terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PUBLICIDADE NA INTERNET BRASILEIRA DEVE BATER JORNAIS E REVISTAS ATÉ 2015, DIZ CONSULTORIA

Setor brasileiro seguirá fenômeno já observado nas economias mais desenvolvidas, segundo a Wark International Ad Forecast


BBC Brasil | 07/02/2012 07:55


Pesquisa divulgada nesta semana mostra que os mercados emergentes vão garantir o crescimento da publicidade em 2012. Entre os 13 países pesquisados pela Wark, o Brasil deverá apresentar o quarto maior avanço, 8,5%, atrás de Rússia (16,5%), Índia (14%) e China (11,5%).


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No ano passado, o setor de publicidade brasileiro ocupou a mesma posição, com avanço de 7,1%, em um período marcado por decréscimos em algumas das principais economias. De acordo com o estudo, a internet puxa o crescimento dos anúncios globalmente, com variação positiva nos países pesquisados de 12,6%, seguida por TV (5,3%), Outdoors (5,1%), Cinema (3,8%) e Rádio (2,9%).



Já revistas e jornais deverão apresentar queda em 2012, de 1,2% e 2%, respectivamente, prevê a Wark. No caso do Brasil, o aumento da publicidade online deverá ser de 23,8%, informa a pesquisa. Já jornais e revistas devem avançar 3,6% e 6%, respectivamente.



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"E importante lembrar que, embora tenha apenas 6% dos gastos em publicidade no Brasil, a internet cresce muito rápido, de 20% a 50% todo ano desde que iniciamos a pesquisa. Todas as outras mídias estão perdendo participação para o online, principalmente impressos e rádio, embora a TV ainda seja dominante. Imagino que a internet passará os jornais e será a segunda maior mídia em publicidade até 2015", avalia Suzy Young, editora de Informação da Wark.




Sem surpresa


Embora os gastos com publicidade online nos países pesquisados devam crescer menos em 2012 do que em 2011, quando o aumento foi de 16,6%, o segmento deverá responder por 20% do total investido em anúncios até o fim do ano, informa a Wark.




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Entre as chamadas economias desenvolvidas, Alemanha (-0,8%), França (-0,9%) e Itália (-2,3%) apresentarão em 2012 o pior desempenho de sua história na comparação com o ano anterior.

"Com os receios sobre dívida afetando mercados mais maduros e o otimismo de investidores e consumidores, não é surpresa que o crescimento do setor em 2012 venha dos países emergentes", avalia Young. Ela lembra que as eleições nos Estados Unidos e eventos esportivos como os Jogos Olímpicos evitaram cenário ainda pior.



Young observa ainda que, embora afetado pela recessão na Europa, o Brasil manteve o crescimento da publicidade, o que ocorre há dez anos. Os gastos no setor no país terão passado de R$ 11 bilhões, em 2003, para R$ 30,1 bi, em 2012, já descontado o impacto da inflação nestes números.



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"O investimento estrangeiro na indústria brasileira de comunicação tem impulsionado o crescimento de gastos em publicidade. E vai continuar", prevê. A participação do Brasil no total aplicado nos 13 países examinados também vem aumentando: de 3,1%, em 2003, para estimados 4,5%, em 2012.

Os Estados Unidos, cuja fatia passou de 50,4% para 41,6% nos últimos dez anos, vem perdendo espaço para emergentes. Já a participação da China terá passado de 6,5%, em 2003, para 12,2% em 2012, segundo as séries históricas da Wark.


PARA VENCEDORAS DO LEILÃO, RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO É GARANTIDO

Em Guarulhos, construção do terminal 3 dobrará número de passageiros e, em Campinas, movimento pode ser multiplicado por dez

Dubes Sônego e Pedro Carvalho, iG São Paulo | 07/02/2012 05:00

O ágio elevado pago no leilão dos aeroportos de Cumbica (373%), Viracopos (159%) e JK / Brasília (675%), realizado nesta segunda-feira, deixou intrigado o mercado. Quem estimou mal, o governo ou as empresas? Politicamente, as empresas dizem que nem um, nem outro. E asseguram que estão certas do retorno de suas apostas.


