quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Bons investimentos imobiliários estão em cidades médias, dizem especialistas

Fundos de private equity buscam empreendimentos fora dos grandes centros, em locais onde a economia cresce com mais força

Olívia Alonso, iG São Paulo | 31/08/2011 17:00
Foto: Getty Images Ampliar
Vista noturna de Campinas, que está no radar da gestora Trivèlla Investimentos, ao lado de Sorocaba, Londrina, Maringá, São Carlos e Piracicaba

As cidades médias brasileiras têm as melhores oportunidades de investimento para os fundos de private equity especializados no setor imobiliário, na opinião de especialistas. O forte potencial de crescimento das economias dessas cidades, muitas vezes puxado por multinacionais, é um dos fatores que favorecem o ramo de imóveis.

“Nas cidades médias o crescimento populacional é 44% maior do que nas grandes. O crescimento do PIB [Produto Interno Bruto, que mede as riquezas geradas pela economia] é 61% maior e o PIB per capita é 83% maior,” afirma Jon Toscano, presidente da Trivèlla Investimentos.

A Trivèlla Investimentos prioriza a destinação de seus aportes para cidades médias - que têm entre 300 mil e 1 milhão de habitantes - do interior dos Estados de São Paulo e Paraná, segundo Toscano.
“Esses locais concentram 36% do PIB brasileiro,” diz. Entre os municípios escolhidos pelos gestores estão Sorocaba, Londrina, Maringá, São Carlos, Piracicaba e Campinas.

O executivo afirma que cidades interioranas são subantendidas e que seus crescimentos vêm sendo potencializados por multinacionais. “A Toyota, por exemplo, está em Sorocaba, a Hyundai em Piracicaba,” afirmou Toscano durante o Encontro com a Indústria de Private Equity e Venture Capital, organizado pela Associação Brasileira da Private Equity & Venture Capital (ABVCAP) nesta quarta-feira, em São Paulo.
Renato Garcia, diretor presidente da RG Salamanca Capital, braço brasileiro do londrino Salamanca Group, concorda com Toscano. "Buscamos mpreendedores eficientes e empresas familiares em locais não óbvios, onde os ninguém quer ir," diz Garcia.

A Salamanca Capital fez um investimento recente em Natal (RN), na empresa de engenharia e incorporação imobiliária Ecocil e, na opinião de Garcia, a região nordeste é atrativa pois oferece menor concorrência.
Apesar da atratividade dos pequenos centros, os grandes ainda têm oportunidades, segundo os especialistas. Mas dado o alto nível de saturação, são cidades em que os preços são mais altos. “Ainda são bons mercados, só que mais caros,” diz Helmut Fladt, da Pátria Investimentos.
No caso do Rio de Janeiro, Garcia acrescenta que existe ainda há um potencial de valorização grande em algumas regiões em função da grande liquidez esperada para os próximos 5 a 6 anos, em parte decorrente da demanda crescente por causa da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016.


10% do mercado

Em volume, Toscano estima que cerca de 10% do capital investido por meio de fundos de private equity seja direcionado ao setor imobiliário.
Para dar uma ideia do que isso significa, nas contas de Patrice Etlin, diretor da gestora Advent International, os fundos já captaram cerca de US$ 9 bilhões (cerca de R$ 14,3 bilhões) para investir no Brasil ainda este ano.


Investindo em imóveis

Além de grandes fundos administrados por empresas de private equity, o mercado brasileiro têm diversas opções de fundos imobiliários que vendem cotas para pessoas físicas.
Para Mordejai Goldenberg, vice-presidente executivo da consultoria imobiliária Cushman & Wakefield, os investimentos imobiliários são uma boa opção para integrar portifolios de quem está planejando a aposentadoria. “Os fundos têm um grande apelo para a pessoa física,” afirma.
A principal vantagem que oferecem em relação a outras modalidades de investimento é a isenção de imposto de renda sobre os lucros. Desde que não tenham 10% ou mais do total de cotas do fundo, não precisam pagar IR sobre os ganhos.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

PREÇOS DE IMÓVEIS EM SÃO PAULO MOSTRAM SINAIS DE ACOMODAÇÃO

Depois de subir 27,7% no ano passado, os preços diminuíram o ritmo e avançaram 8,6% no primeiro semestre de 2011

