do descanso em uma semana. "Por mais que você se planeje, na volta há um acúmulo de trabalho muito grande. Isso faz com que o profissional retorne ao mesmo nível de estresse de antes", afirma Ana Maria Rossi, presidente da associação.

A pesquisa aponta que:

• 76% perdem os benefícios das férias em uma semana.

• 16% integram os benefícios de férias a sua rotina.

• 6% retornam ao mesmo nível de estresse logo ao voltar das férias.

• 2% retornam mais estressados (quando há estresse durante as férias, seja por problemas familiares, de viagem ou até mesmo por não ter conseguido se desligar totalmente do trabalho).

Por isso, segundo Ana Maria, é fundamental que o profissional esteja seguro de que aquele é o momento adequado para ficar longe do trabalho. "Durante esse tempo, muitas coisas podem acontecer na empresa. Se o funcionário não estiver seguro, ele sairá receoso e não conseguirá aproveitar suas férias."

Segundo o levantamento, 38% dos profissionais saem receosos, porque não querem perder alguma mudança que eventualmente seja feita na empresa ou têm receio de que, quando voltarem, irão encontrar outra pessoa no seu lugar. "Muitos empregadores aproveitam que a pessoa está de férias para substituí-la", destaca Rita. A pesquisa ainda mostra que:

• 46% receavam que decisões importantes fossem tomadas na sua ausência.

• 32% tinham receio de que houvesse alguma mudança no cargo ou nas responsabilidades, devido aos enxugamentos de funcionários.

• 19% tinham receio ou medo de enxugamento nas empresas.

• 3% tinham medo de que sua ausência não fosse notada na empresa e, por isso, a sua presença não seria mais necessária.



Confira algumas dicas apontadas pelos especialistas consultados pelo iG Carreiras sobre como se planejar para tirar as merecidas férias:

1 – Esteja seguro de que este é o momento certo: "Não adianta sair de férias e não conseguir se desligar do trabalho, ficar checando e-mails e ligando para a empresa", destaca Ana Maria. O profissional deve avaliar com ele mesmo ou com outras pessoas se esta é a hora certa. "Pouco adianta tirar férias se, mentalmente ou emocionalmente, a pessoa não tem condições de aproveitar."

2 – Se planeje com antecedência: dependendo das responsabilidades do profissional, ele terá que treinar ou passar as informações necessárias para quem ficar em seu lugar. "É fundamental que a pessoa pense nisso com antecedência para não se sobrecarregar na semana anterior as férias", ressalta Ana Maria.

3 – Organize seus projetos: Ana Maria aconselha que, se o profissional tem algum prazo para cumprir logo após suas férias, é interessante que ele deixe tudo encaminhado para não precisar começar o projeto assim que voltar.

Segundo Rita Passos, diretora de comunicação da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), muitos profissionais deixam para o último dia de trabalho a organização dos prazos. E, por isso, no seu primeiro dia de férias ainda estão resolvendo problemas.

4 – Defina as pessoas que irão executar cada tarefa: algumas funções podem ser delegadas, outras não. "O profissional deve ter em mente quais atividades são possíveis de serem realizadas por outra pessoa e quais são aquelas que precisam de um treinamento maior", destaca Rita. Só assim ele conseguirá se planejar e organizar seus projetos de forma que não precise trabalhar durante suas férias.

5 – Informe aos seus gestores sobre o tempo que ficará fora: "Alguns chefes pensam que a pessoa está sempre disponível, mesmo quando fora da empresa", explica Ana Maria. Por isso, é importante que o profissional converse com seus gestores sobre o tempo que irá ficar de férias e que não poderá ser solicitado.

6 – Programe mensagens automáticas no e-mail corporativo: é importante avisar que durante determinado período você não estará vendo suas mensagens. "O profissional deve sempre deixar o contato da pessoa que ficará responsável pelas suas funções", afirma Ana Maria.


7 – Se desconecte: depois que todas as etapas foram completadas, é hora de se desconectar. As férias devem ser momentos de "quebra da rotina". "Se você já organizou todos os seus projetos, delegou as funções, conversou com seus gestores e deixou avisado o período que estará fora, por que irá continuar conectado e mandando e-mails para saber o que está acontecendo?", questiona Rita.