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Responsável pelo maior lance do leilão, o consórcio Invepar-ACSA terá que desembolsar ao longo de 20 anos de concessão R$ 16,213 bilhões, além dos investimentos previstos no período, de R$ 4,8 bilhões. Foi uma oferta R$ 4 bilhões acima da apresentada pelo segundo colocado. No entanto, Gustavo Rocha, presidente da Invepar, diz que acredita que será possível bancar tudo isso e ainda lucrar alto.


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A aposta é baseada principalmente na possibilidade de ganhos maiores com receitas não-tarifárias, vindas de lojas e restaurantes. E, naturalmente, do aumento do fluxo de passageiros. Uma das obras prioritárias, por conta da Copa de 2014, é a construção do Terminal 3, que deverá dobrar a capacidade do aeroporto, por onde circulam hoje cerca de 26 milhões de pessoas por ano.

O volume representa cerca de 30% de todos os passageiros que passam por terminais da Infraero. Um movimento que já levou alguns analistas a definirem Cumbica como "mina de ouro mal explorada" e "vaca leiteira". Mas, até 2020, o consórcio estima que o fluxo será bem maior: 50 milhões de passageiros por ano.

Para Rocha, a Infraero só não aproveita todo potencial de receitas não tarifárias disponível porque está limitada pelas amarras a qual estão sujeitas as estatais. "Temos uma flexibilidade para buscar financiamentos e operar que a Infraero não tem", afirma.


Pólo aéreo

Brasília, por sua vez, é o aeroporto que exigirá proporcionalmente menos investimentos ao longo dos 25 anos de concessão, R$ 2,8 bilhões. Com isso, os consórcios puderam dar lances mais altos.

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Para garantir o rápido retorno do investimento, o grupo argentino Corporación América, integrante do consórcio vencedor responsável pela gestão, pretende transformar o aeroporto de Brasília em um entroncamento internacional do transporte aéreo. E também deverá explorar com maior intensidade receitas não-tarifárias, um campo no qual a Infraero apenas engatinha.


Longo prazo

O preço mais equilibrado entre expectativa e propostas em Viracopos (ágio de 159%), na avaliação de Wagner Bittencourt, ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, não significa que o aeroporto seja um mau negócio. Foi apenas um indicativo de que é uma aposta com retorno no longo prazo, que exige investimento alto no curto prazo. O Consórcio Aeroportos Brasil, formado por Triunfo, UTC e Egis, terá que realizar obras orçadas em R$ 873,05 milhões até 2014, mesmo sem ser sede de jogos da Copa.

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A aposta se justificaria devido ao potencial de faturamento na região de Campinas. “Viracopos está inserido na área mais rica do país. Nos próximos anos, a região deve se transformar de uma área baseada no setor secundário [indústrias] para o setor terciário [serviços], que gera maior demanda de vôos”, afirma Mário Luiz de Mello Santos, presidente da consultoria Aeroservice, que trabalhou para o consórcio. “O fluxo do aeroporto deve ficar cada vez mais independente de São Paulo”, acredita.

“Estamos seguros com relação ao retorno que o aeroporto pode dar. Viracopos era o melhor negócio [entre os três leiloados], sempre foi nosso foco nesse leilão”, afirma Santos.

Para o analista, o potencial de Viracopos também se baseia na possibilidade da ampliação da área do aeroporto, o que seria mais difícil em Guarulhos e Brasília. “A demanda atual de Viracopos, que é de 7 milhões de passageiros, pode ser de até 70 milhões, porque existe área disponível para essa ampliação”, afirma.

Por fim, Santos acredita em ganhos vindos de uma maior eficiência na gestão. “Em qualquer lugar do mundo, aeroportos são excelentes negócios, quando bem operados”, afirma. “A Infraero [a atual administradora] tem todos os vícios e problemas estruturais de uma empresa estatal, enquanto nosso foco será na eficiência”, completa.

Em breve será possível saber quem fez a conta certa.

FONTE: IG ECONOMIA

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Com IPO e polêmica sobre privacidade, Facebook completa oito anos

Apesar da popularidade entre usuários e investidores, Facebook enfrenta pressão devido ao poder sobre dados pessoais


iG São Paulo | 04/02/2012 08:49

Em 4 de fevereiro de 2004, Mark Zuckerberg, um jovem estudante da Universidade de Harvard (EUA), colocava no ar a primeira versão da rede social Facebook. No quarto da república onde morava, Zuckerberg estava acompanhado por quatro amigos: o brasileiro Eduardo Saverin, Dustin Moskowitz, Andrew McCollun e Chris Hughes. Eles queriam apenas conectar os alunos de Harvard. Nenhum deles imaginava que, ao completar oito anos, o Facebook reuniria mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo.