Valor Online | 30/08/2011 16:57
Dados do mercado imobiliário divulgados hoje mostraram que os preços dos imóveis residenciais novos na capital paulista chegaram perto do pico e tendem a avançar mais lentamente daqui para frente. Depois de subir 27,7% no ano passado, os preços diminuíram o ritmo e avançaram 8,6% no primeiro semestre de 2011, conforme levantamento divulgado pelo Secovi-SP, o sindicato da habitação paulista.
A expectativa da entidade é que a curva de preços acompanhe mais de perto a trajetória do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que apontou alta de 5,6% nos seis primeiros meses do ano, ou do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cujo avanço no período foi de 3,9%.

Diretores do Secovi afirmaram hoje que os preços já bateram ou estão perto de atingir o teto em algumas regiões, de forma que o mercado começa a se acomodar. Um dos indicadores que mostram moderação no apetite do consumidor é a desaceleração na velocidade de venda dos empreendimentos.

No primeiro semestre, as construtoras venderam 13,2% do estoque de imóveis ofertados, abaixo tanto dos 21,6% do mesmo período de 2010 quanto da média dos últimos cinco anos, de 16,6%. Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, o setor não deverá assistir tão cedo à repetição da forte valorização de preços vista entre 2009 e 2010.

"Acredito que a curva será menos acelerada", disse. Assim, as construtoras terão pela frente um cenário mais desafiador, no qual seus custos poderão avançar mais rapidamente do que os preços dos imóveis cobrados aos clientes.

Para Petrucci, uma consequência disso é a maior concentração de lançamentos em regiões onde as margens de rentabilidade são maiores. O executivo descartou a formação de uma bolha imobiliária, argumentando que o encarecimento dos imóveis nos últimos anos está relacionado à melhora de fundamentos econômicos, como o fortalecimento da renda.

"Houve uma recuperação de preço (dos imóveis) porque o país ficou mais rico", comentou Petrucci, acrescentando, que o preço dos imóveis no Brasil segue entre os mais baixos do mundo.
Reagindo a medidas do governo para frear o crédito ao consumo e, com isso, controlar a inflação, as vendas de imóveis na cidade de São Paulo caíram 31,3% no primeiro semestre, chegando a 11,68 mil unidades residenciais.

Somente em junho, foram vendidas 2,72 mil unidades abaixo das 3,36 mil imóveis registrados no mesmo período do ano passado.


FONTE: IG ECONOMIA

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

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Campo perde mão de obra para construção civil

Falta de trabalhadores eleva custos e preocupa produtores brasileiros de hortaliças

Danielle Assalve, da Califórnia (EUA) | 29/08/2011 05:35

A escassez de mão de obra no campo é a principal preocupação dos produtores brasileiros de hortaliças. Com a economia ainda aquecida, trabalhadores têm trocado lavouras por empregos nas cidades grandes, principalmente na construção civil e em outros setores da indústria.

“O problema é muito sério. Estamos perdendo funcionários antigos e está mais difícil encontrar outras pessoas para contratar”, diz Alberto Seguchi, produtor de alface em Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo.

Ele afirma que a situação se agravou a partir do ano passado. “Antes tanta gente ia pedir emprego no campo que eu tinha que recusar”, diz. “O pessoal ficava esperando surgir uma vaga. Agora sou eu que espero aparecer alguém disposto a trabalhar.”


Foto: Danielle Assalve/iG Ampliar
Alberto Seguchi, produtor de Mogi das Cruzes (SP): "está mais difícil encontrar pessoas para contratar"
O cenário é familiar para outros agricultores que participaram de uma visita técnica organizada pela Seminis, divisão de hortaliças da Monsanto, a áreas de produção na Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos.
Henry Horita, que também tem plantação de hortaliças na região de Mogi, perdeu quase 30% dos funcionários desde dezembro. “No fim do ano passado, tinha 60 pessoas trabalhando comigo. Agora tenho 40”, afirma. Ele conta que não foi por falta de esforço. “Você pode oferecer salário maior, benefícios, mas quando a pessoa quer deixar o campo, não tem jeito. É um problema que está acontecendo com praticamente todos os produtores.”