Segundo ela, muitos profissionais ficam ansiosos por estarem fora da empresa. Pensam que são insubstituíveis e que sem eles nada irá funcionar.

"Eu, por exemplo, tenho uma rotina de trabalho pesada, com uma carga horária de 12 horas por dia. Há quatro anos resolvi fazer o caminho de Santiago e fiquei fora por 45 dias. Fiz todo o planejamento, deleguei as tarefas, treinei as pessoas e determinei os projetos. No início das minhas férias, confesso que fiquei preocupada e pensava muito nisso, mas quando voltei percebi que tudo funcionou normalmente ", conta Rita.


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MANUAL DE INTERROGATÓRIO – AULA 1

Programa, o que você irá aprender:



• DEFINIÇÕES

• CONTROLE E TRATAMENTO DE PRISIONEIROS

• INTERROGATÓRIO DE CONTRA-INFORMAÇÃO (DE SUBVERSIVOS)

• PSICODINÂMICA DO INTERROGATÓRIO

• INTERROGATÓRIO ATRAVÉS DE UM INTÉRPRETE

• CONCLUSÕES (Enxerto)

• O PROCESSO DE INTERROGATÓRIO

• MÉTODOS COMUNISTAS DE INTERROGATÓRIO E DOUTRINAÇÃO

domingo, 19 de junho de 2011

O QUE FAZER QUANDO UM PARENTE OU AMIGO PEDE DINHEIRO?

Veja dicas de consultores para não ter prejuízos com empréstimos e pedidos para ser fiador de familiares e conhecidos


Carla Falcão, iG São Paulo | 25/02/2011 05:21


Você estava tomando sua cerveja tranquilamente no churrasco de família quando seu cunhado apareceu e, depois de uma conversa bastante estranha, pediu dinheiro emprestado para pagar algumas contas. Ou estava fazendo compras no shopping quando sua melhor amiga, alegando que aquela promoção de uma grife famosa é imperdível, pediu seu cartão de crédito para comprar mais um par de sapatos.


Se você (ainda) não passou por uma situação semelhante, com certeza conhece alguém que já tenha ouvido esse tipo de pedido de parentes e amigos próximos. Mas, o que fazer quando um familiar ou conhecido pede dinheiro emprestado, quer fazer compras com seu cartão de crédito, precisa de um fiador ou quer usar seu nome em um financiamento?

A primeira recomendação de consultores especializados em finanças pessoais é uma só: diga não. “Se o valor for pequeno e você tiver fôlego financeiro e disposição para tanto, simplesmente dê o dinheiro sem esperar retorno. Mas, se a quantia for significativa, negue o pedido sem culpa”, afirma Mauro Calil, educador financeiro e autor do livro “A Receita do Bolo”.

Ainda que num primeiro momento pareça crueldade negar ajuda, a decisão de se envolver nas dívidas de terceiros pode desestabilizar sua vida financeira e comprometer seu orçamento. E aí, você tem grandes chances de fazer parte do imenso grupo de brasileiros endividados. Mas, como fugir dessa saia justa?

Diretora da Fharos Consultoria, Dora Ramos afirma que o ideal, nessas situações, é sair pela tangente. “Ao ouvir os apelos emocionados de quem precisa muito de dinheiro, diga que precisa pensar antes de dar a resposta. Jamais se comprometa no calor da emoção. Não é durante uma festa ou uma conversa informal que você vai avaliar a situação com clareza”, afirma.



Marido avarento, esposa bruxa

Para quem é casado, existe ainda outra boa desculpa para fugir desses pedidos. Não importa se o dinheiro emprestado é do marido ou da esposa, o fato é que existe um vínculo jurídico unindo o casal e, nesse caso, qualquer perda pode abalar a situação financeira de ambos.


O funcionário público Márcio Branco não se constrangeu em negar pedidos de empréstimos
“Se você não consegue dizer não sozinho, uma alternativa é colocar a “culpa” em seu cônjuge, alegando que não quer ter problemas em casa”, diz o professor do curso de Administração do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Wilson Pires. Em geral, essa justificativa costuma funcionar, embora a fama de bruxa ou de miserável acabe por recair sobre quem “impediu” a transação.