Foto: Reprodução
Primeira versão do Facebook foi criada em 2004 e completa oito anos com 800 milhões de usuários


De acordo com estudo recente da comScore, o Facebook já é usado por mais da metade dos internautas de todo o mundo (55%). O número representa um crescimento de 43 pontos percentuais em relação a dezembro de 2007, quando a consultoria passou a medir a audiência do Facebook.
Naquela época, o Facebook atingia apenas 12% de todos os internautas. A América Latina lidera entre as regiões onde a rede social mais cresce.

O aniversário de oito anos do Facebook vem acompanhado de outras boas notícias, além da popularidade entre os internautas.

Nesta semana, a empresa registrou um pedido à SEC (Comissão de Segurança de Mercado, equivalente à CVM brasileira) para fazer uma oferta inicial de ações, processo conhecido como IPO, na bolsa americana. Com a venda de ações, a empresa espera levantar até US$ 5 bilhões, valor que pode aumentar de acordo com a demanda pelas ações da rede social.

Com a entrada na bolsa, diversas pessoas que participaram da criação da rede social se tornarão milionárias. Muitos funcionários do Facebook – aqueles que estão desde o início e receberam algumas ações da empresa – devem ganhar entre US$ 4 milhões e US$ 20 milhões com o IPO do Facebook. Zuckerberg deve ficar com US$ 24 bilhões, de acordo com estimativas de analistas de mercado.
Segundo os documentos entregues pelo Facebook no registro para o IPO, o Facebook tem mais de 100 bilhões de conexões entre pessoas em todo o mundo. A rede social registrou a publicação de cerca de 250 milhões de fotos no último trimestre de 2011, período em que os usuários também “curtiram” e comentaram na rede social mais de 2,7 bilhões de vezes. Em 2011, o Facebook teve receita de US$ 3,7 bilhões, 88% maior que em 2010.


Falhas de privacidade perseguem empresa

Apesar da situação favorável, o IPO será responsável por colocar o Facebook sob pressão ainda maior de governos e entidades reguladoras dos países onde atua. O motivo é a privacidade dos dados pessoais, fornecidos pelos próprios usuários, que podem ser usados direcionar publicidade e também para personalizar serviços fornecidos por parceiros. As práticas são condenadas por entidades de proteção aos dados pessoais em todo o mundo.

Foto: Getty Images Ampliar
Zuckeberg: desculpas por erros sobre privacidade



Para evitar problemas para os usuários, o governo dos EUA e a União Europeia impuseram acordos que, entre outras restrições, permitem que auditores independentes acessem o banco de dados pelos próximos 20 anos, para verificar se a rede social respeita os termos de uso aceitos pelos usuários ao se cadastrar na rede social. Os órgãos reguladores também exigem que o Facebook não faça declarações falsas sobre a privacidade ou segurança dos dados armazenados pelo serviço.

No final de novembro de 2011, quando a Federal Trade Comission (FTC), órgão do governo americano, anunciou um acordo com o Facebook para solucionar as acusações sobre privacidade, Zuckerberg escreveu uma carta aberta onde admitiu os erros da empresa. “Acho que um pequeno número de erros muito divulgados, como o projeto Beacon e nossas mudanças de privacidade de dois anos atrás, acabaram escondendo o bom trabalho que fizemos”, disse Zuckerberg.




FONTE: IG TECNOLOGIA

GOVERNO PREPARA MPS DE INCENTIVO A SETOR QUE INOVAR

Fabricantes de semicondutores, equipamentos de telecomunicação e computadores devem se beneficiar com medidas

AE | 05/02/2012 10:28

A presidente Dilma Rousseff prepara quatro medidas provisórias que vão estabelecer Regimes Tributários Especiais (RTE) para facilitar a importação de máquinas para produção, no Brasil, de equipamentos de alto conteúdo tecnológico nas áreas de semicondutores, TV digital, telecomunicações e computadores pessoais.