Situação semelhante foi vivida nos Estados Unidos durante boa parte dos anos 2000. “Há uns oito anos, a economia estava melhor e muitos trabalhadores deixavam o campo para trabalhar na cidade, especialmente na construção. Mas a crise econômica diminuiu muito as oportunidades nos centros urbanos”, diz Christopher Waldron, gerente da Plantel Nurseries, empresa especializada na produção de mudas de hortaliças na Califórnia. Hoje, o país continua a sofrer com a falta de trabalhadores para a agricultura, mas o motivo agora é outro: a crise econômica.


Custos pressionam produção

 
Para tentar reter mão de obra, alguns produtores brasileiros oferecem aos funcionários participação nos lucros. “É uma alternativa, especialmente quando já se investiu em treinamento para uma função mais específica, que tem um papel fundamental dentro do processo produtivo”, diz Ricardo Mikami, que trabalha com a criação de mudas de hortaliças e revenda de insumos agrícolas na região de Campinas (SP). “Mas ainda assim tem gente que não fica mais no campo. Isso gera muita preocupação sobre o futuro da agricultura”, afirma.

A falta de funcionários contribui para elevar os salários dos que continuam nas lavouras. “Hoje a primeira pergunta que fazem quando você oferece uma vaga é: ‘Quanto o senhor vai pagar?’ Se não for um valor bom, é difícil conseguir alguém”, diz Seguchi.


Com o aumento dos custos trabalhistas e menos gente no campo, a produção tem diminuído – e isso em um cenário favorável para o consumo de hortaliças que, embora ainda tímido, segue em crescimento no Brasil. 
A saída, segundo produtores, é ampliar ao máximo a mecanização das lavouras. Mas ao contrário do que ocorre na Califórnia, o clima e o relevo no "cinturão verde" de São Paulo – principal região produtora de hortaliças do Brasil – não favorecem o uso de máquinas. E o custo dos equipamentos ainda é bastante elevado.


Causas

Na avaliação dos produtores, um dos motivos que ajuda a explicar a falta de mão de obra no campo é a exposição às intempéries nas lavouras. “Muitas pessoas aceitam ir para a cidade mesmo com um salário menor e tendo custo de vida mais alto por causa das próprias condições do campo”, diz Ricardo de Paula, produtor de mudas de hortaliças na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. “Na indústria não tem chuva, sol e frio, mas na lavoura você não tem como fugir disso. Faz parte do dia-a-dia”, acrescenta.

O preconceito também pesa na decisão de deixar a agricultura para trás, aponta Seguchi. “Há uma questão ligada ao status de estar na cidade grande, de não querer se sentir ‘caipira’. Mas a vida nos centros nem sempre é tão fácil”, diz. Segundo ele, houve casos em que funcionários voltaram à lavoura após uma temporada na cidade. “A maioria tem ido trabalhar na construção civil. Mas geralmente os custos de vida são bem maiores que no campo e os contratos de trabalho são temporários, para construir um prédio, por exemplo. E depois que termina a obra, ele vai fazer o quê?”


Ainda nesta reportagem:
A repórter viajou a convite da Monsanto.

Amigos no trabalho devem saber separar lado pessoal

Transparência e maturidade são soluções para preservar relacionamento e emprego


Maria Carolina Nomura, iG São Paulo | 29/08/2011 05:58

“Não contrate quem você não possa demitir.” Se você já ouviu essa frase, provavelmente foi de alguém que teve problemas no trabalho com amigos ou parentes. Se, por um lado, é muito bom ter alguém de confiança no mesmo ambiente profissional – por conta do conforto emocional que essa pessoa pode trazer -, por outro muitas vezes é difícil separar onde termina a amizade e começa o profissionalismo.
 

“Por exemplo, se você trabalha no RH e sabe que seu amigo será demitido, mas essa informação é confidencial, o que faz? Se contar para o amigo, pode manter a amizade, mas perderá a credibilidade no trabalho e pode até ser demitido. Ao mesmo tempo, se não falar nada o amigo pode ficar chateado e o relacionamento, abalado”, diz Anderson Cavalcante, palestrante e escritor.

Cavalcante afirma que a solução para manter ambos – emprego e amigo – é ter coerência e bom senso, além de transparência e maturidade. “Há coisas que podem ser compartilhadas com o amigo. Usando novamente o exemplo do RH, se você perceber que seu amigo não está desempenhando bem a função, que não está apresentado os resultados esperados, cabe, como amigo, conversar com ele, incentivá-lo e motivá-lo antes que a demissão aconteça”, comenta.