Mas, se nem mesmo essa desculpa funcionar, vale apostar em uma conversa franca e direta. Afinal, trata-se do seu dinheiro, ressaltam os consultores. O funcionário público Márcio Branco, que já emprestou dinheiro para amigos em três ocasiões diferentes, não se sentiu constrangido ao recusar outros pedidos semelhantes. “Se a pessoa toma a liberdade de falar com você sobre o assunto, ela tem que estar preparada para ouvir a resposta, seja positiva ou não”.

Branco recebeu, sem dificuldades, todos os valores que emprestou. Mas, sabe que não existe maneira mais fácil de perder um amigo ou entrar em conflito com um parente que emprestar dinheiro. “O risco de levar um prejuízo é grande”.



Pagamento em dia é exceção

A secretária Vanessa Gotardo sabe bem o que é isso. Em 2004, ela emprestou R$ 600 para uma amiga de muitos anos que, aos prantos, lhe pediu dinheiro depois de ter sofrido um assalto. O pagamento, conta Vanessa, seria feito tão logo ela equilibrasse as contas. Mas, o tempo foi passando sem que a amiga fizesse qualquer referência ao empréstimo. Um dia, se encontrarem por acaso. “Elogiei os sapatos novos dela, sem sequer pensar no dinheiro que ela me devia. Foi um constrangimento. Ela ficou muito brava e se defendeu, dizendo que precisava comprar sapatos assim como qualquer outra pessoa”.

Depois desse episódio, as duas se afastaram de vez e Vanessa perdeu não apenas a amiga como também os R$ 600. “O que mais me incomodava era o fato de não receber nenhuma justificativa dela sobre o não pagamento. Afinal, o fato de ter o dinheiro disponível para o empréstimo não significava que esses recursos não fariam falta para mim”.

São casos como o de Vanessa que levam os especialistas em finanças pessoais a aconselharem que ninguém entre em uma situação semelhante. Mas, se negar o pedido é uma alternativa fora de cogitação por motivos pessoais, vale a pena tomar alguns cuidados.

Pedir garantias é o primeiro passo para reduzir as chances de tomar prejuízos nos negócios com parentes e amigos. Se você aceitou atender a um pedido, o outro lado também tem que estar disposto a cooperar, afirmam os consultores. “Existe uma cultura no Brasil de que, se você pede uma garantia em operações desse tipo, está duvidando da palavra e do caráter da outra pessoa. O apelo emocional é muito grande”, diz Calil.

Nesse caso, o recomendado é ignorar o tom dramático do pedido e insistir no acerto de uma garantia de pagamento, que pode ser um cheque, um contrato de confissão de dívida, uma promissória ou até mesmo um bem. Via de regra, as pessoas que não aceitam garantias são justamente as que vão dar problemas, alerta o educador. “Quem não quer se comprometer com o pagamento está pré-disposto a dar o calote”.



Faça como os bancos

Outra dica é: faça a análise de crédito da pessoa da mesma maneira que os bancos e financeiras fazem. Se o histórico não é bom, não empreste. Se o indivíduo deve a todo mundo, não é a você que ele vai pagar.

Por fim, tome muito cuidado com as aparências. Nem sempre quem parece estar apenas passando por um mau momento merece crédito. Calil conta que conheceu o caso de um executivo que todos os anos pedia dinheiro emprestado a um amigo para pagar o IPVA de seus carros recém-comprados, entre eles um Pajero e um Fusion. “`É o caso típico de pessoas mal-educadas financeiramente, que confundem crédito com renda e vivem acima de suas posses, aparentando algo que não são. E aí, você é o bobo que financia os sonhos de terceiros”.



Leia as recomendações dos consultores para saber o que fazer quando um familiar ou conhecido pede dinheiro emprestado, quer fazer compras com seu cartão de crédito, precisa de um fiador ou quer usar seu nome em um financiamento.



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Dívida no cartão de crédito é do titular e não de quem comprou
Ceder o nome para financiar parentes é uma operação de alto risco