O objetivo do governo ao cobrar menos imposto na aquisição de máquinas é fazer com que a indústria consiga fabricar produtos melhores e mais avançados gastando menor número de horas, o que aumenta a competitividade. A desoneração vai focar mercadorias que não estão disponíveis no mercado brasileiro, justamente para dotar a indústria local dessas tecnologias.

"Muitas vezes o setor industrial reclama do câmbio, de tributos, mas tem um dever de casa que precisa ser feito. Estamos perdendo produtividade há 10 anos", avaliou Mauro Borges Lemos, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e um dos formuladores da política industrial do governo, lançada em agosto do ano passado.

 As medidas fazem parte de um processo de ampliação e revisão dessa política. Apesar do otimismo do governo, ainda há dúvidas sobre a eficácia do pacote. Algumas ações comemoradas inicialmente, como a desoneração da folha de pagamento, acabaram provocando insatisfação em setores que foram contemplados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


FONTE: IG ECONOMIA

sábado, 4 de fevereiro de 2012

SUPERMERCADOS DE SÃO PAULO TERÃO DE DAR SACOLINHAS POR MAIS 60 DIAS

Termo de ajuste assinado com o Procon prevê também distribuição gratuita de sacolas reutilizáveis em 15 de março, Dia do Consumidor

iG São Paulo | 03/02/2012 19:17


Os supermercados paulistas, que haviam parado de distribuir gratuitamente sacolas plásticas para compras no último dia 24, precisarão voltar a fornecer as sacolas para os clientes por mais 60 dias. Um termo de ajuste assinado nesta sexta-feira pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, a Fundação Procon-SP e a Associação Paulista de Supermercados (APAS) determina que durante esse período os consumidores "terão direito a embalagens gratuitas adequadas e compatíveis com os produtos adquiridos, visando o acondicionamento e transporte das mercadorias".

Acordo determina que caixas terão de avisar cobrança a consumidores por um ano

- LEIA TAMBÉM: Fabricantes de sacolas "verdes" brigam por mercado milionário


Os supermercados poderão dar aos clientes, nesses próximos dois meses, sacolas plásticas ou caixas de papelão, sempre de graça. Além disso, não poderão vender sacolinhas biodegradáveis, pelas quais estavam cobrando entre R$ 0,19 e R$ 0,25.

Após o início da cobrança, os funcionários que trabalham nos caixas de supermercado terão de avisar verbalmente os consumidores, durante um ano, que as sacolas deixaram de ser gratuitas, para que ninguém pague sem saber que está pagando.

O acordo também determina que todas as lojas deverão oferecer uma alternativa de sacola reutilizável com preço de até R$ 0,59. "Essa sacola não pode ser apenas o saquinho plástico comum, precisa ser reutilizável. Mas também não precisa ser necessariamente aquela grandona feita de pano", explicou ao iG a assessoria de imprensa do Procon.

O termo de ajuste também informa que, no dia 15 de março, Dia do Consumidor, haverá distribuição gratuita de uma sacola reutilizável para o cliente que adquirir pelo menos cinco itens. "Essa sacola poderá ser trocada pelo consumidor num prazo de até seis meses, gratuitamente, se estiver danificada", diz comunicado enviado pelo órgão.

Durante a manhã de hoje, o Procon havia afirmado que, na ausência de sacolas gratuitas, os supermercados deverão fornecer sacolas biodegradáveis para os consumidores. O órgão também informa que o termo de ajuste que adia a cobrança em dois meses foi assinado de comum acordo entre as partes.

Desde o último dia 24, os supermercados paulistas estavam cobrando entre R$ 0,19 e R$ 0,25 por saquinhos plásticos vendidos como biodegradáveis. Os "comuns" haviam parado de ser distribuídos, de modo que o consumidor devia optar por comprar um biodegradável ou uma sacola retornável, normalmente mais cara.