Telefone sem fio

Mas, até os “toques” positivos podem ser mal interpretados. Foi o que aconteceu com a consultora de comunicação Nancy Assad. Ela conta que se desentendeu com um grande amigo depois de aceitar trabalhar em sua empresa.

“Logo que assumi minhas funções, percebi que havia muita falta de profissionalismo e principalmente de ética dentro da organização. As pessoas falavam mal do chefe que, no caso, era meu amigo. Isso foi progressivamente me envenenando e passei a contar a ele o que acontecia na empresa. Ele, irritado, ia tirar satisfações e mencionava que eu tinha sido a informante”, relata.



Foto: Danilo Chamas / Fotomontagem iG sobre SXC/Flickr CC
Se, por um lado, é muito bom ter alguém de confiança no ambiente profissional, por outro muitas vezes é difícil separar onde termina a amizade e começa o profissionalismo

Nancy lembra que por um tempo ainda foi possível serem transparentes e autênticos um com o outro, por conta da amizade de longa data, mas esse tipo de relacionamento não era possível dentro da empresa. “Começaram a surgir intrigas e inverdades a meu respeito e ele passou a ficar aborrecido comigo. Afinal de contas, as pessoas trabalhavam com ele havia muito tempo e ele tinha dificuldade para mudar o próprio comportamento e o do ambiente profissional. A amizade não prevaleceu e nos desentendemos”, lamenta.



Clareza

Hoje, a consultora consegue enxergar a situação passada e desabafa dizendo que, na época, se sentiu abandonada. “Todo ser humano tem necessidade de ser amado, compreendido e ter suas competências reconhecidas. Eu deveria ter tido um comportamento adulto e de bom senso, considerando a confiança que me foi depositada, e saber que minhas informações não contribuíam em nada com o resultado dos negócios e só pioravam o humor e o ambiente.”
Apesar de a amizade correr o risco de ficar comprometida devido a desavenças no trabalho, Cavalcante afirma que ter bons relacionamentos no emprego é fundamental para o bom desempenho profissional. “Não se dar bem com a equipe ou colaboradores gera até sintomas físicos”, conta.



Afago

O produtor de vídeo Claudio Marconi, de 32 anos, trabalhou de madrugada durante um período e diz que só suportou o emprego porque o compartilhava com grandes amigos. “Qualquer ambiente de trabalho hoje é competitivo. Saber que eu podia contar com aquelas pessoas era um afago. Eu entrava à meia-noite. Um dia, cheguei muito atrasado: às 2h. Eu havia perdido a hora porque estava muito cansado. Quando cheguei, o meu amigo já tinha batido meu cartão.”

Mas não é para encobrir pequenos deslizes que ter um amigo no trabalho é positivo. Para Cavalcante, o amigo torna o ambiente mais leve porque é uma pessoa em quem se acredita que é alguém em quem se pode confiar.

domingo, 28 de agosto de 2011

Mudanças da Fuvest 2012 retomam preocupações dos anos 1990

O vestibular da USP que está com inscrições abertas mudou para tentar elevar nível dos candidatos e reduzir a sobra de vagas


Cinthia Rodrigues, iG São Paulo | 28/08/2011 07:00

As mudanças que a Universidade de São Paulo (USP) aprovou para o vestibular 2012, que está com inscrições abertas, retomam tentativas dos anos 1990 de equacionar a sobra de vagas e o mau preparo dos candidatos em algumas carreiras. O aumento da nota de corte e a redução do número de aprovados por vaga para a 2ª fase são estratégias históricas da Fundação para o Vestibular (Fuvest).