FONTE: IG ECONOMIA

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Tablets substituem livros em escolas brasileiras

Equipamentos entram na rotina dos colégios em 2012, mas formação de professores e dispersão de alunos ainda são desafios


Priscilla Borges e Tatiana Klix, iG Brasília e São Paulo | 01/02/2012 06:00

No Centro Educacional Sigma, em Brasília, a lista de material escolar do 1º ano do ensino médio ficou mais curta. Em vez de vários livros, os pais tiveram que comprar apenas um item – um tablet – e pagar mais R$ 1,1 mil pelos aplicativos com o conteúdo didático exigido para todas as disciplinas. A novidade com potencial de revolucionar a interatividade em sala de aula começa a se popularizar no País a partir deste ano, mas ainda esbarra em algumas dificuldades, como a falta de preparo dos professores para o uso da ferramenta e o potencial de dispersão que a internet tem sobre os estudantes.

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Em outras instituições em diferentes Estados, embora o equipamento ainda não seja obrigatório passou a ser não apenas aceito, mas seu uso será estimulado. No Ceará, uma rede dá opção para os alunos: livros ou um tablet. Em São Paulo, um colégio criou um laboratório móvel com 30 equipamentos e outra investe em formação de professores para o uso da tecnologia.
 
Na instituição no Distrito Federal, no entanto, a substituição dos livros por dispositivos móveis será “testada” em grande escala – por cerca de 1 mil alunos das cinco unidades espalhadas pela cidade.
De acordo com o professor de Física André Frattezi, um dos entusiastas do uso da nova tecnologia, havia uma preocupação da direção da escola além de ganhos de aprendizado. A quantidade de livros carregada pelos alunos diariamente também era motivo de conversas com os professores. Alguns viram no tablet a solução para o problema.

No
s Estados Unidos: Escolas adotam iPad como ferramenta didática

Frattezi conta que, depois de uma procura de material específico para a ferramenta nas editoras brasileiras, os professores perceberam que o desafio de inserir os tablets na sala de aula seria grande. Não encontraram material adaptado para eles no mercado e decidiram produzir o próprio conteúdo.
Com a ajuda de especialistas, cerca de 30 professores prepararam o material que será usado pelos estudantes. O professor faz questão de ressaltar que o conteúdo não é uma simples adaptação do que há em papel, mas há vídeos e gráficos interativos. Todo o investimento nessas tecnologias, segundo ele, justifica o preço pago pelos pais para adquirir esse conteúdo. “Com o tempo, os valores devem baixar”, diz.

Custo mais baixo: Fábricas e isenções podem levar tablet a custar R$ 500 no Brasil

Estratégia diferente adotou o colégio Bandeirantes, de São Paulo, que optou por comprar 30 tablets para os professores usarem como laboratório móvel. Além disso, todas as apostilas usadas pela escola estão disponíveis em formato digital para os alunos que quiserem usar seus próprios dispositivos nas aulas.
“Não é uma imposição, mas uma opção. Estamos sendo cautelosos por enquanto, porque é preciso ter uma estratégia de mudança das aulas”, explica a professora Sílvia Vampré, coordenadora de tecnologia educacional do Bandeirantes. Para isso, um grupo de professores vai estudar as melhores práticas e orientar outros educadores.


Formação de professores
 
No colégio paulistano Lourenço Castanho, a preparação dos professores é o foco da inserção dos tablets em sala de aula. Uma formação de 38 horas está sendo realizada com um grupo de 27 educadores do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) e médio, que posteriormente serão multiplicadores. As aulas são ministradas pela editora Editacuja, empresa de desenvolvimento de estratégias para dispositivos móveis para educação, e tem o objetivo de fazer com que os professores produzam seus próprios aplicativos, principalmente para atividades externas e de estudo do meio.
Na primeira sessão, eles visitaram o parque Ibirapuera e realizaram mapeamento coletivo da área. Divididos em grupos, a partir de uma ferramenta de GPS, cada um foi para um ponto e juntos desenharam o pássaro símbolo da rede social Twitter, de onde enviaram fotos e informações sobre o local onde estavam a partir dos dispositivos móveis.
O diretor da Editacuja, Martin Restrepo, explica que os tablets permitem que professores e alunos deixem de ser apenas consumidores de conteúdos limitados e rígidos, mas possam construir um modelo editorial baseado na colaboração que atende necessidades específicas de cada escola.
“Com as ferramentas de interatividade, imagens animadas e geolocalização, qualquer lugar é transformado em sala de aula. É possível reinventar atividades como gincanas, trilhas de caça ao tesouro, que são extremamente educativas”, diz. No entanto, o engenheiro de sistemas eletrônicos alerta que um tablet na sala de aula não faz diferença se o professor for usá-lo apenas como PowerPoint. “O modelo pedagógico tem que mudar radicalmente”, defende.

Marcello Barra, sociólogo do grupo de estudos de Ciência, Tecnologia e Educação na Contemporaneidade do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), não é otimista nesse sentido e diz que os professores não estão preparados para os tablets e a infra-estrutura das escolas também não.
Para o pesquisador, os colégios ainda precisam ter redes de internet melhores e as editoras têm de produzir materiais didáticos adequados. “Mas o principal é que uma quantidade muito grande de professores não tem ideia de como se usa esse tipo de tecnologia”, afirma.


Internet dispersa


No restante do tempo, apenas os arquivos baixados poderão ser usados”, explica o diretor executivo Ari de Sá Cavalcante Neto. Entre 2 mil alunos do grupo educacional, 320 substituirão livros pelo dispositivo móvel e foram gastos R$ 300 mil entre desenvolvimento de softwares, licenças e compra de equipamentos para os professores para implantar a novidade.

A preocupação com o uso da internet nos tablets é comum em todas as escolas que experimentam a tecnologia. A professora Sílvia, do Bandeirantes, também em São Paulo pondera que apesar das vantagens do uso dos tablets, o potencial de distração dos alunos é grande. “Com tablets, os alunos têm acesso à internet e ao Facebook muito facilmente. Não sabemos o impacto disso ainda”, conclui.


Escolas públicas
O Ministério da Educação (MEC) começou a se mexer para levar tablets às redes públicas de ensino. Na semana passada, o primeiro estágio de pregão eletrônico para a aquisição de 900 mil aparelhos foi concluído. Menina dos olhos do novo ministro, Aloizio Mercadante, quando ainda estava no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, a proposta é criar núcleos de aplicação da tecnologia em sala de aula e não oferecer a todos os alunos.

Resta saber se essa tecnologia será realmente aproveitada nas salas de aula. Até hoje, as tentativas de universalizar laboratórios de informática ou laptops para cada aluno fracassaram. Não há laboratórios com computadores em todas as escolas, muito menos internet para que sejam utilizados. O programa Um computador por aluno chegou a poucos alunos.

Mau uso de computador: Sem infraestrutura, laptops ficam guardados em escola de Brasília

No projeto piloto, 380 escolas foram contempladas com os primeiros 150 mil laptops. Depois, 372 municípios adquiriram mais 375 mil equipamentos.
 
No Ceará, quatro escolas do Colégio Ari de Sá que começam este ano dando a opção entre o material convencional ou o tablet para seus alunos incluíram no treinamento aos professores aulas de controle disciplinar do equipamento. “Vamos ter um sistema de internet que o educador abre quando a aula exige.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Chegou a vez dos hatches médios

Depois de uma enxurrada de sedãs médios no ano passado, agora as marcas miram no segmento favorito do público jovem


Jair Oliveira | 31/1/2012 09:10
A categoria de hatches médios passou anos no esquecimento a ponto de o modelo mais vendido ser por muito tempo o velho Astra. Enquanto isso, seu segmento “irmão”, o de sedãs médios, viu uma revolução atrás da outra, causada justamente pela presença de Honda e Toyota, que mantém seus modelos em pé de igualdade com outros mercados. Desde 2009, no entanto, os hatches médios já não vivem tão desatualizados. A Ford, com o novo Focus, e, principalmente, a Hyundai, com o fenômeno i30, fizeram a felicidade dos fãs desse tipo de carro.

Mas agora, com o segmento de sedãs saturado, é que a maior parte das montadoras decidiu investir em  novos modelos. E no que depender da nova safra, a briga vai ser boa.

O primeiro a dar as caras será o Peugeot 308. Ele chega em março e substitui naturalmente o bem sucedido 307. Debaixo do capô estará presente o inédito motor 1.6 16V flex com sistema Flex Start – que dispensa o famoso tanquinho reservado para a partida a frio – além do atual 2.0 flex.

O modelo vem para o Brasil com cinco anos de atraso em relação à Europa, mercado que inclusive já viu esse mesmo carro receber um facelift de meia-idade. Esse investimento tem um objetivo: recuperar o mercado perdido para os novos concorrentes nos últimos tempos e isso inclui até uma futura versão esportiva com o mesmo motor 1.6 THP de 165 cv que acabou de estrear no sedã 408.