Mudanças do vestibular 2012Como eraA partir deste ano
Nota de corte mínima para passar a 2ª fase22 de 90 questões27 de 90 questões
Definição da nota de corte das carreiras acima do mínimoEstabelecido de forma que sejam aprovados pelo menos 3 por vaga para a 2ª faseDe 2 a 3 por vaga para a segunda fase, de acordo com a nota de corte (entenda a conta)
Mobilidade dos candidados entre as carreirasSó concorria a vaga no curso em que se inscreveuSe não aprovado na área, poderá usar a nota para outras após a 3ª chamada
Notas da 1ª faseSó contavam para ir à 2ª faseSerão somadas com as da 2ª para o resultado final (saiba mais)
Prova do 2º dia da 2ª fase20 questões dissertativas16 questões dissertativas

A preocupação da universidade com a qualidade dos aprovados aparece no livro "Fuvest 30 anos", produzido pela própria universidade, a partir de 1994. A obra de Shozo Motoyama e Marilda Nagamini resgata a história do vestibular desde 1976 e os depoimentos dos coordenadores com as justificativas para implementar mudanças.

De acordo com o livro, nos primeiros 18 anos o vestibular foi praticamente o mesmo: a 1ª fase, de alternativas ou “cruzadinhas”, como se dizia na época, era apenas considerada preliminar da 2ª, que já era dissertativa, mas exigia novamente conhecimentos de todas as disciplinas e era considerada mais importante.
Até ali, a nota de corte definida para a 2ª fase era sempre a que permitisse aprovar um múltiplo (às vezes 2, outras 3 e até 4) do total de vagas em cada curso. Em 1994, percebeu-se que com esta estratégia pessoas com notas altas que tentavam carreiras muito disputadas, eram eliminadas e, por outro lado, cursos com baixa aprovavam candidatos com pouca pontuação.
O então diretor da Fuvest, Alceu Pinho, disse na época: "O excesso de vagas (e/ou baixa procura) em certas carreiras é um fator que influi decisivamente no rebaixamento do nível dos candidatos que alcançam a 2ª fase."
A partir de 1994 foi feita uma conta que deixasse passar mais pessoas por vaga nos cursos com maior demanda. O então diretor da Fuvest, p diretor detalho assim a decisão: “Baixar a nota de corte onde ela é mais elevada e aumentá-la naquelas outras (áreas) onde ainda está muito baixa. Em resumo, além de considerar a oferta e a demanda, leva-se em conta, agora também, a qualificação da demanda, através de um fator multiplicativo que depende da razão entre a nota de corte na carreira e o número total de questões propostas. Essa razão é um indicativo do desempenho médio do grupo que, em cada carreira, será convocado para a 2ª fase.”
No vestibular, 2012, esta conta foi refeita novamente. Nos cursos mais concorridos serão aprovados para a última etapa três candidatos por vaga e a nota de corte se define pelo valor mínimo para que isso ocorra. Nos cursos em que a nota média dos candidatos for entre 30 e 60, será feito o seguinte cálculo para estabelecer quantas pessoas por vaga vão para a segunda fase: a média de acertos dos candidatos à carreira será dividida por 30 e o resultado somado a um. Por exemplo, um curso que tiver média de 45 pontos, terá 2,5 candidatos por vaga na segunda fase (45/30=1,5 + 1=2,5). Neste caso, se houver as mesmas 50 vagas, 125 vestibulandos irão a próxima etapa. Cursos que tiverem média de pontos dos candidatos menor do que 30, terão dois candidatos por vaga na segunda fase.

Outras mudanças daquela época
Logo em seguida a decisão de mudar a quantidade de aprovados para a 2ª fase, percebeu-se em 1994 que não adiantava mudar as regras se a última etapa mantivesse o mesmo tipo de perguntas, de todas as disciplinas. “O excesso de vagas (e/ou baixa procura) em certas carreiras é um fator que influi decisivamente no rebaixamento do nível dos candidatos que alcançam a 2ª fase. Isto mostra claramente que, além de um certo ponto, mudanças de formato no vestibular tornaram-se irrelevantes, pois não conseguirão alterar significativamente o perfil do candidato que será convocado para a 2ª fase.”
Assim cada unidade disse quais eram os conteúdos mais pertinentes nas carreiras que tinham e, em 1995, a 2ª fase passou a aplicar provas diferentes conforme o curso pretendido. No mesmo ano, foram feitas mais três mudanças que chegaram aos dias de hoje: surgiu a alternativa de inscrição “treineiro” para quem ainda não poderia se matricular, pois não terminaria o ensino médio em tempo; a redação passou a contar com dois corretores diferentes que têm as notas confrontadas e um terceiro em caso de divergência; e as provas começaram a ter versões diferentes para impedir a cola durante a prova.