Girando a catraca, o próximo da fila é o Cruze hatch. Com ele, a Chevrolet quer reviver os bons momentos do Astra, um dos mais vendidos hatches da história – o Vectra GT, lançado por aqui em 2007, não teve fôlego para tanto. Atributos para isso ele tem (motor 1.8 Ecotec, câmbio manual ou automático de seis velocidades e interior chamativo), mas quem irá dizer se ele merece um lugar ao sol é o consumidor. Ele deve chegar de início com duas versões – LT e LTZ – e, em comparação ao sedã, o médio perdeu oito centímetros no tamanho, refletindo no porta-malas, com 37 litros a menos que a versão três volumes.
Galeria de fotos: os próximos hatches médios



Mexendo em time que está ganhando

No segundo semestre, os holofotes estarão virados para o i30. A nova geração do médio coreano, apresentada no Salão de Frankfurt do ano passado, deixou de ser influenciada pelo “design do BMW Série 1, a tecnologia da Mercedes e a perfeição dos luxuosos ingleses” para  assumir identidade própria baseada no conceito escultura fluida que a montadora aplicou em seus últimos modelos.

Debaixo do capô, a marca pode substituir o atual 2.0 de 145 cv de potência por um motor 1.6 GDI, com injeção direta e consumo mais modesto. O modelo passará a contar com itens de conveniência como freio de mão eletrônico, partida através de botão e luz nos retrovisores para iluminar o chão.
Primos ricos

Mas não é só a turma mais acessível que terá novidades. Na categoria “médio premium” teremos os renovados BMW Série 1 e Subaru Impreza, apresentados em 2011. Os modelos devem chegar em fevereiro e outubro, respectivamente.

Também veremos este ano as novas gerações do Audi A3, já um clássico do segmento, e o inédito V40, uma versão cinco portas do Volvo C30. Para completar, a Mercedes-Benz estreará uma nova carroceria hatch para o Classe A e tem planos de trazê-lo para o Brasil.



Leia também: Novo Classe A aparece em patentes europeias



Continua no próximo ano...

O ciclo de mudanças entre os hatches não acaba em 2012. Alguns modelos devem aparecer apenas em 2013, mas dão as caras por aqui mais cedo. É o caso da nova geração do Ford Focus, que será antecipada no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro.
Com cerca de dois anos de atraso em relação à Europa, o veículo ficou maior, mais moderno e mais elegante e pretende esquentar a briga com o novo i30 – atualmente os dois revezam entre si a liderança.


Cotados para chegar

Há ainda uma seleção de candidatos a desembarcar no Brasil em breve. A Citroën, por exemplo, deve trazer o novo C4 ao Brasil, seguindo a lógica de renovação da linha iniciada com a família C3. Até porque o hatch ficou mais agressivo e menos exótico que a atual geração, o que facilitaria sua aceitação.
Outro que mudou lá fora e para melhor foi o Tiida, mas isso na China. O modelo feito no México e que é importado para cá, continua o mesmo. Por outro lado, o prometido Cerato hatch, continua distante do nosso mercado e deve ficar assim por mais tempo já que o modelo mudará por completo nos próximos meses.

Mas o carro mais aguardado e misterioso desse segmento chama-se Golf. Entre plásticas nos faróis e lanternas e testes da quinta geração no país, o hatch médio da Volks parou no tempo e usa há 14 anos a mesma plataforma. Para tornar a história ainda mais obscura, ninguém sabe ao certo o que vai ser do futuro do modelo no Brasil.

Enquanto aqui ele congelou na quarta geração, na Europa o modelo está prestes a ganhar a sétima. Vale lembrar que, mesmo com um projeto antigo e defasado, o Golf consegue se manter entre os mais vendidos da categoria.

A Volkswagen, por sua vez, mantém o silêncio ou, quando fala algo, geralmente se contradiz. A teoria mais forte no mercado é que o Golf VII será feito em breve no México e virá importado para cá, com preços mais condizentes com nossa realidade e em condições de fazer frente aos “donos da rua”, i30 e Focus.

FONTE: IG CARROS